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Crítica | Besouro Azul

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Originalmente previsto para ser uma produção lançada no HBO Max, “Besouro Azul” acabou se tornando um filme voltado para os cinemas depois de David Zaslav assumir como CEO da Warner Bros Discovery (decisão que foi tomada também para “A Morte do Demônio: A Ascensão“). Indo na contramão das produções habituais da DC, a narrativa se foca totalmente ao público latino (Brasil e México, em especial) e temos mais um caso de enredo que funciona parcialmente, por conta de decisões erradas da própria equipe.

A história tem início com o jovem Jaime Reyes (Xolo Maridueña), voltando para sua cidade natal depois de se formar em direito. Após descobrir que sua família está com problemas financeiros, ele acaba indo trabalhar na mansão dos Kord, onde tem seu caminho cruzado com Jenny Kord (Bruna Marquezine), que lhe entrega um misterioso artefato. Ao ter contato com este, o próprio acaba assumindo o manto do Besouro Azul.    

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Imagem: Warner Bros Pictures (Divulgação)

Por se tratar de um filme que possuiu duas fases durante sua pré-produção (conforme foi dito no primeiro parágrafo), fica nítido que o roteiro de Gareth Dunnet-Alcocer passou por outra mão que não foi a sua, uma vez que os dois últimos atos acabam caindo em total contradição com o que foi apresentado de início. Enquanto no princípio temos uma ótima construção de Jaime, tudo acaba sendo colocado de lado quando ele assume o manto do herói, e é quando sua família acaba ganhando um destaque maior. Sim, o enredo se divide em dar protagonismo para esses dois pólos.   

Embora Xolo Maridueña esteja nitidamente a vontade no papel, e com uma ótima química com Bruna Marquezine (que está falando muito bem o inglês, mas termina sendo mais uma espécie de Nick Fury, ao invés de interesse amoroso do protagonista), a dupla é deixada de lado quando estamos nos aproximando do arco final.

Neste, vemos mais do lado mais altruísta dos Reyes, onde nós temos os Pais (Damián Alcázar e Elpidia Carrillo), a irmã atirada Milagro (Belissa Escobedo), o Tio maluco Rudy (George Lopez, que rouba a cena), e a Vovó “Rambo” (Adriana Barraza, que curiosamente fez parte do elenco de “Rambo 5“). Embora o desenvolvimento deles esteja porcamente escrito, é perceptível que houve boa vontade por parte de todos, na execução em cena.

Porém, por se tratar de uma produção cuja premissa é ser mais um enredo na pegada de “Sessão da Tarde“, esses fatores não acabam prejudicando totalmente a obra. Como muitos de nós brasileiros crescemos vendo várias produções mexicanas como “Maria do Bairro“, “Chapolin“, logo iremos identificar várias referências ao redor da narrativa (inclusive na direção do próprio Angel Manuel Soto, que às vezes parece estar guiando uma novela mexicana).

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Indo ainda mais na contramão da DC atual, os efeitos visuais e as cenas de ação estão bem mais dirigidas e conduzidas (inclusive, a batalha final não chega a ser excessivamente escura e impossível de se ver, como nas últimas produções do próprio gênero). Só que quando vamos para a vilã vivida por Susan Sarandon (que assumiu o papel após a desistência de Sharon Stone), além de ser genérica, se ela não estivesse na produção, não teria feito a menor diferença.

Besouro Azul” não chega a ser a bomba que todos estavam pensando, mas também foge de ser uma obra prima da DC. Só consegue ser divertidinho e gostosinho de ser conferido, sem muito alarde.

Obs: existem duas cenas pós-créditos.

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