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Crítica | Drácula: A Última Viagem do Demeter

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Em determinado ponto, o cineasta André Øvredal (“Histórias Assustadoras Para Se Contar no Escuro“) comentou que idealizou “Drácula: A Última Viagem do Demeter“, pensando em uma espécie de “Alien: O Oitavo Passageiro“, se passando em um navio, ao invés de uma nave. Só que diferente do clássico de Ridley Scott, temos um longa que não procura fazer um roteiro plausível e uma direção que realmente seja marcante e original. Sim, era melhor a Universal Pictures ter ficado apenas com o Drácula de Nicolas Cage, em “Renfield“, neste ano.

Vale ressaltar também, que até o encerramento dessa crítica, o longa rendeu mundialmente cerca de US$ 19 milhões mundialmente, e como custou US$ 45 milhões, já é um dos maiores fracassos do ano.

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Baseado no arco da carta do Capitão do Demeter, no conto de “Drácula” escrito por Bram Stoker, a história tem início quando o navio citado levará uma misteriosa carga de Bulgária para Londres. Quando, eles estão em pleno oceano, coisas misteriosas e brutais, começam a acontecer no local e os tripulantes descobrem que trata-se do próprio Conde Drácula (Javier Botet), que tomou conta da embarcação.    

Imagem: Universal Pictures (Divulgação)

Ao terminar de conferir essa produção, a única sensação que tive foi “Bela Lugosi está se revirando no túmulo”. Há vários problemas básicos no roteiro de Bragi F. Schut e Zak Olkewicz, e na direção do próprio Øvredal. A princípio eles não só estabelecem um péssimo protagonista, como simplesmente não aprofundam em nada, para nós termos interesse ou sentir as emoções sendo transparecidas.

E nessas horas, ficamos pensando que era mais plausível a Universal ter estudado adaptar o livro de Bram Stoker, como um todo, e este ter sido colocado como um filme em uma possível trilogia ou saga do personagem, ao invés de produzir filmes esporádicos sobre o mesmo, em diferentes contextos.

Sendo escalado como protagonista, o médico Clemens (Corey Hawkins) parece estar totalmente fora de sintonia com o enredo. Em um cenário caótico, pessoas e animais sendo violentamente dilacerados, ele vem se preocupando em fazer discursos de preconceito e racismo (independentemente do timing, que sempre cai na hora errada). A situação fica não só estranha, como o próprio personagem se torna irritante ou interessante (e ocasiona em um protagonismo rasteiro e forçado).

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Pior do que isso, é tentarem transformar a misteriosa Anna (Aisling Franciosi), em uma guerreira que não faz absolutamente nada (e ainda é vendida assim, durante quase todo filme). Isso porque ainda não citei só outros tripulantes, pelos quais possuem os perfis tão genéricos, que nós só ficamos como e quando eles serão alvos do próprio Drácula.

E entrando no mérito da direção, Øvredal realmente não sabe como conduzir uma cena de ação, muito menos alguma que seja assustadora e chocante (como é o próprio livro de Bram Stoker). 90% das sequências de ação são no escuro (apesar do Drácula ser um ser que aparece de noite, já foi mostrado que dá pra fazer mais cinema), 30% delas na chuva e 60% você não consegue ver quase nada. Isso só transmite raiva (já que você está interessado em ver um filme de ação/horror, e não manchas pretas) e tédio para o espectador.

Inclusive, o próprio visual do Drácula se assemelha mais com o Gollum (personagem de “O Senhor dos Anéis”), do que o icônico vilão dos cinemas. Sim, a escolha de conceber aquele em CGI, foi totalmente errônea (uma vez que a sua concepção, quase sempre foi feita por intermédio de maquiagens).

Drácula: A Última Viagem do Demeter” é mais um erro da Universal Pictures, em relação a sua concepção do seu universo de monstros no cinema.

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