Não é novidade que a franquia “Homem-Formiga e a Vespa“, é uma das menos populares da Marvel Studios nos cinemas, mas dentro do arco de “Vingadores Ultimato” foi crucial para buscar uma solução para conseguir estabilizar tudo. Durante a CCXP22, o próprio Kevin Feige e ator Paul Rudd (intérprete de Scott Lang) comentaram que “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania” seria totalmente diferente dos dois longas antecessores e abriria um novo leque das produções da Fase 5 do estúdio (uma vez que o próprio Feige já confessou a quarta fase não ter sido sucedida como imaginaram). Realmente não só foi uma abertura plausível, como a produção conseguiu ser divertida dentro de sua proposta.
Após ter ajudado a salvar o universo em “Vingadores Ultimato“, Scott está vivendo uma vida ótima e gloriosa como nunca teve. Tentando cada vez mais se aproximar de sua filha Cassie (Kathryn Newton), ele acaba descobrindo que a própria estava desenvolvendo em segredo com o próprio Hank Pym (Michael Douglas) uma forma de estabelecer uma conexão com o Reino Quântico. Porém, o mesmo não só acaba sugando os próprios, como os coloca em um cenário onde terão de enfrentar alguns segredos do passado de Janet (Michelle Pfeiffer).
Imagem: Marvel Studios (Divulgação)
Diferente dos recentes “Thor: Amor e Trovão” e “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura“, o roteirista Jeff Loveness estava ciente dos erros que levaram ambas produções ao fracasso da opinião do público (como o fato de deixarem os protagonistas como verdadeiros patetas, sendo sempre superados facilmente por qualquer personagem feminina), e a constante queda visceral nas bilheterias. Temos agora não só um filme que ascende aquela chama do verdadeiro “trabalho em equipe”, como também se encaixaria perfeitamente no contexto de “nenhum personagem é deixado para trás”.
Temos cinco protagonistas (Scott, Hope, Cassie, Janet e Hank), que sempre possuem alguma breve importância para o contexto da história, e tudo não é resolvido de maneira simples (uma vez que a própria Cassie passa boa parte do tempo se atrapalhando com o traje, uma vez que ela é obrigada a agir por impulso). E este tipo de narrativa não só combina com o contexto da história (já que quatro deles estão explorando um território desconhecido), como remete a franquias sucedidas como “Star Trek” e “Star Wars”.
O mérito também cai para o ator Jonathan Majors, que mesmo começando a ser apresentado lentamente dentro do UCM (já que conhecemos uma das variantes de Kang, na primeira temporada de “Loki”), a sensação é de que realmente algo mais complexo está por vir (e o intérprete caiu como uma luva para o mesmo).
Agora como nem tudo é às mil maravilhas, a retratação de M.O.D.O.K. (Corey Stoll) é uma das piores e mais ridículas coisas do filme (inclusive a origem do personagem é totalmente diferente das HQS). Embora a persona do vilão realmente seja caricata, os efeitos visuais conseguem ser piores que os mostrados em filmes como “Sharkboy e Lavagirl”, para representá-lo (e não só para ele, mas como em boa parte da narrativa, o CGI continua precário).
“Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania” não é uma maravilha de filme, mas consegue ser um dos melhores longas da Marvel nos últimos tempos. Uma abertura de Fase 5 justa, e que deixou muitas pontas soltas para o que virá nas próximas produções do estúdio.
Obs: o filme tem duas cenas pós-créditos de importância para as próximas produções da Marvel.