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Crítica | Meu Pai é um Perigo

Engenharia do Cinema

Já não é novidade que o veterano Robert De Niro tem mirado em projetos diversificados em sua carreira, onde alguns deles o próprio acabou aceitando por causa do cachê (e até mesmo por diversão, como o próprio já alegou). “Meu Pai é Um Perigo” se encaixa perfeitamente neste exemplo, uma vez que estamos falando de uma comédia pastelão, onde nitidamente o mesmo não aceitaria fazer há 30 anos.

Inspirado na vida do próprio comediante Sebastian Maniscalco (que interpreta a si mesmo, e escreveu o roteiro com Austen Earl), ele conta a trajetória de sua vida quando se viu forçado a levar seu Pai, Salvo (De Niro) a passar o feriado de 04 de julho com a família de sua futura noiva, Ellie (Leslie Bibb). Só que devido a estes serem de uma classe totalmente superior a do primeiro, vários conflitos se instalam no lugar.

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Imagem: Paris Filmes (Divulgação)

O longa se abre com uma extensa narração em off do próprio Sebastian, contando toda a história de origem da sua família, seus costumes e como ele cresceu de forma simples com seu Pai (que é proprietário de um salão de beleza). Neste prólogo é perceptível que este é um projeto de amor e muito pessoal do próprio (que nitidamente se tornou viável por conta de seu crescimento na carreira), ao mostrar o carinho que ele tem com os envolvidos nesta história.   

Mesmo com um roteiro com várias piadas no estilo pastelão (onde algumas funcionam, já outras são nitidamente cópias de outros filmes, tendo a mesma história), o principal problema se dá na direção e edição do longa. Seja pelos cortes abruptos em algumas cenas (principalmente nos arcos que intercalam a decisão da viagem/saída do avião), e a diretora Laura Terruso não saber conduzir uma atmosfera dramática, no meio de vários arcos pastelões (uma vez que o roteiro joga isso, mas o filme não transmite).

E isso acaba ficando para escanteio, mais pela boa vontade de De Niro (que nitidamente estava se divertindo) e Brett Dier (que vive o irmão hippie de Ellie, Doug, e rouba a cena em boa parte do longa, do que de algumas atrizes como Leslie Bibb e Kim Cantrall (pelas quais estavam ali forçadas e desinteressadas). 

Meu Pai é Um Perigo” termina sendo mais uma produção descartável de Robert De Niro, que mesmo com seus descuidos, consegue ser válida para passar o tempo.    

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