Realmente o humor de Mike Myers (criador de personagens como Austin Powers) não é feito para todos (já que muitos costumam não entender ou até mesmo gostam de humor nonsense com pastelão). Após um grande hiato neste estilo de produção, ele voltou a interpretar este estilo de personagens na sua nova minissérie para a Netflix, “O Pentavirato“. Interpretando vários personagens englobando populares “teorias de conspiração”, estamos falando de mais um produto da plataforma que acaba se prejudicando por conta de suas mensagens em prol de “ideologias” e jogam tudo que estava sendo proposto para escanteio.
A história gira em torno do jornalista canadense Ken Scarborough (Myers), que após ter sido ameaçado em perder o seu emprego resolve se unir a cinegrafista Reilly Clayton (Lydia West), para tentar encontrar algo de interessante na convenção de teorias de conspiração. No local, ele se da conta do grupo “Pentavirato” que é responsável por influenciar em vários acontecimentos da humanidade.
Imagem: Netflix (Divulgação)
Só que como ele não usufruiu apenas deste quesito para criar seu roteiro, ele erra a mão quando acaba colocando piadas para os personagens coadjuvantes. Participações de nomes como Debi Mazar, Keegan-Michael Key (que realmente está fazendo quase todas as produções da Netflix) e Ken Jeong soam como forçadas e cansativas (já que eles teclam sempre na mesma piada, mesmo que ela não tenha funcionado). Diferente do veterano Jeremy Irons (“Casa Gucci“), que é escalado para narrar as aberturas dos episódios e acaba fazendo as mesmas serem interessantes a ponto de não pularmos a mesma (um dos grandes problemas que a maioria das séries enfrentam).
Com relação a outros graves erros do roteiro (que certamente deve ter sido a famosa “intervenção da Netflix”), é quando eles resolvem discutir assuntos como racismo, homofobia e até mesmo feminismo. O próprio enredo não havia criado estas situações em seu primórdio, e isso soa totalmente como jogado na tela e esfregado na cara do espectador de forma forçada (o que fará muitos acabarem odiando os arcos finais da mesma).
Em seu desfecho, “O Pentavirato” acabará dividindo o espectador, pois desde o principio vemos que se trata de uma produção feita para, e apenas, fãs do comediante Mike Myers.