Quando lançou a primeira temporada da série O Mecanismo no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, em março passado, a Netflix escalou o elenco da série teen 3% para conversar com a imprensa no tapete vermelho. Muitos dos atores passaram por lá sem muitos pedidos para entrevistas. Seria a primeira produção original da Netflix no País um fracasso? Longe disso!
Em março do ano passado, a plataforma revelou que 3% era a série de língua não-inglesa mais assistida nos Estados Unidos (talvez tenha perdido esse posto para a espanhola La Casa de Papel). Além disso, 50% da audiência dessa produção vem de outros países. Austrália, Canadá, França, Itália, Coreia do Sul e Turquia são outros países que vibraram com a série. Justiça seja feita, 3% é muito bem produzida e surfa numa onda de franquias teens bem sucedidas, como Jogos Vorazes e Divergente.
Na última sexta-feira, a Netflix lançou mundialmente, em mais de 190 países, a segunda temporada. Para quem ainda não conhece, 3% é um thriller pós-apocalíptico que se passa no Brasil em um futuro não distante, onde alguns poucos são aceitos a integrar uma sociedade privilegiada após passarem por um processo intenso e competitivo. Questões sociais, raciais e de meritocracia são abordadas nessa produção de Pedro Aguilera.
Para quem ainda não conseguiu maratonar a primeira etapa, melhor parar por aqui. A trama na segunda temporada começa pouco antes do início do Processo 105. A Causa prepara mais um ataque, enquanto Michele Santana (Bianca Comparato) e Rafael Moreira (Rodolfo Valente), atualmente morando no Maralto, serão testados o tempo todo.
Para quem achou a primeira temporada um pouco mais amarrada, a segunda segue um caminho mais intenso. Deixa de ser apenas um jogo e passa a explorar bem os personagens, algo que senti falta nos primeiros episódios. Se você ainda não tinha uma torcida específica, agora, certamente vai escolher um deles.
A adição de flashbacks também funciona para corrigir alguns pontos não muito explicados. A possibilidade de uma terceira temporada deve ganhar força com o novo rumo da série. E o resultado, seja aqui ou no exterior, não deve decepcionar.