PABLO MELLO
Na última quinta-feira (8), estive no Sesc Santos e assisti ao show da talentosíssima Dani Vellocet. Cheguei na metade da apresentação, é verdade. Mas foi o suficiente para sentir toda a intensidade e presença de palco da cantora.
Assim como Dani, hoje podemos pontuar que claramente existe uma movimentação feminina muito intensa e bonita no cenário musical independente. Dois exemplos que provam isso são a PWR Records e a União das Mulheres Underground.
O primeiro atua como um selo, que recentemente emplacou nomes como Musa Híbrida, Não Não-Eu, Cora, entre outras. A gravadora lança apenas trabalhos com mulheres na formação.
Já a União das Mulheres Underground, trata-se de uma página colaborativa que tem o intuito de estimular a presença das mulheres no underground. O legal é que a página compartilha e fala sobre bandas e artistas sem distinção ou especificação de gêneros – apesar de tenderem a sons mais pesados.
Enfim, toda essa introdução é apenas para dizer que tenho visto vários bons e belos nomes pairando no independente. E pensando em você – que assim como eu – adora conhecer sons novos do nosso querido indie brasileiro, fiz uma lista de quatro nomes que merecem a sua atenção – especialmente nos próximos meses.
Yma
Definitivamente, uma das coisas mais legais que conheci em 2018. A cantora tem uma espécie de voz “sussurrada” e doce. Sua sonoridade é algo entre o indie e o dream pop. Com uma estética pra lá de interessante, ela já lançou três singles até aqui: Vampiro, Summer Lover e Sabiá.
Em setembro, a cantora conseguiu arrecadar o montante que precisava de verba para produzir o seu primeiro álbum, intitulado Par de Olhos. O disco tem lançamento previsto para o dia 23 de novembro
Brvnks
Há dois anos, Bruna Guimarães, digo, Brvnks lançou o EP Lanches pelo selo Dull Dog Records. Um apanhado de quatro faixas em inglês. De alguma forma, mesmo que rasa, aquilo me remetia ao grunge – o que eu particularmente adoro. Bem, no último dia 2, a cantora lançou o single Yas Queen, que segue a mesma linha. Simplicidade, sutileza e indie rock. O detalhe é que a sua última música foi lançada via Sony. Ou seja, provavelmente ouviremos mais coisas da cantora em breve.
Letty
Acidez, distorção de overdrive e uma voz um tanto grave/rouca, que me remete à Brody Dalle (vocalista do The Distillers) em alguns momementos. Nada definiria melhor o instigante EP The Rolling Stones Were Always Wrong, lançado na última quinta-feira (8) pela Howlin’ Records.
Resumidamente, se você gosta de The Hives ou de The Distillers, vai que é sua. São cinco faixas, sendo as duas primeiras (Alright e My Blood), mais intensas. Uma curiosidade é que a música 33, vulgo terceira canção do EP, conta com a participação especial de Matheus Krempel (vocalista dos The Bombers, de Santos).
Este foi o primeiro material que ouvi da Letty, que já havia lançado o single Golpista e o EP Songs I Should Never Have Written, em 2016.
Luísa e os Alquimistas
Com uma sonoridade eletrônica, pop e latina, Luísa e os Alquimistas é uma boa pedida para quem curte um som mais dançante, que ainda assim se faz experimental. O álbum Vekanandra prova isso ao obter canções QUATRO línguas diferentes. A sonoridade soa como uma mistura de Grimes e Bomba Estereo com umas pitadas de techno brega.
O disco Vekandra foi lançado pela PWR Records (selo que citamos no início do texto) em novembro de 2017. No último dia 22 de outubro, a banda divulgou sua participação do Estúdio Showlivre.