Março foi um mês e tanto para os aficionados por lançamentos efervescentes. Hoje, decidi comentar em especial sobre os novos discos de Liniker e os Caramelows e Francisco El Hombre, já que ambos tocam em Santos nas próximas semanas. Liniker, chega à Cidade no dia 20 deste mês. Já a Francisco, toca por aqui em maio.
Falando do grupo que ficou inicialmente conhecido pelo sucesso Zero, divulgado em meados de 2015, Liniker e os Caramelows agora retornam com o lançamento do álbum Goela Abaixo, sucessor do estrondoso Remonta (2016). O novo trabalho é ardentemente mais sentido que este, inclusive. As letras abordam as relações afetivas de uma maneira um tanto quanto direta. As faixas Brecho e Lava são exemplo disso. Beau, por sua vez, é mais dançante e dá uma tônica interessante enquanto, assim como De Ontem, nos faz recordar do álbum anterior da banda.
Bem Bom foi outra faixa que me chamou a atenção ao trazer uma explícita crescente no amadurecimento do grupo. A música conta com a participação especial da Mahmundi, que atua com belos e sutis backing vocals.
Intimidade é a minha faixa favorita neste trabalho. Ela soa como um respiro, quase que literal, após a explosão melódica que paira os trechos finais de Amarela Paixão. A música traz ainda mais à tona a força da nova romanticidade de Liniker, que se destaca com agudos intensos no trecho dos 2:40 da música.
Por fim, pode-se dizer que Calmô – single divulgado ainda em dezembro de 2018 – resume toda a aura do disco que é composto por um total de 14 canções. Sinto que ela fala muito sobre amar e ser amado. Isso em meio à tranquilidade e felicidade que isso traz. Gosto de como a canção mista português e espanhol.
Agora, hablando do Francisco El Hombre, a banda que é formada por Juliana Strassacapa, Mateo Piracés-Ugarte, Sebastián Piracés-Ugarte, Andrei Martinez Kozyreff e Rafael Gomes traz algo que enxerga como uma ruptura. E bem, isso faz um sentido danado. É que o disco RASGACABEZA consiste em uma grande explosão musical. Fiquei extasiado com a faixa de abertura CHAMA ADRENALINA: gasolina. A música já diz ao que o grupo veio. O álbum prossegue no mesmo feeling na seguinte CHÃO TETO PAREDE: pegando fogo.
TRAVOU: tela azul traz claras influências da música eletrônicas. A canção inicia-se num ritmo mais desacelerado que as duas faixas anteriores, porém cresce gradativamente. ENCALDEIRANDO: aqui dentro da quente, é onde a banda mostra sua personalidade num balanço, com guitarras em clean em meio á diversas percussões.
O ponto alto do álbum ocorre na pop (e já conhecida) O Tempo É Sua Morada. A música se difere tanto do álbum, que me impressiono da mesma integrar tal setlist. O refrão é forte, como nas outras faixas. No entanto, a melodia me faz rasamente recordar do hit Triste, Louca ou Má. Acho que isso rola pelo maior espaço dado à voz feminina, que é repleta de força e personalidade.
O Tempo É Sua Morada aborda o momento de superação à uma perda sem deixá-la de distante do campo das melhores memórias possíveis que podemos ter sobre a mesma.
Enfim! O álbum RASGACABEZA ainda conta com as músicas PARAFUSO SOLTO: ponto morto; MANDA BALA FOGO: não preciso de você e SE HOJE TÁ ASSIM: imagina amanhã. A última, que encerra o disco, é um grito pra lá de contemporâneo, inclusive, contextualizando-o com a realidade política e social que vivemos hoje.