CCXP 2020: Festival ganhará primeira edição 100% online
Em 2019, a CCXP se consolidou com um dos maiores festivais relacionados a cultura pop do Brasil. Para 2020, a organização do evento já havia planejado mais uma edição histórica. Contudo a pandemia da Covid-19 pegou todos de surpresa. Por conta do isolamento, organizadores da CCXP vem discutindo o formato adequado para o festival neste ano. Após meses de estudos e ouvindo a opinião de diversos fãs, a organização decidiu anunciar para o início de dezembro sua primeira edição 100% virtual. “Não será uma simples live. Direcionamos todos os esforços para que cada parte da CCXP esteja presente na casa de milhares de pessoas, como um pedacinho da experiência, só que digital. E justamente por ser digital, pela primeira vez na história, teremos um evento de escala global para a indústria do entretenimento”, afirma Marcelo Forlani, head de cultura e diversidade da Omelete Company. E como uma saga épica, essa edição especial terá nome e sobrenome especiais: CCXP Worlds: A Journey of Hope, que traz uma mensagem positiva após um período difícil para o mundo inteiro. Mais informações sobre o festival serão divulgadas em breve no site.
Sob o nome de Murais, Hélio Morais prepara lançamento de álbum solo
O português Hélio Morais, das bandas Linda Martini e PAUS, segue se preparando para divulgar o disco MURAIS. Vale lembrar que o nome também é a forma que Hélio assina nesta nova fase da carreira. Ademais, o trabalho leva este título justamente por ser uma faceta desconstruída daquele que é normalmente visto pelo público na bateria das duas bandas que participa. O disco foi produzido por Benke, membro do Boogarins, e já conta com o single Não Sou Pablo Não Sou Nada, divulgado recentemente. A divulgação segue nesta sexta-feira (17), onde o artista lançará Catatua.
Malifoo divulga videoclipe para a canção Tell Me Something
O DJ Malifoo divulgou nesta quinta-feira (16), o videoclipe do single Tell Me Something. Em resumo, a faixa conta uma história de amor. Ademais, o clipe teve a direção de Jônatan Macedo. “Essa experiência assim como o clipe, é uma lembrança feliz em minha vida e como um amante de desenho animado mal vejo a hora de produzir uma próxima história”, disse. Malifoo também se mostrou muito satisfeito com o resultado do clipe. Segundo ele, a gravação transborda felicidade e amor, assim como a faixa. Vale lembrar que o artista integra o line-up do projeto Juntos Pela Vila Gilda, primeira ação social do Blog n’ Roll, que acontece nos próximos dias 25 e 26.
Entrevista | Alba Santos – “O Brasil é abençoado na música”
Recentemente, a cantora espanhola Alba Santos divulgou o seu novo álbum, chamado Improvisación. Em resumo, o trabalho foi lançado no dia 15 de maio e contempla músicas em espanhol, português e inglês. A artista de formação jazzística morou dez anos em São Paulo e fez participações com músicos da cena brasileira, como o contrabaixista Thiago Espírito Santo, o pianista e acordeonista Guilherme Ribeiro ou o saxofonista cubano Felipe Lamoglia. Além disso, em 2017 participou do Santos Jazz Festival junto com o contrabaixista brasileiro Thiago Espírito Santo e a pianista Silvia Góes. No mesmo ano, a cantora realizou seu show autoral no festival, ao lado de Aniel Someillan. Em entrevista ao Blog n’ Roll, Alba Santos fala sobre Improvisación, além de seus planos para o futuro e, claro, sua participação no Juntos Pela Vila Gilda, que está chegando! Seu novo álbum Improvisación levou mais de um ano para ser lançado. Como foi o processo criativo do trabalho? Foi um processo de alguns anos, porque na verdade o disco é por assim dizer uma trajetória, uma compilação de um momento da minha carreira musical. E só o começo da história, porque já estou gravando novas coisas. O processo se deu naturalmente, junto ao meu parceiro de produção e composição durante todo o disco, Aniel Someillan. Temos trabalhado há mais de cinco anos juntos e durante esse tempo foram saindo as músicas que compõem esse trabalho. Você canta em espanhol, português e inglês. Isso acaba dificultando a produção do álbum? Como você faz para direcionar as composições para um desses idiomas? Sim, e no começo me perguntei várias vezes se deveria encaixar tudo isso no mesmo trabalho. Mas Aniel Somillan, achou isso um ponto mais positivo do que negativo, e ao produzir o disco pensou em unificar tudo isso pelo meio da sonoridade e os arranjos. O disco inteiro apesar de ter diferentes línguas e ritmos tem uma unidade de conceito. No ano passado, foi lançado o videoclipe de Improvisación, antes mesmo da divulgação da álbum. Existe a previsão de mais alguma música ganhar um videoclipe? Sim Improvisación foi o primeiro, mas já tem outro vídeo gravado para Those Eyes que foi um vídeo registrado aqui no Sri Lanka onde nos encontramos agora, com artistas e equipe super talentosos do país. Esse vídeo será lançado a seguir. Mas por enquanto pode ir degustando Improvisación, pois o primeiro foi gravado como making of, durante a gravação do disco. Em sinergia com o jazz, você incluiu o bom e velho samba brasileiro na música Batucada. Quais gêneros musicais brasileiros costuma ouvir? E quais artistas brasileiros não saem da sua playlist? Conheci a música brasileira por causa da Bossa Nova, mas não demorei em conhecer o samba, choro, baião, forro, pagode, ixeja, e outros ritmos brasileiros quando tive a oportunidade de viver no brasil. Na verdade, o Brasil é abençoado na música. Quais são as suas inspirações e influências musicais? Comecei ouvindo Barry White e George Benson em casa pelo meu pai, mas também bebi de Tom Jobim e João Gilberto quando ainda não tinha pisado o Brasil. Escuto muito jazz, sobre todo instrumental, e novos artistas como Anderson Paak, Gretchen Parlato, Roy Hargroove. Amo ouvir Marvin Gaye, fui muito fã de Michael Jackson e gosto muito de Sade. Me inspiro com a natureza, com a vida e as experiências e me inspira muito o horizonte e o mar. Na quarentena, o que tem feito para se reinventar enquanto artista? Tem produzido algo? Na quarentena fiquei trabalhando em muitas coisas que tinha pendentes, sabe aquela lista de coisas a fazer? Bom, acho que consegui realizar quase toda a lista. Lancei um videoclipe de um outro trabalho e uma música com um compositor americano, e preparei o lançamento do meu disco Improvisación que saiu no dia 15 de Maio no meio da pandemia. E decidi lançá-lo agora porque senti que as pessoas podiam estar receptivas durante o isolamento, pois música é um dos melhores remédios para acalmar e confortar a alma. Então, achei que era necessário nessa hora compartilhar um trabalho que pudesse inspirar outras pessoas, e motivá-las a seguir em frente. E quais são os seus planos pós pandemia? Continuar nessa caminhada que é a vida, aportando meu melhor. Você participará da ação social Juntos Pela Vila Gilda. Gostaria que falasse um pouco sobre a importância de eventos como este e o que espera da apresentação. Sim, acredito 100% em ações sociais, pois o artista está aqui para espalhar uma mensagem para o mundo. E se todos nos unirmos por causas humanas o mundo só pode melhorar, então é fundamental esse movimento.
Entrevista | Julio Igrejas – “A música tem um poder transformador”
A banda gaúcha Julio Igrejas foi criada em dezembro de 1995. Entretanto foi apenas em 1997 que fez seu primeiro show e gravou sua primeira fita demo. Em resumo, 1996 foi destinado para a criação de músicas, ensaios e testes de formação. “Nessa época era muito difícil gravar músicas, ao contrário de hoje, que praticamente todo mundo consegue gravar em casa e com qualidade muito boa”, diz o vocalista, Christian Satã. Duas décadas é muito tempo, e de lá pra cá, muitas coisas mudaram no cenário musical. Desde a tecnologia ao marketing de divulgação, e para Christian a segunda é a mais significativa. “O final dos 1990 e o início dos anos 2000 foram maravilhosos para o cenário underground, nessa época tínhamos shows sempre lotados e um público muito sedento por novidade, o que nos dias atuais infelizmente não acontece”, comenta. “Entre as mudanças mais significativas colocaria a forma como a música é divulgada. Nós começamos com a fita cassete Demo Ska Punk (1997), passamos pelo CD-r caseiro, Músicas de Amor (2002), pelo CD-r industrial, Perfil (2006), pelo CD prensado, Descongelando Corações (2014) e chegamos à era digital com O Último Álbum (2019)”, completa. Além de Christan Satã (guitarra e vocal), a banda também conta com o talento de Luan Sanchotene (baixo e vocais) e Arthur Pitt (bateria). A era digital e O Último Álbum A princípio o nome O Último Álbum foi dado ao CD porque, provavelmente, será o último álbum lançado em mídia física. “Logo após o lançamento do Descongelando Corações, começamos a compor músicas novas para o próximo trabalho”, comenta o vocalista. Entretanto, durante o processo criativo, a banda passou por uma troca de baterista, fazendo com que oito músicas fossem arquivadas. “Depois que o baterista novo estava completamente entrosado com a banda, começamos a trabalhar naquelas oito músicas e mais algumas novas. Em 2018 entramos em estúdio para gravar as 15 músicas que estão no CD”. Além da primeira explicação para o nome do álbum, há mais uma, segundo Christian. “Decidimos fazê-lo como se fosse última coisa das nossas vidas, ou seja, com uma dedicação total”. Ska Punk Talk Show na quarentena Ska Punk Talk Show nasceu de uma brincadeira do Rafael e o Giordano, da banda Estragonoff. Antes do início da pandemia as bandas estavam preparando um show conjunto. “Queríamos fazer um evento diferente, tínhamos várias ideias”, diz Satã. Neste ínterim, veio a pandemia e o show foi adiado, mas eles não desistiram de trabalhar juntos. Então combinaram de fazer uma live em conjunto, que seria conduzida por Christian. “A ideia inicial era uma hora com cada um. Mas o papo rendeu, pessoal que estava acompanhando curtiu muito e acabamos fazendo duas horas com cada, totalizando quatro horas de live”. Infelizmente a primeira hora da live não foi gravada, entretanto um amigo percebeu e logo após gravou as horas que sucederam, se tornando o responsável pela captação e edição do programa. “Se não fosse ele, Ska Punk Talk Show seria só uma live pra quem viu na hora”. Devido à propagação do novo coronavírus, outros trabalhos da banda também precisaram de adaptação. Julio Igrejas no Juntos Pela Vila Gilda “Eu acredito que a função mais importante de uma banda é participar de ações sociais, tanto que sempre que somos convidados a participar de eventos como o Juntos Pela Vila Gilda, fazemos questão de nos envolvermos”. “Ter a possibilidade de ajudar pessoas que passam por necessidades é o mínimo que podemos fazer. A gente sempre tenta passar a ideia de alegria e de amor. Acredita que a música tem um poder transformador”, finaliza. Por fim, a banda decidiu fazer surpresa e não revelar o nome das músicas que irão apresentar, mas deixaram o spoiler: são duas músicas d’O Último Álbum.
Entrevista | Cláudio Lins – “É uma maneira de devolver o carinho que nos dão”
Entrevista | Ugo Castro Alves – “É isso que a gente pode fazer como artista”
Ugo Castro Alves é cantor, produtor e multi-instrumentista. Seu primeiro disco autoral é Sonho de Voar, o qual rendeu um convite para o Festival Internacional de Jazz de Perth, na Austrália. O segundo é Ziguezaguiá, mas ele já está na produção de mais um. Como resultado de sua atuação em diversas áreas, o cantor diz que todo o trabalho que contém empenho sempre traz alegrias e como qualquer profissão passa por momentos bons, fáceis e também difíceis. “Eu adoro tocar, adoro tá no palco, adoro compor, é muito gratificante. Mas a produção é um caminho que enxerguei desde que comecei a tocar, entender que se não soubesse me produzir, a minha música não chegaria nas pessoas”. O artista completa: “Diria que gosto mesmo de atuar no que é fazer música. Acho que hoje em dia, cada vez mais o artista tem que entender que fazer música envolve sim você dominar as ferramentas de produção. Você tem que saber produzir, mexer nas ferramentas e essa é minha busca, é isso que tento levar pra frente”. Respirando cultura Para Ugo Castro Alves, a cultura é a identidade de um povo, uma identidade nacional muito ampla desde o vestir, comer, se expressar. Em resumo, o artista define que a cultura brasileira é efervescente, multi e plural. “A gente não pode perder essa identidade. Pela rádio, pelo capitalismo, é tentar manter viva a nossa riqueza. Cultura é tudo, é a vida, não tem como separar. A gente acorda e ouve uma música, escolhe uma roupa, a gente fala de um jeito, né? O santista fala de um jeito que é cultural nosso e se for pra Bahia vão ser outras influências, outro jeito de falar, outro jeito de vestir, de se portar, se alimentar, então é… a beleza da nossa cultura e pluralidade”. Cultura no cenário atual Como resultado da pandemia, muitos artistas estão passando por uns momentos difíceis, principalmente com a falta de incentivo por partes dos órgãos públicos. Apesar de toda essa dificuldade, Ugo diz que a maior conquista foi a lei Aldir Blanc e acredita em dias melhores. “A gente está num momento difícil para a cultura, mas acredito demais na força que o artista tem, que a gente tem, e carrega com agente de ressignificar esse momento, encontrar saídas, crescer mesmo nessa crise”. Futuro pós pandemia A tecnologia e as plataformas digitais têm sido ferramentas indispensáveis no atual cenário. Em meio à pandemia, os artistas vêm se inspirando e trabalhando ainda mais para lançar novos projetos. Em contrapartida, Ugo Castro Alves compôs várias canções na quarentena e está trabalhando na pré-produção de um novo disco. Além disso, ele possui vários projetos, tais como Komboio Cultural, uma ocupação de espaço públicos através de uma Kombi adesivada com som que leva arte e cultura para as regiões periféricas; o festival Mais que é um festival de fomento à música autoral da Baixada; a Associação Cultural Porto Circense, um espaço que fica no Canal 5, onde tem evento e cursos. Além disso, possui alguns trabalhos com sua esposa e cantora Lu Amarino, que são Saramandaia e Ziguezaguia, voltados para o público infantil. Juntos Pela Vila Gilda Confirmado no Juntos Pela Vila Gilda, Ugo, que é professor por volta de sete anos lá no Arte no Dique, fala que é uma área que conhece bem e possui um carinho e afeto muito grande pelo local. Ele convida as pessoas a conhecer o local e enfatiza o incentivo às políticas públicas de melhorias no local. “É isso que a gente pode fazer como artista, nos doar neste movimento de ajuda a quem mais precisa. Torço para que seja um sucesso e que a gente consiga arrecadar bastante para melhorar um pouquinho a vida dessas pessoas”.