Hate For Sale: The Pretenders apresenta seu 11º disco em estúdio
The Pretenders, banda integrante do Hall da Fama do Rock n’ Roll com mais de 40 anos de carreira, divulgou nesta sexta-feira (17) o disco Hate For Sale. Com dez canções inéditas, o álbum é o primeiro lançamento do grupo em quatro anos. Ademais, este é o 11º trabalho em estúdio do conjunto. E não é só o lançamento do projeto que o The Pretenders soltou nesta sexta. Foi lançado também o clipe do single You Can’t Hurt a Foll. Contudo, a banda também soltou uma experiência virtual exclusiva para o povo brasileiro, que você pode conferir aqui.
Homenageando a banda T. Rex, Joan Jett divulga sua versão de Jeepster
Joan Jett deu as caras nesta sexta-feira (17) de lançamentos. A artista divulgou uma nova versão de Jeepster. Vale lembrar que a faixa estará no disco AngelHeaded Hipster. Em resumo, o trabalho é um tributo à Marc Bolan e a banda T. Rex. O disco traz diversos nomes de peso, como Nick Cave, U2, Elton John, entre outros. Ademais, o projeto será divulgado no dia 4 de setembro.
Morre Mr. Chi Pig, vocalista e fundador do SNFU
Ken Chinn, vocalista da banda punk canadense SNFU, morreu nesta sexta-feira (17). O músico tinha 57 anos e a causa da morte ainda não foi revelada. Contudo, Mr. Chi Pig, como era conhecido no cenário musical, estava sofrendo ao longo dos últimos anos com problemas de saúde. Ademais, o vocalista foi um dos poucos músicos a ter coragem e revelar sua homossexualidade durante a década de 1990. Como frontman do Society’s No Fucking Use, Ken ficou conhecido por toda sua teatralidade no palco.
Entrevista | Zebra Zebra – “O artista tem sensibilidade para transformar o mundo”
Parte do lineup do Juntos Pela Vila Gilda, a Zebra Zebra não se reúne presencialmente desde o começo do ano, devido à pandemia. Os membros estão seguindo rigorosamente às orientações da OMS. Paralelamente, a banda também passa por uma mudança de formação, já que o guitarrista Eric foi morar no Canadá. Cada integrante tem produzido e gravado remotamente, experimentando a captação feita em casa pelo celular. Isso inclui um projeto paralelo chamado MAPA: Música Atemporal Para Aliviar, com intuito de passar mensagens positivas e fazer as pessoas se sentirem bem durante a quarentena através da música, em versões cover. O projeto é de integrantes da banda com outros artistas. O último lançamento oficial da banda foi o single Regra, Sermão e Temaki, de 2016. O single sucessor precisou ser “modificado” por conta da pandemia. Segundo o vocalista Kennedy Lui, tiveram que readaptar a ideia do lançamento de um clipe inédito. “Estamos no processo de finalização, acredito que esteja 70% pronto”. Lições da pandemia e o futuro do mundo Entre as lições da pandemia, o vocalista cita que “o ser humano precisa se compreender melhor, já que essa [pandemia] é uma resposta do meio ambiente para a nossa ação humana desregrada. Com a pandemia, aprendemos a diferenciar quem está de fato disposto a pensar no coletivo e quem só pensa no individual”. Segundo ele, isso se aplica à classe artística também: “o artista tem uma sensibilidade maior para transformar o mundo em um lugar melhor, seja por reflexão ou entregando alegria por meio de músicas felizes”. Kenney, inclusive, reclama da falta de noção de alguns músicos, principalmente da cena mainstream, em meio ao isolamento social. “São artistas cheios de dinheiro já, querendo fazer live sem necessidade. Outros nem ganham nada. Fazem a live no condomínio só por fama”, explica. Para o artista, não existe um ‘protocolo respeitado’ sem o confinamento e testagem de vírus de todos os integrantes e pessoas envolvidas na produção de uma live. Sobre o futuro, Kennedy imagina uma reestruturação de espaços públicos, com provas de que os ambientes culturais, especialmente bares e teatros, estejam bem higienizados e esterilizados. “Para que as pessoas se sintam mais confortáveis e cuidadas em um evento”, contou. Críticas políticas No Carnaval de 2019, a Zebra Zebra lançou o clipe de uma marchinha, intitulada Marchinha do Laranja. Ela fazia uma crítica ao ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz. A música teve uma altíssima repercussão durante o carnaval, mas a banda sentiu um impacto: os seguidores que apoiavam o Bolsonaro diminuíram, mas Kennedy garante que o acontecimento foi positivo. “Estamos num momento que a banda não compactua com nenhuma ideia que ele tenha, então fico até feliz que essas pessoas saíram da nossa vida”, contou Kennedy. Esse ano, a banda lançou a Marchinha da Fartura, que era uma crítica ao esquema de rachadinha de Flávio Bolsonaro. Porém, segundo o vocalista, a música não obteve tanto sucesso por também criticar o governo PT. Juntos Pelo Vila Gilda Para a Zebra Zebra, existe o desafio de ter a saída de um integrante e não conseguir ensaiar com o novo membro. Mas isso não atrapalhará o evento: “o convite foi muito agradável, estamos preparando a releitura de uma música do nosso primeiro disco, e se tivermos tempo entregaremos também uma música inédita especial para a live”, conta o músico. Segundo ele, é ótimo ajudar da maneira que eles fazem melhor, que é tocando, por uma causa que é fundamental. “Acho maravilhosa a iniciativa, é um marco histórico dentro da música da nossa região, estou muito feliz de fazer parte disso”.
Entrevista | 2DE1 – “Precisamos nos unir para construir uma rede de apoio”
A vida dos santistas Felipe e Fernando Soares se cruzou na barriga da mãe. Até o sétimo mês da gestação, ela acreditava que em seu ventre havia um único bebê. Os dois corações se sincronizavam, ecoando uma mesma batida. Com esta simbologia, surgiu assim o nome da dupla: 2DE1. A carreira começou no quadro infantil Novos Talentos, do programa televisivo de Raul Gil em 2007. Com 13 anos, os gêmeos cantaram a canção Que Nem Maré, de Jorge Vercillo. Retornaram ao programa com 15, fazendo várias aparições por um ano e meio e alcançando uma boa visibilidade. Posteriormente, em 2014, se lançaram como 2DE1 com um EP homônimo de seis faixas, que foi inserido na trilha sonora da websérie “O Lar de Todas as Cores”. Iniciaram seu som no black music e no R&B, mas foram se moldando com o tempo (e com os discos). Suas influências são Amy Winehouse, Silva, Tulipa Ruiz, The Weekend e Cauby Peixoto. Em seu perfil no Spotify, ainda criaram duas playlists recheadas de canções originais: Fazendo o secso com amorzinho e Lidando com a Ferida. No palco, os dois fazem uma bela apresentação performática. Fernando se torna a drag queen Triz e toca violão e sintetizador. Felipe também não deixa de lado a maquiagem e os figurinos exóticos, tocando vários intrumentos, como guitarra e piano. Ao lado de um baterista e backing vocals, o 2DE1 não desfoca o espetáculo visual. Transe Com o selo da produtora musical Freak, o disco de estreia foi lançado em 2017. Transe é composto por canções de autoaceitação, afeto, amor e liberdade, com um toque de eletrônica e pop. Sua divulgação foi criativa: a agência AKQA – SP, ao lado da dupla e da Freak, cuidou da identidade visual e da panfletagem de Transe. Nos folhetos, haviam trechos das canções do álbum e um link que levava o usuário a tirar uma selfie, podendo assim ouvir as canções e descobrir a fonte de inspiração para as frases da campanha. O sistema exibia uma imagem dividida com a foto de outro usuário que acessou a mesma mensagem. Para ressaltar o discurso do álbum, a ação atingia pessoas que se identificassem com o desejo de liberdade pessoal, incluindo no amor e no sexo. Como resultado, mostravam que independente de qual seja a sua orientação sexual, você nunca estará sozinho. Esqueça isso de que amor livre é putaria ou bacanal, a gente está falando da liberdade de amar, quem, como, quantas pessoas quiser. Liberdade de ser. 2DE1 Ferida Viva Influenciado ainda mais pelo R&B, o último álbum do 2DE1 foi lançado em 25 de outubro de 2019 e simboliza a nova fase da dupla. Com os sentimentos expostos, Ferida Viva traz mais do que nunca a conexão entre os irmãos. Suas canções abordam “do medo à ansiedade, dos romances à solidão”, sendo inteiramente produzido por Felipe. Já a direção criativa ficou por conta de Fernando. O disco conta com parcerias como Jup do Bairro na faixa Caju e Natália Noronha, vocalista da banda Plutão Já Foi Planeta, cantando na faixa Desencontro. Em entrevista ao Blog n’ Roll, o 2DE1 comenta sua evolução musical, principais desafios da carreira e sua participação no Juntos Pela Vila Gilda. Mesmo parecidos fisicamente, isso ocorre nos gostos e personalidade também? Quais as principais distinções entre vocês? Nós temos muito mais similaridades do que diferenças. Morar juntos, trabalhar juntos, sair juntos e a forma de enxergar a vida fazem com que nos pareçamos muito. De qualquer forma, temos sim nossas diferença. O Fernando por exemplo é o letrista da banda, o Felipe o produtor musical, a gente acaba dividindo bem as funções no que cada um faz melhor. Ou até mesmo a diferença na orientação sexual, por exemplo. Fernando é gay, Felipe hétero. Sentiram alguma dificuldade em crescer musicalmente na Baixada Santista? Se sim, qual? Santos é nossa cidade natal, onde aprendemos muito e crescemos como artistas, mas ainda assim é uma cidade com menos recursos e mais distante de lugares que precisamos conviver no dia-a-dia para a construção da nossa carreira. Por isso estamos em São Paulo. Por ser uma capital, permite um maior volume de contatos. A menor distância de estúdios, produtoras e eventos facilita que a gente more aqui. Durante a pandemia, vocês lançaram o clipe de Beijo Grego e Vício Desmedido em parceria com Ton Alves. Além disso, como têm se reinventado nesta época? Confessamos que está bem complicado lidar com a pandemia, não conseguimos tirar muita inspiração desse momento que é definitivamente ruim. Então temos nos dado um tempo pra produzir as coisas com calma e paciência, respeitando nosso tempo de criação. Mas o fato é que estamos em casa, juntos, e disso acabam surgindo algumas ideias, como o clipe de Beijo Grego, ou a série #BrisaNossaSessão. Tudo isso pra tentar desafogar um pouco dessa sensação ruim que a pandemia e o isolamento social proporcionam. O 2DE1 irá participar do Juntos Pela Vila Gilda. Como vocês enxergam a importância de projetos beneficientes para a Baixada Santista? A gente acredita que a pandemia acaba por acentuar as situações de vulnerabilidade das pessoas, e precisamos nos unir para construir uma rede de apoio, como o projeto Juntos Pela Vila Gilda. Projetos como esse permitem uma ajuda paliativa para esses momentos de aprofundamento da crise. Queremos sim falar sobre o futuro próximo, sobre mudanças no sistema, que é o que a gente vem bradando e lutando para, mas pra falarmos sobre futuro é preciso também estarmos vivos. Por isso esses projetos são tão relevantes em momentos como esse.
Entrevista | Abraskadabra – “Em crise a gente vê quão órfão de governo a gente é”
A banda Abraskadabra tem montado um currículo e tanto: turnês internacionais que incluem Japão, Estados Unidos e Europa, músicas tocadas em 68 países por mais de 22 mil ouvintes segundo o Spotify, trilha sonora do X-Games na ESPN… Tudo isso sem contar os inúmeros shows pelo Brasil. O grupo de ska-punk nasceu em Curitiba e é uma das bandas confirmadas no Juntos Pela Vila Gilda. O Blog N’ Roll conversou com Rafa Buga, guitarrista do Abraskadabra, sobre quarentena, música e sua participação no festival. Como foi o início da sua carreira? Quais foram as principais dificuldades? Foi meio comum, aquele esquema de colégio, montar banda com os amigos. Tive umas três bandas antes do Abraskadabra, a diferença é que comecei um pouco mais cedo. Tocava violão desde os 9 anos e banda é presente na minha vida desde os 12, então não sei o que é minha vida sem (risos). No Brasil nada é fácil né, mas a gente também cria uma casca mais grossa. Acho que o mais difícil no início era conseguir espaço pra tocar e poder criar uma ceninha, um público mais fiel. Devemos muito ao maravilhoso JR, dono do 92 graus aqui de Curitiba, que foi o primeiro e sempre abriu as portas pra gente. Essas pessoas são importantíssimas. Quais são suas maiores inspirações? Difícil ir citando, são vários. Mas tudo que é verdadeiro e interessante pro meu ouvido. Gosto muito de pensar em termos de composição, a simplicidade complexa dos Beatles, Queen. Tenho escutado muito Specials, Frenzal Rhomb também. Gosto de muita coisa, todos eles me inspiram e me instigam a me puxar mais. A pandemia atrasou algum projeto que tinha em mente? Como os artistas podem minimizar os impactos dessa fase tão difícil? Sim, o Abraskadabra estava com uma turnê marcada pela Europa em julho/agosto, e tudo levava a crer que seria a turnê mais legal até então. Porém, obviamente tivemos que adiar pro ano que vem; triste, mas pelo menos está de pé ainda. Não tá fácil, ficar longe de viajar pra tocar/ensaiar pra mim é o que pega mais, e pra diminuir os impactos eu sinceramente não sei. Financeiramente é complicado, a gente tem colocado umas coisas novas na loja, entramos nessa de live uma vez ou outra, mas não é a mesma coisa, esses covers de galera não me atraem também. O que pra mim tem sido melhor é focar nas músicas novas, trabalhar na base, no nosso disco novo pro início do ano que vem. Acho que é isso o que posso tirar de melhor desse momento, refletir melhor sobre si e talvez melhorar certos hábitos. E como tem sido sua quarentena? Introspectiva e careta (risos). Tenho lido muito, acho que é o que mais faço. Além disso tenho focado muito no nosso disco novo, muito arquivo rolando de lá pra cá, um mandando pra outro. É um processo diferente, mas tem sido bom. O problema é o tédio que muitas vezes é inibidor da criatividade, mas aos poucos tá saindo. Tenho escutado bastante coisa também, cavocando muita coisa antiga. Tem rolado muito The Muffs, Zeke, Kill Lincoln, Suicide Machines que lançou disco novo esse ano, muito Queen, Specials, Dag Nasty. Tempo não falta. Falando em livros, quais são os títulos que mais curtiu? Na maioria romance. Li uns contos também e agora tô numas biografias: Memórias do Subsolo e O Jogador do Dostoievski, Duas Viagens ao Brasil do Hans Staden, Em Busca de Curitiba Perdida do Trevisan, Pergunte ao Pó do John Fante, que não tinha lido ainda. A biografia do Ozzy, que é de se cagar de rir, Viagem à Roda de Mim Mesmo do Machado de Assis, Doutrina de Choque da Naomi Klein. Acho que foi isso, e acho que Memórias do Subsolo foi o mais sinistro, apesar de ter gostado de todos. Agora estou lendo o On The Road With The Ramones. Qual a data prevista de lançamento do novo disco? Como tem funcionado as gravações? Atualmente acho que estamos com umas 12 músicas, nem todas devem ir pro disco e mais um trilhão de rascunhos. Antes da pandemia estávamos conseguindo ensaiar e produzir bastante em estúdio normal. Agora a parada mudou, cada um no seu canto, então temos usado a tecnologia a nosso favor. O Maka, nosso baterista, comprou até uma bateria eletrônica que tava namorando há tempos. Tá aquele tal de mandar arquivo pra lá e pra cá, e tem sido bom, mas falta um pouco a energia de estar com os instrumentos todo mundo junto. A ideia é fazer mais algumas coisas pra poder entrar em estúdio, ou melhor, ir pra um lugar afastado qualquer pra gravarmos nós mesmos. E nesse ínterim pensar melhor no álbum como um todo. Temos conversado com uns selos e vai ser legal. Nossa ideia é lançar ano que vem na primeira metade, se tudo der certo e a pandemia deixar. Daí é botar o pé na estrada! Atualmente existe um mito de que o rock e o punk são gêneros com dias contados. O que pensa sobre isso? Pergunta difícil. Já pensei algumas vezes sobre isso e é visível que estão cada vez mais encolhidos. A nova geração não tá crescendo com aquela parada de banda, ter bateria em casa, que a nossa época cresceu, rodeado por esse tipo de som, MTV, etc. Hoje eles montam um estúdio em casa e fazem música eletrônica ou outro tipo de coisa. Mas eu acho que isso uma hora enche o saco, e onde tem adolescente, o punk vai estar presente. Sempre foi uma atitude e não só um estilo específico. E isso sempre tem rolado e nunca vai sair, com o rock a mesma coisa. Costumam ser ciclos, mas fora do mainstream o que não falta é banda nova por aí. Que mudanças teremos daqui pra frente, pós-pandemia? Quais lições podemos tirar desse momento? Não tenho ideia de que mudanças acontecerão, mas lições temos várias. Em crise que a gente vê quão órfão desse governo podre a gente
Entrevista | Marcos Canduta – “O artista pode ajudar com seu trabalho”
Marcos Canduta e Débora Gozzoli atuam na música há dez anos e são presença confirmada no Juntos Pela Vila Gilda. A dupla se consagrou na cena musical da Baixada Santista com seu Choro de Bolso, cheio de canções poéticas. Em destaque, assinam o álbum Canções de Amor Caiçara, com Manoel Herzog e participação de Chico Buarque e Zeca Baleiro, feito em homenagem a Santos. Atualmente, durante a pandemia, as apresentações do duo têm acontecido por meio de lives na conta oficial do Choro de Bolso. Elas acontecem sempre às sextas-feiras, às 18h30. Em entrevista ao Blog n’ Roll, Marcos Canduta fala sobre o início do projeto, trabalho com as plataformas digitais em tempos de pandemia e a importância de eventos sociais como o Juntos Pela Vila Gilda. Como surgiu o projeto Choro de Bolso? Trabalhando com música, lá se vão 38 anos, e o Choro de Bolso surgiu tem cerca de 17 anos, quando começamos a nos apresentar na livraria Realejo às sextas-feiras. Você é autor de vários discos, compositor e violinista. Em qual meio gosta mais de atuar? Na verdade gosto de tudo; adoro sentar e escrever arranjos, pra depois ouvir o resultado no disco ou no palco. Adoro compor, escrever música, coisa que faço quase todo dia. Gravar é outra coisa sensacional. Tem muita gente que odeia gravar, pela tensão que gera, mas eu fico feliz cada vez que entro no estúdio e fico ali horas por uma música (risos). O palco talvez seja um dos lugares que eu mais goste de estar: quando você está num teatro, com um público bacana, é o paraíso na Terra. Nessa pandemia você tem feito lives frequentes nas redes sociais. Como as plataformas digitais tem ajudado seu trabalho? As lives se mostraram uma ferramente muito legal, tanto para os artistas quanto para o público. Estamos gostando muito do resultado delas. Aumentamos nosso público, com muitas pessoas de outras cidades, estados e até gente em outro países participando. Eles não teriam oportunidade de nos assistir tocando ao vivo. A ideia, inclusive, é continuar com as lives no pós-pandemia. O que você espera da participação no Juntos Pela Vila Gilda? Eu e Débora estamos muitos felizes em participar. Acho que esse tipo de ação deveria acontecer sempre. O artista, seja de qual área for, pode ajudar bastante com seu trabalho, como na Vila Gilda. O Choro de Bolso estará presente no dia 25, completando o lineup do primeiro dia de evento.
Entrevista | Danilo Nunes – “É um evento extremamente necessário”
O músico santista Danilo Nunes e seu carrossel de baco serão uma das atrações do Juntos Pela Vila Gilda. Com 20 anos de estrada, ele acredita na música como expressão cultural e na importância do evento. Nunes também ator e historiador. Unindo diferentes formas de suas artes, lançou os discos Danilo Nunes e carrossel de baco (2010), Os Brasis de minha ilha (2015) e Barracos (2019). Entre suas referências musicais, estão Zellus machado, Luís Claudio dos Santos, Jair de Freitas e Zé Virgílio, músicos da região que cresceu ouvindo e admirando. Com relação a sua carreira e experiência musical, Danilo Nunes confia em seu amadurecimento artístico. “Você vai adquirindo uma certa maturidade tanto artística quanto pessoal”. “Essa experiência social, de vida, vai acontecendo com o tempo, e obviamente você vai compondo mais, vai criando mais. As referências da arte são referências humanas”, completa. Reinventando-se na pandemia Nunes tem utilizado as plataformas de streaming na divulgação de seus trabalhos, e considera importante se adequar ao meio digital. “Ser artista é já aderir a significação de reinvenção o tempo inteiro. O processo da pandemia vem fazendo com que a gente tome propriedade dessas ferramentas”. “Streaming, tecnologias, a gente negou muito disso por muito tempo, e precisa estar antenado ao que está acontecendo”. O cantor também ressalta a importância de ter políticas públicas de incentivo aos artistas e a cultura. Ação e Arte no Dique Danilo Nunes é ativo no projeto Arte no Dique, e possui uma ligação muito forte com o projeto. O sentimento é ainda maior com a comunidade, especialmente com as crianças e demais músicos. “Eu tenho muito orgulho de fazer parte de tudo isso, de falar desse projeto, desse lugar. Sou muito feliz de estar junto dessas pessoas”. Segundo o artista, a comunidade do Dique da Vila Gilda tem uma carga cultural gigantesca. “Cê vê que mistura interessante e o quanto de carga cultural essa comunidade tem. Não me surpreende uma criança chegar lá, pegar um tambor e na hora de tocar ter uma facilidade imensa, porque tem uma cultura. Faz parte da sua vida e sua ancestralidade”. Pela proximidade com a comunidade do Dique, Nunes fica muito feliz em participar do lineup do Juntos Pela Vila Gilda. “Me sinto muito privilegiado e agradecido em poder participar. A gente faz essa ação pra auxiliar alguém, mas eu acho que a gente se ajuda muito mais. É um evento de extrema importância e muito necessário”.