Crítica | The Entombment of Chaos – Skeletal Remains

Quarto álbun dos americanos do Skeletal Remains, The Entombment of Chaos mostra que os caras realmente estão contentes com sua proposta sonora, que é executar o death metal da maneira mais noventista possível, pois o álbum pouco diferete aos três antecessores. No entanto, se está dando certo, para que consertar? O lançamento também marca a estreia de dois novos integrantes, Noah Young (baixo) e Pierce Williams (bateria), dois feras em seus respectivos instrumentos. Como já foi dito anteriormente, o estilo do Skeletal Remains é death metal tradicional, sem a menor vontade de criar algo novo. De fato, Entombment of Chaos exala honestidade por todos os poros. Sendo formado por deathbangers convictos, o grupo só poderia nos entregar faixas matadoras como Illusive Divinity, Congregation of Flesh, Eternal Hatred e Tombs of Chaos (que introdução maravilhosa). Em resumo, são músicas perfeitas que remotam a bandas da primeira fase do death metal, como Master, Cancer, Monstrosity e Massacre, entre outros. É puro death metal americano. Ademais, vale lembrar que, mesmo sem apelar pra baterias à velocidade da luz e riffs quase ininteligíveis de tão técnicos, o Skeletal Remains manda ver no básico, com resultados primorosos. Por fim, o último destaque vai para o ótimo cover de Stench of Paradise Burning, do Disincarnate, que apenas confirma as influências da banda. The Entombment of ChaosAno de Lançamento: 2020Gravadora: Century Media RecordsGênero: Death Metal Faixas:1-Cosmic Chams (intro)2-Illusive Divinity3-Congregation of Flesh4-Synthetic Impulse5-Tombs of Chaos6-Enshrined in Agony7-Dissectsasy8-Torturous Ways to Obliteration9-Eternal Hatred10-Unfurling The Casket11-Stench of Paradise Burning (Disincarnate)
Crítica | Entrance to Mictlán – Aztlán

Mais bandas surgindo no forte cenário nacional, dessa feita temos Entrance to Mictilán, o EP de estreia da banda Aztlán, de Feira de Santana (BA). Formam a banda Marcelo Paganus (voz, baixo), Mateus Alves e Gabriel Mattos (guitarras) e Gilmar Vurnum (bateria). O artefato foi gravado, mixado e masterizado no Den Studios, em Salvador (BA), sob a batuta de Louis e Paganus na produção, resultando numa sonoridade impecável. O estilo abraçado pelos caras é death metal, mas as influências de pagãs e melódicas dão um ar próprio à sonoridade do Aztlán. A introdução Niquitoa, com toques tribais, explora esse lado da banda e prepara o ouvinte para o EP. A primeira faixa, Mictlán, é um cartão de visitas perfeito: traz peso, velocidade, partes cadenciadas, vocais guturais divindo espaço com vozes mais limpas, tudo em perfeita harmonia. Amorphis antigo e Amon Amarth são influências inevitáveis, e os riffs possuem algo de At The Gates. A música ainda conta com uma excelente atuação do batera Vurnum. A próxima, Amongst The Walls of Tenochtilán, possui mais de oito minutos de duração, a exemplo da anterior, em outro acerto, que prova que a banda se sente bem a vontade em composições longas. Destaque também para as guitarras, que disparam riffs agressivos e melódicos. A mais direta de todas, Blood Offering, demonstra as habilidades dos dois guitarristas em solos inspirados, encerrando o EP deixando uma excelente impressão. Ótima estreia dos baianos, e se você curte death metal recheado de melodias épicas, não deixe de conferir. Entrance to MictlánAno de Lançamento: 2019Gravadora: Sangue Frio ProduçõesGênero: Pagan/Epic Death Metal Faixas:1-Niquitoa (Intro)2-Mictilán3-Amongst The Walls of Tenochtitlán4-Blood Offering
Crítica | Into The Catacombs of Flesh – Fleshcrawl

A Alemanha possui uma vasta tradição no thrash metal (Sodom, Kreator) e no heavy tradicional (Helloween, Accept). E quanto ao death metal? Morgoth, Crematory, Obscenity e Defeated Sanity são nomes fortes do death germânico. E, claro, o Fleshcrawl, que já se aproxima dos 30 anos de estrada, sendo seu primeiro álbum, Descend Into The Absurd, do longínquo 1992. E esses animais só produziram coisa boa, haja visto os ferozes Made of Flesh (2004) e Bloodred Massacre (1997), para citar apenas dois. Um hiato separou o lançamento de Structures of Death (2007) e Into The Catacombs of Flesh, liberado em 2019. Os 12 anos não foram suficientes para deter a fúria dos alemães, muito pelo contrário, pois Catacombs é um verdadeiro soco na cara do ouvinte, tamanha brutalidade. Esqueça vozes limpas, partes acústicas ou qualquer outra suavidade do tipo. Aqui temos o mais violento e sujo death metal, como a faixa-título deixa bem claro na abertura do álbum, deixando o fã com uma pálida ideia do que está por vir. Original Apesar de não se parecer demasiadamente com nenhuma outra banda, conseguimos notar o toque europeu no som do Fleshcrawl, especialmente na timbragem das guitarras e nos guturais certeiros de Sven Gross, um mestre na arte de vomitar. E tome cacetadas na fuça como as doentias Grave Monger, Ossuary Rituals, Mass Oblitertion, Chained Impalement e Suffer The Dead, que elevam Into The Catacombs of Flesh a uma posição de glória na carreira desses alemães. Acredite, não é para qualquer um. Portanto, vá escutar agora e tome muito cuidado com seu pescoço, o estrago será grande. Into The Catacombs of FleshAno de Lançamento: 2019Gravadora: Apostasy RecordsGênero: Death Metal Faixas:1-Into The Catacombs of Flesh2-Mass Obliteration3-Ossuary Rituals4-Funeral Storm5-Grave Monger6-Chained Impalement7-Law of Retaliation8-Obliteration Bizarre9-Red Strems of Sorrow10-Of Frozen Bloody Grounds11-Suffer The Dead12-Among Death And Desolation
Crítica | Unconquered – Kataklysm

Para os viciados em metal extremo, os canadenses do Kataklysm sempre foram um dos principais nomes do estilo, afinal, a banda já alcança a marca de 30 anos de estrada, sendo Unconquered o seu décimo quarto álbum de estúdio. Uma discografia rica, digas-se de passagem. O último, Meditations (2018), foi efusivamente elogiado nessa coluna, e não era para menos. Unconquered não decepciona e é mais uma vitória na carreira do Kataklysm. O estilo continua o mesmo, death metal com diversas passagens melódicas, típicas das bandas escandinavas, porém a timbragem dessa vez recebeu uma roupagem mais moderna, na linha Meshuggah, especialmente nos riffs e em algumas passagens de voz. Felizmente, não é nada que irá depor contra a identidade da banda, tampouco desapontar os antigos fãs. Afinal, faixas como The Killshot, Underneath The Scars (belos breakdowns), Focused To Destroy You e The Way Back Home (uma tempestade de riffs) são certeiras porradas, que soando modernas ou não, são capazes de arrancar a cabeça de quem as escuta. Alguns fãs podem lembrar do álbum Victim of This Fallen World (1998), de fato algumas passagens remetem àquele álbum, criticado na época, essencial hoje em dia. Para encerrar, When It’s Over, que é puro Kataklysm: melódica, pesada, angustiante e com um clima desolador, um encerramento mais do que perfeito a outro grande momento na discografia dos canadenses. Palavras não são mais suficientes para descrever Unconquered, portanto, vá ouvir agora. UnconqueredAno de Lançamento: 2020Gravadora: Nuclear BlastGênero: Death Metal/ Death Metal Melódico Faixas:1-The Killshot2-Cut Me Down3-Underneath The Scars4-Focused to Destroy You5-The Way Back Home6-Stiches7-Defiant8-Icarus Falling9-When It’s Over
Crítica | Cycle of Disaster – Válvera

Formado em 2010 em Votuporanga (SP), o quarteto Válvera chega ao seu terceiro álbum, Cycle of Disaster, uma avalanche potente de heavy/thrash metal que destrói tudo pela frente. O time consiste em Glauber Barreto (voz, guitarra), Rodrigo Torres (guitarra), Jesiel Lagoin (baixo) e Leandro Peixoto (bateria). A exemplos dos dois álbuns anteriores, logo de cara o que chama a atenção é a qualidade da produção, especialmente da guitarra, muito bem timbrada, grave e pesada. Os vocais agressivos de Barreto nos trazem à mente nomes como Phil Anselmo, ou seja, são encarregados de trazer peso ao material. Falando em peso, é isso que iremos encontrar em Cycle of Disaster. Muito peso. Faixas como Nothing Left to Burn, Glow of Death e a canção-título explodem numa violência tão forte que beira o death metal. Não é exagero! Também vale citar o baterista Leandro Peixoto, dono de uma pegada precisa e brutal, especialmente nos bumbos. Pantera, Metallica e Testament estão entre as influências do quarteto. Outros momentos dignos de nota em Cycle of Disaster chegam com O.S. 1977 (pesadíssima), Born on a Dead Planet (que ganhou vídeo) e Bringer of Evil, que encerra o álbum no melhor estilo thrash anos 1980, inclusive com possantes backing vocals. Confira! Cycle of DisasterAno de Lançamento: 2020Gravadora: Brutal RecordsGênero: Heavy/Thrash Metal Faixas:1-Nothing Left to Burn2-Cycle of Disaster3-Glow of Death4-The Damn Colony5-All Systems Fall6-Born on a Dead Planet7-O.S. 19778-Fight For Your Life9-Bringer of Evil
Crítica | Sodomized By Divine Order – Havok 666

Duo composto por André Brutaller (voz, guitarra, baixo) e Felipe Wrecker (bateria), que estreou em 2011 com Blessing The Flames With Sacrosanct Blood, o Havok 666 em 2017 lançou o seu melhor trabalho até aqui, esse brutal Sodomized By Divine Order, capaz de torturas seus ouvintes com sons incrivelmente brutais. De fato, Sodomized é um álbum brutal de death metal com toques black, e exala violência dos poros, é ouvir para crer. Not Enslaved inicia a bagaça com blastbeats insanos, que soam como uma britadeira pronta para arrancar sua cabeça. Não estamos falando de músicos comportados querendo “expor suas habilidades musicais”, ou qualquer coisa que o valha. Temos aqui dois insanos que têm como único objetivo destruir os tímpanos dos incautos ouvintes. Sem deixar a técnica de lado, ou você acha que é fácil tocar desse jeito? Ao avançarmos, topamos com outras desgraças musicais, como Scars of The Imposed Law (que riffs), Dethroned And Slain Pope (com suas paradinhas mortais), Legion of Satanic Statements e a faixa-título. Tente imaginar o que de mais brutal fizeram (e fazem) bandas como Rebaelliun, Deicide, Hate e Sinister. Matador. Sodomized By Divine OrderAno de Lançamento: 2017Gravadora: Brutaller RecordsGênero: Brutal Death Metal/Blackened Death Metal Faixas:1-Not Enslaved2-Scars of The Imposed Law3-Apostasy of Disciple of Messiah4-Dethroned And Slain Pope5-Legion of Satanic Statements6-Christian Church Thrives On Hypocrisy7-Sodomized By Divine Order8-Praise The Empty Christ
Crítica | Mortal – Necrot

Três anos após Blood Offerings, que rendeu tours ao lado de medalhões como Incantation e Morbid Angel, o trio norte americano Necrot despeja o seu segundo álbum, Mortal, que com o perdão do trocadilho, é um ataque mortal de death metal tradicional. Para quem não conhece o trabalho da banda, o trio mistura o death americano (Death, Massacre, Obituary) com o sueco, especialmente Grave e Centinex. As músicas são diretas, o álbum não possui duração extensa – são sete músicas distribuídas em 38 minutos de som – e a produção é a mais orgânica possível, fato que irá agradar em cheio quem curte o estilo noventista de se praticar death metal. Mesmo as partes rápidas não descambam para o caos absoluto, de fato a musicalidade é um forte no trio. Com os vocais podres de de Luca Indrio e os riffs de Sonny Reinhardt sendo os principais responsáveis pela aura maléfica de Mortal, podemos citar as faixas Asleep Forever, Your Hell e Stench of Decay como os destaques. Em suma, um ótimo álbum de death metal. MortalAno de Lançamento: 2020Gravadora: TankcrimesGênero: Death Metal Faixas:1-Your Hell2-Dying Life3-Stench of Decay4-Asleep Forever5-Sinister Will6-Malevolent Intentions7-Mortal
Crítica | Where Only Gods May Tread – Ingested

Existem bandas que realmente parecem preocupadas em dar um passo adiante, sair de sua zona de conforto e tentar algo diferente, mesmo que o risco seja perder alguns fãs. Os ingleses do Ingested com certeza estão entre elas. Formados em 2006 com o propósito de executar o metal mais extremo possível, eles não se limitaram a copiar os clichês do death ou do black metal. Juntaram elementos desses dois estilos e ainda uma dose generosa de metal moderno, deathcore, slam, e tudo mais que o leitor possa imaginar. A lição chega ao seu quinto capítulo em 2020, com o lançamento de Where Only Gods May Tread. Mesmo que a banda possa desagradar aos mais puristas, devido ao som extremamente moderno e executado com precisão cirúrgica, é impossível tapar os olhos (e ouvidos) aos vocais incrivelmente agressivos de Jay Evans, às poderosas mãos direitas dos guitarristas de Sean Yates e Sean Hynes – que nem precisam de solos para mostrar o quão são habilidosos -, e às poderosas batidas de Lyn Jeffs, mesmo não soando tão orgânicas quanto os velhos trabalhos do estilo, a evolução é inevitável. E sobram mudanças de tempo, arranjos inusitados, breakdowns e muita violência e pancadaria sonora. Isso posto, ouça músicas realmente convincentes como Follow The Deceiver, Impeding Dominance, The List e a melhor faixa do álbum, Another Breath, que conta com a participação especialíssima de Kirk Windstein, do Crowbar. E o Ingested mostra que está preparado para o início da nova década. Where Only Gods May TreadAno de Lançamento: 2020Gravadora: Unique Leader RecordsGênero: Brutal Death Metal/Deathcore/Slam Faixas:1-Follow The Deceiver2-No Half Measures3-Impeding Dominance4-The List5-The Burden of Our Failures6-Dead Seraphic Forms7-Another Breath8-Black Pill9-Forsaken in Desolation10-Leap of The Faithless
Crítica | Padecer – Payback

Vem da boa e velha Belo Horizonte o quarteto Payback, que debutou no cenário nacional com o EP Toxic War, em 2012. Algumas mudanças na formação e a banda lança seu primeiro álbum completo, Padecer, em 2020. O time conta com Daniel Tulher (baixo e voz), Nicolas Evangelista e Igor Gustavo (guitarras) e Lilo William (bateria). Ao observamos a capa do álbum, o título das músicas, o logotipo da banda e o visual dos músicos, fica fácil adivinhar o estilo praticado pelos mineiros. Sim, é thrash metal, tradicional e puro, mas que não deixa de acenar para a modernidade, a exemplo do que fazem ( e bem) bandas como Power Trip e Municipal Waste. Outro fator positivo são as letras, muito bem escritas e que carregam consigo um engajamento social, algo que as bandas de thrash sempre foram craques. Padecer conta com trinta minutos de pancadaria, tempo mais do que suficiente para os thashers mineiros deixarem seu recado. Se alguém lembrou de vários clássicos do thrash que possuem a mesma duração, acertou. Alternando sons em inglês e em português, o álbum nos brinda com verdadeiros torpedos thrash, como Come Out And Play!, Drowned in Mud, Toxic War, Fake Theory (ambas retiradas do EP de estréia) e muita, muita adrenalina. Com influências que vão de grupos como Kreator, Nuclear Assault, Slayer, D.R.I e Sodom, Padecer é um trabalho que todo thrasher deve ouvir imediatamente. Porrada! PadecerAno de Lançamento: 2020Gravadora: Black Hole ProductionsGênero: Thrash Metal Faixas:1-Come Out to Play!2-A Dívida Eterna3-Drowned In Mud4-Gado de Abate5-Padecer6-Payback7-Toxic War8-Fake Theory