Crítica | The Visiting – Darchitect

Quem acompanha o cenário nacional com certeza bateu cabeça com Mechanical Healing (2017), debute dos paulistanos do Darchitect, que trazia uma original mistura de thrash/death com stoner. Quatro anos depois, eis que surge The Visiting, segundo álbum do hoje quarteto formado por Alex Marras (guitarra e voz), Gabriel Gifoli (bateria), Lucas Coca (voz) e Andre Silva (baixo). E o segundo ato vem para confirmar o Darchitect como um dos destaques do metal brazuca. O estilo base continua sendo o thrash/death metal, com os guturais fortes e riffs pesados. Mas The Visiting possui uma janela de variedades, sempre surpreendendo o ouvinte em cada faixa. Após a curta intro, Flight of The Vulture chega despejando velocidade e riffs fortes, perfeita para a abertura. Hidden Voices inicia com um breve solo de bateria para logo descambar para riffs cadenciados e vozes limpas, tudo isso para chegar a um belíssimo solo de guitarra na melhor linha stoner, um dos melhores momentos do álbum. A abertura de The Lighthouse parece ter saído de algum álbum do Black Sabbath da década de 70, com o mesmo andamento doom metal. Após uma acelerada, a faixa alterna dedilhados suaves de guitarra com partes de pura pancadaria death, e somos mais uma vez surpreendidos por outro inspirado solo de guitarra stoner. Assim caminha o som do Darchitect, nunca se prendendo a um determinado gênero, e sim acenando para toda a gama de influências que se abatem sobre os músicos, e isso inclui Black Sabbath, Sepultura, Benediction e Pantera. Darchitect pesado O álbum não é de fácil assimilação, talvez exija várias ouvidas para absorvermos todo o seu amplo espectro musical. O ouvinte que fizer isso terá boas recompensas, pois mais faixas interessantes encontramos pela frente, como a quase balada Shelter in The Labyrinth, a pesada Behold Me As I Fall (que conta com um interlúdio atmosférico em seu meio, ao estilo prog anos 70), e a poderosa faixa-título, que pode ser encarada como um cartão de visitas do Darchitect, reunindo todas as características da banda, além de contar com mais um soberbo solo de guitarra. Thrash, death, stoner, prog metal….não importa o rótulo, o Darchitect é formado por ótimos músicos que parecem curtir a arte de criar, de deixar fluir a sua veia musical. Esse é, sem dúvida, o grande mérito da banda. Recomendado. The VisitingAno de Lançamento: 2021Gravadora: Die Hard RecordsGênero: Thrash Metal/Death Metal/Stoner Metal/Prog metal Faixas:1-As The Wind Blows2-Flight Of The Vulture3-Hidden Voices4-The Lighthouse5-Evanescing Hopes6-Shelter In The Labyrinth7-Mirrors of Illusion8-Behold Me As I Fall9-Hunger of The Void10-Adrift11-The Visiting12-I Am The Sea

Crítica | Roots of Damnation – Grave Noise

Quarteto espanhol formado em 2013, o Grave Noise é uma bela surpresa para os thrashers brasileiros, pois a banda ainda é basicamente desconhecida por aqui. Seu primeiro álbum, From The Cradle To The Grave, saiu em 2018 e catapultou o Grave Noise paras a infinitas estradas do metal. Aliás, em 2022, Roots of Damnation vem para por sequência na jornada dos thrashmaniacs espanhóis. O estilo é mesmo o thrash metal, como deixa claro a faixa de abertura, Rotten System. Em resumo, estão lá os elementos que fazem a alegria dos fãs: os riffs secos e virulentos, bumbos duplos e velocidade estonteante, perfeita para o mosh pit. Contudo, o Grave Noise possui sutis influências de death metal melódico, como Arch Enemy, dando uma bem vinda modernidade ao material, como bem fica explícito na faixa The Ghost Plague, cujos riffs melódicos são o prenúncio para um belíssimo solo de guitarra, um dos highlights do álbum. No entanto, as pauladas thrash comem soltas em faixas incendiárias como Fuckcism, Broken Land, Disorder e Mass Hysteria. Todas rápidas, trabalhadas, recheadas de backing vocals bombásticos e muita adrenalina, enfim uma aula de thrash metal que você terá que escutar. Roots of DamnationAno de Lançamento: 2022Gravadora: Art Gates RecordsGênero: Thrash Metal Faixas:1-Rotten System2-Fuckcism3-Broken Land4-The Ghost Plague5-Terror6-In God We Trash7-Disorder8-Mass Hysteria9-No One Higher10-Perpetual Anxiety

Crítica | Acts of God – Immolation

Quando se fala em death metal, é natural lembrarmos do início dos anos 1990, e dos inúmeros clássicos que foram lançados na época. De Nova Iorque, o Immolation estreou em 1991 com Dawn of Possession, sendo desnecessário dizer que é ítem obrigatório a todo deathbanger. De lá para cá, o som do grupo passou por uma natural evolução, mais técnica foi sendo adicionada ao death metal poderoso dos “early days”, haja visto álbuns excelentes como Here in After e Shadows in The Light. Mas isso não significa que o som ficou menos pesado. Longe disso, como comprova Acts of God, novo petardo dos americanos, que chega ao mundo cinco longos anos após Atonement. Denso, obscuro, rápido e pesado, Acts of God junta todos os elementos da carreira do Immolation, reforçado por uma produção primorosa. Os vocais cavernosos de Ross Dolan (que também comanda o baixo) estão lá, intactos, sendo responsáveis pela identidade da banda, assim como os riffs do guitarrista Robert Vigna, outro membro original. Espetacular o trabalho do músico. Completam a formação o também guitarrista Alex Bouks e o batera Steve Shalaty, um autêntico monstro de batidas primitivas. Com tudo isso, não é de se admirar que Acts of God esteja recheado de torpedos do mais puro death metal, como as doentias An Act of God, Noose of Thorns, Shed The Light, Overtures of The Wicked e When Halos Burns, que são números que nos fazem repetir a afirmação de como os americanos são bons na arte do metal extremo. As partes mais doom são perfeitamente inseridas no material, assim como os poderosos blasts de Shalaty, ou seja, tudo que faz do Immolation uma verdadeira lenda do death metal. Tenha certeza que é um dos principais lançamentos do gênero em 2022! Acts of GodAno de Lançamento: 2022Gravadora: Nuclear BlastGênero: Death Metal Faixas:1-Abandoned2-An Act of God3-The Age of No Light4-Noose of Thorns5-Shed The Light6-Blooded7-Overtures of The Wicked8-Immoral Stain9-Incineration Procession10-Broken Prey11-Derelict of Spirit12-When Halos Burns13-Let The Darkness In14-And The Flames Wept15-Apostle

Resenha – Zero And Below – Crowbar

O início dos anos 1990 ficaram marcados por diversos estilos novos que vieram se juntar ao já poderoso cenário do metal. Enquanto o death metal atropelava a todos com velocidade e potência, outros grupos mostraram que também era possível fazer um som extremo sem necessariamente focar na rapidez. Nascia o sludge metal, sendo o Crowbar um dos expoentes do então novo estilo. Seu álbum de estréia, Obedience Thru Suffering (1991), trazia uma forte mistura de vocais guturais, riffs afinados diversos tons abaixo e músicas que misturavam partes não tão velozes com outras lentas, densas. Tudo comandado por Kirk Windstein, que logo após se juntaria a Phil Anselmo para formar o Down, mas isso é outra história. Mais de trinta anos depois, Kirk e seus soldados soltam seu décimo segundo álbum de estúdio, Zero And Below. E, para a alegria dos fãs, o álbum não apresenta nenhuma novidade no perfil da banda. Sim, o Crowbar continua a praticar o sludge metal que mais parece ter saído das profundezas de um pântano. Tudo que fez do Crowbar ganhar a fama que possui está aqui, reproduzido fielmente. O material está pesadíssimo, e facilmente irá agradar aos sludgers mundo afora. Não seria agora que a banda iria arriscar uma mudança e deixar seus seguidores insatisfeitos. Cientes desse fato, o quarteto explode os tímpanos alheios com faixas fortes como The Fear That Binds You, Chemical Godz, Denial of The Truth, Crush Negativity e a melhor de todas, Bleeding From Every Hole, que inclusive ganhou um belíssimo vídeo. Interessante notar que, em meio às partes lentas típicas do sludge, o Crowbar encaixa algumas aceleradas de ritmo (nada como um Morbid Angel, claro) que conseguem dar uma bem vinda variada no álbum. Zero And Below é mais um acerto do Crowbar, uma das bandas mais originais do metal. Confira sem medo! Zero And BelowAno de Lançamento: 2022Gravadora: MNRK LabelGênero: Sludge Metal Faixas:1-The Fear That Binds You2-Her Evil is Sacred3-Confess to Nothing4-Chemical Godz5-Denial of The Truth6-Bleeding From Every Hole7-It´s Always Worth The Gain8-Crush Negativity9-Reanimating a Lie10-Zero And Below

Crítica | Maere – Harakiri For The Sky

Que o mundo anda mudando muito ultimamente, não há a menor sombra de dúvida. Afinal, a cada semana que se encerra, podemos dizer que as coisas já não estão mais a mesma de sete ou oito dias atrás. Sim, é uma velocidade estonteante. No mundo do metal, não seria diferente. Novos estilos, rótulos e bandas surgem a cada momento, sempre desafiando fãs e críticos a encaixar determinado artista em algum rótulo já existente. Entre essa enxurrada de novos talentos, quem dá as caras por aqui hoje são os austríacos do Harakiri For The Sky. Trata-se de um duo formado por Matthias Solak (todos os instrumentos) e Michael Wahntraum (voz) que pratica post-black metal. Misturando influências do black metal noventista com o de bandas como Alcest, Arcturus e Wolves in The Throne Room, e mais um pouco de shoegaze, a música da dupla é densa, cheia, introspectiva, dramática, depressiva, capaz de tocar o ouvinte no fundo da alma. Mas não significa que Maere seja um álbum moroso, não é. A velocidade até que dá as caras em diversos momentos em músicas bastante longas. Para você ter uma idéia, são dez faixas em mais de uma hora e vinte de audição, e apenas uma delas possui duração inferior a seis minutos. Com letras tratando de diversos conflitos humanos, como tristeza, isolamento e suicídio, Maere é o álbum mais bem acabado do Harakiri For The Sky. Méritos para Solak, que é responsável pelas letras e composições de todo o material, sem dúvida o novo gêniozinho do metal atual. Esteja preparado para uma viagem musical que inclui dedilhados suaves, teclados, berros desesperados que soam como se fosse o último suspiro de vida de alguém isolado, baterias pesadas e uma aura de melancolia que persiste em todo o álbum. Mas, estranhamente, é uma melancolia que nos move para frente. Coisas inexplicáveis que também já aconteceram em álbuns de bandas antigas. Os destaques vão para as belíssimas And Oceans Between Us, Time is a Ghost, I, Pallbearer, Us Against December Skies (linda) e Three Empty Words, capazes de fazer qualquer um se render a essa belíssima banda. E, a ótima notícia, nós brasileiros vamos poder conferir tudo isso de perto em setembro, quando os austríacos desembarcam aqui para o festival Setembro Negro. Até lá, aproveite para conferir Maere e toda a discografia da banda. Harakiri For The Sky – Maere Ano de Lançamento: 2021Gravadora: AOP RecordsGênero: Post-Black Metal Faixas:1-I, Pallbearer2-Sing For The Damage We´ve Done3-Us Against December Skies4-I´m All About The Dusk5-Three Empty Words6-Once Upon a Winter7-And Oceans Between Us8-Silver Needle // Golden Dawn9-Time is a Ghost10-Song to Say Goodbye

Crítica | Hour of Ragnarok – Graveland

A Polônia é um país com uma rica história, tanto em guerras como nos esportes, em especial no futebol. Além de tudo isso, possui uma vasta e prolífera cena de metal extremo, que conta com lendas como Vader, Behemoth, Hate e, claro, o polêmico Graveland, formado em 1991 com o propósito de praticar black metal na veia dos noruegueses. Aliás, conseguiram, pois álbuns como Carpathian Wolves (1994) e Thousand Swords (1995) chamaram bastante atenção das hordas de fãs. Mas o lado musical não é a única característica a chamar atenção, pois suas letras abordam nacionalismo e já causaram desgosto ao redor do mundo, como em 2016 no Canadá, onde o grupo quase foi impedido de se apresentar. Porém, nosso compromisso é apenas com a música. Leia as letras e o julgamento é seu. Hour of Ragnarok, lançado em agosto de 2021, já é o vigésimo (!) álbum de estúdio dos poloneses, chefiados pelo mentor Rob Darken, que por anos foi o faz-tudo da banda, que hoje conta com o reforço do baixista Skyth e do batera Ahrin, dois feras na cozinha. O black metal do início da carreira foi ao longo dos anos ficando cada vez mais épico e melódico, com alguns fãs inclusive categorizando a música do grupo como “war black metal”. Tal rótulo não soa exagerado, mas hoje podemos afirmar que o Graveland já possui um estilo único, próprio. Não tenha dúvidas da qualidade de Hour of Ragnarok. O álbum soa como se fosse a última guerra do mundo, que está prestes a acabar a qualquer instante. Angustia é o sentimento que brota do fundo da alma ao ouvirmos clássicos do metal extremo como as excelentes The Wolf of Twilight, Conspiracy of The Wizards, Following The Azure Light e a faixa-título. Todas contando com os infernais vocais de Darken, além de riffs sombrios e épicas passagens de teclados, que dão um toque especial ao trabalho do Graveland, deixando a música do grupo ainda mais assustadora. Esteja avisado. Hour of RagnarokAno de Lançamento: 2021Gravadora: Inferna Profundus RecordsGênero: Black Metal/Black Metal Pagão Faixas:1-The Wolf of Twilight2-Hour of Ragnarok3-Conspiracy of The Wizards4-Children of Hyperborea5-Following The Azure Light6-The Three Gifts of The Gods7-Enlighted By The Wisdow of Runes8-River of Tears

Crítica | The Dregs of Hades – Lock Up

Supergrupos são comuns na música, de Velvet Revolver a Chikenfoot, são inúmeros os casos de músicos famosos que se reuniram para um projeto. Esse Lock Up aqui, é um dos casos mais famosos do metal extremo. Trata-se de um projeto criado lá em 1999, reunindo Shane Embury e Jesse Pintado (RIP) do Napalm Death, Peter Tagtgren do Hipocrisy e o batera Nicholas Barker (Cradle of Filth), que se juntaram para tocar o grindcore mais furioso que pudessem. E conseguiram, haja visto o espetacular álbum que saiu dessa reunião, Pleasure Pave Sewers. De lá para cá, foram mais alguns álbuns, culminando nesse The Dregs of Hades, lançado quase no apagar de luzes de 2021. Vale lembrar que apenas Shane permanece da formação original. Hoje o Lock Up conta com os vocalistas Tomas Lindberg (At The Gates) e Kevin Sharp, o guitarrista Anton Reisenegger, do Brujeria e, na bateria, o monstro Adam Jarvis, que também comanda as baquetas no Misery Index, uma das mais poderosas bandas de death metal dos dias atuais. O novo álbum Diante disso, não é de se estranhar que The Dregs of Hades traga uma avalanche de grindcore/death metal digna de derreter ouvidos. Ouça, por exemplo, A Sinful Life of Power (uma porrada!) e ouse discordar. Mas tem muita coisa boa, como as insanas Hell With Plague The Ruins, Dead Legions, Black Illumination e a velocíssima Ashes. O já citado Jarvis prova aqui mais uma vez que é tranquilamente um dos bateristas mais selvagens do metal atual, promovendo um verdadeiro genocídio com bumbos e blasts pra lá de violentos. Shane, o velho baixista do Napalm, além de responsável pelas composições, mantém sua pegada firme no seu baixo, um músico que é um dos responsáveis pelo metal extremo como o conhecemos hoje. Quantos podem ostentar tal título? Enfim, faça um favor a si mesmo e escute esse álbum. Lock Up – The Dregs of Hades Ano de Lançamento: 2021Gravadora: Listenable RecordsGênero: Grindcore/Death Metal Faixas:1-Death Itself, Brother of Sleep 2-Hell With Plague The Ruins3-The Dregs of Hades4-Black Illumination5-Dark Force of Conviction6-Misdirection Thief7-Dead Legions8-Trimph of The Grotesque9-Nameless Death10-A Sinful Life of Power11-Ashes12-The Blind Beast13-Reign On In Hell14-Crucifixion Of Distorted Existence

Crítica | Cerecloth – Naglfar

Naglfar significa “navio de unhas”, no antigo idioma nórdico. Trata-se de uma embarcação construída com unhas de humanos, que levará os gigantes de gelo para a batalha final, na planície de Vigrid. Após essa explicação, fica impossível discordar que Naglfar é um nome pra lá de apropriado a um grupo de black metal. Surgida na Suécia nos idos de 1992, a horda já lançou sete álbuns de estúdio, contando com Cerecloth, o mais recente, editado em 2020. Os suecos praticam um black metal duro, ríspido, porém sem abrir mão das melodias (obscuras, diga-se). O resultado agrada em cheio a qualquer banger sedento pelo estilo. Vale lembrar que o primeiro álbum do Naglfar data do distante 1995, ano em que editou o forte Vittra, e de lá pra cá o grupo se manteve fiel à sua proposta. Como uma sangrenta batalha em Vigrid, Cerecloth explode nos falantes com verdadeiras pedradas como a faixa-título, Horns, Like Poison For The Soul, Vortex of Negativity e o final apoteótico com Last Breath of Yggdrasil. Os riffs trazem consigo a típica marca escandinava, melodiosos, velozes e algo gelados, tudo posto à disposição dos estupendos vocais de Kristopher Olivius (que desde 2005 abandonou o baixo, ficando apenas com os microfones), que além de tudo possui uma especialíssima performance de palco. Cerecloth é um ótimo álbum que todo amante de metal extremo deve conferir. E, mais uma vez, dá-lhe Suécia! CereclothAno de Lançamento: 2020Gravadora: Century Media RecordsGênero: Black Metal Melódico Faixas:1-Cerecloth2-Horns3-Like Poison For The Soul4-Vortex of Negativity5-Cry of The Serafim6-The Dagger in Creation7-A Sanguine Tide Unleashed8-Necronaut9-Last Breath of Yggdrasil

Crítica | Suffer For Nothing – Morta Skuld

Os seguidores mais dedicados do underground com certeza conhecem o Morta Skuld, banda que surgiu em plena explosão do death metal lá pelo início dos anos 1990. O grupo praticava um som poderoso, mas a forte concorrência da época os impediu de obter os números mais expressivos, interrompendo sua carreira em 1998. Porém, não se engane, o Morta Skuld registrou álbuns soberbos como Dying Remains (1993), As Humanity Fades (1994) e For All Eternity (1995), extremamente aconselhável aos deathbangers que ainda não os ouviram. Percorrendo o mesmo caminho que vários outros nomes do estilo, a banda retornou em 2012, editou o ótimo Wounds Deeper Than Time (2017) e em 2020 seu mais novo trabalho, esse fortíssimo Suffer For Nothing. Apenas Dave Gregor (guitarra,voz), o comandante do navio, sobrou da formação original. E assim que Extreme Tolerance, faixa de abertura, explode nos falantes, percebemos que estamos diante de músicos experientes que sabem o que estão fazendo, especialmente Gregor, que cuida da composição de todas as faixas, além de caprichar nos riffs sujos de guitarra e no gutural pastoso, características que abundavam nos álbuns supracitados. Também vale mencionar o batera Eric House, dono de uma precisão cirúrgica quando o assunto é viradas e blastbeats. Aliás, conforme o álbum avança, vamos nos deparando com mais clássicos da podreira, como as insanas Divide The Souless, The Face I Hate, Godlike Shell, Machines of Hate e Facing Mortality, que são provas suficientes do poderio do Morta Skuld, uma pérola do underground que merece ser descoberta por todos os amantes do som extremo. Se você admira o típico death metal americano e bandas como Internal Bleeding, Broken Hope e Brutality, caia sem medo. Ficha técnica – Morta Skuld – Suffer for Nothing Suffer For NothingAno de Lançamento: 2020Gravadora: Peaceville RecordsGênero: Death Metal Faixas:1-Extreme Tolerance2-Abyss of The Mind3-Dead Weight4-Divide The Soulless5-The Face I Hate6-Forbidden7-Godlike Shell8-Suffer For Nothing9-Facing Mortality10-Machines of Hate