Crítica | Perpetual Chaos – Nervosa

Após inúmeras tours mundiais e a gloriosa participação no Rock In Rio de 2019, a notícia pegou todos de surpresa: as meninas da Nervosa anunciaram via redes sociais que a banda estava se separando, restando apenas a guitarrista Prika Amaral. Sem perder tempo, Prika logo anunciou a nova formação da usina thrash, que agora conta com Mia Wallace no baixo, Eleni Nota nas baquetas e Diva Satanica na voz, além de, claro, Prika comandando as guitarras. O resultado de todas essas mudanças atende por Perpetual Chaos, novíssimo álbum e estréia do novo time. Venomous, faixa de abertura, ja explode nos fones com fortes riffs, bateria e baixo precisos, não sendo necessário mais de um minuto de música para entendermos que a formação está afiada. A maior curiosidade é o vocal de Diva, bem puxado para o death metal, o que naturalmente acabou dando um toque do estilo em quase todo o álbum, como a faixa Guided By Evil esfrega na cara do ouvinte, contando inclusive com blastbeats. Convidados de peso As participações especiais também marcam presença, dessa feita temos Guilherme Miranda (Entombed A.D) em Until The Very End e Schmier, do Destruction, em Genocidal Command, dois mísseis. A produção é outro acerto, pois deixou o som forte, “na cara” e sujo na medida certa, o que enalteceu essa nova fase da Nervosa. Mais destaques surgem, que são as excelentes Kings of Domination, Godless Prisioner (bons riffs) e Under Ruins, em que bateria , baixo e guitarras ficam à disposição para Diva destilar todo seu potente gutural. Sem mais delongas, ouça esse álbum. E que venham muitos outros com essa formação. Se é melhor do que a anterior? A decisão é sua. Perpetual ChaosAno de Lançamento: 2021Gravadora: Napalm RecordsGênero: Thrash/Death Metal Faixas:1-Venomous2-Guided By Evil3-People of The Abyss4-Perpetual Chaos5-Until The Very End6-Genocidal Command7-Kings of Domination8-Time to Fight9-Godless Prisioner10-Blood Eagle11-Rebel Soul12-Pursued By Judgement13-Under Ruins
Crítica | Nucleos – Deeds of Flesh

Veteranos do death metal americano, os californianos do Deeds of Flesh chegam ao seu nono álbum de estúdio, Nucleos, sete anos após seu último esforço, Portals to Cannan. Vale lembrar que seus integrantes fundaram e comandam a Unique Leader Records, uma das maiores “labels” de metal extremo atualmente. Sobre Nucleos, o álbum mostra os integrantes do Deeds of Flesh no auge da maturidade técnica, esbanjando bom gosto e criatividade em mudanças de tempo complicadíssimas, batidas que desafiam qualquer metrônomo e riffs afiados de guitarra, assim como fazem bandas como Cryptopsy e Decrepit Birth. Faixas como Odyssey, Ethereal Ancestors (que conta com a participação especialíssima de George Corpsgrinder, do Cannibal), Races Conjoined (quem dá as caras nessa é Frank Mullen, ex-Suffocation) e Alyen Scourge refletem esse lado extremamente técnico do Deeds of Flesh. Mas isso não torna o trabalho menos pesado, se é isso que você está pensando. O peso abunda em cada segundo do álbum, portanto, vá preparado. Aliás, o Deeds of Flesh pegou todas as nuanças de sua carreira e as espremeu em Nucleos, gerando o álbum mais maduro e bem composto de sua discografia. Belo retorno! NucleosAno de Lançamento: 2020Gravadora: Unique Leader RecordsGênero: Technical/Brutal Death Metal Faixas:1-Odyssey2-Alyen Scourge3-Ascension Vortex 4-Catacombs of The Monolith5-Ethereal Ancestors6-Nucleos7-Races Conjoined8-Terror9-Onward
Crítica | The Rise of Heresy – The Troops of Doom

Eis o mais novo integrante do já bem forte arsenal extremo brasileiro, The Troops of Doom. Soou familiar, não? A banda foi formada em 2020 com o propósito de tocar death metal old school, primitivo e malévolo. Estão reunidos aqui Jairo Guedz (guitarra, ex-Sepultura e The Mist), Marcelo Vasco, guitarrista do Patria e que também é conhecido mundialmente pelas suas artes, principalmente para o álbum Repentless do Slayer, Alexandre Oliveira (bateria) e Alex Kafer (baixo e voz, ex-Explicit Hate). E o resultado dessa união é o EP The Rise of Heresy, lançado em 2020. Faixas como Whispering Dead Words e Between The Devil And The Deep Blue Sea mostram logo de cara a proposta da banda, pois soam cruas, pesadas, como se tivessem sido escritas em 1987. The Confessional conta com blastbeats muito bem encaixados, além de pesadíssimos riffs de guitarra. Como soam bem esses riffs old school! A faixa-título é outra porrada impecável, com as duas guitarras cuspindo sangue e, para encerrar com chave de ouro, Bestial Devastation e Troops of Doom, clássicos da primeira fase do Sepultura, revisitados com elegância em versões matadoras. Quer saber o que é bom para você? Ouça! E que a banda lance muitos outros trabalhos na linha desse The Rise of Heresy. The Rise of HeresyAno de Lançamento: 2020Gravadora: Blood Blast DistributionGênero: Death Metal Faixas:1-Whispering Dead Words2-Between The Devil And The Deep Blue Sea3-The Confessional4-The Rise of Heresy5-Bestial Devastation6-Troops of Doom
Crítica | Spectre of Devastation – Warfect

Embora seja mais conhecida pelo incrível arsenal death metal, a Suécia é capaz de produzir thrash metal da mais alta qualidade, como o ótimo The Haunted, por exemplo. E os headbangers agora possuem mais um motivo para olhar com atenção para aquele cenário, pois o Warfect é uma máquina insana de fazer thrash metal, como já tinham deixado claro seus dois últimos álbuns, Exoneration Denied (2013) e Scavengers (2016). Spectre of Devastation, o novo álbum do trio, veio ao mundo em meio à pandemia e conseguiu o impossível, superar seus antecessores. A produção, a habilidade dos músicos, a aura metálica do material, tudo funciona facilmente. A intro que leva o nome do álbum abre os trabalhos na melhor tradição Judas Priest, melódica e cheia de clima, para logo Pestilence explodir nos falantes, veloz, pesada, como convém a um bom thrash metal. Para bangers sedentos por fast metal, Rat King chega como um raio, com seus riffs cortantes. Um pouco mais cadenciada, porém não menos pesada, Left To Rot privilegia a ótima pegada do guitarrista Fredrik Wester, que também comanda as vozes. Mas logo o trio volta a pisar fundo no acelerador, com as matadoras Hail Ceaser, Into The Fury e a insana Colossal Terror, onde o grupo manda ver em blastbeats, provando que não há limites quando o assunto é destruir tudo em nome do thrash metal. Obrigatório para qualquer headbanger, e queremos esses caras aqui no Brasil. Spectre of DevastationAno de Lançamento: 2020Gravadora: Napalm RecordsGênero: Thrash Metal Faixas:1-Spectre of Devastation2-Pestilence3-Rat King4-Left to Rot5-Hail Ceaser6-Into The Fray7-Colossal Terror8-Witch Burner9-Dawn of The Red
Crítica | Nightwalk – One Thousand Dead

Banda de thrash metal oriunda de Agudos (SP), o One Thousand Dead estreou em 2019 com o EP Nightwalk, que traz seis músicas. Formam a banda Bruno Rondina (voz), Vagner Pereira (guitarra), Ricardo Quintalhina (baixo) e Robson Pereira (bateria). A faixa que dá nome à banda inicia o EP, com andamento moderado e os agressivos vocais de Rondina, que soam como uma mistura de Max Cavalera com Phil Anselmo. Prosseguindo com Trust, que também possui doses generosas de groove, provando que a banda tem habilidade nessa área. Welcome mantém o andamento cadenciado, onde o peso fala mais alto que a velocidade. Infernizando e Guerra são antadas em português e possuem ótimas letras, vale a pena prestar a atenção. Fechando o EP, a faixa-título destila mais riffs recheados de groove , sem exagerar na velocidade , que parece ser onde o grupo se sente mais à vontade. Vale a conferida, um bom álbum. NightwalkAno de Lançamento: 2019Gênero: Thrash Metal Faixas:1-One Thousand Dead2-Trust3-Welcome4-Infernizando5-Guerra6-Nightwalk
Crítica | Where Death Lies – Carnation

Se 2020 foi um dos piores anos da história da humanidade, o mesmo não pode ser dito sobre o death metal. O terrível ano que passou testemunhou vários bons lançamentos do estilo, é só dar uma acompanhada na nossa coluna para conferir. Where Death Lies, dos belgas do Carnation, é mais um torpedo para deathbanger nenhum botar defeito. Seguindo o lado europeu do estilo, como a Suécia e seus vizinhos holandeses, Where Death Lies traz influências de Entombed (antigo), Asphyx, Centinex e Pestilence. Sim, é o lado mais tradicional e “true” do death metal, como as matadoras Iron Discipline, Sepulcher of Alteration, Spirit Excision e a faixa-título deixam bem claro, através de seus vocais furiosos, levadas certeiras, cozinha precisa (o batera Vincent Verstrepen é excelente) e, claro, nos gloriosos riffs de guitarra, carregados de fúria e aura malévola, além de ótimos solos. E não deixem de ouvir as duas últimas faixas de Where Death Lies, Reincarnation (com sua tétrica intro) e In Chasms Abysmal, um pesadelo death com mais de sete minutos de duração. Where Death LiesAno de Lançamento: 2020Gravadora: Season of MistGênero: Death Metal Faixas:1-Iron Discipline2-Sepulcher of Alteration3-Where Death Lies4-Spirit Excision5-Napalm Ascencion6-Serpent´s Breath7-Malformed Regrowth8-Reincarnation9-In Chasms Abysmal
Crítica | V – Taurus

Quem viveu a época ou é simplesmente um adepto daquele período, os anos 1980 foram realmente inesquecíveis para o metal. Afinal, tanto no Brasil como no resto do mundo, brotavam bandas do estilo em cada esquina. E, entre inúmeros álbuns clássicos, podemos citar Signo de Taurus (1986) e Trapped In Lies (1988) dos cariocas do Taurus, que marcaram os fãs de speed/thrash da época. Em 2020, celebrando os 35 anos de carreira, o grupo lançou seu quinto álbum, sugestivamente nomeado de V. O petardo conta com a participação de diversos convidados, como Alex Camargo (Krisiun, na faixa Existe Um Lugar?), Luiz Louzada (Vulcano, em Dark Phoenix) e Beto de Gásperis, ex integrante do próprio Taurus, em Mãos de Ferro e Mutations. E o grupo não quis saber de inventar muito. Se speed metal é o gênero que está no sangue, o melhor é seguir os instintos. Com isso em mente, o Taurus entrega ótimas faixas em V, como as citadas Dark Phoenix e Mãos de Ferro, as tipicamente heavy Nove Vidas e O Pior Pesadelo e o grande destaque do álbum, Existe Um Lugar?, em que a participação de Alex Camargo transformou a música em uma hecatombe thrash metal. Um excelente álbum, indispensável para qualquer banger. E que não demore mais dez anos para um novo trabalho de estúdio. VAno de Lançamento: 2020Gravadora: Dies Irae RecordsGênero: Speed/Thrash Metal Faixas:1-Nova Vidas2-O Pior Pesadelo3-Dark Phoenix4-Gap5-Mãos de Ferro6-Distopia7-Existe Um Lugar8-Mutation
Crítica | Prophets of Plague – Sacramentia

De São João da Boa Vista (SP) vem uma agradável surpresa neste final de ano. Trata-se do debute da banda Sacramentia, Prophets of Plague, que navega nos mares mais tortuosos do metal extremo, numa mistura violenta de death com black metal. Os autores dessa desgraça são Renan Bezan (voz), Guilherme Mendes e André Vieira (guitarras), Garça (baixo) e Leonardo Amorim (bateria), sem dúvida um timão de músicos. Para quem gosta de metal extremo, Prophets of Plague é uma excelente pedida. Afinal, está tudo lá: os vocais guturais, baixo pesado (belo trabalho de Garça), riffs mórbidos e cozinha precisa, que alterna momentos velozes com outros mais cadenciados. E, claro, pérolas da podreira como Scorn Fate, Scum, Black Spalm, Falling State ov Mind e Ancient, que sem cerimônia são capazes de colocar qualquer deathbanger para bater cabeça como um alucinado. Também vale citar a arte de capa, totalmente de acordo com o som da banda, em outro belo acerto de Prophets of Plague. Diante de tudo isso, não existe desculpa, você terá de conhecer o Sacramentia. Cuide do pescoço! Prophets of PlagueAno de Lançamento: 2020Gravadora: Extreme Sound RecordsGênero: Black/Death Metal Faixas:1-Scorn Fate2-Scum3-In Integrum Pandemonium4-Black Psalm5-Silent Sinner6-Necrolust7-Crucifiction8-Falling State ov Mind9-Ancient10-Unknown Gods
Crítica | Genesis XIX – Sodom

E os artilheiros alemães chegam ao seu décimo sexto álbum de estúdio, sem contar o EP de estreia, In The Sign of Evil. Aliás, com novidades na formação. Claro que estamos falando sobre o retorno de Frank Blackfire, que não gravava com o Sodom desde Agent Orange (1989). O guitarrista se junta aos também recém chegados York Segatz (guitarra) e Tony Merkel (bateria), tendo o eterno Tom Angelripper no comando, que já pode ser considerado uma espécie de Lemmy do thrash metal. Só isso já seria motivo suficiente para aguçar a vontade de ouvir o novo lançamento, Genesis XIX. E, felizmente, o resultado é bem satisfatório. Mesmo de cara nova, o Sodom prossegue fazendo exatamente a mesma coisa que faz há quase quarenta anos, ou seja, thrash metal germânico. E é isso que os fãs esperam da banda. Blind Superstition é uma instrumental de abertura, cadenciada, que cria uma expectativa para o bombardeio thrash começar. E chega com Sodom & Gomorrah, canção forte, que mistura o thrash com toques de Motorhead, tão típico do Sodom. Grande faixa! Euthanasia, a segunda música, explode nos falantes como tanques de guerra. A voz de Angelripper somada aos riffs de Blackfire já renderam obras primas do som extremo, e aqui não seria diferente. Thrash teutônico em estado puro! Demais faixas Outras porradas chamam a atenção no decorrer do álbum, como a faixa-título, que traz sete minutos de thrash, ou a insana Night Mehr Mein Land, que inicia com poderosos blastbeats de Merkel, é ouvir para crer. O baterista também usa do expediente na pesadíssima Friendly Fire, provando que cairá nas graças dos fãs. Formação afiada, retorno de Frank Blackfire, letras e capa sobre guerra, é o Sodom de sempre, portanto, já basta! Um dos melhores álbuns de 2020. Hail Sodom! Genesis XIXAno de Lançamento: 2020Gravadora: SteamhammerGênero: Thrash Metal Faixas:1-Blind Superstition2-Sodom & Gomorrah3-Euthanasia4-Genesis XIX5-Nicht Mehr Mein Land6-Glock N´Roll7-The Harpooner8-Dehumanized9-Occult Perpretator10-Waldo & Pigpen11-Indocrination12-Friendly Fire