Em meados de abril, o britânico Tom Speight lançou o seu disco de estreia, Collide. O álbum inclui quatro singles de playlists da Radio 2, que ajudaram a impulsionar a carreira do músico: Strangers Now, Want You, Waiting e Heartshaker.

Collide foi gravado no Jam Hut Studio em Devon e no Abbey Road em Londres, com Chris Bond (Ben Howard) produzindo todas as faixas.

Quando criança, Tom Speight ouvia interminavelmente os primeiros álbuns de Leonard Cohen, pegando emprestado o violão de sua irmã mais velha para elaborar alguns acordes. Tom sempre soube que iria seguir uma carreira musical, uma ambição que o levou a Liverpool para estudar na LIPA, onde ele ganhou o prêmio de melhor compositor do ano e teve a sorte de se apresentar para Paul McCartney.

Ele começou sua carreira musical apoiando bandas como Ed Sheeran, Ben Howard, Travis e Keane, com gravadoras circulando ansiosas para contratá-lo até que, em 2014, ele descobriu que tinha a doença de Crohn – e quase morreu. Depois de uma grande operação e meses no hospital, ele passou dois anos em recuperação e, à medida que a indústria musical avançava, quase desistiu de seu sonho de se tornar músico.

Porém, Tom se sentiu pronto para tentar novamente. Ele pediu 2 mil libras para fazer seu primeiro disco, e desde então ele lançou sete EPs ao longo de 24 meses. A Radio 2 o colocou sob suas asas, listando cinco de seus singles.

Em entrevista ao Blog n’ Roll, Tom Speight falou sobre expectativas, música brasileira e a luta para conviver com a doença crônica. Confira o bate papo abaixo.

Como está o retorno do público com o seu primeiro álbum de estúdio?

Tento não ter grandes expectativas para o álbum. Não acho que deveria medir o sucesso do álbum sobre o quão bem ele faz. Eu só queria me orgulhar do meu álbum de estreia. Sinto que tenho conseguido isso, que é a coisa mais importante para mim. Ademais, é bônus.

Mesmo antes do álbum, você já tinha mais de 75 milhões de plays no Spotify. O que acredita que ajudou a impulsionar o seu trabalho?

Acho que um dos meus maiores créditos como compositor é que trabalhei muito. Lancei sete EPs em dois anos e fiz mais de 200 shows nesse período. A música é a minha vida, não parece um trabalho. Eu também tive muita sorte com o apoio do Spotify e do Radio. Sem o apoio deles, seria muito difícil ter essa popularidade.

Você já se apresentou com grandes artistas como Jake Bugg, Snow Patrol, Bastille e Ed Sheeran. Como foram essas experiências para você?

Foi como ir a uma masterclass e aprender com os melhores! Gary, do Snow Patrol, é um dos melhores compositores modernos. Já o Ed Sheeran é um exemplo perfeito do que você pode conseguir se você é trabalhador e talentoso.

Ouvi dizer que você teve uma doença que quase interrompeu sua carreira. Como você superou isso?

Fui diagnosticado com a doença de Crohn cerca de dez anos atrás. Eu tento e continuo positivo, mesmo sendo uma doença crônica. Sendo honesto, estou constantemente aprendendo como administrar isso e ficar bem.

Você esteve no Brasil e se apresentou no Rio e em São Paulo. Qual foi sua primeira impressão dos fãs?

Adoro eles! Mal posso esperar para voltar e tocar para eles novamente. É um povo amigável, charmoso e super gentil! Eu não tenho uma palavra ruim para dizer sobre eles.

Depois de lançar seu álbum, Collide, você fará uma turnê. Você pensa em incluir o Brasil nela?

Eu estou esperando para visitar o Brasil novamente nos próximos 12 meses. Vamos torcer!

O que você sabe sobre a música brasileira? Conheceu algo enquanto esteve aqui?

É tudo sobre a melodia. A melodia é a chave. Adorava ouvir Silva, Jorge Ben Jor e Tim Maia. Definitivamente vou expandir minha coleção de discos brasileiros.