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Crédito: Marcos Hermes

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Roger Waters explora tecnologia, repertório pesado e storyteller em São Paulo

“Antes de começar, duas mensagens públicas: Primeiramente, em consideração aos demais espectadores, por favor desliguem seus celulares. E em segundo lugar, se você é um daqueles que diz ‘eu amo o Pink Floyd, mas não suporto a política do Roger’, vaza pro bar. Obrigado”.

A mensagem gravada em áudio e traduzida para o português no telão do show de Roger Waters já mostrou que ali não teria espaço para a patifaria de 2018, quando eleitores de Bolsonaro, às vésperas das eleições, vaiaram o icônico integrante do Pink Floyd durante o show no mesmo Allianz Parque.

Na noite de sábado, a casa do Palmeiras recebeu 47 mil pessoas para acompanhar o primeiro de dois shows de Roger Waters em São Paulo. Diferentemente de 2018, Roger não recebeu vaias, apenas aplausos e gritos efusivos. 

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Além de uma penca de hits do Pink Floyd e da carreira solo, Roger Waters também deu uma verdadeira aula sobre história contemporânea, com o seu ponto de vista, muitas vezes considerado polêmico.

De “condenações criminais” a todos os presidentes norte-americanos, de Reagan até Biden, até menções à Marielle Franco e Julian Assange,  Roger Waters cutuca todas as feridas abertas por décadas de imperialismo, racismo e imperialismo. 

O repertório também é algo fascinante. Comfortably Numb abre o set, seguida por The Happiest Days of Our Lives e Another Brick in the Wall, Part 2 e 3, que exploram os quatro telões de led com mensagens pedindo o fim das guerras e a taxação dos mais ricos.

Ao longo da apresentação, Roger também explora um lado VH1 Storytellers, no qual relembra histórias com Syd Barrett, guitarrista e cofundador do Pink Floyd, tudo traduzido para o português no telão.

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Aliás, o cuidado na hora de derrubar a barreira do idioma é louvável. Muitos fãs comentaram isso na pista premium. Puderam curtir atentamente a tudo que estava sendo traduzido.

The Power That Be e Is This the Life We Really Want? foram dois bons momentos do passeio pela carreira solo de Roger.

Em The Bar, ele cantou em cima de um piano enquanto bebia um drink. Lembrou que na Inglaterra os pubs são abertos para todos e não há diferenças dentro deles. Puxou um “cheers” e pediu para o público aproveitar o bar junto com ele.

Mas foram nos clássicos do Pink Floyd que o público se emocionou pra valer: Wish You Were Here, dedicada a Syd, além de Shine On You Crazy Diamond.

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Sheep, com uma ovelha inflável, sobrevoando a pista, marcou o término da primeira parte do show. Dividido em duas partes, o show tem um intervalo de 20 minutos entre as duas etapas. Tempo ideal para caminhar um pouco, passar pelo bar ou ir ao banheiro. O público de Roger Waters não estava tão estressado com “reserva de lugar” na pista.

A segunda etapa não alivia para os corações dos fãs. Acompanhado de um Jonathan Wilson em alto nível na guitarra, Roger distribuiu mais alguns hits do Pink Floyd: Money, Us and Them, Any Colour You Like e Brain Damage.

Lembra do recado no início do show, que citei no começo do texto, ele foi muito bem respeitado. A impressão é que trocou completamente o público da última turnê. Sem vaias, ataques histéricos ou celulares na frente dos outros.

Quem foi ao Allianz Parque presenciou um show de alto nível, que explora um repertório pesado, tecnologia de última geração e muitos atos teatrais. Roger Waters entregou isso tudo.

Antes de São Paulo, a turnê This Not a Drill passou por Brasília, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre e Belo Horizonte.

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