Pela sexta vez no Brasil, a banda norte-americana The Killers trouxe algo novo: uma apresentação em um local fechado pela primeira vez em São Paulo. No Tokio Marine Hall lotado, Brandon Flowers e companhia entregaram um show de alto nível na noite desta quinta-feira (30). Aliás, uma baita prévia do que fará no Primavera Sound, no sábado (2), no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.
Diante de 4 mil pessoas, o The Killers apresentou um repertório bem calcado nos principais discos da carreira, Hot Fuss, Day & Age, Sam’s Town e Imploding the Mirage. A estratégia faz parte do preparativo para o lançamento da coletânea Rebel Diamonds, que chega ao streaming no próximo dia 8.
Contrariando o que fez nas últimas duas passagens pelo Brasil, o The Killers não abriu o show com uma faixa nova. Anteriormente, fez isso com The Man e My Own Soul’s Warning, ambas cortadas do show atual. Agora, apostou na clássica Sam’s Town, que já veio acompanhada de Enterlude, When You Were Young, Jenny Was a Friend of Mine e Smile Like You Mean It.
Qual é a chance disso dar errado? Zero! Colocar uma banda de arena para tocar em um espaço infinitamente menor, mas com a mesma energia, é para poucos. Faltam palavras para descrever o que público assistiu. Foi catártico, emocionante, histórico. The Killers fez o melhor show da banda no Brasil. Sem exageros.
Shot at the Night, Blowback e In Another Life, do fiasco Pressure Machine, vieram para dar aquela “amansada” nos fãs, que já transpiravam litros de suor e lágrimas.
Mas o descanso foi bem breve. Spaceman e Somebody Told Me voltaram a elevar a temperatura ao máximo. Felizmente os copos de água estavam lá, assim como as garrafinhas.
O set, apesar de destacar os sucessos dessa máquina de hits, trouxe boas novidades para os fãs. Spirit, faixa inédita que estará na Rebel Diamonds teve seu debut ao vivo. Have All the Songs Been Written?, do Wonderful Wonderful, voltou a aparecer no repertório pela primeira vez desde 2018.
A reta final antes do bis foi tão forte quanto o início do show: A Dustland Fairytale, Runaways, Read My Mind, Dying Breed, Caution e All These Things That I’ve Done.
Quando a banda deixou o palco, era nítido a perplexidade dos fãs. Ninguém parecia acreditar que o The Killers fazia um show tão completo em um lugar tão pequeno. “Eles estão muito perto”; “impossível ter algo melhor que isso”; foram algumas das frases que escutei na frente do palco.
Foram 23 músicas em quase duas horas de show, que ainda reservou ótimos momentos no bis, com This River Is Wild e Under the Gun, que não compõem aquela prateleira com 20 a 30 hits do grupo.
Human e Mr. Brightside deram números finais ao show. Faltaram alguns hits, claro, como Bones e My Own Soul’s Warning, mas nada que comprometesse essa apresentação histórica.
Que venha o sábado para curtir mais uma jornada com The Killers. Dessa vez será como headliner no Autódromo de Interlagos. Vale destacar que essa será a primeira vez que o The Killers repete o local de um show em São Paulo. No mesmo autódromo, em 2018, foi headliner do Lollapalooza com a tour Wonderful Wonderful.
The Killers trouxe a Sam’s Town tour para o Tim Festival, em 2007, que rolou no Anhembi. Retornou em 2009, com Day & Age, para um show debaixo de forte chuva na Chácara do Jockey.
Em 2013, com o Battle Born, liderou uma das noites do Lollapalooza, quando ele acontecia no Jockey Club.
Além do retorno ao Lollapalooza, agora em Interlagos, em 2018, a banda também trouxe o Imploding the Mirage para o Allianz Parque, em 2022. Na ocasião liderou a primeira edição do GPWeek, com o Twenty One Pilots.