SÉRGIO DIAS
Com a Era Google fica muito complicado encontrar informações sobre algumas bandas com nomes subjetivos. Por exemplo, outro dia estava procurando vídeos de uma ótima banda dos anos 1970 chamada Blue, imagina o sufoco para achar algo…
Foi o que aconteceu com este CD do Friends. Comprei sem saber nada sobre o grupo, eu precisava acrescentar mais um disco numa promoção de três itens. Como o preço era atraente, levei no escuro, apenas por achar a capa interessante.
Depois de ouvir fiquei louco atrás de informações. O disco era excelente e não trazia muitas dicas, apenas os nomes dos músicos, todos em inglês, nenhuma informação se era editado no Brasil ou fora, apenas uma pequena referência ao Cristo Redentor na foto da contracapa, o que aumentava mais o mistério.
Friends – Follow On – CD não levavam a nenhum lugar nas pesquisas, passei a tentar pelo nome de cada músico, o que cheguei mais perto foi Al Pratt que apareceu em uma entrevista num jornal carioca descrito como Allan Pratt, falando sobre música. Procurei por esse nome no Facebook, mas também por ser comum apareceram várias opções.
Já estava desistindo quando encontrei um Al Pratt com uma guitarra na foto de perfil. Tratava-se de um músico americano que estava residindo no Rio de Janeiro e tocava com as filhas na noite carioca. Começava a fazer sentido aquela alusão ao Cristo Redentor no CD.
Mandei uma mensagem em inglês falando se havia alguma ligação entre ele e o tal disco. Aí veio toda a história respondida em português fluente: ele e mais três amigos saíram de Idaho, no início dos anos 1980, seguiram para a América do Sul e se estabeleceram na Argentina. Lá gravaram um álbum sob o nome de Harp, o disco saiu pela Polygram no selo Mercury, mas não teve o efeito que esperavam e decidiram ir embora para o Brasil, radicando-se no Rio de Janeiro.
Aqui gravaram Follow On, mudaram o nome de Harp para Friends, posteriormente gravaram um outro disco, agora sob o nome Bootleg. Apesar das mudanças a sonoridade ficou intacta, um country rock de altíssima qualidade, ótimas composições e uma melodia adorável.
Al Pratt virou um carioca típico, constituiu família e segue exibindo seu talento em apresentações pelas noites do Rio de Janeiro. Ganhei um amigo e pretendo trazê-lo para tocar aqui em Santos algum dia.
