Em seu oitavo disco de estúdio, Everyday Life, lançado na última sexta-feira, a banda inglesa Coldplay levou o termo experimental ao pé da letra. Dividido em dois discos, Sunrise e Sunset, a obra traz uma banda sem medo de arriscar, desbravando tudo que é ritmo.
Sunrise, faixa que abre o primeiro disco, parece feita para a trilha sonora de um filme de época. Não é nada parecido com o que grupo produziu até hoje. Tocada por um quarteto de cordas, é toda instrumental.
Church, que vem na sequência, já reflete o pop característico do grupo, um dos mais badalados dos últimos 20 anos.
Everyday Life continua da mesma forma, intercalando o pop que consagrou a banda com experimentalismo ao extremo.
Para alcançar o objetivo, Chris Martin recrutou uma turma diversa e bem técnica. Entre eles estão o pianista Jacob Collier, a cantora Norah Saqur, além de Femi e Omorinmade Kuti, respectivamente filho e neto de Fela Kuti.
Se algumas dessas experiências sonoras podem incomodar os fãs de carteirinha, outras conseguem agradar em cheio, como BrokEn, que vem acompanhada de coro de igreja e quase sem instrumentos.
Com muitas canções retratando a tolerância religiosa, o coro gospel volta a dar as caras em When I Need a Friend, outro bom momento do álbum.
Daddy, composta para o pai de Martin, é um dos momentos mais emocionantes. Com o vocalista no piano, o público é brindado com uma das mais belas canções.
Guns, que abre o segundo disco, traz uma experiência beirando o rockabilly. E, na soma de tudo, entre acertos e erros, Everyday Life é um álbum que merece atenção.