The Bombers relembra a história de Rubin Carter na era dos cancelamentos

Em 1976, Bob Dylan lançava o álbum Desire, o décimo sétimo de sua carreira na época. A faixa de abertura do disco, com oito minutos e meio de duração, traz a história do pugilista Rubin Carter, o furacão, condenado injustamente a prisão perpétua em 1966 pelo crime de triplo homicídio. Rubin era um dos melhores boxeadores peso médio de seu tempo, conhecido popularmente como Hurricane, o mesmo nome da música de Dylan. A prisão tirou a possibilidade de Rubin disputar o título de campeão mundial e o seu caso, até hoje, é uma emblemática demonstração de racismo e de manipulação da justiça americana. O Hurricane ganhou liberdade apenas em 1985, após a anulação do seu julgamento, e quase dez anos depois do lançamento do álbum Desire, considerado um dos melhores de todos os tempos pela revista Rolling Stone, em 2003. A história de Rubin Carter é tão importante que além de livros e música, ele também ganhou uma versão nos cinemas, sendo interpretado pelo ator Denzel Washington no filme The Hurricane, lançado em 1999. Cancelamento No recente EP do grupo santista The Bombers, intitulado Você sabia que Rubin Carter era inocente?, a banda faz menção ao caso e mesmo sem citá-lo diretamente na faixa Mudamento, traz o tema “cancelamento” à tona em clima de ska punk. O estilo, inclusive, é semelhante aos primórdios do grupo com o 7 Songs, primeiro disco da banda e lançado em 1998. No entanto, a faixa também mistura um pouco de Sublime e Goldfinger. Talvez não seja possível comparar musicalmente as canções Hurricane e Mudamento, mas um paralelo histórico diante dos tribunais condenatórios e injustiças faça mais sentido. As redes sociais são vitrines capazes de criar grande comoção, ampliar debates e tornar acertos em exemplos a serem seguidos. Na mesma medida, é muito fácil ser condenado, ter seu nome e trabalho jogado no lixo e considerado um pária diante de uma internet esfomeada por apontar dedos, julgar e condenar tudo aquilo que ela considera errado. Na maioria dos casos, os artistas e personalidades públicas são os principais alvos, à mercê de boicotes e tentativas de apagamento social. É difícil traçar um limite entre os arrojos de uma reação justa e compreensível de outras experiências que buscam apenas o linchamento. A “cultura do cancelamento”, como é nomeada, é um fenômeno alinhado ao pensamento neoliberal em que vivemos, como explica o psicanalista Lucas Liedker, em entrevista ao portal Metrópoles. Segundo o especialista, “pautamos as nossas escolhas pela mentalidade de consumo e da substituição. Assim, as pessoas assumem a posição de objetos, que você pode ir trocando, cancelando, algumas vezes de forma justa e, em outras, implacável”. Desse modo, as consequências do cancelamento são imprevisíveis e os estragos incalculáveis. O cuidado com essa prática define, principalmente, de qual lado da história não queremos fazer parte. Um novo EP com releituras de si mesmo O EP Você sabia que Rubin Carter era inocente? é o quarto lançamento da The Bombers neste ano, divulgado no último dia 7. O trabalho faz parte de uma série de EPs que a banda pretende lançar ao longo de 2021. O intuito do grupo é que o lançamento seja feito na primeira sexta-feira de cada mês, com exclusividade na plataforma do Bandcamp e, dessa forma, comercializar seu trabalho de forma direta com o público. O Bandcamp, desde o ano passado, tem se tornado uma alternativa importante aos músicos, pois a plataforma criou uma política na qual deixa de cobrar sua comissão para ampliar os ganhos dos artistas. Assim, todas as vendas realizadas na plataforma na primeira sexta-feira de cada mês são destinadas de forma integral aos músicos. Neste lançamento, seguindo a proposta dos EPs anteriores, a The Bombers traz ao menos uma faixa inédita e releituras de músicas próprias e outros artistas. Entre elas está a versão punk de Baby Can I Hold You, música que foi um dos maiores sucessos da cantora americana Tracy Chapman. Bombers consegue até nos enganar no início da versão, relembrando inicialmente a balada romântica original de Tracy, mas logo ganha contornos mais autênticos e assinatura rock da banda. Emanharado Já na faixa Sonho ou Pesadelo, a história é um pouco diferente. Apesar da letra ser de autoria de Matheus Krempel, vocalista do Bombers, a música faz parte do projeto Emanharado, idealizado pelo jornalista João Pedro Ramos, para o site Crush em Hi-Fi. No álbum, cada participante enviou uma letra inédita, que foi redistribuída pelo site para outra banda ou artista, sem revelar quem a compôs. O desafio de quem recebia a letra era entender a cadência e musicá-la com sua própria personalidade, criando assim uma “parceria oculta”. O resultado deste álbum é bastante interessante. A versão “original” de Sonho ou Pesadelo possui uma carga pós punk bastante introspectiva por parte do duo paulista Antiprisma. Já na versão da The Bombers, a faixa se torna mais emotiva ganhando contornos obscuros e solos de guitarra. Na quarta e ultima faixa do EP, o grupo traz a versão acústica de Jogadas ao Vento, música do disco Democracia Chinesa, de 2007. A nova versão mantém a pegada emotiva, mas ganha nova sonoridade e que sobrepuja em significados, principalmente em tempos de pandemia. O EP é uma produção da própria banda que pretende lançar um álbum com 12 músicas reunindo as faixas preferidas do público, como explica Matheus. “Ao final da publicação dessa série de músicas, realizaremos uma enquete com nossos ouvintes, para decidirmos em conjunto, quais músicas formarão o disco que iremos lançar em formato físico ainda esse ano”, diz. Aliás, para continuar acompanhando as novidades da banda basta seguir o grupo nas redes sociais. Todos os endereços da The Bombers estão disponíveis aqui. Você sabia que Rubin Carter era inocente? by The Bombers

The Bombers lança quarto EP do ano: Você sabia que Rubin Carter era inocente?

Já está no ar, dentro do projeto da Bandcamp Friday, o quarto EP lançado no ano pela banda santista The Bombers, Você sabia que Rubin Carter era inocente?. Em resumo, são mais quatro faixas para a conta do grupo. Contudo, no novo EP, o The Bombers revira o baú e também resgata uma sonoridade bem conhecida dos fãs, o ska punk. Aliás, o ritmo é quem abre o disquinho, com Mudamento, que fala sobre a nova febre do momento que é o linchamento virtual. Inclusive o título do EP, brinca com o assunto e faz menção ao caso do grande boxeador Rubin Carter, o Hurricane. Em suma, o atleta foi preso em 1966, acusado por assassinar três pessoas em um bar. No entanto, após 19 anos, ele foi inocentado e solto. Mas voltando ao EP, logo depois, o The Bombers apresenta uma versão explosiva de Baby Can I Hold You, da cantora Tracy Chapman. Anteriormente, a música fazia parte dos set lists da banda. No entanto, nunca havia sido gravada. Sonho e Pesadelo, uma faixa que tem letra do Matheus Krempel e um arranjo desenrolado pelo Gustavo Trivela, não soa nada parecida com a versão lançada pela banda Antiprisma, no álbum Emaranhado, projeto do jornalista João Pedro Ramos. Por fim, o EP traz Jogadas ao vento, do Democracia Chinesa, em uma versão acústica, carregada de emoção. Enquanto isso, a banda já prepara o próximo EP para o mês que vem. 2021 realmente não está sendo um ano parado para o Bombers. Aliás, a ideia dos músicos é lançar um disco por mês até o fim do ano, sempre com exclusividade no Bandcamp. Ouças os EPs da série A Morte (fevereiro) Não Vencer Não é Perder (março) O Abismo (abril) Você sabia que Rubin Carter era inocente? by The Bombers

Lost in Translation é o primeiro single do EP Cinemúsicas, de Marcelo Segreto

Marcelo Segreto é cantor, compositor e violonista. Idealizador do grupo Filarmônica de Pasárgada, iniciou sua carreira solo em 2020 lançando o EP América, América. Em resumo, o trabalho discute a situação política latino-americana de forma sutil e bastante sensível. Segreto, que já trabalhou com nomes como Tom Zé, Guilherme Arantes, Zé Miguel Wisnik, Luiz Tatit, entre outros, lança agora o single Lost in Translation. Contudo, nessa nova fase tem a produção musical de Marcus Preto e Tó Brandileone e participação de Tatiana Parra. “Fazia tempo que queria compor canções inspiradas no cinema e acho que durante a quarentena tenho mergulhado mais nesse universo. Foi vendo e revendo filmes, lendo autores como o Ismail Xavier, cursando uma disciplina do audiovisual da USP e conversando sobre filmes brasileiros com Marcus Preto (diretor artístico e produtor do projeto) que comecei a me aprofundar mais nessa ideia que, ainda esse ano, vai virar realidade na forma de um EP, cada canção inspirada em um filme diferente”, revela Segreto. A nova faixa foi inspirada no filme homônimo de Sofia Coppola, que trata do amor, das dificuldades do encontro e da solidão. Aliás, é a primeira da série de canções inspiradas no cinema, que serão reunidas e lançadas futuramente no EP intitulado Cinemúsicas. Marcelo Segreto comenta sobre o enredo da música. “São temas muito significativos nesse nosso difícil período de isolamento social. Esse “estar no mundo” desencontrado das duas personagens interpretadas por Bill Murray e Scarlett Johansson e a sua procura pelo essencial da vida, o amor, são coisas muito presentes na nossa sensação atual do mundo”. Lost in Translation anuncia o EP Cinemúsicas, que virá no segundo semestre acompanhado de campanhas inventivas nas redes sociais e um videoclipe para cada faixa. O clipe de Lost in Translation tem lançamento previsto para 27 de maio.

Entrevista | Ana Carol: “quando me tornei mãe percebi que a música estava fazendo falta”

Feito e inspirado na própria família. Essa provavelmente é a frase que melhor define o álbum de estreia Alma Nua, da cantora gaúcha Ana Carol. Totalmente delicado e conduzido pelas vivências de maternidade da artista, o novo projeto ainda conta com a participação do marido e cineasta André Moraes, responsável pela criação das melodias do álbum. Em dez faixas, o disco mescla composições autorais da cantora e homenagens a obras populares brasileiras, com um toque especial e uma linguagem afetiva. Aliás, mesmo sendo o primeiro disco lançado pela também atriz, escritora e bailarina, não é de hoje que a artista expressa tamanha vontade por cantar e compartilhar suas criações musicais. Todavia, Alma Nua é a realização de um sonho nascido há alguns anos, em Porto Alegre. “É um projeto tão antigo na minha vida. Eu comecei a querer criar um disco logo que eu saí da minha cidade, com 22 anos. Meu desejo sempre foi ser cantora, a vida que acabou me levando para outros caminhos. Foi um momento de pura realização a gravação desse disco, não tive nenhum nervosismo, apenas muita vontade para que ele se concretizasse”, revela a cantora. Amamentação Na faixa-título do álbum, Ana utilizou a própria experiência com a amamentação do primeiro filho, Francisco, para criar a letra e também o videoclipe, que foi totalmente adaptado e filmado em casa, devido à pandemia. Estando há alguns anos no universo maternal e tendo inclusive escrito e compartilhado suas vivências em um blog e no YouTube, a cantora sempre levantou bandeiras de humanização do nascimento e de uma maternidade ativa. Portanto, com o novo trabalho, ela não poderia deixar de lado a vontade de também trazer a família para o projeto musical. Antes disso, ela já trabalhava em conjunto com o esposo e cineasta André Marques em uma produtora, escrevendo roteiros audiovisuais. Segundo ela, a parceria é uma caraterística muito própria da família e nada mais natural do que refletir isso nas composições e no resultado da obra. “O disco é uma consequência de muitos questionamentos que surgiram com a maternidade. Comecei a rever minha carreira, a minha maneira de estar no mundo. O que eu gostaria de transmitir para as pessoas? Qual recado de fato queria dar? Além de uma vontade muito grande de não ficar só reproduzindo os discursos de outras pessoas ou simplesmente fazendo algo para o outro, mas sim fazer meus próprios projetos e então dar minha assinatura para as coisas. Isso veio muito forte com a maternidade e fazia parte disso o desejo de estar mais com a minha família, incluir eles no meu processo de trabalho”, conta. Retomada musical de Ana Carol Na época em que a artista partiu do sul do Brasil para iniciar carreira em solo carioca, sabia que amava música. Com três anos de idade já cantava e com 11 começou a ter ainda mais vivência vocal. Depois de adulta e deixando as apresentações nas casas noturnas de Porto Alegre, acabou dando de cara com os musicais do Rio de Janeiro, graças às experiências com atuação e dança. Neste longo processo colocou o canto de lado, voltando sua energia principalmente para a televisão e os conteúdos audiovisuais. “Quando me tornei mãe percebi que a música estava me fazendo muita falta. Que não podia ficar longe como estava, foi quando entrei nesse processo de retomada da minha carreira, seguindo meu desejo de estar perto. Isso culminou no lançamento do disco, algo que sempre esteve comigo e que tinha deixado de lado nos anos que me dediquei como atriz”. E essa multiplicidade de tarefas é de tirar o fôlego. Impossível desviar de tantas funções e interesses da artista, que está sempre buscando, analisando e se colocando nas situações propostas, conectando tudo ao trabalho, sem parar nunca. Mas com um currículo tão extenso, como escritora, compositora, cantora, bailarina, atriz e ainda formada em psicologia, o questionamento que paira pelo ar é: como ela consegue dar conta de tantas atividades ao mesmo tempo? Simplesmente dando um passo de cada vez. “Não existe uma conciliação de tudo isso, na verdade, isso tudo me habita. Eu sou essa colcha de retalhos, esse mix de influências. É impossível que isso coexista simultaneamente, no mesmo momento. Então, eu estou sempre priorizando coisas, não tem como dar conta de tudo ao mesmo tempo. As mulheres inclusive sofrem muito por acreditarem nessa ilusão de que a gente tem que dar conta de tudo, mas não temos e não conseguimos”. A música é prioridade de Ana Carol E nessa trajetória de quase dez anos como atriz, portas foram abertas para que o novo álbum chegasse ao público. Agora, no entanto, a prioridade é o lado musical. “Estou no momento, menos dedicada a minha carreira de atriz, para me dedicar mais a minha vida como cantora e compositora, já que são coisas que estão fazendo mais sentido para mim, como pessoa, mãe e como tudo aquilo que me constitui até agora”, diz. Ana Carol ainda conta sobre a proposta do novo projeto, já que propositalmente e de maneira intencional quis quebrar padrões pré-estabelecidos com este álbum. De acordo com ela, atualmente as produções estão próximas demais do convencional e deixando de lado o verdadeiro caráter artístico necessário. “Dentro da gente há um universo inteiro. E eu acho que o mundo hoje está muito na superfície das coisas, encaixotado. As pessoas fazem o que dá certo para a audiência e eu não gosto. Quero quebrar isso. Acho que temos que nos mostrar inteiros dentro das coisas que fazemos. Mostrar nossas camadas, singularidades e nosso colorido, porque é isso que faz com que sejamos únicos”, finaliza.

Com produção infinita, The Bombers revela EP O Abismo

Pandemia alguma vai parar a produção criativa do The Bombers. A banda santista radicada em São Paulo revelou, nesta sexta-feira (2), o terceiro EP do projeto mensal. O Abismo, disponível exclusivamente no Bandcamp, traz mais quatro sons do grupo. Além da faixa-título, que tem um refrão marcante e chicletão, O Abismo traz as músicas Lua Vazia e Help Me. A primeira conta com a participação da incrível Letty, enquanto a segunda é um resgaste dos sets antigos da banda. Lua Vazia ainda fecha o EP com uma versão mais noise. Curioso ressaltar que Help Me traz um medley de Orgasmatron, do Motörhead, com o ex-guitarrista do The Bombers, Wagner Tick, matando a saudade do vocal mais headbanger. Anteriormente, o The Bombers divulgou os EPs A Morte (fevereiro) e Não Vencer Não é Perder (março). Em resumo, a ideia da banda é seguir com os lançamentos mensais até o fim do ano. Posteriormente, um álbum cheio com as melhores desses sons será disponibilizado nas plataformas de streaming. Aliás, a ideia de soltar seus trabalhos no Bandcamp é uma forma de valorizar os artistas. Cansados das regras esquisitas do Spotify, que remunera muito mal os artistas, o Bombers encontrou seu lugar seguro na plataforma mais friendly aos artistas independentes. Clique aqui para ouvir.

Com brasilidade e música pop, Uiara Leiggo divulga novo EP “Teu Sentido”

O ser humano é profundo e pode evoluir a partir de suas próprias dores e frustrações. Esse é o conceito do novo EP da cantora Uiara Leiggo: Teu Sentido. A obra é recheada de brasilidade e conta com aspectos do pop/rock dos anos 80 e do indie contemporâneo.  O repertório é composto por seis faixas, incluindo uma releitura do hit Índios, da Legião Urbana. A faixa-título Teu Sentido e as canções Flores no Inverno, O Tanto Que Doeu, Perdendo A Revolução e Sal do Mar também integram o mini-álbum que é lançado pelo selo Musikorama Music Records. A cantora concebeu o EP com o suporte do produtor, guitarrista e baixista, Arnaldo Huff. Na ocasião, Uiara ainda obteve a colaboração de uma série de músicos durante as sessões de gravação. Tais como Geison Vargas (bateria), Xandy Guitar (teclados), Amanda Martins (flauta), Anderson Fofão  (percussão), Danniel Goulart (guitarra), Advar Medeiros (clarinete), entre outros. Para a artista, o EP Teu Sentido visa inspirar o público positivamente. “É sobre olhar para as mágoas e mover-se em prol da sua própria evolução enquanto refletimos sobre a nossa existência. Vejo que as músicas trazem o despertar de uma nova consciência”.  Uiara Leiggo está em atividade há mais de 10 anos. Anteriormente, lançou os álbuns Pedra Bruta (2010) e Meu Canto É Segredo (2016). Carioca e radicada na capital paulista, Uiara inspira-se principalmente em nomes como Angela Ro Ro, Cássia Eller, Zélia Duncan. 

Animal Alado: Zuza Zapata aborda liberdade e solidão em EP recheado de brasilidade e música alternativa

Todos têm qualidades e defeitos. Portanto, é preciso se libertar para ir de encontro à sua melhor versão. Essa é a aura do novo EP de Zuza Zapata, que é intitulado Animal Alado e alude à iniciativa de transformar solidão em solitude.  No âmbito melódico, o mini-álbum mescla a brasilidade ao rock alternativo dos anos 1980. Assim, Zuza inspirou-se em The Smiths, The Cure, Cazuza, Belchior e Terno Rei durante as sessões de gravação. O projeto foi viabilizado pela Lei Aldir Blanc, contando com recursos do Governo Federal e do Estado do Rio de Janeiro, através da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. O repertório inclui a faixa-título Animal Alado, o poema/introdução Pássaro, e as músicas Eu Não Posso Parar, Minha Rota, Eu Ando Assustado, Touro Furioso e Eu Ando Sonhando. O álbum foi gravado de forma remota.   Assim, Zuza gravou as linhas de voz em casa enquanto o instrumental foi captado no Estúdio Baeta, em São Bernardo do Campo, com o suporte do produtor Caio Andreatta. O disco ainda contou com a direção de Zeca Vieira e mixagem e masterização de Odael Rodrigues. O baterista Cláudio Baeta também colaborou no projeto.  O cantor destaca o teor sentimental da obra. “Vejo que o disco surgiu num momento de muita angústia, tanto em relação à vida pessoal quanto à carreira artística. Por isso, Animal Alado reflete sobre a importância de estar feliz consigo mesmo, compreendendo as nossas qualidades e defeitos. Espero que este trabalho possa tocar o coração das pessoas, trazendo-as para toda a minha odisseia poética”.  Zuza Zapata é natural de Macaé, Rio de Janeiro, e está em atividade há cerca de 10 anos. Anteriormente, o artista divulgou o disco Crônica de Ontem e Outras Saudades, em 2014, além de outro homônimo em 2010. Vale pontuar que o EP Animal Alado trata-se de um lançamento multifacetado. Isso porque cada uma das faixas obtém ilustração e vídeo arte, respectivamente, desenvolvidas por Caró Lago e Zeca Vieira. Todo o material estará disponível no site de Zuza Zapata, onde o artista fornece ainda uma ferramenta de acessibilidade web.

Vocal do System of a Down, Serj Tankian estreia EP Elasticity

O Elasticity EP, reverenciado pela crítica, de Serj Tankian, primeiro lançamento solo do cantor do System of a Down desde Orca de 2013, já está disponível. Em resumo, o músico também compartilhou o segundo clipe de uma das músicas, estreando o videoclipe para Electric Yerevan. Tankian comentou sobre a faixa. “A música foi inspirada pelos protestos em Yerevan na Armênia no verão de 2015 onde as pessoas protestaram contra as propostas de aumento nos preços dos serviços públicos. Minha escrita daquela época está inscrita palavra por palavra na música.” O clipe dirigido por Garin Hovannisian fornece uma linha do tempo visual dos eventos que antecederam os protestos. Electric Yerevan (2015) e a Revolução de Veludo (2018), que se seguiu, ao mesmo tempo que mostra o poder das manifestações pacíficas. A capital armênia de Yerevan também é figura com destaque no documentário recém-lançado, Truth to Power (27 de abril no VOD). O longa, com entrevistas exclusivas, aventuras, e algumas imagens originais gravadas pelo próprio Serj, permitem que o público tenha acesso aos bastidores de uma estrela do rock internacional cuja fé na música não só revolucionou o heavy metal, mas também eventos mundiais. Ao longo de sua vida, o músico buscou justiça social, aproveitando o poder de suas canções e celebridades para uma mudança política real. Aliás, a voz de Serj tem a mesma probabilidade de enfrentar a ganância corporativa americana e criticar o regime corrupto de sua terra natal. Sua campanha de décadas para o reconhecimento formal dos EUA do genocídio armênio foi finalmente adotada pelo Congresso em dezembro de 2019.