Amyl and The Sniffers e Bob Vylan conquistam UK com som cru, visceral e discurso forte

Com a temporada de shows e festivais prestes a começar pela Europa e Reino Unido, abrimos junho com um dos mais aguardados concertos do semestre. A icônica casa londrina Brixton Academy foi o palco para Pist Idiots, LYNKS, Bob Vylan e Amyl and The Sniffers, na última quarta-feira (1). Os primeiros a darem as caras no palco foram os australianos do Pist Idiots. Show curto, influenciado por um mix de pós punk, punk e grunge. Os 40 minutos foram suficientes para passar o recado e apresentar ao público diversas faixas do primeiro álbum da banda, Idiocracy. Mudando totalmente o rumo da noite, diretamente do sudeste de Londres, LYNKS deu um clima dançante e performático na noite, com batidas eletrônicas, coreografias no ritmo de academia, misturados com backing vocals femininos. Tudo muito rápido e frenético. Prata da casa, o duo Bob Vylan entrou em cena de forma pouco convencional. Enquanto o vocalista se alongava, o baterista dava o ritmo para os exercícios. O show quebrou o clima de uma casa enorme e trouxe uma atmosfera de clube underground, no qual na primeira música o vocalista já voou de encontro ao público. Show necessário, pautado pelo fortíssimo discurso dos integrantes, onde diversas questões sociais e culturais são erguidas. Eis que a headliner da noite, a australiana Amyl and The Sniffers entrou em cena. Acredito que o ponto a ser festejado sobre o show é a postura selvagem da banda, especialmente da vocalista, fazendo com que o público ficasse frenético junto com ela. Uma banda crua, poderosa e visceral. Tocaram por cerca de 1h10, pautando o clima do show em levantar questões feministas, políticas e obviamente a oposição ao jubileu da rainha. Show de uma banda que está em uma crescente absurda. Dois anos atrás tocava em clubes pequenos e hoje é headliner para 5 mil pessoas, mas sem perder o ponto que divide o underground do mainstream. Após essa apresentação, Amyl ainda abriu o concerto de Liam Gallagher em Knebworth. E, agora, se prepara para os shows da Hella Mega Tour, com Green Day, Weezer e Fall Out Boy.
UK Rocks | Me First and the Gimme Gimmes + Pinc Louds + 4ft Fingers no O2 Academy Islington

Resenha de show | Bowling for Soup no O2 Brixton Academy, Londres

Poucos dias antes do show em Brixton, o Bowling for Soup afirmou que o baterista Gary Wiseman havia adoecido e foi levado de volta para os EUA. Jaret Reddick raramente conseguia se lembrar de um show que eles fizeram sem ele em seus 28 anos de banda. Como seria o show? Felizmente, membros das bandas de apoio, The Dollyrots e Lit, entraram (assim como Jaret) na bateria para entregar, como prometido, “um show de rock completo”. As bandas de suporte fizeram exatamente o que era esperado, dois shows curtos, precisos e bem dosados. The Dollyrots com uma pegada mais punk rock, enquanto o Lit mais voltado ao pop punk deram o tom de como seria o desenrolar da noite. Ambas as bandas e o DJ Matt Stocks excursionaram juntos durante os 11 shows pelo Reino Unido, nomeando a tour de Crowd Surf the UK Tour. Antes do Bowling for Soup entrar no palco, Jaret apareceu sozinho e tocou uma versão acústica de Turbulence, do LP Fishin’ for Woos, de 2011. A ausência de Gary foi sentida. A bateria do Bowling for Soup tinha Greatest of All Time escrito nela, a faixa de abertura de seu novo LP: Pop Drunk Snot Bread. No entanto, estar desfalcado não significa que o show estava com falta ou esgotado de energia. A vibe era a mesma (as pessoas já tinham bebido o suficiente) para se entregar e extravasar com a trilha de outrora e dos clássicos My Hometown e High School Never Ends. Com o lançamento de Pop Drunk Snot Bread, algumas músicas deste álbum foram tocadas, incluindo a última faixa revelada, I Wanna Be Brad Pitt, além de Alexa Bliss, sobre a atual lutadora da WWE, que apareceu no vídeo para esta música. Essa música será lembrada na Brixton Academy por vários motivos. A banda parou Alexa Bliss no meio. Não porque houve uma briga (como geralmente é a causa), mas porque a banda sentiu que um membro da plateia estava angustiado!?. A banda explicou que eles haviam parado de tocar no passado, pois sentiram que as pessoas haviam perdido sapatos e óculos e depois os encontraram. A banda deu bastante tempo e fez com que os membros da plateia recuassem para que pudessem ser feitas tentativas de encontrar o telefone de uma pessoa da plateia que havia sido perdido. Este ato de empatia do Bowling for Soup aumentou a atmosfera: eles então terminaram de tocar Alexa Bliss, que já virou um clássico instantâneo do Bowling for Soup. Aliás, eles não exageraram no material novo, tocaram apenas duas faixas do Pop Drunk Snot Bread. Embora, a julgar pelo número de camisetas alusivas ao disco, o público teria sido bem receptivo. Inclusive o vocalista citou os números de streaming do álbum em dia, o qual chegou na casa de 4 milhões! No entanto, eles tocaram todos os seus sucessos básicos, incluindo Punk Rock 101 e 1985, além de Girl All the Bad Guys Want. Além de entregar um show honesto devido ao desfalque do baterista e mostrar respeito ao público e um ótimo nível de piadas, eles proporcionaram uma performance única para uma banda onde todos os clichês são respeitados e seguidos a regra, enraizada no status quo pop-punk. Em resumo, isso funcionou desde tocar Last Christmas, do Wham, durante o bis, até mostrar muito humor (aliás isso a banda tem de sobra) através de um Comedy Jam separado, onde os membros do BFS, bem como os integrantes da equipe, faziam piadas ininterruptamente. O guitarrista Chris Burney, que estava de vestido e óculos de Alan Ginsberg, mostrou bom humor ao se virar para mostrar seu traseiro durante 1985, enquanto Jared cantava “ela ia sacudir a bunda no capô do carro do Whitesnake…”. Burney também ocasionalmente liderava a multidão cantando para a banda. A roupa do dia de São Jorge de um membro da equipe foi menos bem recebida; este ainda foi um esforço caloroso de uma banda tentando se conectar mais profunda e intimamente com seus fãs britânicos. Com base na reação quando o BFS anunciou que retornaria ao Reino Unido no final deste ano para um show de Natal, é justo dizer que tudo acabou bem e todo mundo foi embora com o astral lá em cima.
Resenha de show | Dead Can Dance no Eventim Apollo, em Londres

Após 40 anos a banda cult de música gótica neoclássica Dead Can Dance finalmente chegou a Londres, na primeira noite de sua turnê pela Europa, no último domingo (10). Hora de começar, bater um gongo, martelar um dulcimer, dedilhar um bouzouki e emitir declarações sobrenaturais. Este conjunto enigmático é uma referência para o exotismo auditivo em trilhas sonoras de filmes e televisão; pessoalmente, eles entregavam uma mistura inebriante de influências, baseando-se em tradições musicais da Turquia ao Tibete, da Irlanda à Índia. A vocalista Lisa Gerrard é a alta sacerdotisa do gótico global, seu extraordinário contralto ressoando em algum lugar entre a diva da ópera e a cantora sagrada com sua própria linguagem encantatória. Seu parceiro musical Brendan Perry é um vocalista convencionalmente emotivo com um canto de barítono melancólico, para melhor transmitir os sentimentos de The Carnival Is Over e a pompa tribal de Black Sun. A eles se juntaram a cantora/compositora de Shetland Astrid Williamson nos teclados e backing vocals e uma série de cavalheiros barbudos impressionantes em um conjunto orquestral de percussão e sopros. Mesmo com essa formação multi-instrumental, tal era o alcance de suas referências culturais que parte de sua paleta sonora pan-global foi sampleada e tocada por meio de sintetizadores. Com nove álbuns de estúdio em seu catálogo, havia riquezas de sobra. Sua versão de Persian Love Song foi apresentada pela primeira vez em quase 30 anos, enquanto a impressionante interpretação de Gerrard em The Wind That Shakes the Barley e a ressonante Severance de Perry eram mais parecidas com grandes sucessos. O Dead Can Dance o set principal com seu padrão mais catártico e atmosférico, The Host of Seraphim, augurado por doomy drone e tolling toms e elevado a um plano devocional pelos mantras monásticos dos membros da banda e pelo ululado arrepiante e fascinante de Gerrard.
Resenha | Less Than Jake, Millie Manders and the Shutup, The Toasters e Skinny Lister em Londres

Os americanos do Less Than Jake abriram as comemorações dos seus 30 anos de banda com nove shows pelo Reino Unido, sendo que sábado (9) foi o último dessa primeira parte da turnê pela Europa. Posteriormente, a partir de outubro, eles retornam para mais shows na parte continental. Time escolhido a dedo, venue perfeita para a festa, turnê muito bem sucedida até o momento, não tinha como dar errado. Millie Manders and the Shutup Iniciando a festa, Millie Manders and the Shutup foram os primeiros a subir ao palco do Forum Kentish Town. Aliás, um pequeno acidente logo nos primeiros segundos da música inaugural causou um fratura no dedinho da vocalista Millie. No entanto, isso não foi problema em nenhum momento, exceto por impedir ela de tocar seu saxofone em determinados momentos da apresentação. Em resumo, Millie Manders and the Shutup é uma banda maravilhosa ao vivo, na qual a performance vocal se encaixa perfeitamente nos arranjos pesados, com lindas passagens pelo ska, e refrões grudentos fazem tudo funcionar perfeitamente. Não tinha como estar melhor, a banda é fenomenal e a vocalista realmente faz um trabalho excepcional. O vocal dela é a cereja do bolo. The Toasters Logo depois, voltando no tempo e atravessando o oceano, diretamente de Nova York, uma das lenda do ska, The Toasters, entrou em cena. Enfim, o jogo já estava ganho, 40 anos de história, muitos shows, amigos, uma carreira maravilhosa foi construída e um legado incontestável. Infelizmente, um show de 45 minutos deixou um gosto especial no público. Missão cumprida com propriedade! Skinny Lister A penúltima apresentação da noite ficou a cargo dos ingleses da Skinny Lister. A banda entrou em ação como um terremoto. A Skinny mescla folk music com rock, cozinha padrão, porém pontuada com bandolim, violão, sanfona e baixo acústico. As vozes são intercaladas entre os vocalistas. Tudo nesse esquema frenético, como a própria banda no palco. A trinca final da apresentação da Skinny Lister foi o que faltava para deixar o público ainda mais animado para o Less Than Jake. Vieram em sequência, Hamburg Drunk, This Is War e Trouble on Oxford Street. Talvez o mais legal tenha sido que as três bandas deixaram no público uma impressão maravilhosa. Com certeza sets maiores seriam melhores para todos. Afinal, cada uma delas tinha também sua fanbase por lá. Less Than Jake Por fim, chegou a hora dos donos da festa: Less Than Jake! E a receita do bolo é com eles mesmos: muitos hits e piadas entre as músicas, garantindo aquele gran finale em alto nível. A banda toca feliz, JR (trompete) quando não está tocando, está na frente dos monitores dançando com o público. Cris e Roger formam uma dupla perfeita nas vozes, Bobby é o ponto chave nos backings e com um sax afiadíssimo, enquanto Matt é como o coração da banda. O Less Than Jake visitou grande parte da sua discografia, incluiu b-sides, teve como de costume o papel higiênico jogado no público, as bolas gigantes, mascotes inflados ao lado da bateria, piadas das mais diversas possíveis e todos os hits que ainda mostram todo o poder de fogo da banda. Dentre os hits mais festejados, destaques para Automatic, History of a Boring Town e All My Best Friends Are Metalheads. O Less Than Jake já está no célebre hall das bandas dos anos 1990 que estouraram com aquela geração de 1994, e faz jus a isso. Em resumo, a banda faz o show se divertindo, a energia deles é contagiante e talvez isso seja o sucesso. Por fim, podemos destacar que eles estão celebrando 30 anos na melhor forma, desfrutando do reconhecimento trabalho ao longo desses anos e sabem muito bem como fazer e organizar uma bela festa, vide o lineup que colocaram para a gente no último sábado.
Resenha de show | The Chats no Electric Brixton, em Londres

Na última quinta-feira (31), os australianos do The Chats finalizaram mais uma tour pelo Reino Unido, com um show memorável no Electric Brixton. O trio, que se formou em 2016, em Queensland, já lançou dois EPs e um álbum, High Risk Behaviour. No entanto, em função da pandemia do coronavírus, o grupo realiza a tour de lançamento do debute somente agora, dois anos depois da estreia. O show do The Chats pode ser resumido com uma simples palavra: CAOS. Em resumo é tudo tocado na velocidade máxima, músicas em média com 1m30s e o vocal se esgoelando o tempo todo. Difícil escolher um highlight ou uma música que realmente se destaque no decorrer do show. Todas são cantadas uníssono. Aliás, a plateia vai na mesma toada: dançando, gritando, bebendo, fazendo tudo isso junto e seguindo todas as recomendações do baixista/vocalista, Eamon Sandwith. Antes do início da apresentação, Sandwith pediu para todos extravasarem o máximo possível, porém tomando cuidado com o amigo do lado. Em resumo, era a receita para uma noite maravilhosa. Um turbilhão passa na casa durante a apresentação. As dez músicas iniciais eram basicamente uma continuada na outra. As letras, em sua maioria, são cômicas e irônicas, deixando o clima ainda mais descontraído. Tudo acontece em menos de uma hora. Aliás, como disse acima, tudo a 200 por hora. Os três registros da banda são pincelados ao longo do repertório. Jam no fim do show do The Chats Por fim, as bandas de apoio dessa tour (Chubby and The Gang e Dennis Cometti) fizeram uma jam e tocaram uma versão de Rockin’ All Over The World, do Status Quo. Ou seja, no universo do The Chats, a regra é clara: diversão é a palavra de ordem e isso eles fazem muito bem. A banda, uma das mais hypadas na atualidade, segue com uma agenda extremamente cheia nos próximos meses. Ainda passará pelos Estados Unidos e volta ao Velho Continente para algumas apresentações em festivais e side shows. Por fim, conclui a jornada na Austrália. Fiquem de olho neles!
Resenha de show | Rick Wakeman no O2 Shepherd’s Bush Empire, Londres

O icônico musicista britânico Rick Wakeman tocou no O2 Shepherd’s Bush Empire, em Londres, na última quarta-feira (30), com a sua banda. Em resumo, uma apresentação memorável com um compilado de grandes momentos da sua carreira. Quase vinte anos desde a última turnê pelo Reino Unido, o mago dos teclados Rick Wakeman restaurou o English Rock Ensemble para shows em março e abril. Após a apresentação que rolou na última quarta-feira (30), no O2 Shepherd’s Bush Empire, Wakeman ainda passou por Birmingham, Glasgow e Newcastle, além de ter sido a atração principal do HRH Prog XI em Sheffield. O English Rock Ensemble, que acompanha Wakeman, foi originalmente fundado em 1975 como um projeto solo do músico depois de deixar o YES e continuou a tocar juntos de forma intermitente ao longo dos anos com uma formação fluida. Antes do show, Rick Wakeman falou sobre essa conexão e as apresentações. “Nas raras ocasiões em que consigo reunir o English Rock Ensemble, é sempre muito emocionante para mim, pois o setlist determina o line-up. Este show em particular incluirá algumas músicas que várias cantoras cantaram comigo ao longo dos anos e porque estaremos tocando algumas faixas do The Red Planet, também haverá músicos adicionais para fazer justiça à música”. Para o início do show, Rick Wakeman reservou uma belíssima passagem por diversos momentos do icônico álbum Journey to The Centre of The World. Por fim, explicou o quanto era prazeroso revistar essa obra com membros novos na formação da banda que nunca tinha tocado essa música. Com um show de tom intimista, um setlist definitivamente escolhido a dedo, os ingleses apresentaram mais cinco números, todos com uma duração média de 12 minutos: 1984 com um mix dos melhores momentos, Catherine Parr, Merlin the Magician e The Rest of Arthur. Em resumo, essas canções formaram o set nostálgico de Rick, que ainda guardou para o fim uma revisitada no clássico do rock progressivo Starship Trooper, do YES. Definitivamente, uma experiência única no universo do rock, executada com excelência por um dos maiores músicos da história.
Resenha | CHVRCHES faz show impecável com direito a dueto com Robert Smith

Após a ótima repercussão do último álbum, Screen Violence, dos escoceses do CHVRCHES, eis que chega a hora mais esperada de sua fanbase: o reencontro com a banda em Londres. E o lugar não poderia ser melhor, o icônico Brixton Academy, na última quarta-feira (16). Ainda teve tempo para um dueto com Robert Smith, do The Cure. Iniciando a festa, os australianos do HighSchool, banda que tem como base de sua sonoridade o eletrônico e suas vertentes. Show curto, set preciso, dando a deixa para o público ir atrás do som deles. Aliás, vem muita coisa por aí ao longo do ano. Passada a bola aos donos da festa, luzes baixas, telão enorme de fundo fazendo o background, intro de fundo intimista com o som extremamente alto dão o tom de como vai ser o show. Banda no palco, He Said, She Said é a escolha do trio para a abertura. Logo depois, a vocalista Lauren Mayberry agradece a presença do público e diz como está feliz por voltar a Londres. A última visita da banda havia sido em 2019. A sonoridade do grupo é baseada no synth pop. Das mais variadas referências, o CHVRCHES entrega uma performance ao vivo extremamente energética. Características a parte, as músicas são de fácil compreensão e os refrões marcantes. Em síntese, deixa tudo mais fácil para o público dançar e acompanhar a banda cantando. O CHVRCHES passeou por todo o catálogo, mas como era de se esperar destacou as músicas do último álbum, mas claramente os singles hits estavam incluídos no set, como Forever, Bury it, Never Say Die. Em resumo, elas deixam claro porque a banda é queridinha dos festivais e do público. Pois tudo fica mais leve com a bela trilha sonora entregue. Surpresa em dueto com Robert Smith Voltando ao bis com Asking for a Friend, uma belíssima surpresa na última parte do show, o grupo toca How Not To Drown com Robert Smith (The Cure). Aliás, essa canção ganhou o prêmio de melhor música feita por um artista britânico no prêmio da BandLab NME 2022 Awards. Todavia, essa foi a segunda vez que a música estava sendo executada ao vivo com o dueto de vozes, da mesma forma que foi gravada. Por fim, com Robert Smith no palco, escolha mais que certeira para uma versão de Just Like Heaven, do The Cure. Smith ficou até o final e participou das últimas duas canções do CHVRCHES. Agora, são mais dois shows pelo Reino Unido e a banda seguirá para os Estados Unidos e México, no próximo mês. Se tiver a oportunidade, não desperdice.
Resenha de show | Smith/Kotzen no Islington Assembly Hall, em Londres

Logo após finalizar a tour nos Estados Unidos, o duo Smith/Kotzen já atravessou os mares e desembarcou no Reino Unido para mais uma perna da sua excursão. Dessa vez a casa escolhida foi a aconchegante Islington Assembly Hall, escolha mais que perfeita para o público. Como de costume, a venda de ingressos acabou rapidamente. Quem não garantiu o ingresso, teve que entrar em uma lista de espera e acabou criando um enorme buzz para o show no Islington Assembly Hall. O suporte ficou por conta das bandas Bucket Rebel Heart e The Dust Soda, ambas com uma sonoridade bem parecida, todos calcadas no hard rock. Em resumo, apresentaram sets curtos, porém bem eficientes, dando um bom aquecimento para a atração principal. Conhecidos de longa data do público, os guitarristas Smith e Kotzen contam com dois brasileiros na banda, Júlia Lage (Vixen) e o baterista Bruno Valverde (Angra), que adicionam exatamente o que a sonoridade dos guitarristas pede: mesclam com maestria grooves, leveza, pressão e por aí vai. Foi mostrado na íntegra todo o repertório da banda, sendo ele o full album homônimo e o EP Better Days, lançado no verão passado. O show todo é muito bem executado e de alto nível. Tudo se encaixa perfeitamente, seja na abordagem das guitarras, onde ambos têm estilos diferentes, porém soam como se uma fosse o complemento da outra, assim como o trabalho das vozes. >> Confira entrevista com Richie Kotzen E, claro, no setlist é incluído um cover do Iron Maiden e uma do trabalho solo de Richie Kotzen. Ambas as músicas são curtidas como as outras canções do set e não tem diferença por serem faixas amplamente conhecidas dos fãs. Porém, uma cartada tirada da manga nesse show não poderia deixar de ser mencionada. Nas últimas duas músicas do set, um velho conhecido do público fez uma participação especial. Foi a cereja no bolo para coroar a apresentação. Chamado por Adrian, Nicko Mcbrain, baterista do Iron Maiden, subiu ao palco fazendo as típicas brincadeiras que ele faz, sorrindo como sempre e agradecendo aos fãs e amigos presentes. E, como previsto, Wasted Years (Iron Maiden) foi cantada em uníssono pelo público, enquanto Solar Fire, música que o mesmo participou da gravação no álbum Smith/Kotzen, fecha a jam. Sem delongas, um belíssimo show de dois monstros da guitarra. Som bem feito por quem sabe fazer música boa.