Prêmio Gabriel Thomaz de Música Brasileira encerra SIM no domingo

Black Pantera lança novo disco junto a Deck

O Prêmio Gabriel Thomaz de Música Brasileira, idealizado pelo vocalista do Autoramas, chega à sua oitava edição, no domingo (29), às 22h. Encerrando a programação do SIM São Paulo – Semana Internacional de Música, a premiação tem dezenas de indicados. Aliás, somente na categoria Hit do Ano, 50 artistas concorrem. Em resumo, além do Hit do Ano, artistas e selos disputam as categorias “Álbum Mais Conceitual”, “Capa Mais Bonita”, “Empreendimento Mais Lucrativo” e “Sou Suspeito”. No entanto, em função da pandemia do novo coronavírus, a cerimônia de premiação será online. Será possível assistir a premiação na home do site da SIM São Paulo ou no YouTube do Autoramas. A premiação contará ainda com 12 shows: Black Pantera (MG), Cigarras (PR), Time Bomb Girls (SP), Wry (SP), Combo X (PE), Jupta (SP), Garrafa Vazia (SP), Astronova (SP), Bong Brigade (SP), Funcionários Públicos (BA), Severino (PB) e Joanatan Richard (PE).

Entrevista | Dirty Projectors – “Tenho escutado bastante o som do Tim Bernardes”

Pouco mais de um ano após a morte de João Gilberto, um dos maiores gênios da música brasileira, uma linda homenagem chega de Los Angeles. A banda de indie rock Dirty Projectors acaba de lançar o EP Super João, que reverencia no título, mas também mostra uma sonoridade muito inspirada na obra do baiano de Juazeiro. “Eu amo a música dele e a forma como ele tocava seu violão. É importante para mim. Eu trabalhei nessas músicas no ano passado, quando soube que ele faleceu. Por isso decidi nomear o EP de Super João”, comenta o vocalista e guitarrista, Dave Longstreth.  Super João é o terceiro de um ciclo de cinco EPS, que marca o crescimento e a transição da banda ao longo de 2020. Cada EP até hoje iluminou um membro específico da banda, e Super João foca em Dave. A coleção sutil, acústica e direta em fita combina melodias de formato longo com progressões de acordes surpreendentes para criar um clima que lembra Arthur Russell, Chet Baker e – é claro – João Gilberto. Paixão pela música brasileira A paixão por João Gilberto vem da infância. Dave conta que seus pais tocavam os álbuns do baiano em casa. “Ele acabou marcando parte da minha vida”, resume. O vocalista do Dirty Projectors vai além quando fala sobre música brasileira. “Era adolescente quando descobri o Caetano Veloso, Gal Costa… esse pessoal. Eu comecei a descobrir essas músicas quando estava crescendo, e isso me fez abrir muito a mente. Quando tive a minha primeira oportunidade de tocar no Brasil, o Caetano foi no meu primeiro show, no Rio, e conhecê-lo foi algo surreal”, comenta, aos risos. Dos mais atuais, Dave destaca o vocalista do grupo O Terno. “Tenho escutado bastante o som do Tim Bernardes, e de seu irmão, Chico Bernardes. Acho que são só esses dois, mas adoraria conhecer bem mais”.  Não bastasse a influência dentro de casa, o norte-americano também gravou com outro músico brasileiro, o percussionista Mauro Refosco, figura conhecida na trajetória do Red Hot Chilli Peppers e David Byrne. “Certamente contribuiu mais ainda para o meu conhecimento de música brasileira. Eu já escutava músicas do Mauro bem antes de conhecê-lo. Acompanhei o trabalho dele pela primeira vez no álbum Grown Backwards, do David Byrne. Ele é um cara muito legal e um músico incrível. Trabalhar com ele no Dirty Projectors foi praticamente um sonho se tornando realidade. Eu amo ele”. EPs em série do Dirty Projectors A série de EPs do Dirty Projectors reserva ainda mais dois títulos em 2020. Segundo Dave, a ideia do projeto surgiu quando a banda começou a trabalhar no show ao vivo do último álbum. “Tem sido muito natural encaixar as músicas em cada EP, é algo muito intuitivo. Sobre Super João, a ideia foi escolher músicas com um grande senso de liberdade, com progressões livres e selvagens”.  A sequência de EPs temáticos para cada integrante é uma forma de destacar o que é produzido por cada um deles. “Sempre foi minha ideia para a banda: mudar assim como a música muda. Só queria poder explorar o maior tipo de músicas e sons. Trabalhar com muitos músicos diferentes ao longo dos anos é uma honra, um privilégio e uma alegria enorme”. Enquanto a pandemia segue forte, Dave conta que espera o quanto antes conhecer o Brasil. De forma segura para todos, claro. “Esse ano acabou com a maioria dos planos de muita gente, assim como os nossos. Eu não sei quando vou poder tocar de novo no Brasil, mas adoraria voltar quanto antes. Amo o país e amo tocar para os fãs brasileiros. Espero que não demore muito”. ***Texto e entrevista por Lucas Krempel e Caíque Stiva

Entrevista | Capela – “O mundo se apresenta de muitas formas”

Capela

Começando como um trio, os paulistas Caio Andreatta (violão), Gustavo Rosseb (voz) e Léo Nicolosi (violão) iniciaram o projeto Capela por destino. Se encontraram na música e começaram a rodar o Brasil com seu trabalho. No total, carregam três discos na bagagem. Agora, o Capela se apresenta como duo, contando com Gustavo e Léo, e está prestes a divulgar seu quarto álbum. Em entrevista ao Blog n’ Roll, o grupo nos contou um pouco sobre sua história, a criação do novo material em nova formação e os planos para 2020. Um encontro do destino Algumas coisas acontecem porque têm que acontecer. E é simplesmente isto, sem mais justificativas. A história do Capela é justamente assim. “O destino assim o quis e então aconteceu (risos). Tem coisa que a gente não explica, só aceita. Tocamos o barco pelos caminhos que foram surgindo mais à frente e quando vimos, já tinham se passado oito aninhos de estrada”. Inspirados pelo entorno, o Capela é formado por observadores de extrema sensibilidade. “O mundo se apresenta de muitas formas, muitas lindas de se ver e de se evidenciar, outras são tenebrosas. É preciso colocar isso em música pra que a gente possa se olhar num espelho e entender que somos assim”. “Destacando essas facetas do mundo e de cada um é que podemos perceber erros e acertos, pontos fortes e fracos e como podemos ser melhores pra nós e pro nosso entorno. É isso que nos inspira”. Léo convidou Gustavo e Caio, que ainda não se conheciam, e passaram a se apresentar como trio. Juntos, gravaram três discos, foram indicados ao Prêmio da Música Brasileira, se apresentaram no Rock in Rio e SXSW… Uma aventura atrás da outra. “Agora, após uma pausa de 2 anos, estamos voltando aos palcos, dessa vez em um duo, apenas Gustavo e Léo. E estamos preparando um disco novinho”. De tudo um pouco As influências do Capela não seguem uma corrente específica. Assim como a ampla percepção para os detalhes no mundo físico, a versatilidade também está nos ouvidos. “Pra esse disco novo estamos escutando muito do que tem sido lançado hoje em dia. Flertando um pouco com o pop, um pouco com a sonoridade setentista, um pouco do afro também… Enfim, pode-se dizer que são nossos ‘pilares’ de sonoridade nesse último disco”. Entre os artistas mencionados, estão Charlie Puth, Jacob Banks, Harry Styles, Childish Gambino, Bon Iver, Young the Giant, Leon Bridges e Lianne La Havas. Mas as referências não param por aí. As influências variam de época, conforme o andar de sua discografia. “Nosso primeiro disco, Música de Cabeceira, ia de Beirut a Clube do Balanço… Já no segundo, Sangue Novo, decidimos experimentar outras sonoridades, aí veio Chet Faker, Mumford and Sons, City and Colour”. Entretanto, alguns são parte constante do processo. Elevados a mestres no processo criativo do grupo, Djavan, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque e Novos Baianos ocupam lugar especial nessa lista. “Também aprendemos muito com uma galera ‘nova’, como Liniker, Xênia França, O Terno, Maglore, 5 a Seco, nossa… Poderia ficar aqui citando o dia inteiro! (risos)”, brinca o duo. Pelos grandes palcos do Brasil e do mundo Capela tem muitas experiências para compartilhar. Mesmo com frio na barriga, o grupo encarou o Palco Sunset do Rock in Rio, em 2015, no mesmo dia de A-Ha e Katy Perry. A dupla relembra o dia com ternura. “Foi mágico tocar em um evento de tamanha proporção. Muita gente cantando nossas canções. Isso não tem preço”. No mesmo ano, participaram do reality show Breakout Brasil, exibido pela Sony. Disputaram um prêmio com várias bandas independentes do Brasil. Também levaram a música brasileira para o Texas, em 2017, participando como convidados no South by Southwest (SXSW). “Foi a primeira vez que a banda tocou fora do Brasil e foi uma experiência única. Fizemos cinco apresentações por lá e também muitos novos amigos”. Os “eus” do passado Capela coleciona aprendizados em sua discografia. “Acreditamos ser importante viver as coisas por inteiro. A gente aprendeu demais com cada disco, já que cada um traz uma particularidade e uma personalidade de quem éramos naquele instante”. Experimentaram diferentes perspectivas em cada um: Música de Cabeceira (2012), Sangue Novo (2015) e Gigante (2016) apresentam estilos, levadas e ideias distintas. Quando voltamos para o hoje, conseguimos entender mais quem somos no momento presente. Talvez essa história de ‘ponto de virada’ seja algo digno de todos os instantes. Ao olharmos para os discos, podemos ver luta vencida, objetivo concluído, missão cumprida. Isso nos enche de orgulho e nos deixa com sede do próximo passo. Ter essa oportunidade de se ver na estrada, no caminho, talvez seja o ponto de virada mais interessante até o momento. Capela Naturalmente, a forma de criar vai mudando, com experiências agregando valor ao trabalho. Com o Capela, a expansão flui fácil, já que o grupo se permite experimentar novos sons. “Criar é sempre uma válvula de escape, seja pra colocar pra fora o que dói ou o que transborda. Somos pessoas muito diferentes, mas estávamos engasgados com as mesmas coisas que ansiavam por transbordar da gente. O que a gente fez foi deixar a coisa toda derramar de uma só vez”. “Criar também é um processo de cura e de autoconhecimento. Dividir isso com um amigo da grandeza que somos um para com o outro, é uma experiência fenomenal”, concluem os músicos. Caminhando para seu quarto álbum, o duo nota seu próprio amadurecimento e embarca em mais uma aventura. Desta vez, abraçando a música das rádios e a criatividade em brincar com o popular. Em Terra de Semblantes Assim nasce o álbum Em Terra de Semblantes, que chegará num momento de dura necessidade por músicas que transbordem amor. “Ele vem para estabelecer a ponte que liga todos nós. Uma língua comum a todos, que fala direto com a alma e o coração de cada um”. O disco fala do verdadeiro eu, escondido por trás de semblantes diversos. “É leveza, é paz, é guerra, é tudo! Uma festa em

Riachão, icônico sambista baiano, morre aos 98 anos

Riachão

Morreu nesta segunda-feira (30), em Salvador, o sambista Clementino Rodrigues, conhecido com Riachão. Ele tinha 98 anos e faleceu de causas naturais. O enterro de Riachão foi realizado no período da tarde, no Cemitério Campo Santo, no bairro da Federação, em Salvador. Por conta dos decretos que proíbem aglomerações, apenas familiares puderam acompanhar a cerimônia. Riachão nasceu em Salvador no dia 14 de novembro de 1921, e era o caçula de 16 filhos. Desde pequeno, já fazia seu próprio som, tanto que sua primeira música foi composta aos 12 anos de idade. Os principais sucessos de Riachão são sambas como Vá Morar Com o Diabo e Chô Chuá (Cada Macaco no seu Galho). Seu último trabalho lançado foi o álbum Mundão de Ouro, de 2013, que conta com 10 inéditas e alguns sucessos gravados com outros artistas. Relembre algumas canções do sambista:

Rap Plus Size divulga capa e detalhes do segundo álbum

Rap Plus Size divulga detalhes do novo álbum

A Grandiosa Imersão em Busca do Novo Mundo chega em 18 de outubro. Faltando dez dias para sua estreia, o novo trabalho do duo Rap Plus Size teve capa, tracklist e participações divulgadas. A obra é conceitual e se aprofunda em questões como gordofobia, machismo e outras formas de opressão. A capa do disco, com arte de Raquel Tomé, traz um pouco dessa expressão de profundidade, abordando a vastidão do oceano. “A ideia é de aprofundar mais os temas que já havíamos abordado anteriormente no primeiro disco”, conta Jupi77er. “Pensamos em mergulho, imersão, estudamos muito sobre mergulho livre, pesquisamos sobre o oceano”. Além das denúncias, a rapper caracteriza o trabalho como também “um mergulho em nós mesmos, em direção a uma nova realidade”. Além da capa, o duo também revelou algumas das participações do projeto. Entre eles, constam Djonga, Monna Brutal, Kamau e Cris SNJ, Mulamba, Danna Lisboa, Ingrid Martins e Luz Ribeiro. Outra novidade é a tracklist do novo álbum. Confira a relação de faixas de A Grandiosa Imersão em Busca do Novo Mundo: Aquário Pipeline Quebra Mental Fôlego Espelho Baleia 52 Cardume Submarino Abissal Nascente Novo Mundo