Entrevista | Niklas Almqvist (The Hives) – “Tentamos imitar o show ao vivo ao máximo”

A banda sueca The Hives iniciou na última quinta-feira (21) sua primeira turnê virtual mundial. E, após passar por Berlim (21), Nova York (23) e Sydney (28), chegou a vez de São Paulo. Isso mesmo, o grupo se apresenta para o público brasileiro nesta sexta-feira (29), às 20h. Os ingressos estão à venda no site e custam US$ 17,50 (R$ 94,00). O guitarrista do Hives, Niklas Almqvist, conversou com o Blog n’ Roll sobre os shows, pandemia, adaptação para a turnê virtual e futuros planos. Confira abaixo a nossa conversa com o músico. O Hives tem um dos shows mais eletrizantes no mundo, e agora vocês estão iniciando uma turnê virtual mundial. Como foi a adaptação para transmitir a energia do show de maneira digital? Foi a parte complicada, mas foi onde tivemos que mudar nosso jeito para meio que encontrar uma solução de como fazer isso. Nós já fizemos apresentações gravadas, onde você tem câmeras de TV e nós editamos antes, mas não é a mesma coisa que fazer um show e interagir com o público. O que acontece agora é que tentamos imitar o show ao vivo ao máximo, adicionando elementos que darão a sensação de um show ao vivo, para nós e para o público. Tipo, nós vamos direcionar para alguém, esta é a razão para fazermos shows para diferentes cidades ao invés de um para o mundo todo. Nós queremos poder mandar um “hey São Paulo, como estão?”. E as pessoas em São Paulo dirão “estamos bem”, ou “toquem mais rápido”, o que quiserem dizer. Então há várias soluções que nós trouxemos para que essa turnê seja algo diferente de uma transmissão ao vivo comum. As pessoas poderão interagir, ligar para nós, esse tipo de coisa, sabe? Muito legal. Eu soube que as músicas serão selecionadas por votação popular. As opções de voto incluirão todos os álbuns ou serão restritas a períodos específicos da banda? Teremos muitas músicas, nós ensaiamos muitas músicas, e aí então fazer o set list do show. Mas acho que serão duas músicas por show que poderão ser escolhidas por voto popular, em cada território. Eu acho que você poderá escolher três músicas dentre várias, e as duas mais populares nos serão entregues em um envelope durante o show. Bem, nada é difícil para os Hives, mas no meio de uma pandemia não é como se tivéssemos ensaiado o tanto quanto gostaríamos. Então será difícil que peçam por qualquer música e nós conseguiremos tocar. Não seria uma performance digna de uma das melhores bandas ao vivo do mundo, então tocaremos as que ensaiarmos. Vai ser incrível. Quais as memórias que você possui do público brasileiro? Bem, eu acho que a minha coisa favorita no público brasileiro é o entusiasmo, me parece que eles levam música muito a sério, e são muito emotivos. E é o mesmo, seja dentro ou fora de um show. Falando agora sobre a pandemia, a Suécia, assim como o Brasil, tem tomado atitudes controversas em relação ao modo de combater o vírus. Acredita que a Suécia lidando bem com a pandemia? O que você mudaria em toda esta situação? Eu não mudaria nada, eu não sou médico, nem cientista, isto é algo que está muito além do meu alcance para eu dar uma opinião. Eu acho que as decisões deveriam ser tomadas por pessoas que sabem com o que estão lidando. Então, minha opinião é inútil. Na verdade, a única opinião que eu tenho é que eu sou grato por nossa sociedade ser livre para ir e vir, se eu quiser ir ao mercado eu posso, meus filhos vão para a escola, essas coisas. Claro que devemos manter distanciamento social, o governo proibiu aglomerações e coisas assim. Meus amigos de fora, acham que na Suécia está completamente aberta, o que não é verdade, existem restrições. Mas eles mantiveram as escolas primárias abertas, eu não vejo razão para isso, mas como eu disse, minha opinião é inútil, pois não sou cientista, nem médico, então não saberia o que mudar. Eu poderia dizer que quero ver futebol ao vivo, coisas assim, mas eu talvez estaria sendo um idiota por dizer isso, porque no fim do espectro existem pessoas morrendo, então acredito que estão fazendo o melhor que podem. Por exemplo, caso eu morasse na Finlândia, eu viveria de acordo com o que os finlandeses decidiram. Se eu vivesse no Brasil, idem. Então é uma pergunta para médicos e cientistas, não músicos de rock. Eu também sinto falta de futebol. Bem, era só um exemplo. Na verdade, o circuito de Esqui Cross-country está acontecendo, então vou assistir isso. Não tem neve aqui no Brasil. Seguindo, a pandemia também trouxe à tona a discussão sobre saúde mental. Você acha que a música pode ser um bom medicamento? Sim, a música mudou a minha quando eu era novo, por isso tenho o trabalho que tenho, pois quando era muito novo me apaixonei pela música e isso mudou minha vida. Provavelmente sou uma pessoa diferente da qual eu seria sem música. E, sei que realmente muitas pessoas já disseram de forma genuína, que este artista, esta música, ou esta letra, salvou a vida delas. Então, eu com certeza acho que a música pode salvar vidas, ou algo tão grandioso que te ajude a achar propósito, é muito poderoso para mim. No início da pandemia, quando todos tiveram que ficar em casa, você utilizou este tempo para produzir? O que você fez? Tentou trabalhar mais? Sim, foi o trabalho. Eu estava trabalhando em novas coisas do Hives. Eu fiquei na minha casa, no meu home studio, trabalhando em novas coisas. Nós todos fizemos a mesma coisa, era tudo que poderíamos fazer. No início não era permitido viajar na Suécia, mas depois, se quiséssemos poderíamos ter nos reunido para ensaiar e tal. Mas decidimos não fazer isso, pois tínhamos a opção de não fazer, então trabalhamos em muitas novas músicas. Atualmente estamos trabalhando em dois álbuns completos, e meio que iniciando um terceiro. Então temos
Flavia K lança single introspectivo pandêmico. Confira

Rock em Pandemia: série comenta impactos do Covid-19 na música

Sepultura, Angra, Shaman, Korzus, Armored Dawn e outras bandas se reúnem para comentar a cena musical no Rock em Pandemia, episódio da série documental A tirania da minúscula coroa: Covid-19. Com depoimentos de ídolos do rock brasileiro, o capítulo compõe uma série sobre os impactos da pandemia de coronavírus em vários setores. De acordo com o jornalista Charley Guima, orientador da série, a pandemia do Covid-19 acertou em cheio o entretenimento. “As produtoras, casas de shows e seus funcionários, terceirizados ou não, também sofrem com a escassez de shows, criando uma bola de neve econômica nunca antes visto no setor”. Entretanto, o ano de 2020 não pode ser considerado um peso morto. Por isso, Andreas Kisser (Sepultura), Felipe Andreoli (Angra, Karma e Almah), Eduardo Parras (Armored Dawn) e outros nove músicos fazem suas considerações sobre os impactos da pandemia no rock, como inovar durante a quarentena e muito mais. A passeata dos profissionais técnicos de eventos, ocorrida em São Paulo no começo de agosto, gerou mais questionamentos que acendem o episódio. Para o diretor-geral Gustavo Girotto, a “graxa”, como ficou conhecido o manifesto, enriqueceu o debate no episódio. “Buscamos acompanhar os bastidores dos profissionais que vivem desta importante indústria nacional, que emprega e movimenta milhares de pessoas”. O episódio será disponibilizado no canal do estúdio Via d’Idea, no YouTube. Confira o teaser do episódio 10 de A tirania da minúscula coroa: Covid-19.
Sandami apresenta A Maré, single feito durante a pandemia

O artista Sandami divulgou o single A Maré. Em resumo, a faixa é o terceiro lançamento do músico de uma série de músicas feitas durante o isolamento social. Ademais, a música reflete incertezas da vida, principalmente durante o período conturbado que o mundo vem vivendo. “A vida é como a maré, constante, alta, baixa, sempre em movimento e seguindo o seu curso”, conta. Vale ressaltar que este projeto é algo diferente de todo o conteúdo produzido pelo artista anteriormente. Além de compor e produzir, Sandami também tocou diversos instrumentos para a finalizar a faixa. Para este trabalho, um clipe está sendo terminado e deve ser lançado ainda no mês de setembro.
Wacky Kids, a turma do poderoso backing vocals, divulga E.L.M.O.

Entrevista | July Talk – “Sabemos que as coisas estão difíceis no Brasil”

Entrevista | Marcelo Hayena – “A pandemia é um tapa na cara”

Entrevista | Sandami – “Solidariedade é a palavra chave”

Entrevista | Supla – “Compor em português e em inglês tirou muito a minha energia”

Antes de iniciar a entrevista, peço desculpas ao Supla por conta dos barulhos da minha rua, afinal, eu moro em uma cidade movimentada. “Fica tranquila, eu tô cozinhando aqui. Bora lá!”, responde o cantor via ligação por celular. Ao longo do nosso diálogo, ouço Supla mexendo nas panelas. Ao mesmo tempo, ele continuava a conversa sem perder a maestria. Suas respostas são solícitas, bem humoradas e firmes. Enquanto anoto suas falas no bloquinho, sinto vontade de perguntar o que ele preparava para o almoço. No entanto, me limito às perguntas já programadas. Fiquei sem saber o prato do dia, mas sem problemas. O champs Papito compartilhou diversas novidades ao Blog n’ Roll. Dentre elas, o seu novo programa no YouTube, que estreia nessa quarta-feira (24). C’mon, kids! Novo álbum Nos últimos meses, Supla compartilhou alguns singles como Fall To The Ground, Delírio Tropical, Embaixo da Unha e Meu Próprio Mundo, lançada no mês passado. “Essas músicas fazem parte do meu novo álbum, não posso falar muito sobre o trabalho. Ele já estava pronto, mas devido ao coronavírus precisou ser interrompido.” Ainda sem nome definido, o próximo álbum do artista contará com diversas participações especiais. Victoria Wells é uma delas, que inclusive fez featuring em Fall To The Ground. Ademais, no ano passado a dupla lançou o projeto S&V. “Tenho músicas no meu novo álbum com ela. Como é um som eletrônico, é um pouco diferente para mim e eu nunca parei com a minha banda”. O artista ainda comenta sobre a dificuldade causada pelo isolamento social. “Com o coronavírus acaba dificultando um pouco também, afinal ela está em Nova York e eu, aqui.” Outra novidade, é que desta vez o álbum não será composto por músicas em português e em inglês, como em Illegal. “Não manterei o formato. Compor em português e em inglês tirou muito a minha energia e também a energia da música. No entanto, foi uma experiência muito boa. Fall To The Ground, por exemplo, será mantida apenas em inglês”. Supla no Youtube Nesta quarta-feira (24), o roqueiro estreará um programa semanal no seu canal do Youtube. Em formato de live, Esses Humanos será composto por entrevistas e claro, muita música! “O interesse surgiu porque muita gente que eu converso não assiste mais TV, apenas conteúdo na internet. Também assisti muitas lives interessantes nessa quarentena, então decidi fazer. Pretendo fazer o programa toda quarta-feira com muitos convidados legais”. E para o lançamento do programa, a primeira convidada será a atriz, diretora e produtora Barbara Paz. “Faz muito tempo que não nos falamos, por isso vai ser bem interessante. Falaremos sobre a vivência artística dela, como o filme Babenco, que foi premiado no Festival Internacional de Cinema de Veneza. Além disso, também falaremos sobre o reality (A Casa dos Artistas, no qual ambos participaram em 2001 e viveram um romance relâmpago)”. Quarentena Supla também comentou sobre o que tem feito para se reinventar nesta quarentena, enquanto artista. “Além do meu novo programa no YouTube e do álbum que será lançado, consegui fazer um videoclipe aqui em casa, da música Meu Próprio Mundo. Esse momento é muito difícil, pois além de cantor, eu sou performer, acima de tudo”. Totalmente produzido durante o isolamento, o videoclipe de Meu Próprio Mundo trouxe um pouco de cor, psicodelia e nostalgia neste período. Juntos Pela Vila Gilda contará com apresentação de Supla Supla estará presente no Juntos Pela Vila Gilda. A ação social de iniciativa do Blog n’ Roll vai reunir mais de 100 artistas no dia 25 julho. Em resumo, as obras irão arrecadar fundos para a compra de cestas básicas para os moradores da comunidade do Dique da Vila Gilda. “Eu não conheço a instituição, mas tudo o que puder fazer para ajudar, farei”. Além disso, ele também comenta sobre a importância de pensarmos no coletivo, sobretudo neste período delicado. “Confio na galera. Nesse momento, temos que esquecer a individualidade e, do jeito que estão as coisas, espero ajudar. Tô aí pra somar”, finaliza.