Pronto para o Balaclava Fest, BADBADNOTGOOD lança single com Tim Bernardes

O BADBADNOTGOOD, uma das principais atrações do Balaclava Fest, lançou Poeira Cósmica, single com a participação do cantor, compositor e produtor Tim Bernardes. A música estreou ao vivo na residência esgotada de oito noites do BADBADNOTGOOD no Blue Note, em setembro, quando Bernardes se juntou ao grupo para uma série de músicas, incluindo Poeira Cósmica e um cover de Milton Nascimento, Tudo O Que Você Podia Ser. O trio estabeleceu uma amizade com Bernardes em 2018, e Bernardes abriu para o BADBADNOTGOOD em seu primeiro show no Brasil em 2019, com Arthur Verocai. A banda BADBADNOTGOOD teve um ano estrondoso. Em janeiro, eles lançaram o single independente Take What’s Given com a participação de Reggie, e compareceram ao Grammy após receberem sua quinta indicação, dessa vez como artista principal. Em abril, seu projeto colaborativo com Baby Rose Slow Burn foi lançado, logo depois que o conjunto lançou sua suíte Mid Spiral que foi seguida pelo lançamento de sua contribuição para o álbum de tributo ao Talking Heads Stop Making Sense, com um cover de This Must Be The Place (Naive Melody) com a participação de Norah Jones. Os membros do BADBADNOTGOOD, Al Sow, Chester Hansen e Leland Whitty, foram acompanhados por seus amigos mais próximos e colaboradores em Mid Spiral, Felix Fox-Pappas (teclados), os músicos de jazz de Toronto Kaelin Murphy (trompete). O BADBADNOTGOOD também fez sua primeira residência no Blue Note em Nova York, com oito shows esgotados, consecutivos, com convidados em todas as noites, de Nick Hakin a Julius Rodriguez, Tim Bernardes, Stephane San Juan, Keenyn Omari e Immanuel Wilkins. Desde o lançamento do aclamado álbum Talk Memory no final de 2021, o grupo continuou a expandir sua lista de colaboradores, acrescentando trabalhos com Charlotte Day Wilson em Sleeper, 1999 Write The Future, Westside Gunn e Conway The Machine em MiNt cHoCoLaTe e Jonah Yano em the ordinary is ordinary because it ordinarily repeats. Além disso, o BADBADNOTGOOD contribuiu para o álbum Never Enough, de Daniel Caesar, de 2023, trabalhou com o artista em ascensão Elmiene em uma edição de seu single Marking My Time e reinventou as músicas do Turnstile para seu EP New Heart Designs.
Tim Bernardes costura cenas de um “sonho lindo” em “A Balada de Tim Bernardes”

“Parece que esse clipe começou a ser filmado há 31 anos”. Tim Bernardes se relaciona com a música desde o berço e esse aspecto pode ser acompanhado a partir de cenas reais, retiradas de fitas VHS da sua família, que foram combinadas com filmagens de making of do álbum Mil Coisas Invisíveis para compor o novo videoclipe de A Balada de Tim Bernardes. Na canção, o músico paulistano homenageia o passado, falando sobre acordar de um sonho, representado pela infância, e também sobre despertar para um novo momento de vida no presente – com a música sempre ao seu lado (assista aqui). Filmadas com uma câmera analógica restaurada pelo diretor Andrei Moyssiadis (que assina o clipe juntamente com o próprio Tim Bernardes), as cenas de making of do álbum Mil Coisas Invisíveis – lançado em julho pelo Coala Records e distribuído globalmente pelo Psychic Hotline – são combinadas com imagens do acervo da família de Tim, gravadas em fita VHS por seus parentes. Nos vídeos antigos, é possível ver cenas dele junto dos seus primos e irmãos brincando com instrumentos musicais e criando cenas teatrais. “O maior trabalho foi descobrir como fazer esse mosaico entre presente e passado de uma maneira esteticamente forte e que misturasse os universos de estúdio, de família, dos vinis, das coisas que me formaram musicalmente. No fim, eu fiquei muito contente”, pontua Tim. A Balada de Tim Bernardes é uma faixa autobiográfica que levou anos para ser finalizada. “Eu já tinha uma parte dela, só que fui adicionando versos… Por um lado, essa letra é muito pessoal. Geralmente, as minhas composições são feitas de um eu lírico encaixado no outro e nesta tem várias coisas pessoais”, explica Tim. Agora, nessa montagem com cenas da vida do cantor e compositor, o público confere um pouco mais do que o forma enquanto pessoa, mas não só. “Também fala da minha relação com a música, como eu tenho ela como um espaço mais sublime, sagrado na minha vida, de uma maneira cotidiana, simples e direta – sem se levar tão a sério”, finaliza.
Entrevista | Dirty Projectors – “Tenho escutado bastante o som do Tim Bernardes”

Pouco mais de um ano após a morte de João Gilberto, um dos maiores gênios da música brasileira, uma linda homenagem chega de Los Angeles. A banda de indie rock Dirty Projectors acaba de lançar o EP Super João, que reverencia no título, mas também mostra uma sonoridade muito inspirada na obra do baiano de Juazeiro. “Eu amo a música dele e a forma como ele tocava seu violão. É importante para mim. Eu trabalhei nessas músicas no ano passado, quando soube que ele faleceu. Por isso decidi nomear o EP de Super João”, comenta o vocalista e guitarrista, Dave Longstreth. Super João é o terceiro de um ciclo de cinco EPS, que marca o crescimento e a transição da banda ao longo de 2020. Cada EP até hoje iluminou um membro específico da banda, e Super João foca em Dave. A coleção sutil, acústica e direta em fita combina melodias de formato longo com progressões de acordes surpreendentes para criar um clima que lembra Arthur Russell, Chet Baker e – é claro – João Gilberto. Paixão pela música brasileira A paixão por João Gilberto vem da infância. Dave conta que seus pais tocavam os álbuns do baiano em casa. “Ele acabou marcando parte da minha vida”, resume. O vocalista do Dirty Projectors vai além quando fala sobre música brasileira. “Era adolescente quando descobri o Caetano Veloso, Gal Costa… esse pessoal. Eu comecei a descobrir essas músicas quando estava crescendo, e isso me fez abrir muito a mente. Quando tive a minha primeira oportunidade de tocar no Brasil, o Caetano foi no meu primeiro show, no Rio, e conhecê-lo foi algo surreal”, comenta, aos risos. Dos mais atuais, Dave destaca o vocalista do grupo O Terno. “Tenho escutado bastante o som do Tim Bernardes, e de seu irmão, Chico Bernardes. Acho que são só esses dois, mas adoraria conhecer bem mais”. Não bastasse a influência dentro de casa, o norte-americano também gravou com outro músico brasileiro, o percussionista Mauro Refosco, figura conhecida na trajetória do Red Hot Chilli Peppers e David Byrne. “Certamente contribuiu mais ainda para o meu conhecimento de música brasileira. Eu já escutava músicas do Mauro bem antes de conhecê-lo. Acompanhei o trabalho dele pela primeira vez no álbum Grown Backwards, do David Byrne. Ele é um cara muito legal e um músico incrível. Trabalhar com ele no Dirty Projectors foi praticamente um sonho se tornando realidade. Eu amo ele”. EPs em série do Dirty Projectors A série de EPs do Dirty Projectors reserva ainda mais dois títulos em 2020. Segundo Dave, a ideia do projeto surgiu quando a banda começou a trabalhar no show ao vivo do último álbum. “Tem sido muito natural encaixar as músicas em cada EP, é algo muito intuitivo. Sobre Super João, a ideia foi escolher músicas com um grande senso de liberdade, com progressões livres e selvagens”. A sequência de EPs temáticos para cada integrante é uma forma de destacar o que é produzido por cada um deles. “Sempre foi minha ideia para a banda: mudar assim como a música muda. Só queria poder explorar o maior tipo de músicas e sons. Trabalhar com muitos músicos diferentes ao longo dos anos é uma honra, um privilégio e uma alegria enorme”. Enquanto a pandemia segue forte, Dave conta que espera o quanto antes conhecer o Brasil. De forma segura para todos, claro. “Esse ano acabou com a maioria dos planos de muita gente, assim como os nossos. Eu não sei quando vou poder tocar de novo no Brasil, mas adoraria voltar quanto antes. Amo o país e amo tocar para os fãs brasileiros. Espero que não demore muito”. ***Texto e entrevista por Lucas Krempel e Caíque Stiva
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