Crítica | Scriptures – Benediction

Esse é o grande acontecimento do ano para os fãs de death metal. O grande Benediction está de volta com um novíssimo álbum, Scriptures. Tem como esquecer pérolas como The Grand Leveller, Transcend The Rubicon e The Dreams You Dread? São bíblias do metal extremo mundial! E o melhor de tudo, o grupo está de volta com o vocalista Dave Ingram e os mestres guitarristas Peter Rew e Darren Brookes, trio responsável por essa verdadeira usina do death metal. Unidos aos novatos Giovanni Durst (bateria) e Dan Bate (baixo), a banda está de volta aos seus melhores dias. Logo na abertura , os riffs de Iterations of I anunciam a melhor faixa do álbum, onde a voz mórbida de Ingram junto com os riffs mortais de Rew e Brookes são capazes de intimidar até os adeptos do death metal, que não esperavam que o álbum poderia soar tão bom. Mais faixas, mais peso Misturando os climas densos de The Dreams You Dread com a pancadaria de Subcouncious Terror e The Grand Leveller, Scriptures ainda apresenta diversos momentos de brilho, como Scriptures in Scarlet, a violenta Stormcrow (essa fará um estrago nos shows), Progenitors Of a New Paradigm (cantada por Kam Lee, do Massacre), In Your Hands, The Scars e We Are Legion, que encerra o álbum de maneira convicta, com seu andamento que deixará pescoços doloridos mundo afora. Doze anos após seu último lançamento, o “Benê” mostra que ainda está no auge da forma, com um álbum tão destruidor quanto Scriptures. Cacetada certeira! ScripturesAno de Lançamento: 2020Gravadora: Nuclear BlastGênero: Death Metal Faixas:1- Iterations of I2-Scriptures in Scarlet3-The Crooked Man4-Stormcrow5-Progenitors of a New Paradigm6-Rabid Carnality7-In Your Hands, The Scars8-Tear Off These Wings9-Embrace The Kill10-Neverwhen11-The Blight At The End12-We Are Legion

Crítica | Monopoly of Violence – Oligarquia

Na estrada desde 1992, os paulistanos do Oligarquia chegam ao seu quarto álbum de estúdio, Monopoly of Violence, que foi gravado em 2018, no Garage Estúdio, com a produção de Guilherme Sorbello, e lançado em novembro de 2020 via Poluição Sonora Records. A formação da banda conta com Victor Munhoz (voz e guitarra), Allan (baixo), Guilherme Lopes (guitarra) e Panda Reis (bateria). Fiel ao death metal old school, Monopoly of Violence transborda honestidade da primeira à última nota, você ouve e sabe que o álbum foi concebido por quatro sujeitos possuídos pelo metal extremo. Não poderia ser diferente, afinal, a galera do Oligarquia sempre trilhou os caminhos do death metal sem se importar com a opiniões alheias. E quem ganha isso somos nós, amantes da podreira, que somos pulverizados por faixas fortes como Cocaine, Holders of Lies, Summer Rain, Left Behind e o cover para Nada é como Parece, do Lobotomia. Todas recheadas de vocais guturais, guitarras lancinantes, velocidade e clima de pesadelo, como convém ao nosso amado death metal. Vale citar a produção do álbum, que deu um bem vindo toque de sujeira ao material, tornando-o ainda mais eficaz. São trinta anos de uma vida dedicada ao metal extremo, confira você mesmo. Monopoly of ViolenceAno de Lançamento: 2020Gravadora: Poluição Sonora RecordsGênero: Death Metal Faixas:1-Cocaine2-Holders of Lies3-Facist Heart (Facist Empire)4-Summer Rain5-Imminent Revolution6-Left Behind7-Ideological Jail8-Look to Me9-Holy War10-We Must Die11-Nada é Como Parece (Lobotomia)

Crítica | Gun To Mouth Salvation – Carnal Forge

O suecos do Carnal Forge não são muito conhecidos no Brasil, porém é uma banda que já está na ativa desde 1997, contando com uma pequena pausa entre 2010 e 2013. Nesse período, o grupo editou sete álbuns de estúdio, sendo Gun To Mouth Salvation o seu esforço mais recente, lançado em 2019. Misturando thrash metal moderno com o típico death metal melódico sueco, o som do Carnal Forge até consegue ser original, uma proeza e tanto em um estilo em que isso não é muito comum. Mas não se preocupe, é tudo pesado como o inferno, experimente ouvir no talo a destruidora Aftermath, melhor faixa do álbum, e tente sobreviver. Mas outras acabando se destacando também, como Parasites, faixa de abertura, Reforged, que lembra os últimos trabalhos do Kreator com algo de At The Gates nos riffs, King Chaos (uma porrada), Hellride (que bumbos!) e a mortal State of Pain, capaz de destruir pescoços alheios. Tudo embalado em uma produção moderna e os excelentes vocais de Tommie Wahlberg, que servem de escudo para o poderoso instrumental da banda. Comentamos no início do texto o fato da banda não ser muito conhecida no Brasil, mas, ao ouvir Gun To Mouth Salvation, qualquer headbanger irá se converter à porradaria desses suecos. Gun To Mouth SalvationAno de Lançamento: 2019Gravadora: Vicisolum Productions Faixas:1-Parasites2-Reforged3-Aftermath4-Endless War5-Bound in Flames6-King Chaos7-The Order8-Hellride9-State of Pain10-Sin Feast Paradise11-The Stench

Crítica | Usurper of Souls – Faces of Death

Quem acompanha o underground nacional com certeza bateu muita cabeça com From Hell, debute da banda de thrash metal Faces of Death, resenhado por essas bandas nos idos de 2018. Pois o quarteto aproveitou o insano ano de 2020 para editar sua segunda pedrada, o forte Usurper of Souls, que desde já garante seu lugar no pódio da podreira brasileira nesse ano que passou. Com arte de capa de Marcelo Vasco e produção de Friggi Mad Beats, o álbum traz muito sangue thrash/death correndo nas veias de Laurence Miranda (voz, guitarra), Sylvio Miranda (baixo), Sidney Ramos (bateria) e Felipe Rodrigues (guitarra). Usurper of Souls mostra o Faces of Death apostando numa mistura de thrash com generosas doses de death metal, sem firulas desnecessárias, apenas o metal destruidor que a banda pratica, como deixa claro a faixa título, que abre o álbum já deixando a mensagem clara na mente do ouvinte. Porradaria O álbum é direto, uma porrada na cara, totalmente calcado nas bandas dos anos 80 e 90, época dourada para o thrash/death, diga-se. Após a violenta abertura, o caos segue com Empty Minds, um míssel thrash. O grupo também atinge bons resultados quando baixa um pouco a velocidade, caso da ótima Open Wounds, que com seu ritmo cadenciado consegue se igualar às faixas mais rápidas no quesito brutalidade. Mas é nas faixas mais rápidas como Killer…In The Name of God, Deep Agony e Death Virus – essa última com toques de Sepultura fase Beneath The Remains – que o grupo atinge seu ápice. Com um segundo álbum que consegue superar a estreia, o Faces of Death já é um dos grandes nomes do metal extremo brasileiro. Vá ouvir agora! Usurper of SoulsAno de Lançamento: 2020Gênero: Thrash/Death Metal Faixas:1-Usurper of Souls2-Empty Minds3-Deep Agony4-Monster Medium5-Faith or Fear6-Open Wounds7-Killer…In The Name of God8-Death Virus9-Warlord

Crítica | Bíblia do Diabo – Sagrado Inferno

Nos idos de 1984, a banda Sagrado Inferno foi formada em Belo Horizonte influenciando diversos nomes daquela região, como Sepultura, Overdose, Mutilator, entre outros. O grupo contava com Dilsinho (guitarra), Marquinhos (baixo), Silvinho (guitarra), Rogério (voz) e Ronaldo (batera). Ainda naquele ano saiu a primeira demo da banda, auto-intitulada, mas a morte do guitarrista Silvinho, em 1987, interrompeu os sonhos do grupo. Quase 30 anos depois, Marquinhos assume as baquetas e ao lado dos filhos Markin (voz e guitarra) e Lucas (baixo) recoloca o Sagrado Inferno novamente nas estradas do metal, regravando a clássica demo de 1984 sob o formato EP, em 2016. Os resultados foram bons e a família partiu para o primeiro full lenght, Bíblia do Diabo, lançado em 2019. O estilo do grupo é o metal extremo old school, inclusive cantado em português, que combinou perfeitamente com a proposta do Sagrado Inferno, que é praticar blackened heavy/thrash metal na linha Hellhammer e Vulcano, resultando em ótimas faixas como Feiticeira, Pena de Morte, Ataque Terrorista e Sua Doença Não Tem Cura. O estilo é metal old school, esteja preparado para uma produção orgânica, guturais fortes mas sempre inteligíveis e uma belíssima arte de capa, que nos transportam a uma era em que não só o metal, mas a própria música parecia ter mais alma e honestidade. Confira o Sagrado Inferno e entenda um pouco da história do metal brasileiro. Bíblia do DiaboAno de Lançamento: 2019Gravadora: CogumeloGênero: Blackened Heavy Metal/Speed Metal Faixas:1-Feiticeira2-Pena de Morte3-Estupro Mental4-Devorador de Almas5-Codex Gigas: Bíblia do Diabo6-Ataque Terrorista7-Sua Doença Não tem Cura8-Bicho Homem9-Laranja Mecânica10-Sagrado Inferno11-Perseguição 12-Vida Macabra

Crítica | Wrath Encompassed – Unmerciful

Quando pensamos que já ouvimos todos os álbuns do ano, eis que surge pérolas para nos lembrar que a jornada é infinita, como Wrath Encompassed, terceiro disco da banda de Kansas, Unmerciful. Anteriormente, Unmercifully Beaten (2006) e Ravenous Impulse (2016) já tinham deixado claro o poderio dos músicos, e nesse Wrath Encompassed a banda realmente mostrou estar num patamar elevado. Primeiramente, o que chama atenção nesse álbum é a bateria de Trynt Kelly, realmente um dos melhores bateristas do cenário extremo mundial. Aliás, seu instrumento brilha ao longo das nove faixas de Wrath Encompassed, com viradas criativas e blastbeats velocíssimos. O baixo também acaba se destacando, pois marca presença durante todo o álbum, com linhas pesadas e técnicas. E por falar em técnico, é esse o estilo do Unmerciful, technical death metal, na linha de Dying Fetus, Defeated Sanity, Suffocation e Decrepit Birth. Em resumo, o Unmerciful uniu a técnica com a brutalidade, resultando em faixas doentias como The In cineration, Predator to Prey, The Stench of Fear, Blazing Hatred e Wrath Encompassed, que são capazes de derreter os tímpanos. Aqueles que procuram por originalidade certamente irão desaprovar, de fato não há nada aqui que já não tenha sido feito por alguma outra formação de metal extremo. No entanto, a qualidade, brutalidade e honestidade que emana desse álbum transforma esse detalhe em mera partícula de poeira. Precisa mais? Wrath EncompassedAno de Lançamento: 2020Gravadora: Willowtip RecordsGênero: Brutal/Technical Death Metal Faixas:1-The Incineration2-Blazing Hatred3-Predator to Prey4-Wrath Encompassed5-Carnage Unleashed6-The Stench of Fear7-Furious Precision8-Oblivious Descent9-Inexorable Decay

Crítica | Nightmares of The Decomposed – Six Feet Under

E lá se vão 25 anos desde que Chris Barnes deixou o Cannibal Corpse para levar adiante seu projeto Six Feet Under, que em 2020 chega ao seu décimo terceiro álbum de inéditas, Nightmares of The Decomposed, trazendo uma novidade importante no line-up da banda, o guitarrista Jack Owen, que ao lado de Barnes gravou os emblemáticos primeiros álbuns do Cannibal. A presença de Owen não se traduziu exatamente em um poço de novidades, pelo contrário. A exemplo do que vinha ocorrendo nos dois últimos álbuns de estúdio, faltam temas candidatos a se tornarem clássicos na carreira da banda, ou alguma música que os fãs imaginam sendo executada pelo próprio Cannibal Corpse. A produção é corretíssima, afinal o som do Six Feet Under não demanda nada mirabolante, e Barnes continua urrando como um desgraçado. Ao decorrer do álbum, boas faixas vão surgindo, como Death Will Follow , Blood of The Zombie, Amputator e Drink Blood, Get Higher. Todas seguindo o estilo básico do Six Feet Under, death mais pesado do que rápido, com diversos momentos “grooveados” e as típicas temáticas gore de Barnes. Vale citar o batera Marco Pitruzella e o baixista Jeff Hughell, que imprimem uma parede sonora carregada de peso e groove. Embora esteja longe de ser efetivo como nos tempos de Maximum Violence (1999) ou Bringer of Blood (2003), o álbum merece ser conferido pelos amantes do death metal. Nightmares of The DecomposedAno de Lançamento: 2020Gravadora: Metal Blade RecordsGênero: Death/Groove Metal/ Death N´Roll Faixas:1-Amputator2-Zodiac3-The Rotting4-Death Will Follow5-Migraine6-The Noose7-Blood of The Zombie8-Self Imposed Death Sentence9-Dead Girls Don´t Scream10-Drink Blood, Get High11-Labyrinth of Insanity12-Without Your Life

Crítica | Sin After Death – Dirty Grave

O nome da banda já da pistas, mas é ao colocar para rodar Sin After Death, segundo álbum do Dirty Grave, de Orlândia (SP), que o ouvinte se depara com um doom metal sombrio e pesado, com influências óbvias de Black Sabbath, Saint Vitus, Pentagram e Cathedral. O power trio Mark Rainbow (baixo, voz), Pedro Barros (guitarra) e Henrique Lima (bateria) realmente sabiam muito bem o que queriam quando entraram em estúdio, e os resultados são excelentes. Vale lembrar que esse é o segundo álbum do Dirty Grave, sucessor de Evil Desire, de 2017. O som do trio é denso, fúnebre, como todo doom metal deve ser. A voz hipnótica de Rainbow é responsável pelo clima doom em faixas como Slaughter (Human Race is Dead), arriscando inclusive falsetes à King Diamond. Os riffs e solos de guitarra são puro Iommi, ou seja, sem malabarismos inúteis, apenas melodias obscuras que envolvem a música do trio em uma neblina de sujeira. Os destaques do álbum vão para as duas últimas músicas, Slow Journey e When Lucifer Touches Your Soul, a primeira por seu andamento à Saint Vitus e a segunda por pelos seus mais de nove dolorosos minutos de pura viagem doom metal. Confira! Sin After DeathAno de Lançamento: 2019Gênero: Doom Metal Faixas:1-In This Night2-Slaughter (Human Race is Dead)3-Turn Off All My Fears4-Lord of Pain5-Satan´S Wings6-Disposable Toys7-Slow Journey8-When Lucifer Touches Your Soul

Crítica | Mundo Apocalíptico – Vingança Suprema

Segundo álbum dos paulistanos do Vingança Suprema, Mundo Apocalíptico traz Leandro Wild (guitarra), Alason Roar (voz), Everton Warrior (guitarra), Rubão (baixo) e Leonardo Cardoso (bateria) executando um speed/thrash metal totalmente oitentista. Com as guitarras seguindo a timbragem padrão e com letras em português, o álbum é uma autêntica viagem no tempo e podemos encontrar facilmente aqui coisas que remetem a bandas como Agent Steel, Taurus, Anthrax fase Neil Turbin, além dos eternos Metallica e Judas Priest. Sim, é heavy metal puro! Experimente faixas como a intro Transgressão, a veloz Tormento Real, a grudenta Soldados do Metal, além de outras ótimas como Terror, Passageiro Noturno, Andarilho e A Profecia, todas com andamento acelerado e riffs palhetados, bem típicos do speed metal. Se essa é a sua praia, o Vingança Suprema merece a sua atenção. Mundo ApocalípticoAno de Lançamento: 2019Gênero: Speed/Heavy Metal/Thrash Metal Faixas:1-Transgressão2-Tormento Real3-Passageiro Noturno4-Terror5-Soldados do Metal6-Fique Em Alerta7-Mundo Apocalíptico8-Andarilho9-A Profecia10-Divida Final