Entrevista | Travis – “Los Angeles não tem um palco onde todos possam ser humanos”

Entrevista | Paula Toller – “Hoje sou dona do meu tempo”

Comemorando os 40 anos de carreira, mais precisamente do lançamento do primeiro álbum do Kid Abelha, Seu Espião (1983), Paula Toller retorna a Santos, onde fez suas primeiras apresentações, antes mesmo da chegada do debute. O show será no sábado (13), às 21h30, no Blue Med Convention Center (Praça Almirante Gago Coutinho, 29, Ponta da Praia). Ainda há ingressos disponíveis no site Ícones. Na atual turnê de sua carreira solo, Paula Toller revisita os grandes clássicos da banda, além de apresentar muitas de suas canções pós Kid Abelha. O retorno a Santos é especial. Assim como Titãs, Paralamas, Herva Doce, Barão Vermelho, Ultraje a Rigor, entre outros nomes marcantes do rock nacional dos anos 1980, o Kid Abelha também se apresentou na lendária Heavy Metal, casa de shows que marcou época no início daquela década. Ainda como Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, Paula Toller e companhia deixaram uma ótima impressão para os fãs santistas. A partir dali, uma história de cumplicidade entre público e banda permaneceu, com shows em vários clubes, incluindo outra casa nostálgica, o Caiçara Music Hall. Nos tempos da Heavy Metal, o Kid Abelha, apesar de não ter um disco lançado, já contava com uma participação na coletânea Rock Voador (Warner Music) e alguns bons singles, como Distração, Pintura Íntima e Por Que Não Eu? Mesmo com a tour alusiva aos 40 anos de carreira, Paula Toller, hoje com 61 anos, olha pra frente. Em breve lançará um registro audiovisual da atual turnê, Amorosa, com participações especiais de Luísa Sonza, Roberto Menescal e Fernanda Abreu. Na semana passada, aliás, revelou o single com Luísa Sonza, a clássica Nada Sei. “A performance com Luísa em Nada Sei foi explosiva e levantou o público! Senti uma conexão musical e emocional com ela, nossas vozes combinaram bem demais. Foi um dos grandes momentos do show”, comenta a cantora. “Fernanda Abreu e Luísa Sonza, estrelas de duas gerações diferentes, e Roberto Menescal, um monstro sagrado da nossa música. Além da admiração que tenho por eles, há também uma ligação afetiva com cada um ao longo da minha trajetória”, completa Paula Toller. Enquanto se prepara para o show em Santos, Paula Toller concedeu uma entrevista para o Santa Portal sobre o show, Kid Abelha e lembranças de Santos. Confira abaixo. Sua conexão com Santos é duradoura. Com o Kid Abelha, você chegou a se apresentar na Heavy Metal, uma casa que virou lendária para os santistas. Você recorda algo desses primeiros shows do Kid Abelha em Santos? A Heavy Metal estava sempre lotada nos nossos shows. Lembro também de fazer guerra de gelo no camarim… Doía um pouco, mas era divertido, éramos bem novinhos. Como é o repertório do show que será apresentado em Santos? É uma mistura da carreira solo com os hits do Kid Abelha? O que você pode adiantar sobre isso? O show é uma antologia da minha carreira, tem uma quantidade enorme de sucessos, tanto da época do Kid quanto da carreira solo. A banda é um espetáculo à parte, ainda mais com a direção musical e a participação de uma lenda viva como Liminha no violão. Os cenários foram criados pelo consagrado Gringo Cardia, e apresentam imagens exuberantes do pintor modernista Genaro de Carvalho. Na última sexta, você divulgou Nada Sei com a Luísa Sonza. O single faz parte de um projeto que também conta com participações do Menescal e da Fernanda Abreu. Como foi reunir esses artistas de gerações distintas? O que mais pesou na hora das escolhas? São artistas de diferentes gerações e todos têm uma interseção afetiva comigo. O single com a Luísa está explosivo, levantou o público no dia da gravação. Recentemente, tivemos uma turnê de reunião do Titãs que teve grande repercussão no Brasil todo. Isso passa pela sua cabeça com o Kid Abelha? Demanda com certeza tem de sobra. Obrigada pelo comentário, mas agora estou 100% dedicada à turnê Amorosa. Tem algo que você mudaria na sua carreira? Alguma escolha que considera errada e que poderia ter sido melhor? Não mudaria muita coisa, fiz escolhas muito conscientes, nunca me dobrei às demandas de mercado e hoje sou dona do meu tempo. Vejo que a garotada está sintonizada com as músicas, nas redes sociais, tocando violão, piano…
Entrevista | Rodrigo Pancho (Black Pantera) – “O rock é caro e elitista”

No fim de maio, a banda mineira Black Pantera lançou o quarto álbum da carreira, Perpétuo, que aumentou ainda mais o alcance fora do underground. Se Fogo nos Racistas foi o carro-chefe de Ascenção, disco lançado em 2022, a balada Tradução, com uma letra pesada sobre o racismo estrutural no Brasil, é a grande estrela da vez. Desde 2022, quando lançou o primeiro álbum pela Deck, o grupo vem marcando território nos principais festivais do Brasil. Foi atração no Rock in Rio, Lollapalooza e Knotfest. Aliás, no último, eles retornam em outubro para a segunda edição. Para falar sobre esse momento importante da carreira, o baterista do Black Pantera, Rodrigo Pancho, conversou com o Blog n’ Roll. Perpétuo marca a consolidação da carreira do Black Pantera. É um álbum que traz muitos elementos interessantes, explora outras sonoridades. Na tua opinião, qual é o grande mérito deste álbum? Quando terminamos o álbum, e ouvimos na Deck, dissemos para nós mesmos: ‘caramba, conseguimos superar o Ascensão’. Porque o Ascensão já tinha sido o ponto de virada para nós, o primeiro álbum gravado na Deck, vindo depois de uma pandemia que nem sabíamos se sairíamos com vida. Então, o Ascensão já foi maravilhoso para a banda. Abriu várias portas, Rock in Rio, Lollapalooza, Knotfest. Esse é o desafio. Acho que desde o primeiro ano da banda temos dado um passo em frente. Nós nunca voltamos. Acho que foi muito natural a forma como Perpétuo surgiu. Porque a banda vem se aprofundando cada vez mais nas palestras, temos estudado mais, lido livros, assistindo documentários. Os próprios fãs apoiam muito a banda, sabe? Sempre que vamos aos shows recebemos livros, as pessoas dos movimentos trocam ideias. Eles sempre trocam ideias conosco e indicam caminhos de como podemos nos aprofundar nos temas. Pra mim, o Chaene foi o grande diferencial do Perpétuo, a maioria das músicas dele está nesse disco. No primeiro álbum, todas as músicas são do Charles. O álbum Ascensão já foi mais dividido. A banda toca junta há dez anos, a cada ano que passa estamos mais interligados. Temos esse desafio de estar sempre criando coisas novas, não ficamos muito presos. Por exemplo, nesse álbum, queria gravar uma percussão. Tem algumas músicas com percussão, mas em Candeia está mais presente. Na Deck tinha alguns instrumentos, estava pesquisando sonoridades, foi aí que Candeia apareceu. Acho que é uma das melhores músicas do álbum. É um álbum onde pudemos ousar mais, colocar outras sensações, diferente dos outros. Acho que tem um pouco de cada álbum. Ainda está pesado, com boas letras, mas tem novas sensações. Aí está a música Tradução, com uma melodia mais bonita. Tem a Candeia, com a percussão mais presente. Por falar em Tradução, essa música é muito linda. Como surgiu essa faixa? Já tínhamos o álbum pronto para a pré-produção, sempre fazemos uma pré-produção em Uberaba (MG). Antes de irmos para a Deck, passamos alguns meses aqui em Uberaba, ensaiando e compondo. Depois mandamos para o Rafa (Rafael Ramos, produtor). O álbum estava praticamente pronto e o Chaene veio com isso no violão. Depois nos mostrou apenas voz e baixo. Na hora, eu disse: ‘Chaene, que música linda! Parece que você está falando da minha mãe’. Porque é uma história muito parecida. Minha mãe também é trabalhadora doméstica até hoje. E o mais louco é que depois fomos ver os comentários no YouTube e várias pessoas falando sobre isso: ‘parece que você está falando sobre a história da minha vida’. Concluímos que é a história de vida da maioria das mães no Brasil. Muitas pessoas se identificaram muito com essa música. Mas foi muito simples, a música mais simples de se fazer na banda. Porque o Chaene já veio com ela pronto. Queríamos apenas voz e violão, mas o Rafa sugeriu de entrar guitarra e bateria também. É uma letra muito forte, embora seja uma bela melodia, é uma letra que fala sobre racismo estrutural, está falando da história da mãe dele. Ela trabalha há anos e tem mais tempo para cuidar da família do que da própria família. É uma das letras mais pesadas do álbum. Aliás, é uma música que abriu mais portas, começou a tocar nas rádios. Antes de lançarmos, em maio, antes do Dia das Mães, as principais rádios do Brasil já tocavam. Novos fãs vieram desta música. O Black Pantera tem na sua base a sonoridade punk e hardcore, mas com alguns elementos de metal também. Na sua opinião, por que não existe tanta representatividade negra nessas bandas no Brasil? Estávamos conversando outro dia com o Clemente, ele foi um dos precursores do punk rock no Brasil. E ele é um cara negro, certo? O Cólera também, o Redson era um vocalista negro. Então, no meio do underground, você acaba encontrando diversas bandas por lá. Acho que não sabemos, por exemplo, como o Black Pantera conseguiu emergir para festivais maiores. Nesses eventos você realmente não vê isso. Em shows, por exemplo, a gente escuta o pessoal falando que não se vê representado nas bandas de rock. A partir disso, eles migram para o rap, por exemplo. O rap é um negócio que parece conversar mais com as pessoas, algo mais popular, menos elitista. Já faz algum tempo que o rock não estava mais abraçando essas pessoas, não se sentiam representadas nas letras. E aí a gente recebe essa história de muita gente falando que até tocou, tinha banda, mas as pessoas não ligavam para tocar, não pareciam ter muito interesse. Rock é caro, se você pensar bem é elitista. Para nós foi muito difícil comprar instrumentos. Gravar é caro, depois de gravar tem que distribuir, e aí os shows não pagam bem. Acho que é por isso que às vezes não há muito. Se pensarmos que a origem do rock é negra e os verdadeiros reis do gênero são negros, como Chuck Berry e Little Richard… É isso, bandas no underground são várias, sabe? Sempre trocamos ideias com o povo de São Paulo, sempre tem
Entrevista | Jay Weinberg (Suicidal Tendencies) – “Gosto dessas bandas que misturam estilos”

Entrevista | Hiatus Kaiyote – “Colocamos muito sentimento nisso”

Entrevista | Inocentes – “A gente não gravou acústico para fazer sucesso”

Entrevista | VEDO – “A única competição que vi foi comigo mesmo”

Em clima de mês dos namorados, Sugar Kane divulga single

Enquanto finaliza o novo álbum, primeiro pela gravadora Deck, a banda Sugar Kane lançou uma música romântica. Com a chegada do mês dos namorados, eles resolveram “tirar da gaveta” uma versão alternativa da música Pra Sempre, que estará no próximo disco em outro arranjo. “Fazia tempo que a gente não focava em uma canção de amor. Vivendo num mundo onde temos cada vez menos tempo e menos interações reais, Pra Sempre retrata tanto a realidade quanto o desejo de ‘tacar’ tudo pro alto e viver de férias para sempre ao lado de quem ama”, comentou o vocalista e guitarrista Alexandre Capilé.
Me First and the Gimme Gimmes invade festa de 15 anos e grava álbum divertido
