Resenha de show | The Chats no Electric Brixton, em Londres

Na última quinta-feira (31), os australianos do The Chats finalizaram mais uma tour pelo Reino Unido, com um show memorável no Electric Brixton. O trio, que se formou em 2016, em Queensland, já lançou dois EPs e um álbum, High Risk Behaviour. No entanto, em função da pandemia do coronavírus, o grupo realiza a tour de lançamento do debute somente agora, dois anos depois da estreia. O show do The Chats pode ser resumido com uma simples palavra: CAOS. Em resumo é tudo tocado na velocidade máxima, músicas em média com 1m30s e o vocal se esgoelando o tempo todo. Difícil escolher um highlight ou uma música que realmente se destaque no decorrer do show. Todas são cantadas uníssono. Aliás, a plateia vai na mesma toada: dançando, gritando, bebendo, fazendo tudo isso junto e seguindo todas as recomendações do baixista/vocalista, Eamon Sandwith. Antes do início da apresentação, Sandwith pediu para todos extravasarem o máximo possível, porém tomando cuidado com o amigo do lado. Em resumo, era a receita para uma noite maravilhosa. Um turbilhão passa na casa durante a apresentação. As dez músicas iniciais eram basicamente uma continuada na outra. As letras, em sua maioria, são cômicas e irônicas, deixando o clima ainda mais descontraído. Tudo acontece em menos de uma hora. Aliás, como disse acima, tudo a 200 por hora. Os três registros da banda são pincelados ao longo do repertório. Jam no fim do show do The Chats Por fim, as bandas de apoio dessa tour (Chubby and The Gang e Dennis Cometti) fizeram uma jam e tocaram uma versão de Rockin’ All Over The World, do Status Quo. Ou seja, no universo do The Chats, a regra é clara: diversão é a palavra de ordem e isso eles fazem muito bem. A banda, uma das mais hypadas na atualidade, segue com uma agenda extremamente cheia nos próximos meses. Ainda passará pelos Estados Unidos e volta ao Velho Continente para algumas apresentações em festivais e side shows. Por fim, conclui a jornada na Austrália. Fiquem de olho neles!

Resenha de show | Rick Wakeman no O2 Shepherd’s Bush Empire, Londres

O icônico musicista britânico Rick Wakeman tocou no O2 Shepherd’s Bush Empire, em Londres, na última quarta-feira (30), com a sua banda. Em resumo, uma apresentação memorável com um compilado de grandes momentos da sua carreira. Quase vinte anos desde a última turnê pelo Reino Unido, o mago dos teclados Rick Wakeman restaurou o English Rock Ensemble para shows em março e abril. Após a apresentação que rolou na última quarta-feira (30), no O2 Shepherd’s Bush Empire, Wakeman ainda passou por Birmingham, Glasgow e Newcastle, além de ter sido a atração principal do HRH Prog XI em Sheffield. O English Rock Ensemble, que acompanha Wakeman, foi originalmente fundado em 1975 como um projeto solo do músico depois de deixar o YES e continuou a tocar juntos de forma intermitente ao longo dos anos com uma formação fluida. Antes do show, Rick Wakeman falou sobre essa conexão e as apresentações. “Nas raras ocasiões em que consigo reunir o English Rock Ensemble, é sempre muito emocionante para mim, pois o setlist determina o line-up. Este show em particular incluirá algumas músicas que várias cantoras cantaram comigo ao longo dos anos e porque estaremos tocando algumas faixas do The Red Planet, também haverá músicos adicionais para fazer justiça à música”. Para o início do show, Rick Wakeman reservou uma belíssima passagem por diversos momentos do icônico álbum Journey to The Centre of The World. Por fim, explicou o quanto era prazeroso revistar essa obra com membros novos na formação da banda que nunca tinha tocado essa música. Com um show de tom intimista, um setlist definitivamente escolhido a dedo, os ingleses apresentaram mais cinco números, todos com uma duração média de 12 minutos: 1984 com um mix dos melhores momentos, Catherine Parr, Merlin the Magician e The Rest of Arthur. Em resumo, essas canções formaram o set nostálgico de Rick, que ainda guardou para o fim uma revisitada no clássico do rock progressivo Starship Trooper, do YES. Definitivamente, uma experiência única no universo do rock, executada com excelência por um dos maiores músicos da história.

Resenha | CHVRCHES faz show impecável com direito a dueto com Robert Smith

Após a ótima repercussão do último álbum, Screen Violence, dos escoceses do CHVRCHES, eis que chega a hora mais esperada de sua fanbase: o reencontro com a banda em Londres. E o lugar não poderia ser melhor, o icônico Brixton Academy, na última quarta-feira (16). Ainda teve tempo para um dueto com Robert Smith, do The Cure. Iniciando a festa, os australianos do HighSchool, banda que tem como base de sua sonoridade o eletrônico e suas vertentes. Show curto, set preciso, dando a deixa para o público ir atrás do som deles. Aliás, vem muita coisa por aí ao longo do ano. Passada a bola aos donos da festa, luzes baixas, telão enorme de fundo fazendo o background, intro de fundo intimista com o som extremamente alto dão o tom de como vai ser o show. Banda no palco, He Said, She Said é a escolha do trio para a abertura. Logo depois, a vocalista Lauren Mayberry agradece a presença do público e diz como está feliz por voltar a Londres. A última visita da banda havia sido em 2019. A sonoridade do grupo é baseada no synth pop. Das mais variadas referências, o CHVRCHES entrega uma performance ao vivo extremamente energética. Características a parte, as músicas são de fácil compreensão e os refrões marcantes. Em síntese, deixa tudo mais fácil para o público dançar e acompanhar a banda cantando. O CHVRCHES passeou por todo o catálogo, mas como era de se esperar destacou as músicas do último álbum, mas claramente os singles hits estavam incluídos no set, como Forever, Bury it, Never Say Die. Em resumo, elas deixam claro porque a banda é queridinha dos festivais e do público. Pois tudo fica mais leve com a bela trilha sonora entregue. Surpresa em dueto com Robert Smith Voltando ao bis com Asking for a Friend, uma belíssima surpresa na última parte do show, o grupo toca How Not To Drown com Robert Smith (The Cure). Aliás, essa canção ganhou o prêmio de melhor música feita por um artista britânico no prêmio da BandLab NME 2022 Awards. Todavia, essa foi a segunda vez que a música estava sendo executada ao vivo com o dueto de vozes, da mesma forma que foi gravada. Por fim, com Robert Smith no palco, escolha mais que certeira para uma versão de Just Like Heaven, do The Cure. Smith ficou até o final e participou das últimas duas canções do CHVRCHES. Agora, são mais dois shows pelo Reino Unido e a banda seguirá para os Estados Unidos e México, no próximo mês. Se tiver a oportunidade, não desperdice.

Resenha de show | Smith/Kotzen no Islington Assembly Hall, em Londres

Logo após finalizar a tour nos Estados Unidos, o duo Smith/Kotzen já atravessou os mares e desembarcou no Reino Unido para mais uma perna da sua excursão. Dessa vez a casa escolhida foi a aconchegante Islington Assembly Hall, escolha mais que perfeita para o público. Como de costume, a venda de ingressos acabou rapidamente. Quem não garantiu o ingresso, teve que entrar em uma lista de espera e acabou criando um enorme buzz para o show no Islington Assembly Hall. O suporte ficou por conta das bandas Bucket Rebel Heart e The Dust Soda, ambas com uma sonoridade bem parecida, todos calcadas no hard rock. Em resumo, apresentaram sets curtos, porém bem eficientes, dando um bom aquecimento para a atração principal. Conhecidos de longa data do público, os guitarristas Smith e Kotzen contam com dois brasileiros na banda, Júlia Lage (Vixen) e o baterista Bruno Valverde (Angra), que adicionam exatamente o que a sonoridade dos guitarristas pede: mesclam com maestria grooves, leveza, pressão e por aí vai. Foi mostrado na íntegra todo o repertório da banda, sendo ele o full album homônimo e o EP Better Days, lançado no verão passado. O show todo é muito bem executado e de alto nível. Tudo se encaixa perfeitamente, seja na abordagem das guitarras, onde ambos têm estilos diferentes, porém soam como se uma fosse o complemento da outra, assim como o trabalho das vozes. >> Confira entrevista com Richie Kotzen E, claro, no setlist é incluído um cover do Iron Maiden e uma do trabalho solo de Richie Kotzen. Ambas as músicas são curtidas como as outras canções do set e não tem diferença por serem faixas amplamente conhecidas dos fãs. Porém, uma cartada tirada da manga nesse show não poderia deixar de ser mencionada. Nas últimas duas músicas do set, um velho conhecido do público fez uma participação especial. Foi a cereja no bolo para coroar a apresentação. Chamado por Adrian, Nicko Mcbrain, baterista do Iron Maiden, subiu ao palco fazendo as típicas brincadeiras que ele faz, sorrindo como sempre e agradecendo aos fãs e amigos presentes. E, como previsto, Wasted Years (Iron Maiden) foi cantada em uníssono pelo público, enquanto Solar Fire, música que o mesmo participou da gravação no álbum Smith/Kotzen, fecha a jam. Sem delongas, um belíssimo show de dois monstros da guitarra. Som bem feito por quem sabe fazer música boa.

Crítica | Atração do Lolla BR, Turnstile volta a Londres em grande estilo

Dando início a perna europeia da tour do disco Glow On, lançado no verão passado, a banda norte-americana Turnstile se apresentou no O2 Forum, na última quinta-feira (3). O Blog n’ Roll viu de perto o que promete ser um dos shows mais especiais do Lollapalooza Brasil, que rola no fim de março. Encarregados de abrir a festa, os londrinos do Chubby and the Gang apresentaram seu punk rock cru ao público que já era bem expressivo. Uma banda nova que deu início às atividades em 2019 e com dois álbuns lançados, Speed Kills e The Mutts Nut’s, a Chubby abriu a festa com muita empolgação. Pavimentou bem o caminho para o Turnstile. Aliás, o Turnstile vem trilhando seus caminhos desde 2010, bebeu da fonte de bandas clássicas como Bad Brains, 311, Rage Against the Machine e por aí vai… O grupo mescla com muita propriedade diferentes andamentos, riff pesadíssimos, beats eletrônicos, breakdowns e interlúdios, dando uma atmosfera incrível ao show. Uma das minhas percepções é que a banda claramente consegue levar a atmosfera de um show intimista de um lugar pequeno para outro maior. Porém, potencializando toda a apresentação. A banda tocou por mais de uma hora sem pausas ou discursos. A única exceção foi na última música, quando o vocalista agradeceu os fãs pela presença. Exceto isso, os integrantes não conversam com o público. No entanto, isso não é ruim, pois a banda tocou 24 músicas nesse tempo. Último álbum domina set do Turnstile O setlist é calcado no último álbum da banda. Em resumo, Mistery, Real Thing e Big Smile fazem a trinca de abertura. Sem tempo de respirar, Blackout, que literalmente começou com tudo no breu, definitivamente colocou abaixo a casa e mostrou o quanto o público estava disposto a se entregar. Posteriormente, com jogo mais que ganho, a Turnstile mandou músicas novas como Don’t Play, intercalando percussão e peso, a calma e grooveada Underwater Boi, além da rápida Endless, no gás total. Algumas pinceladas de músicas antigas, como Blue by You, Gravity, 7 e Pushing me Away, deram os toques finais. T.L.C (Turnstile Love Connection) encerrou o show de fôlego dos norte-americanos. Agora, para o público brasileiro, é rezar para ter um side show deles por aí ou ir ao Lollapalooza. Certamente vai ser um dos melhores shows do festival.

Resenha | Ginger Wildheart & The Sinners no 229, em Londres

Cumprindo a tradição, o aniversariante sempre comemora o seu aniversário com um show em Londres. Dessa vez, Ginger escolheu a sua nova banda para celebrar a data, o Ginger Wildheart and The Sinners, com um concerto no 229, na última sexta-feira (17). O multitarefado Ginger revisa músicas da sua carreira solo, algumas versões bem peculiares, outras a serem lançadas, além de um passeio pela trajetória do The Wildhearts. Tudo muito bem dosado, uma banda que preza pelas harmonias e melodias. Aliás, tudo se encaixa muito bem no The Sinners e faz com que o setlist passe rapidamente. Alguns pontos altos devem ser mencionados, como as belíssimas The Daylight Hotel, que foi executada na última parte do set, além de Words Gonna Have to Wait, do álbum de 2018. Ghost in the Tanglewood, uma versão que esbanja melodia de Love Dirty Water, dos britânicos do Status Quo, e Six Years Gone, do Georgia Satellites, também chamam a atenção. O encerramento não deixa por menos: Only Love e Loveshit, do Wildhearts, que também contou com a participação da Kit Swing, da Rich Ragany and the Digressions. Ginger, em sua melhor forma, voltou a distribuir sorrisos. Anteriormente, ele foi muito criticado nas últimas apresentações dos Wildhearts, pois não demonstrou o carisma de outrora. Porém, tudo que envolve ele, sempre será um incógnita, exceto quando o assunto é tocar e cantar, pois isso é feito com maestria. Ano encerrado com o pé direito, sem dúvida nenhuma e que 2021 possa ser melhor e com diversos shows como o de sexta-feira passada.

Resenha | British Lion no Underworld, em Londres

Os ingleses do British Lion se enquadram em mais um daqueles que tiveram seus shows marcados, remarcados, alterados e etc. Essa perna da tour britânica seria em conjunto com o The Darkness, porém alguma força maior os impediu de fazerem a tour juntos. Logo depois, a tour foi remarcada em clubes menores por toda a Inglaterra. O Blog n’ Roll acompanhou a apresentação no Underworld, em Londres, no início do mês. No suporte à banda principal, a também conterrânea Airforce, dos anos 1980, que bebeu da fonte New Wave of British Heavy Metal e que claramente tem em sua referência maior o Iron Maiden. A banda tem um discografia de dois discos, mas chega a ser engraçado pois deu início às atividades em 1986. Aliás, após 30 anos lançou seu primeiro álbum, Judgment Day. Enquanto, no ano passado, divulgou o segundo disco, Strike Hard. Show direto, curto e grosso. As músicas são todas com a mesma estrutura, a mesma levada e palhetadas. Tudo que possa se remeter aos clichês oitentistas, afinal a proposta é apenas essa. Já mudando um pouco, o British Lion toma a cena, e claramente 90% do público estava ali pelo mestre de cerimônia da banda, a lenda Steve Harris, do Iron Maiden. A banda segue à risca a proposta que Harris teve quando montou o British Lion: tocar em clubes menores e aproveitar a atmosfera dos clubes, como era feitos nos primórdios. O setlist passa por seus dois álbuns, o primeiro, quando a banda ainda era Steve Harris e o álbum se chamou British Lion, e o mais recente, The Burning. O set anda pelos dois álbum, com os destaques para os singles This is My God, também faixa de abertura do show, Us Against The World, do primeiro álbum, Spitfire, a belíssima Lightning, além da faixa-título, The Burning.

Resenha | Don Broco no Brixton Academy, em Londres

Seguindo o lançamento de seu novo álbum, Amazing Things, na última sexta-feira (5), o Don Broco trouxe novidades, além de muitos de seus clássicos para o Brixton Academy, em Londres. Aliás, foram dois shows na capital inglesa para fechar a tour. O Don Broco evidentemente se alimenta da energia da multidão. Rob Damiani é um frontman incrivelmente comandante, animando a todos desde o momento em que pisou no palco, levando a uma abundância de crowd surf e mosh pits. Tinham pessoas fazendo flexões no meio da multidão?! Mas não era apenas sua presença de palco que era notável. A banda claramente fez todos os esforços para preparar o palco também. O arranjo de iluminação era diferente de tudo que já tinha testemunhado em um local de menor escala. Na verdade, era mais parecido com o que você esperaria de um show em uma arena completa. Aliás, a banda não se conteve em nada, capturando a experiência típica de um show de estádio e trazendo-a para um local menor. Em resumo, é um show que mescla perfeitamente a estética visual com a qualidade sonora da banda, dando um clima extra para as músicas tocadas. Com metade do novo álbum sendo executado ao vivo e comandada pela faixa Manchester Super Reds No. 1 Fan, além da dobradinha Technology e Pretty, do álbum Technology (2018). O set continuou alternando as músicas dos quatro lançamentos da banda: Bruce Willys,Automatic e Action deram o ritmo a ser bailado até o final catártico com T-Shirt Song, onde quase todos tiraram as camisas e ficaram rodando para o alto finalizando um excelente show.

Resenha | Richie Sambora no Bush Hall, em Londres

Sem nenhuma postagem em seu perfil no Instagram desde 2018, pouquíssimas postagens no Facebook e com uma conta de Twitter um pouco mais movimentada, Richie Sambora pegou todos de surpresa quando anunciou um show intimista no Bush Hall, em Londres, na última segunda-feira (20). Como ele mesmo disse: “um show surpresa como nós costumávamos fazer as coisas”. O show foi organizado pela We Are Family Foundation (WAFF), organização sem fins lucrativos fundada pelo icônico Nile Rodgers. Aliás, a WAFF faz um lindo trabalho criando e apoiando programas que promovem a diversidade cultural. Após todo o buzz em torno dessa apresentação, Sambora apresentou algumas surpresas, como a audição de cinco faixas que vão compor o seu novo álbum, previsto para 2022. Elas foram tocadas antes mesmo do show. Aliás, a pedido do próprio Sambora. Em resumo, podemos dizer que são músicas que remetem bastante ao início da carreira dele com o Bon Jovi. Outra curiosidade é que Sambora veio sem a banda. No palco, os músicos que deram apoio foram os mesmos que acompanham Nile Rodgers em seus shows. Tal atitude deixou a apresentação ainda mais intimista, com uma atmosfera de jam session. Logo depois, as mesmas faixas tocadas antes do show, voltaram a dar as caras na apresentação. Porém, com a adição de canções da carreira solo e clássicos da época do Bon Jovi. Entre as que mais empolgaram estiveram uma versão à capela de Stranger in This Town, a belíssima All That Really Matters, além de versões acústicas de It’s My Life, Livin’ on a Prayer e Dead or Alive, que fechou o set list de um show quase exclusivo.