Resenha | Scalene retorna aos palcos no Sesc Santos

Após quase dois anos sem apresentações ao vivo, acredito que ninguém que foi ao Sesc Santos, na noite do último sábado (6), sabia direito o que esperar do primeiro show de rock no local. E quando falo ninguém, incluo também os membros da banda Scalene. Contudo, todo esse sentimento de viver algo novo acabou tornando o show emocionante. Assim que Danse Macabre deu o pontapé inicial na performance, não pareceu que era a primeira vez que o conjunto se apresentava ao vivo depois de tanto tempo. Muito à vontade no palco, o vocalista Gustavo Bertoni se mostrou com ótima presença de palco. Ainda falando sobre primeiras vezes, esta foi a performance de estreia da Scalene após a saída do baterista Philipe “Makako” Nogueira. Quem assumiu as baquetas foi Alana Ananias, que cumpriu muito bem o papel. O ponto alto da primeira metade da apresentação foi a presença do vocalista santista Rafael Costa, o Bola da Zimbra, na faixa Surreal, uma das canções mais conhecidas pelo público. Aliás, a banda soube mesclar momentos mais explosivos, com músicas presentes no disco Magnetite, além de faixas mais calmas, como foi Furta-Cor. Em síntese, o grupo também trouxe seus novos singles para o show. O destaque ficou para Névoa, que soa ainda melhor quando tocada ao vivo. Já no fim, o guitarrista Tomás Bertoni se emocionou ao falar sobre os momentos difíceis vividos por cada um de nós durante a pandemia. As palavras emocionadas vieram seguidas de phi, que encerrou uma noite carregada de sentimentos no local. Por fim, após diversas apresentações na cidade, Santos ficará guardada nos corações dos membros da Scalene após este fim de semana, no Sesc Santos.

Resenha | Don Broco no Brixton Academy, em Londres

Seguindo o lançamento de seu novo álbum, Amazing Things, na última sexta-feira (5), o Don Broco trouxe novidades, além de muitos de seus clássicos para o Brixton Academy, em Londres. Aliás, foram dois shows na capital inglesa para fechar a tour. O Don Broco evidentemente se alimenta da energia da multidão. Rob Damiani é um frontman incrivelmente comandante, animando a todos desde o momento em que pisou no palco, levando a uma abundância de crowd surf e mosh pits. Tinham pessoas fazendo flexões no meio da multidão?! Mas não era apenas sua presença de palco que era notável. A banda claramente fez todos os esforços para preparar o palco também. O arranjo de iluminação era diferente de tudo que já tinha testemunhado em um local de menor escala. Na verdade, era mais parecido com o que você esperaria de um show em uma arena completa. Aliás, a banda não se conteve em nada, capturando a experiência típica de um show de estádio e trazendo-a para um local menor. Em resumo, é um show que mescla perfeitamente a estética visual com a qualidade sonora da banda, dando um clima extra para as músicas tocadas. Com metade do novo álbum sendo executado ao vivo e comandada pela faixa Manchester Super Reds No. 1 Fan, além da dobradinha Technology e Pretty, do álbum Technology (2018). O set continuou alternando as músicas dos quatro lançamentos da banda: Bruce Willys,Automatic e Action deram o ritmo a ser bailado até o final catártico com T-Shirt Song, onde quase todos tiraram as camisas e ficaram rodando para o alto finalizando um excelente show.

À Primeira Vista: o retorno emocionante do Teatro do Sesc Santos com Chico César

Texto por: Walter Titz Neto Chico César tem a fineza intelectual de Cruz e Sousa e a nobreza popular de Carolina Maria em seus poemas. É uma Entidade zeladora da cultura popular brasileira, e canta tão bonito quanto à Serra do Araripe às seis da tarde. Foi ele quem o Sesc Santos escolheu para reabrir as portas de seu teatro após um ano e meio enclausurado. E no caminho até o show era impossível não pensar nisso também, nesse período recluso. Fui a pé com um amigo e lembrávamos dois adolescentes caminhando quilômetros até um show de hardcore, ansiosos pelo acontecimento, mãos geladas nos bolsos, pensando nos que gostariam de estar e se foram precocemente. Afinal, é o Chico, essa Entidade que dizíamos, poeta cantador que desenha as palavras no melhor estilo Guimarães Rosa, é um sertanejo trovador que vem de arrastar viola nas pedras de Catolé da Rocha e desafiar outras cordas nas festas de Loro em São José do Egito, que caminhando Paraíba se chega ao Pernambuco, esse Caicó Arcaico embrenhado de sertões herdeiro do Modernismo brasileiro conectou-se com o mundo. Um Béradêro, como descreve Chico no poema canção que abre seu primeiro disco, Aos Vivos. Aliás, também é a mística de abertura do concerto em Santos num emblemático Dia dos Professores – “e a cigana analfabeta lendo a mão de Paulo Freire”. Chico simboliza o dia e se posiciona. A partir daí o show é todo uma exposição de uma grande obra de arte com o artista simpático, bem humorado e muito inteligente que passeia leve e saudoso por seus discos o tempo todo interagindo com o público. Referências de Chico César a Santos Homenageia Santos cidade porto, cidade baía e seus Santos. Honra o público com muitos clássicos. Era impossível não se emocionar. Meu amigo chorou quando ouviu o brega modernista Da Taça, “do lance de dançar sem som, tão bom, bateu”, que vem acompanhada da música prece Onde Estará o Meu Amor, orada outrora por Bethânia. Quem não se emocionou quando soou À Primeira Vista, clássico dos clássicos, imortalizada em espanhol por Pedro Aznar? O poeta de referências e multireferenciado mostra que é um homem de seu tempo e anima com o refrão arroxado de History, e não perdoa com o reggae conjuntural Pedrada e a solidária De Peito Aberto, ambas músicas do disco O Amor é um Ato Revolucionário. Nas clássicas Mama África e Pedra de Responsa, ensaiamos o desejo de dançar com as mãos e meneando a cabeça ora culpados mas agradecidos por estarmos ali naquele momento e então Chico trouxe duas músicas inéditas e uma delas era um frevo muito sagaz – “eu vou tomar vacina quem não quiser que tome cloroquina”. Como não lembrar dos ausentes? Como? Ora! “Chega tem hora que ri de dentro pra fora. Não fica nem vai embora. É o Estado de Poesia”. Assim estávamos todes quando Chico caminhou e cantou e seguiu a canção de Vandré. Lágrimas de muitos momentos, ali encontraram braços que as buscavam em seus abraços solidários. Muitos Brasis se toparam. Marielle e Juliette E Chico perguntou, alguém do Nordeste? Vocês sabem o que é Arenguêra? E lembrou Marielle, e lembrou Juliette que paraibana como ele rezou Deus Me Proteja ao vivo no BBB e sagrou-se, e com ela o Chico porque “caminho se conhece andando”, é assim que vamos. Por fim, assim me despedi da noite Caminhando e Cantando Aos Vivos, os sem amor, os sem teto, os sem paixão, sem alqueire, Chico. Sem esquecer dos mais de 600 mil ausentes até aqui. Confesso que senti a ausência de A Prosa Impúrpura do Caicó, mas cheguei em casa mais leve que de costume. Aliás, fiz o que faço todas as noites: cantei Templo para o meu menino dormir.

Gravadora de Santos junta rappers de estados diferentes em “Além”

A gravadora de Santos HomiesProd. juntou três DDD na faixa colaborativa Além, lançada recentemente. Em resumo, o pessoal da gravadora, em 2020, foi para São Paulo “resolver umas metas”. No entanto, voltaram com essa faixa produzida em apenas dois dias. Os representantes da gravadora Primeiramente, do DDD 013, representando a Baixada Santista, participa o rapper Iram Bernardo, morador do bairro Saboó, em Santos. “Eu já estava na linha desse projeto com a HomiesProd, a parada fluiu e tô animado pra muito mais que está por vir”, afirma. Já o Sistema Cruel, veio de Sergipe, representando o DDD 079, mas foi buscar seu sonho em São Paulo. Ele foi passar uma semana em São Paulo para finalizar um trabalho e acabou conhecendo os “moleques da Baixada Santista”, como diz.  “Tudo fluiu e fechamos esse trabalho que eu levo para o resto da minha vida”, comenta o artista.  Por fim, o terceiro participante da faixa Além foi Narciso, representando Macaé, Rio de Janeiro, com o DDD 022. “Me encontrei com o Arthurzinho (Sistema Cruel), estávamos procurando um estúdio para captar voz, conhecemos a rapaziada da HomiesProd e fluímos mais um trampo”.

Resenha | Richie Sambora no Bush Hall, em Londres

Sem nenhuma postagem em seu perfil no Instagram desde 2018, pouquíssimas postagens no Facebook e com uma conta de Twitter um pouco mais movimentada, Richie Sambora pegou todos de surpresa quando anunciou um show intimista no Bush Hall, em Londres, na última segunda-feira (20). Como ele mesmo disse: “um show surpresa como nós costumávamos fazer as coisas”. O show foi organizado pela We Are Family Foundation (WAFF), organização sem fins lucrativos fundada pelo icônico Nile Rodgers. Aliás, a WAFF faz um lindo trabalho criando e apoiando programas que promovem a diversidade cultural. Após todo o buzz em torno dessa apresentação, Sambora apresentou algumas surpresas, como a audição de cinco faixas que vão compor o seu novo álbum, previsto para 2022. Elas foram tocadas antes mesmo do show. Aliás, a pedido do próprio Sambora. Em resumo, podemos dizer que são músicas que remetem bastante ao início da carreira dele com o Bon Jovi. Outra curiosidade é que Sambora veio sem a banda. No palco, os músicos que deram apoio foram os mesmos que acompanham Nile Rodgers em seus shows. Tal atitude deixou a apresentação ainda mais intimista, com uma atmosfera de jam session. Logo depois, as mesmas faixas tocadas antes do show, voltaram a dar as caras na apresentação. Porém, com a adição de canções da carreira solo e clássicos da época do Bon Jovi. Entre as que mais empolgaram estiveram uma versão à capela de Stranger in This Town, a belíssima All That Really Matters, além de versões acústicas de It’s My Life, Livin’ on a Prayer e Dead or Alive, que fechou o set list de um show quase exclusivo.

Resenha | The Wildhearts no Electric Ballroom, em Londres

Dias antes do lançamento do álbum 21st Century Love Songs, The Wildhearts caiu na estrada para promover o novo trabalho. A tour já havia sido anunciada meses antes, assim como o lançamento do disco. No período de lockdown, a banda fez uma “live” e anunciou o álbum. Aliás, logo nos apresentou Splitter, faixa que também já entrou no setlist da banda. O fato curioso é que o álbum foi gravado sem sessões de ensaios em grupo, foi feito totalmente com os integrantes trocando o material e se encontrando somente em estúdio para as gravações. Portanto, isso reflete no atual setlist, no qual as músicas seriam introduzidas gradativamente e ensaiadas nas passagens de som. Bem, o show deles é basicamente uma reunião familiar. Imaginem centenas de primos e primas juntos, todos no melhor astral possível. Em resumo, é essa a atmosfera dentro da casa, tudo estava encaminhado para mais um show perfeito. Abertura clássica, cantada uníssono no Electric Ballroom, em Londres, na última quinta-feira (9)… Banda no palco, primeiros acordes de Diagnosis, seguida de TV Tan e fechando a trinca inicial, a maravilhosa Sick of Drugs. Logo depois, foi só administrar o jogo. Aliás, já estava ganho antes de começar. Eles conseguem fazer isso. Uma das grandes surpresas do show está em um medley que estão fazendo logo no início do segundo bloco, mesclando Remember These Days, Turn American, Schizophrenic, Girlfriend Clothes, If Live is Like a Lovebank I Want a Overdraft Bank, e finalizando com Splatermania. Sem dúvida, um dos pontos altos do show, algumas dessas não entravam no setlist desde os anos 1990. Surpresas e mais clássicos do Wildhearts Após isso, clássicos atrás de clássicos. Contudo, mais uma bela surpresa iria rolar na sequência. O set todo funciona muito bem ao vivo e o link entre as músicas flui naturalmente. A banda deixa nítido que o habitat natural deles é em cima do palco, de frente aos seus fãs. Caffeine Bomb vira a casa de cabeça para baixo, enquanto Let Em’ Go nos remete a um estádio de futebol. Aliás, a primeira parte se encerra com Caprice. Em resumo, muitas cartas na manga em apenas 45 minutos, não? Pausa rápida para a última trinca, com Inglorious, Suckerpunch, além do clássico dos clássicos I Wanna Go Where the People Go, que encerra o set apoteótico. A alegria e a vontade de tocar do The Wildhearts é sempre exalada show após show. Contudo é fácil de entender o porque deles estarem sempre na estrada. Uma banda que foi moldada na porrada, literalmente, subiu, desceu, se auto sabotou, parou e voltou. E, após todos esses anos, nos mostra que a sua relevância merece todos os aplausos do mundo. Que venham os próximos, pois se pudesse assistiria eles todos mês. Quem já assistiu sabe o que estou falando. Quem nunca, por favor, faça esse favor a você mesmo.

Crítica | The Wildhearts – 21st Century Love Songs

Com uma capa que remete aos filmes de terror e um videoclipe no melhor estilo “gore” para a faixa Sleepaway, The Wildhearts está de volta. O retorno acontece dois anos após o seu último álbum de estúdio, o aclamado Renaissance Men. No filme Pânico 2, o personagem Randy Meeks (Jamie Kennedy) apresenta uma teoria sobre as três regras das sequências de filmes, onde segundo ele: “a contagem de corpos é sempre maior, as cenas de morte são mais elaboradas e com muito mais sangue. E nunca, nunca, sob quaisquer circunstâncias, presuma que o assassino está morto”. Contudo, se aplicarmos essa teoria ao disco novo dos Wildhearts, dá para se ter uma boa ideia sobre o que os caras aprontaram nesse que é o décimo disco da carreira da banda, 21st Century Love Songs, lançado pela Graphite Records. As músicas nunca soaram tão complexas, com passagens alucinadas que vão do metal ao punk, passando pelo rockabilly e desembocando em refrãos extremamente pop, com uma naturalidade que só mesmo o Wildhearts sabe produzir. Os temas seguem tratando sobre o cotidiano e a eterna batalha pela sanidade mental, ainda mais em um mundo devastado pelo covid. No entanto, algumas músicas trazem uma mensagem um tanto positiva e isso, por si só, já é uma grata surpresa. Surpresas nas mais complexas Por mais que músicas como A Physical Exorcism e You do You sigam uma linha um pouco mais convencional de hits e soam amigáveis aos ouvidos logo na primeira audição, são nas mais complexas que a banda surpreende e nos presenteia com músicas, que são verdadeiros passeios turísticos pela mente criativa do vocalista Ginger. Sleepaway, Directions e Institutional Submission, que começa tão feroz quanto uma música do Discharge, mas mesmo assim ainda consegue encontrar curvas que a levam a um refrão mais power pop. Um disco impecável, indicado para fãs de música rock, sem preconceitos. Guitarras altas, vocais berrados, bateria e baixo pulsantes protegendo belíssimas melodias. Aliás, funcionam como prêmios a todos os bem aventurados dispostos a desbravar esse mar de riffs e refrões até o fim. Seguindo a lógica da teoria do Randy e transportando ela para a discografia da banda, está tudo aí, incluindo a terceira regra. “Nunca presuma que o assassino está morto”. Por fim, a julgar por esse disco, os Wildhearts estão bem longe de estarem mortos. Ainda bem!

Resenha | Punk in Drublic em Hatfield: Nofx, Frank Turner, Anti-Flag, Alkaline Trio e muito mais

Em 2019, quando foi anunciado o line-up para a edição do Slam Dunk foi uma surpresa enorme, pois também incluíram a tour Punk in Drublic dentro da programação. A tour basicamente fez diversos shows pela Europa e entrou no cronograma britânico com duas apresentações, uma no norte e uma no sul do país. Vamos lá, após o sucesso da primeira edição da Punk in Drublic, obviamente, já para o ano seguinte anunciaram novamente. Claro, expectativa lá em cima, diversos nomes de peso…e nem precisa dizer o resto: covid-19, cancelamentos, remarcações, e tudo que já era da nossa rotina nesses últimos 18 meses. Agora falando um pouco do Slam Dunk, o festival acontece em um final de semana, com a primeira perna em Leeds e a segunda em Hatfield, cidadezinha muito próxima a Londres, meia hora de trem praticamente. Desde abril/maio, quando começaram os relaxamentos das restrições, ficou uma incerteza muito grande sobre o retorno da música ao vivo. Aliás, isso afetou grande parte do line-up do festival e, consequentemente, a Punk in Drublic. Punk in Drublic com baixas Em resumo, o Punk in Drublic é um festival dentro de um festival, creio que seja a forma mais fácil de explicar. O line-up infelizmente sofreu diversas alterações nesse tempo. Infelizmente, bandas como Reel Big Fish, Me First and the Gimme Gimmes, The Vandals, Pennywise, Face to Face e Days n’ Daze não se apresentaram, praticamente todo o line-up anunciado no final de 2019. Porém, elas foram sofrendo as baixas durante os anúncios que eram feitos durante o período, tanto que o Pennywise cancelou faltando dez dias para o festival rolar. Enfim, vamos voltar ao começo. Moro no sudeste de Londres, ou seja para ir ao festival precisaria ao menos de uma hora e quarenta para chegar, porém os trens aos domingos sofrem alterações nos horários e quetais, então isso demandou mais tempo, mas o problema não seria a ida, mas a volta… Chegando ao parque de Hatfield, a primeira missão foi entrar. Em 2019, o credenciamento era bem na entrada, tudo mais fácil, mas esse ano devido às restrições (?) foi um pouco mais burocrático. Porém, nada que meia hora a mais tudo fosse resolvido. Os shows do Punk in Drublic Primeira banda a se apresentar foi The Baboon Show, um quarteto sueco, que faz um rock n’ roll na linha Hellacopters, AC/DC. Uma pedida excelente para abrir o dia e iniciar os shows no palco Punk In Drublic. As bandas iniciam os shows cedo. O The Baboon Show começou a tocar às 11:45, com um set de meia hora. Foi ótimo para ter uma ideia do som da banda. Aliás, deixou uma grande brecha para ir a fundo no trabalho da banda. Pausa rápida, pegar um bebida e voltar para a segunda banda: os ingleses do Buster Shuffle. Uma abordagem totalmente oposta à primeira banda, porém com uma acidez enorme no discurso. Eles fizeram um show dançante e muito divertido, com o piano ditando a levada do som, deixa tudo mais gostoso de ouvir. Contudo, não faltou “elogios” ao primeiro-ministro Boris Johnson. “He is a cunt isn’t“, dizia Jet, do Buster Shuffle. Terceira banda, prata da casa, os ingleses do Snuff. Banda clássica que lá nos anos 1990 foi do cast da Fat Wreck. Dispensa apresentações, jogo ganho, público em peso e só estava na terceira banda… O festival ofereceu uma grande variedade para comer, então isso não foi um problema. Uma coisa que até então estava funcionando muito bem eram as máquinas para pagamento em cartão. Isso foi excelente, pois na edição anterior não foi lá essas coisas. No entanto, o serviço de wi-fi funcionou até um período e o celular, enfim, não funcionou para poder ver os shows e não ficar preso a ele. Velhos conhecidos do Slam Dunk Quarta banda, mais uma inglesa e velha conhecida do Slam Dunk, o Capdown voltou ao palco do festival. Dez anos atrás eles fizeram um show de reunião e foi mais um ótima pedida para as reposições do festival. Dando sequência, outra banda que já passou pelo Slam Dunk algumas vezes, a Zebrahead. Como em todos os shows deles, foi uma festa do início ao fim. Também foram os dois primeiros shows por aqui com o novo integrante, o guitarrista e vocalista Adrian Estrella, que também toca no Mest. Enfim, um excelente show como de costume. Mais uma banda inglesa e outra velha conhecida do festival, o The Skints subiu ao palco e com um clima perfeito foi fácil para eles deixarem o público na mão deles. Eles, definitivamente, foram o divisor de águas no meio dos shows. Poderia dizer que foi meu show favorito do dia facilmente. Porém, só estava na metade e, agora em diante, todos os shows eram jogos ganhos. Daí por diante, Anti-Flag veio com todo o seu discurso. Chris 2 abusando dos pulos, hit atrás de hit e o público em cima. This Is the End (For You My Friend), Hate Conquers All e Brandenburg Gate marcaram presença no set. Deixou o caminho livre para o Alkaline Trio. Os headliners O Alkaline Trio deu um frescor e uma leveza. E nem preciso dizer que o set foi um greatest hits. Público cantando uníssono. Incrível! Com Matt Skiba, também integrante do blink-182, no comando de tudo, o Alkaline Trio desfilou as queridinhas do público Mercy Me, Private Eye, Armageddon e We’ve Had Enough. Penúltimo show, mais uma figurinha carimbada, um dos caras mais boa praça da atualidade: Frank Turner & The Sleeping Souls. No palco, ele fez o serviço da melhor forma possível, jogo ganho obviamente. Set list na medida, com direito à uma versão acústica de Linoleum, do Nofx. Deixou aberta as portas aos donos do festival, para encerrar o dia da melhor forma possível. Nofx no palco, dancinhas, falatório descompensado, uma avalanche sonora, mais falatório, mais música, piadas, palhaçadas e isso tudo que já estamos calejados nos shows deles. Se Dinosaurs Will Die já deu a prévia do que viria pela frente logo

Rappers da Baixada Santista se unem em música que fala sobre esforços para crescerem na cena musical

A Base Wear em parceria com a Grape Produções deu início ao Projeto Eleve Seu Propósito. O objetivo é quebrar o preconceito da cultura de rua e mostrar ao mundo a arte urbana. A primeira ação da iniciativa foi juntar rappers da Baixada Santista em uma música, que mostrará a vivência na região metropolitana e os esforços que esses artistas têm para crescerem no ramo musical. O projeto quer enaltecer o cenário rap 013. Além de mostrar para toda a Baixada Santista que existem artistas locais que merecem mais atenção e espaço no mundo musical. Participaram da música os rappers: Brisa MC, G6 MC, Zilla, Pjay e Jotaerre. Eles representam a cidade de Santos, Praia Grande e São Vicente. Segundo a organização, eles foram escolhidos nessa primeira etapa, pois já contam com histórico em projetos de peso em Santos e região no cenário do rap. A DJ Nanne Bonny, uma das organizadoras do Movimento E.L.A. que enaltece a mulher no cenário da arte e cultura, e o rapper e produtor Guilherme Cres, dono da Grape Produções, também participaram da produção. O videoclipe foi gravado no final de agosto e será lançado neste mês, juntamente com a música nas plataformas digitais. Na produção, também tem a presença dos grafites, que fazem parte da cultura de rua. Para o videoclipe, o restaurante D’boa Açaí e o projeto Mureta | Exibição de Arte Urbana, disponibilizaram o espaço e cenário para a gravação. Próximos passos com os rappers Com esse primeiro passo dado, o projeto da Base continuará em progresso com novas vertentes além do rap e grafite. Os próximos passos incluem a dança de rua, skate, entre outros. O objetivo é continuar movimentando e influenciando, com alguns nomes e instituições de peso da região, a conscientização e quebra do preconceito da cultura de rua.