Entrevista | Bella Coppola, entre a música e o teatro

Bella Coppola

Entre tantos singles e projetos de artistas já conhecidos por aí, pensei: “Minha playlist anda na mesmice, mas como faço pra renová-la?”. Afinal, nada como uma boa dose de músicas novas para melhorar a rotina. Com essa ideia em mente, conversei com a atriz, cantora e compositora norte-americana Bella Coppola. Ela comentou suas aspirações artísticas, principais objetivos de carreira e mais. Quem é Bella Coppola? Bella é original de Sacramento, na Califórnia. A jovem artista descobriu sua paixão pela música desde cedo, mas através do teatro. “Eu canto desde que aprendi a falar e nunca parei desde então”. Sempre escreveu canções, mas raramente divulgava. “Eu não me sentia confortável ou ‘boa’ o bastante para compartilhar até minha formatura, em 2018, quando minha classe teve de criar um showcase de trabalhos individuais”. “Eu estava inspirada pelo tema comum que nós todos compartilhamos: viver a vida sem arrependimentos. Eu usei esse tema e peguei frases de meus colegas para criar meu primeiro single, I Regret Nothing“. “É por causa dessa aula, dos meus professores, Kaitlin Hopkins e Jim Price, e todos os estudantes da Texas State Musical Theatre que me senti confortável a escrever a canção, melhorá-la, e eventualmente lançá-la para o mundo ouvir, com a ajuda de meu amigo Ian Flores (Flor Audio)”. Bella encaixa seu timbre em melodias suaves, entretanto, não deixa de explorar possibilidades vocais. Com fortes influências no R&B, como H.E.R., Tori Kelly, Alicia Keys e Daniel Caesar, Bella começou a explorar sua musicalidade. Viajando além das fronteiras da composição, começou a escrever músicas para diferentes gêneros, mas mantém sua essência. Navegou pelo pop, jazz, gospel, entre outros. Jacob Collier e Fatai são algumas de suas referências. “Eles são artistas tão brilhantes que me inspiram. Também tenho tentado criar músicas que fogem dos ‘clichês’”. Ademais, a jovem espera tocar junto a Collier um dia. Falando em ícones da música, seu maior exemplo é feminino. “Minha heroína musical é Judy Garland. Ela é uma lenda e eu não teria achado minha voz como cantora sem ela”. Influência do teatro A teatralidade é uma peça importante nas composições de Bella. Filha do teatro musical mas amante da música, a artista explora narrativas teatrais através de suas composições. Fez seu debute na Sacramento Theatre Company, caminhando para a representação de sua universidade, Texas State. Atualmente, trabalha na Wagon Wheel Center for the Arts. Bella já atuou em peças muito conhecidas do público. Entre elas, Mamma Mia!, Romeu e Julieta e Adoráveis Mulheres. Relacionando suas duas paixões, ela aplica seu talento nos palcos com determinação. “Eu estudo teatro musical e isso influencia a forma como componho, assim como a forma como performo”. A sensibilidade em transitar entre suas emoções e expor as cicatrizes também é parte essencial do projeto. “O que faz a arte tão legal é escrever sobre o que você sabe e ficar vulnerável. Às vezes é assustador escrever sobre seus sentimentos, mas acho que vulnerabilidade é o que nos mantém conectados. Isso é o que aprendi do teatro musical, e é algo que luto para preservar em minha música”. Bella Coppola Processo de criação A criação de seu primeiro EP, I Regret Nothing (2019), incorpora muito dessa visão artística multiforme. A colaboração com o amigo Ian Flores foi essencial neste processo. “Ele é o cérebro e talento por trás de toda a produção. Eu escrevia uma música, baseada em algo de minha vida, e trazia para ele. Nós gravamos e ele fazia o resto”. Flores foi o responsável pela maior parte dos instrumentos em gravação. A criação foi feita entre amigos, com muito apoio em cada parte do processo. “Sério, eu não teria feito nada sem ele [Flores], e foi muito divertido colaborar com um amigo tão talentoso e gentil. Ele que devia estar sendo entrevistado! (risos)”. O principal desafio foi encontrar os instrumentos certos para cada momento das músicas. “Acho que meu cérebro não funciona assim, porque escrever músicas vêm fácil, mas essa parte não. Entretanto, eu realmente agradeço pela colaboração do Ian em transformar a canção em uma obra completa”. Uma mistura de diversão e frustração veio com o processo de adição de instrumentos, mas a dupla conseguiu chegar aos pontos certos. “Tivemos que cortar algumas coisas porque nós falhamos miseravelmente nelas e qualquer um teria rido se tivesse ouvido”, brinca Bella. Seguindo a intuição musical Entretanto, alguns instrumentos já estavam em mente, como a adição do violoncelo em Go On. “Eu sempre amei esse instrumento e o amigo para quem escrevi a canção também amava”. Cada faixa conta com uma escolha completamente pessoal. “Uma das escolhas vocais mais empolgantes do EP foi a ponte de For The Rest of Your Life, que foi feita sem querer. Eu e Ian tínhamos várias ideias até que decidimos fazer o que saiu no EP, e honestamente eu duvidei dele (risos), mas depois que tentei, fiquei tipo ‘ah, ok – você é brilhante, é isso”. Intuitivo e totalmente construído com amigos, a experiência rendeu um EP de sete faixas. Em cada uma, Bella Coppola traz uma história que deriva de seus sentimentos, mas sem abandonar a técnica impecável de quem entende de arte. O resultado é uma música que flui leve, conversando o cotidiano, sem grandes complicações. O que vem pela frente? Os próximos passos da artista incluem novos materiais, mudanças e muito trabalho. Um novo single já está a caminho, introduzido em uma de suas apresentações ao vivo, mas ainda não foi gravado. “Eventualmente planejo me mudar para Nova York e tentar encontrar músicos fixos para tocar comigo. Teatro é meu primeiro amor, então eu estarei correndo atrás disso também, mas música sempre foi uma parte da minha vida, e fico feliz de viver uma vida em que posso investir em ambos”. Onde você vê as mulheres na indústria musical em 10 anos? Para concluirmos nosso especial no melhor estilo, entramos na questão da mulher na indústria musical. Para Bella, a resposta é bem simples: as mulheres estarão cada vez mais fortes e autênticas. “Eu vejo mulheres arrasando

As 7 girl groups mais icônicas do mundo pop

girl groups

As girl groups foram um dos maiores fenômenos pop da indústria musical. Diferentemente das girl bands, as girl groups são grupos mais focados nos vocais que instrumentais, geralmente trabalhando boas harmonias entre suas cantoras. Essa onda de grupos pop femininos veio do fim da década de 1950, mas floresceu fortemente nos anos 1960, após a chamada Invasão Britânica. Com isso, alguns grupos se destacaram na indústria musical. Porém, com o passar das décadas, as girl groups perderam força. O k-pop resgatou algumas ideias provenientes do gênero, formando conjuntos como BLACKPINK e TWICE, mas sua estrutura é bem diferente. Fifth Harmony e Little Mix, ambos formados em reality shows, tentaram resgatar a fórmula das girl groups. Entretanto, o sucesso alcançado por grupos anteriores fica eternizado no pódio de maiores girl groups do pop. Confira nossa lista dos mais icônicos girl groups e conheça um pouco sobre suas histórias! The Supremes (1959-1977) As Supremes foram o primeiro girl group a conquistar força na cena global. Sozinhas, elas conquistaram 12 singles em primeiro lugar da Billboard Hot 100, rivalizando diretamente com os Beatles em popularidade. Um dos maiores carros-chefe da Motown, as Supremes pavimentaram o caminho para o crescimento exponencial do soul e R&B entre o público. Foram o mais famoso grupo musical negro dos anos 1960, conhecidas inicialmente como as Primettes. O grupo era formado por Florence Ballard, Diana Ross e Mary Wilson. Tiveram nove álbuns de estúdio, além de diversos compactos. Sem dúvidas, The Supremes foi o girl group mais importante da música, abrindo caminho para todas as artistas que vieram posteriormente. Como estão hoje? Florence tentou uma carreira solo em 1967, mas não conseguiu. A artista teve um trágico desfecho. Enfrentando alcoolismo, depressão e pobreza, a cantora faleceu aos 32 anos em 1976, vítima de uma parada cardíaca. Diana foi a mais bem sucedida do trio, tornando-se um dos maiores símbolos do soul e R&B no mundo. Seu último lançamento foi Diana Ross Sings Songs From The Wiz, em 2015. É uma diva lendária, de legado valioso para a música pop. Mary tornou-se embaixadora da cultura nos EUA em 2002, segundo indicação de Colin Powell, o Secretário de Estado da época. Também investiu em carreira solo, mas sempre resgatando seus anos dourados nas Supremes. Bananarama (1979) Formado como um trio, as inglesas do Bananarama foram a girl group de maior sucesso dos anos 1980. Flutuando entre o dance, pop e new wave, as cantoras criaram hits icônicos e formaram o grupo mais divertido possível. Entre 1982 e 2009, o grupo teve 28 singles no top 50 da UK Singles Chart. Com isso, conquistaram um recorde no Guinness de maior número de entradas nas paradas por um grupo inteiramente feminino. A girl group era formada pelas amigas Sara Dallin, Siobhan Fahey e Keren Woodward. Entretanto, Fahey deixou o grupo em 1988 para formar sua própria banda. Ela foi substituída por Jacquie O’Sullivan. Sara e Keren continuaram como um duo, após a saída de Jacquie, em 1991. Continuam atuando como Bananarama, sempre engajadas em turnês e novos materiais. Já Siobhan Fahey formou a Shakespears Sister, que durou até 1996. Desde então, a cantora segue carreira solo. TLC (1990) TLC foi a segunda maior girl group do mundo, ficando atrás apenas das Spice Girls. Em sua formação original, contava com Tionne “T-Boz” Watkins, Lisa “Left Eye” Lopes e Rozonda “Chilli” Thomas. O grupo teve enorme sucesso na década, mas enfrentou diversas batalhas internas, especialmente legais. Porém, os inúmeros conflitos não tiram os méritos do grupo. Com vendas mundiais que ultrapassaram 23 milhões de cópias, CrazySexyCool (1994) foi o auge do TLC. Tudo parecia bem, porém, o grupo declarou falência no ano seguinte. Pouco depois, embarcaram em rixas de difícil solução, que acabaram fazendo com que tomassem caminhos distintos. Enquanto trabalhava na gravação de um documentário em Honduras, em abril de 2002, Lopes foi vítima de um trágico acidente de carro. Ela era a grande estrela do TLC. Ao invés de substituir a cantora, foi acordado entre as integrantes remanescentes que atuariam como um duo. Desde então, T-Boz e Chilli seguem com a TLC. Já enfrentaram hiatos, um filme biográfico na televisão, várias homenagens e premiações da indústria. Anunciaram uma turnê de retorno em 2015, entretanto, lançaram seu quinto e último álbum de estúdio em 2017, o homônimo TLC. Spice Girls (1994) A girl group britânica é o maior ícone cultural pop da década de 1990 (quiçá, do século). As Spice Girls são o grupo feminino mais vendido de todos os tempos. Possuem recordes de vendas internacionais, os maiores lucros em merchandising e várias simbologias que marcaram sua identidade. O sucesso foi tanto que as Spice tiveram filmes, programas televisivos e até musicais. O fenômeno Spice World tomou o globo, comparado apenas à Beatlemania. O grupo anunciou seu retorno em 2018, para a alegria dos fãs que viveram ativamente o impacto cultural causado pelas Spice. Porém, as Spice Girls voltaram oficialmente como quarteto, sem Victoria Beckham. O grupo consiste em Geri Halliwell, Emma Bunton, Melanie Brown, Melanie Chisholm e Victoria Beckham. As garotas ficaram mais conhecidas pelos seus personagens: Ginger, Baby, Scary, Sporty e Posh Spice. Mesmo nos dias atuais, o grupo ainda repercute os anos dourados, reproduzindo seus maiores sucessos pelo mundo. Elas deram o primeiro indício de seu grande retorno em reunião no encerramento dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Destiny’s Child (1997-2006) As integrantes do Destiny’s Child começaram sua carreira musical como Girl’s Tyme, mas ganharam o devido reconhecimento em 1997, já com o nome oficial. Inicialmente, eram um quarteto, mas sofreram variações em sua formação. Sua melhor fase foi como trio, na formação final, que incluía Beyoncé Knowles, Kelly Rowland e Michelle Williams. Mesmo com sucesso crítico e comercial, o grupo enfrentou diversos conflitos internos e turbulências legais. Destiny’s Child emplacou sucessos mundiais nos anos 2000, derivados de seu terceiro álbum, o icônico Survivor (2001). O grupo venceu diversos prêmios de R&B, vendendo mais de 66 milhões de discos no mundo, além de entrar para a trilha sonora