Unir integrantes de outras bandas em busca de um projeto diferente foi o ponto de partida da Social Resistência, banda que marcou presença na Baixada Santista entre 2000 e 2009. Rafael Petit (baixo), Buça (guitarra) e Latino (vocal) foram os responsáveis pela ideia, que logo ganhou força com as entradas de Moura (vocal), David (bateria) e Pinga (guitarra) na formação original.
“Me lembro que estava no rolê indo encontrar geral na porta da casa do Falcão, quando peguei a conversa meio por alto. Na época queria fazer algo diferente da minha banda (Dittohead). Então formulamos uma ideia rápida e definimos qual seria a proposta do som e começamos a puxar geral para tocar, ver quem tinha interesse em participar”, relembra Moura.
A vontade de fazer algo diferente de suas bandas era tão grande, que no primeiro ensaio da Social Resistência, Petit chegou com três letras. “No mesmo dia compomos as músicas Bem Vindo ao Mundo Real, Perseguição e Social Resistência. Na época, a banda contava com membros da Drop Your Guns, Dittohead, Faces do Ódio e Pipe Bomb”.
A Social Resistência ficou conhecida por fazer um som rápido e agressivo com letras politizadas, que criticavam políticos e problemas sociais do Brasil. As músicas eram fortemente influenciadas por Strife, Sick Of It All, Madball, algo nas linhas old school e new school dos anos 1990.
Integrantes de outras bandas passaram pela Social Resistência ao longo dos nove anos de carreira sem pausa: Gabriel (Brick By Brick), Paulo Crumbi (Dekreptus), Silas (Não Repressão), Marcio (Não Repressão), Andrezinho (Hope of Life), Rodney (Make Your Choice), Nego (D-Cups), Leonardo “Carmel” (Faces do Ódio) foram eles.
Mesmo com as raízes em Santos, o interior de São Paulo acabou sendo o palco da Social Resistência. Foi em Campinas, em 2004, que Moura e companhia fizeram um dos shows mais marcantes, no Festival União Positiva, juntamente com as bandas ROT e Social Chaos.
Uma mini tour pelo interior de São Paulo ajudou muito no crescimento da banda. Moura tem boas lembranças de Indaiatuba e Ibiúna. “O show de Ibiúna foi o mais marcante. Fizemos muitos amigos, fora a hospitalidade, sem palavras”. Guarulhos e Praia Grande também estão na hall dos principais locais. “Todos os shows que fizemos em Praia Grande, a galera sempre nos recebia bem. A resposta sempre foi positiva quando tocamos lá”, completa.
Abrir dois shows internacionais também está nos feitos do grupo: a nova-iorquina 25 TA Life e a compatriota Bane, em 2008, no último show oficial da Social Resistência.
Ao longo do período em que esteve na ativa, a banda lançou quatro trabalhos: uma Demo K7 (2000), os álbuns Nossa Arma e a Resistência (2001) e Resistência Por Justa Causa (2004), além da demo Nunca Mais (2008). Foram desses álbuns que saíram faixas como Bem Vindo ao Mundo Real, Vida Sem Valor, Confronto, O Amanhã e Ameaça.
Hoje, os integrante seguiram com suas carreiras profissionais. Petit (100 Ilusões), David (100 Ilusões e Bayside Kings) e Gabriel (Chiapas Livres e TxHxPx) seguem dando contribuições para o cenário hardcore de Santos.
Apesar disso, Moura garante que é possível reunir a Social Resistência. “O que pesa para acontecer essa reunião é o fato de eu está morando em outro estado, mas já foi conversado. Pretendíamos fazer reunião este ano, mais rolaram alguns contratempos. No ano que vem vou retomar a conversar para ver se rola um show de reunião em Santos”.