Crítica | Echoes of The Soul – Crypta

Após a separação da Nervosa, Prika Amaral juntou suas soldadas e lançou o massacrante Perpetual Chaos. E quem tinha dúvidas sobre o futuro de Fernanda Lira e Luana Dametto, a resposta atende por Echoes of The Soul, lançado em junho de 2021. As duas ex-Nervosa contam com o reforço das guitarristas Tainá Bergamaschi e Sonia Anubis e o estilo adotado é o death metal , pouco diferente do thrash praticado em sua ex banda. Primeiro ponto que chama atenção em Echoes of The Soul são os vocais de Lira, realmente viscerais em sua nova abordagem. Guturais certeiros e alguma influência de black metal que caíram como uma luva na proposta da banda. Outra conhecida do público é Luana, que conduz a porradaria insana do Crypta com levadas criativas e muita potência, como pudemos acompanhar no último Rock In Rio. E, claro, inevitável falar das guitarristas, que despejam riffs distorcidos e solos velozes, como convém a um bom death metal. É ouvir para crer como ficou boa a performance da dupla. O grande destaque de Echoes of The Soul é a faixa que encerra o álbum, From The Ashes, um ataque mortal que traz um death metal veloz e esporrento. Mas há vários momentos de pura diversão metálica, como a também veloz Starvation, a cadenciada Possessed, e as tipicamente death Shadow Within, Under The Black Wings e Dark Night of The Soul, que merecem ser conferidas por quem gosta de som extremo. Parabéns às moças pelo trabalho! Echos of The SoulAno de Lançamento: 2021Gravadora: Napalm RecordsGênero: Death Metal Faixas:1-Awakening2-Starvation3-Possessed4-Death Arcana5-Shadow Within6-Under The Black Wings7-Kali8-Blood Stained Heritage9-Dark Night of The Soul10-From The Ashes
Crítica | Ninho de Rato – Surra

E o Surra, trio mais veloz da Baixada Santista, retorna com seu novo EP, Ninho de Rato, justamente quando já estávamos sentindo falta do furioso crossover que o grupo despeja sem dó em nossos ouvidos. Leeo Mesquita (voz, guitarra), Victor Miranda (bateria) e Guilherme Elias (baixo, voz) formam essa verdadeira máquina de destruição. Se você curtiu os ótimos Tamo na Merda (2016), Escorrendo Pelo Ralo (2019) e Ainda Somos Culpados (2018), Ninho de Rato é audição obrigatória. A tradição de sons curtos e diretos se faz presente mais uma vez aqui, e o EP espreme 12 músicas em apenas nove minutos de duração. Parece pouco, mas para adeptos de um bom crossover thrash é um verdadeiro paraíso. Também pudemos notar que o material do Surra recebeu um interessante toque grindcore, lembrando um pouco os também brasileiros do Facada e lendas como Cripple Bastards. Isso posto, é acionar play e se preparar para verdadeiras usinas atômicas como No Lixo, Motor da História, Caso Perdido, Trabalhe Até Morre, Roendo o Osso e o fantástico cover para Hang The Pope, do Nuclear Assault, que são números mais do que suficientes para entendermos a estética do Surra. E se na parte instrumental temos essa explosão de adrenalina, é impossível não mencionar o conteúdo lírico aqui presente, que traz inúmeras análises sociais e políticas, colocando luz na mente do ouvinte e o fazendo pensar por alguns minutos, como dizia o velho Napalm Death. Ouça agora! Ninho de RatoAno de Lançamento: 2021Gravadora: IndependenteGênero: Crossover/Thrash Metal/Grindcore Faixas:1 – No Lixo2 – Motor da História3 – Guerra Suja, Bolso Cheio4 – Acreditam em Tudo5 – Ninho de Rato6 – Hang The Pope (Nuclear Assault)7 – Caso Perdido8 – Trabalhe Até Morrer9 – Roendo o Osso10 – Brasileiro, Otário e Triste11 – Ódio S/A12 – Convivência (Cruel Face)
Crítica | Psychotic Disorders – Hierarchical Punishment

Em uma época de caos e incertezas, os amantes do som extremo estão tendo uma verdadeira bênção (ainda que infernal) com diversos lançamentos do estilo. Aqui em nossa barulhenta coluna são diversos lançamentos sendo dissecados, e todos obrigatórios aos bangers. E dessa feita temos os santistas do Hierarchical Punishment, que acabam de lançar Psychotic Disorders, nova pedrada do quinteto que desde 1994 executa um death metal tão violento que descamba para o grindcore em diversos momentos. A formação atual conta com o guitarrista e fundador Grell, além de Morto (guitarra), Luiz Carlos Louzada (bateria), Alexandre Martins (baixo) e Arthur Mendes (voz), um time muito competente de músicos! Vale lembrar que o grupo tem o no currículo o álbum Humanity Walks This Way (2014), além de diversas participações em coletâneas, tributos e etc. Ou seja, o Hierarchical Punishment tem seu nome já fincado no hall do metal extremo brasileiro. Psychotic Disorders reúne tudo que o grupo fez nesses anos de podreira, um tiro perfeito para fãs do gênero mais brutal do planeta. As guitarras estão distorcidas e graves, com timbragem perfeita para a proposta do Hierarchical. Mérito para Grell, que sempre foi a mente criativa por trás da massa sonora da banda. Louzada na bateria O velho conhecido Louzada troca o microfone pelas baquetas e não economiza em viradas rápidas e blastbeats insanos, sendo acompanhado pelas cordas gordas de Alexandre Martins. Já Arthur, que também possui passagem por outras bandas da Baixada Santista, é dono de um gutural doentio e agressivo, moendo a garganta ao longo das doze faixas do álbum. E por falar em faixas, experimente Angels And Demons, Escape The Fate, The Darkness, Madness, Moment of Truth e Emotional Evisceration e confira todas as características do Hierarchical Punishment. Hail! Psychotic DisordersAno de Lançamento: 2021Gravadora: Tales From The Chaos RecordsGênero: Death Metal/Grindcore Faixas:1-Don´t Look Back2-Escape The Fate3-Angels And Demons4-Emotional Evisceration5-The Darkness6-Human Nature7-The Choice8-Madness9-Moment of Truth10-Road11-Memories12-Turning Point
Crítica | Violent Aggression – Deathraiser

Formado em Leopoldina (MG), em 2009, o Deathraiser inicialmente se chamava Merciless antes de optar pelo nome atual. Posteriormente, em 2011, veio seu debute, Violent Aggression. E não poderia ter sido melhor batizado. Aliás, o material que ouvimos nesse álbum é um thrash metal incendiário, veloz e pesadíssimo. Primeiramente, vale destacar que Thiago (guitarra, voz), Ramon (guitarra), William (bateria) e Junior (baixo) realmente sabiam o que queriam quando entraram em estúdio. Contudo, a vontade era simplesmente distribuir porrada para tudo quanto é lado. Dez anos se passaram do lançamento, e o material aqui ainda exala a mesma carnificina, talvez até mais. Em síntese, o andamento lembra o álbum Beneath The Remains (Sepultura), a voz de Thiago remete a de Mille Petrozza (Kreator) com algo de Don Doty (Dark Angel), as guitarras lembram o que melhor Kerry King e Jeff Hanneman fizeram em seus dias de glória, e a cozinha não deixa pedra sobre pedra, invariavelmente veloz. Portanto, em apenas 27 minutos de música, Violent Aggression transmite seu recado perfeitamente, que é destruir o pescoço dos thrashers. Em resumo, o álbum funciona muito melhor quando ouvido da primeira à última faixa, ininterruptamente. Mas ainda podemos apontar destaques como as matadoras Enslaved By Cross, Command to Kill, Thrash or Be Thrashed e a faixa-título, que simplesmente explodem em adrenalina e agressividade. Por fim, cá aguardamos o segundo álbum do Deathraiser. Violent AggressionAno de Lançamento: 2011Gênero: Thrash Metal Faixas:1-Violent Aggression2-Annihilation of Masses3-Terminal Disease4-Enslaved By Cross5-Command to Kill6-Killing The World7-Oppression Til Death8-Lethal Desaster9-Thrash or Be Thrashed
Crítica | Coma Rage – Viper

Primeiramente, vale destacar que o quarto álbum do Viper, Coma Rage, lançado originalmente em 1995, acaba de ser relançado pela Rhino. Aliás, é a primeira banda brasileira a fazer parte do pacote Heavy Metal Legends, que inclui nomes como Black Sabbath e Metallica, entre outras. Em resumo, o álbum foi gravado na mesma época em que a banda participou do festival Monsters of Rock, em agosto de 1994, em São Paulo, ao lado de nomes como Slayer e Kiss, e ainda contou com a produção de Bill Metoyer (Slayer), sendo essa nova versão remasterizada por Mauricio Gargel. Já a formação repetia a do álbum anterior, ou seja, Pit Passarell (baixo e voz), Felipe Machado e Yves Passarell (guitarras) e Renato Graccia (bateria). Por outro lado, a exemplo do que já tinha acontecido em Evolution (1992), o Viper flertava abertamente com estilos em voga na época, como grunge, hardcore e crossover. Aliás, esqueça o heavy cru de Soldiers of Sunrise (1987) ou a pompa de Theatre of Fate (1989). Em síntese, o Viper de 1995 apostava em canções rápidas, energéticas, quase punks em sua abordagem, com os vocais rústicos de Pit e os riffs sujos de guitarra, resultando em músicas realmente agradáveis como Far And Near, Somebody Told Me You´re Dead, If I Die By Hate e Day Before, que são ótimos exemplos dessa fase noventista do Viper. Bonus tracks Ademais, o álbum vem com várias bonus tracks, que incluem versões demo e até uma composição inédita, País do Futuro. Mais de 20 anos depois, os destaques inevitáveis de Coma Rage ainda são a faixa-título, com seu refrão que entra fácil na mente do ouvinte, e o cover para I Fought The Law, do Clash, que conseguiu a proeza de soar ainda mais grudenta do que a original. Afinal, como quase tudo que leva o nome Viper, Coma Rage é audição recomendada. Coma Rage RemasterAno de Lançamento: 2021Gravadora: RhinoGênero: Heavy Metal/Punk Rock Faixas:1-Coma Rage2-Straight Ahead3-Somebody Told Me You Are Dead4-Makin Love5-Blast!6-God Machine7-Far And Near8-The Last Song9-If I Die By Hate10-Day Before11-405 South12-Face in The Crowd13-I Fought The Law14-Keep The Words15-Coma Rage (Demo)16-Straight Ahead (Demo)17-Somebody Told Me You Are Dead (Demo)18-Making Love (demo)19-Blast! (demo)20-God Machine (demo)21-País do Futuro (demo)22-A Face in The Crowd (demo)23-I Fought The Law (demo)24-Keep The Words (demo)
Crítica | Subversive Worms – Empty Grace

Da quente Teresina (PI) vem o Empty Grace, trio formado em 2001, que executa um duro e potente death metal. Foi assim na estreia com Subterranean Soul´s March (2009) e em seu segundo álbum, Subversive Worms, lançado em 2017, onde os três músicos atingiram seu ápice. A propósito, formam a banda Marcus Borralho (baixo e voz), Nanno Tajra (guitarra) e Angelo Fernando (bateria). Logo de cara, a faixa-título explode nas caixas com um riff que lembra Serpents of The Light, do Deicide. Ou seja, dá para ter uma idéia de como é o trabalho do Empty Grace, ou não? Sim, é death metal brutal, veloz e esporrento, sem qualquer concessão ou vontade de soar modernoso. Confira os brutais blast beats de Unnecessary Suffering, a velocidade estonteante de Consumed By Madness e o ataque impiedoso de riffs em cacetadas como Inner Weakness, Slaved By Faith e Divine Torture, todas transbordando fúria, ódio e malevolência, perfeitas para bater cabeça e nos lembrar as razões que nos fazem gostar desse estilo musical. Sem novidades, afinal, o Brasil possui uma das mais mortíferas cenas de death metal do mundo (sem exageros ou demagogias), sendo o Empty Grace mais um nome que você, caro (a) deathbanger, deve conferir. Subversive WormsAno de Lançamento: 2017Gênero: Death Metal Faixas:1-Subversive Worms2-Empty Grace3-Unnecessary Suffering4-Consumed By Madness5-Inner Weakness6-Slaved By Faith7-False Belief8-Divine Torture9-Forgotten By The Church of Christ10-Inquisition
Crítica | Ascensão e Queda – Coyote Bad Trip

O Coyote Bad Trip foi formado em 2018 com o intuito de executar death metal com toques de crossover. Integram a banda Thiago Ratão (baixo), Luke Cassimiro (guitarra), Gabriel Nogueira e a nova baterista Shay Pepperd. Ascensão e Queda é o debute do quarteto, e foi lançado em meados de 2020. Com uma produção direta, Ascensão e Queda traz sons cantados em português, com letras que tratam de todas as mazelas de nossa sociedade decadente. É isso que o ouvinte irá encontrar em números como Nóia do Goró, Psicopraga, Desespero, Cocaína e Overdose e 20 Conto to Hell. O material soa como se fosse uma mistura de Death com D.R.I, é para banger nenhum botar defeito. Pelo títulos das faixas, também é possível imaginar o teor ácido das mensagens contidas nas mesmas. O álbum é curto, possui apenas 29 minutos de música, logo sentimos vontade de dar repeat e de banguear novamente ao som das músicas supracitadas, além de Treinamento do Lixeiro, Fim dos Tempos e Pedrada, essa um autêntico míssil hardcore. Confira o Coyote Bad Trip, mais um integrante do forte arsenal brasileiro. Ascensão e QuedaAno de Lançamento: 2020Gênero: Death Metal/ Thrash Metal/ Crossover Faixas:1-Marcha do Mendigo2-Nóia de Goró3-Psicopraga4-20 Conto to Hell5-Velha Macumbeira6-Desespero, Cocaína e Overdose7-Olha o Camburão8-Pedrada9-Rinha de Mendigo10-Fim dos Tempos11-Treinamento de Lixeiro
Crítica | Soul in Fire – Siecrist

Essa versão da Brasil Extremo vai dar uma pausa nos lançamentos e voltar 26 anos no tempo. Mais precisamente para 1995, onde em terras capixabas um quarteto chamado Siecrist editava seu segundo álbum, Soul in Fire, via Cogumelo Records (Sepultura, Sarcófago). O artefato trazia um verdadeiro assalto sonoro, um potente thrash/death metal que não deixava nada a dever aos grandes nomes do gênero na época. Adriano Sacaramussa (voz, guitarra), Alden Garcia (baixo, voz), Glen Wilde (guitarra) e Adilson Schwartz (bateria) era o line-up de Soul in Fire. Em uma época em que as bandas mais clássicas de thrash estavam mudando de ares e as de death acrescentando elementos novos (isso sem falar na invasão do black metal escandinavo), Soul in Fire era cru, violento e direto, uma verdadeira porrada na cara. O timbre de guitarra lembra Schizophrenia (Sepultura) com Scream Bloody Gore (Death), e o andamento é puro Slayer da fase Hell Awaits. Passagens mórbidas se unem à pancadaria explícita e disso saiu faixas maravilhosas como The Other Side, Believe In Dead, Infernal Decay, Indolent e todas as outras, já que é bem difícil apontar destaques. E sim, todo o álbum está carregado daquela aura noventista tão cara em álbuns daquela época, que nem toda a tecnologia de hoje consegue substituir. Após esse petardo, o estilo do Siecrist deu uma leve mudada, inserindo doses de groove em seu thrash/death, que gerou obras como What´s Going On Your Mind? (2004), mas isso é assunto para outra oportunidade. Aproveite para conhecer Soul in Fire, uma pérola do underground noventista brasileiro. Soul in FireAno de Lançamento: 1995Gravadora? Cogumelo RecordsGênero: Death/Thrash Metal Faixas:1-Fatal Attraction2-Innocently3-Believe In Dead4-Old Times5-Indolent6-Lost Aimless7-Infernal Decay8-The Other Side9-In The Beyound10-Insane Life11-Back The Walls
Crítica | Revering The Unearthead Corpse – Podridão

Você olha para o nome da banda, para o título do álbum, para a arte de capa e de pseudônimos como “Rotten Flash”. Será que é preciso dizer qual estilo praticado por esse simpático trio? É claro que é death metal sujo, esporrento e old school. Completam a máquina Junior de Andrade (baixo e voz) e Repugnant Fat (bateria). Revering The Unearthed Corspe é o segundo álbum dessa banda de Itaquaquecetuba (SP), sucedendo o debute auto-intitulado de 2017. Para os fâs de death metal, Revering The Unearthed Corpse é caso de vitória antecipada, pois o álbum traz todas as cacterísticas desse amado e odiado estilo, como os riffs distorcidos, os vocais cavernosos, a cozinha velocíssima e a curta duração das músicas, que deixa o ouvinte sedento por mais porrada. Disfigured In The Womb, Your Body Is The Tomb, Chronic Gonorrhea, Fucking Your Corspe e Morbid Thoughts são exemplos perfeitos de toda a insanidade do Podridão. A produção do álbum foi um achado, pois você ouve e se imagina em um necrotério, ou mesmo uma caverna abandonada, é ouvir para crer. O álbum encerra com Bloody Vengeance , do Vulcano, deixando claro a proposta da banda. Gosta de death metal? O Podridão é para você. Revering The Unearthed CorpseAno de Lançamento: 2020Gravadora: Kill Again RecordsGênero: Death Metal Faixas:1-Revering The Unearthed Corspe2-Disfigured In The Womb3-Advanced Decomposition4-Your Body Is In The Tomb5-Regurgitated Hellish Maggots6-Chronic Gonorrhea7-Fucking Your Corpse8-Morbid Thoughts9-Diarrhea10-Eaten Fetus11-Bloody Vengeance Medley