Crítica | All Colors of Darkness – Nervochaos
Amigos, que cacetada! O novo álbum dos paulistanos do Nervochaos, All Colors of Darkness, mau foi lançado e já é um dos mais brutais em no mínimo cinco anos! Tudo bem que a carreira do grupo sempre foi marcada por momentos de pura violência, como Ablaze (2019) e Battalions of Hate (2010), mas o poder sonoro que Edu Lane (bateria), Quinho (guitarra), Woesley Johhan (guitarra), Pedro Lemes (baixo) e Brian Stone (voz) conseguiram nesse novo álbum é qualquer coisa de impressionante. Ao acionar o play, o ouvinte já se depara com o torpedaço Wage War on The Gods, que é a abertura perfeita. Death metal velocíssimo e com pitadas de grindcore, tudo perfeitamente sincronizado. E é só o começo! Outras pérolas do extremismo vão chegando sem piedade, como Dragged to Hell, Beyound The Astral, Suffer In Seclusion e a insanamente rápida Demonomania. O novo vocalista Brian Stone caiu como uma luva no Nervochaos, mandando ver guturais pra lá de pútridos, é ouvir para crer. Também vale citar o batera Lane, que espanca o instrumento incansavelmente ao longo de todo o álbum. São quase 30 anos de carreira, e All Colors of Darkness é o álbum mais pesado e extremo da banda, e isso não é pouca coisa. Ouça com cuidado, pois seus tímpanos podem estourar. All Colors of DarknessAno de Lançamento: 2022Gravadora: Emanzipation ProductionsGênero: Death Metal/Grindcore Faixas:1-Wage War on the Gods2-Golden Goblet Of Fornication3-Dragged to Hell4-Beyound The Astral5-All Colors of Darkness6-Gate of Zax7- Umbrae Mortis8-Suffer In Seclusion9-Camarotiz10-Demonomania11-Three Shades of Black
Crítica | Stone Orange – Vulcano
Crítica | The Circle of The Crow – The Mist
Quem acompanhou o cenário nacional no final dos anos 1980 e início dos 1990, com certeza lembra dos mineiros do The Mist, banda liderada pelo grande Vladimir Korg (Chakal), que contou inclusive com Jairo Quedz (ex-Sepultura, atual The Troops of Doom) em suas fileiras. Foram três álbuns, Phantasmagoria (1989), The Hangman Tree (1991) e Gottverlassen (1995), que receberam bastante destaque em suas épocas de lançamento. Depois de muitos anos de hiato, Vladimir recrutou Edu Megale (guitarra), Ricardo Linassi (bateria) e Wesley Ribeiro (baixo) e o resultado foi esse EP The Circle of The Crow. E o retorno foi mais do que satisfatório! Com os vocais agressivos de Korg, riffs puramente thrash e baixo/bateria precisos, a porradaria funciona facilmente nas quatro faixas que compõem o artefato: My Inner Monster, Over My Dead Body, The Blackmail of God e The Tempest. O estilo, como já foi dito, continua o thrash metal, porém a produção tratou de entregar ao EP uma bem vinda modernidade, onde cada instrumento é ouvido perfeitamente e executado por quem entende do riscado. Por fim, The Mist promete um álbum completo para breve, portanto, vá curtindo esse EP e aprecie uma das mais tradicionais bandas do cenário brasileiro. The Circle of The CrowAno de Lançamento: 2022Gravadora: MCK DiscosGênero: Thrash Metal Faixas:1-My Inner Monster2-Over My Dead Body3-The Blackmail of God4-The Tempest https://www.youtube.com/watch?v=2FFwo93lT84 https://open.spotify.com/album/48ZCNL189s934cBSmODd0A?si=P-WuXT7xQlSC0VHo5jJanQ
Crítica | The Visiting – Darchitect
Quem acompanha o cenário nacional com certeza bateu cabeça com Mechanical Healing (2017), debute dos paulistanos do Darchitect, que trazia uma original mistura de thrash/death com stoner. Quatro anos depois, eis que surge The Visiting, segundo álbum do hoje quarteto formado por Alex Marras (guitarra e voz), Gabriel Gifoli (bateria), Lucas Coca (voz) e Andre Silva (baixo). E o segundo ato vem para confirmar o Darchitect como um dos destaques do metal brazuca. O estilo base continua sendo o thrash/death metal, com os guturais fortes e riffs pesados. Mas The Visiting possui uma janela de variedades, sempre surpreendendo o ouvinte em cada faixa. Após a curta intro, Flight of The Vulture chega despejando velocidade e riffs fortes, perfeita para a abertura. Hidden Voices inicia com um breve solo de bateria para logo descambar para riffs cadenciados e vozes limpas, tudo isso para chegar a um belíssimo solo de guitarra na melhor linha stoner, um dos melhores momentos do álbum. A abertura de The Lighthouse parece ter saído de algum álbum do Black Sabbath da década de 70, com o mesmo andamento doom metal. Após uma acelerada, a faixa alterna dedilhados suaves de guitarra com partes de pura pancadaria death, e somos mais uma vez surpreendidos por outro inspirado solo de guitarra stoner. Assim caminha o som do Darchitect, nunca se prendendo a um determinado gênero, e sim acenando para toda a gama de influências que se abatem sobre os músicos, e isso inclui Black Sabbath, Sepultura, Benediction e Pantera. Darchitect pesado O álbum não é de fácil assimilação, talvez exija várias ouvidas para absorvermos todo o seu amplo espectro musical. O ouvinte que fizer isso terá boas recompensas, pois mais faixas interessantes encontramos pela frente, como a quase balada Shelter in The Labyrinth, a pesada Behold Me As I Fall (que conta com um interlúdio atmosférico em seu meio, ao estilo prog anos 70), e a poderosa faixa-título, que pode ser encarada como um cartão de visitas do Darchitect, reunindo todas as características da banda, além de contar com mais um soberbo solo de guitarra. Thrash, death, stoner, prog metal….não importa o rótulo, o Darchitect é formado por ótimos músicos que parecem curtir a arte de criar, de deixar fluir a sua veia musical. Esse é, sem dúvida, o grande mérito da banda. Recomendado. The VisitingAno de Lançamento: 2021Gravadora: Die Hard RecordsGênero: Thrash Metal/Death Metal/Stoner Metal/Prog metal Faixas:1-As The Wind Blows2-Flight Of The Vulture3-Hidden Voices4-The Lighthouse5-Evanescing Hopes6-Shelter In The Labyrinth7-Mirrors of Illusion8-Behold Me As I Fall9-Hunger of The Void10-Adrift11-The Visiting12-I Am The Sea
Crítica | Human Decay – Crucifixion BR
Já foi dito por essas linhas que o metal extremo brasileiro é um dos melhores do mundo. Sim, é fato. São incontáveis os grandes nomes do estilo que surgem diariamente em todos os cantos do enorme país, sendo que você tem uma vasta lista de opções aqui nessa tétrica coluna. Aliás, a primeira banda de 2021 a figurar na Brasil Extremo é o Crucifixion BR. De Rio Grande (RS), o grupo existe desde 1996 e lançou uma porrada em 2014 chamada Destroying The Fucking Disciples of Christ. Em meio a todo o caos que envolve o nosso planeta de 2020 pra cá, o grupo editou seu segundo artefato, esse fortíssimo Human Decay. Fazem parte do Crucifixion BR Lord Grave (guitarra, voz), Juliana Dark Moon (bateria), Beto Factus (baixo) e Rafael Orsi (guitarra). O death metal praticado pelos gaúchos não possui novidades, e não é indicado àqueles que procuram pela invenção de um estilo novo a cada acionada no “play”. Por outro lado, quem curte death metal com influências thrash pode cair sem medo em Human Decay, pois irá dar de cara (e ouvidos) com bons números como a faixa-título, Annihilation And Victory, My Savior, Chaos of Morality e Into The Abyss, embora todas as faixas funcionem perfeitamente. Individualmente, o Crucifixion BR é bem servido de músicos, pois os vocais de Lord Grave (que lembram Monstrosity em algumas passagens) dão todo o clima necessário para os riffs de guitarra (muito bons) e os fraseados de baixo. Na bateria, vale destacar o trabalho de Juliana, com viradas precisas e bumbus velozes. Enfim, confira o Crucifixion BR. Ficha técnica – Crucifixion BR – Human Decay Human DecayAno de Lançamento: 2021Gênero: Death Metal Faixas:1-Opening The Gates, Blasphemy Returns2-Human Decay3-Confirmed Execution 6664-Annihilation and Victory5-Chaos of Mortality6-A Few Lies of Your Whole Light7-Into The Abyss8-My Saviour9-Blood Fire Victory10-Passage11-Insanidade Bestial12-The Final Chapter
Crítica | Dug Up….Diabolical Reincarnations – Nervochaos
Com 25 anos de estrada, inúmeras turnês e oito álbuns de estúdio lançados, dá para afirmar sem medo de errar que os paulistanos do Nervochaos formam uma das mais tradicionais, fortes e barulhentas bandas do metal extremo brasileiro e mundial. Quantas bandas podem ostentar tal título? Para celebrar esses números, o grupo regravou três músicas de cada um dos quatro primeiros álbuns, Pay Back Time (1998), Legion of Spirits Infernal (2002), Quarrel In Hell (2006) e Battalions of Hate (2010). De quebra, mais um número do álbum The Art of Vengeance (2014). A formação atual conta com Brian Stone (voz), Edu Lane (bateria), Quinho e Woesley Joahann (guitarras) e Pedro Lemes (baixo). O álbum foi gravado no Abracadaver Studio (SP) e a produção ficou a cargo de Adassi Addasi. Você que acompanha a banda desde aquela época, terá um ataque epilético com as novas versões de I Hate Your God, Envy, Putrid Pleasures, Pure Hemp, Pazuzu is Here, Mighty Justice, Dark Chaotic Destruction, Perish Slowly e Scavengers of The Underworld. Todas perfeitamente executadas, com todo o peso e fúria que o Nervochaos vem despejando em nossos ouvidos desde o longínquo ano de 1996. E aqueles que nunca ouviram a banda têm aqui uma excelente oportunidade de dar um “rolê” pelo seu catálogo. Tarefa quase impossível vai ser NÃO se atirar de cabeça (e ouvidos) em toda a discografia do Nervochaos. Está esperando o que? Dug Up….Diabolical ReincarnationsAno de Lançamento: 2021Gravadora: XenokorpGênero: Thrash/Death Metal Faixas:1-I Hate Your God2-Envy3-Putrid Pleasures4-Pazuzu is Here5-Mighty Justice6-Upside Down Cross7-The Urge to Feel Pain8-Dark Chaotic Destruction9-Nervochaos10-Pure Hemp11-Scavengers of The Underworld12-Perish Slowly13-The Devil´s Work
Crítica | Side Evil – Enslaver
De Maringá vem o Enslaver, mais uma força do thrash metal brazuca, provando que o Paraná ainda é um celeiro infindável de bandas boas. Formado em 2015 como Deathcurse, o grupo logo mudou para o nome atual e, após algumas demos e splits, lançou em 2020 seu álbum de estreia, Side Evil. A formação atual conta com Luís Vitor (guitarra e voz), Peppe (guitarra), Pedro Vinicius (guitarra) e Francisco Vitor (bateria). Como já dito, o estilo adotado pelos paranaenses é o bom e velho thrash metal. Sem a menor cerimônia, o quarteto pratica um som veloz, ríspido, em que abundam palhetadas insanas, solos agressivos e cozinha do tipo “locomotiva sem freio”, tudo posto à disposição dos ferozes vocais de Luiz Vitor. O melhor de tudo, com uma produção que não pasteurizou o som do Enslaver, pelo contrário, pois tudo aqui soa perfeitamente como o thrash metal deve soar. Aliás, para quem curte Slayer, Municipal Waste, Metallica, Exodus, Kreator e bandas nessa linha, é acionar o play e se deliciar com petardos do porte de Insane Mankind, Behind The Resistance (que teve até vídeo censurado pelo youtube), Last Breath, Murder Inc. e Blood Will Follow Blood, que são capazes de arrancar cabeças nos mosh pits. Também vale destacar a excelente qualidade dos solos de guitarra, bem executados e totalmente de acordo com as músicas. Uma surpresa agradabilíssima que você deve conferir imediatamente. Side EvilAno de Lançamento: 2020Gravadora: Sony MusicGênero: Thrash Metal Faixas:1-Insane Mankind2-Behind The Resistance3-Blood Will Follow Blood4-Last Breath5-Die With The Rest6-Murder Inc.7-Enslaver8-Pain Lust
Crítica | Existência #Livreparatodos – Bayside Kings
De Santos vem essa máquina HC pronta para destruir tímpanos alheios! O Bayside Kings foi formado em 2011 e hoje conta com David Gonzalez (bateria), Milton Aguiar (vocal), Emanuel Figueira (baixo) e Matheus Santacruz (guitarra). Aliás, com esse time, a banda despeja o EP Existência #LivreParaTodos, após os ótimos The Way Back Home (2012), Warship (2013) e Waves of Hope (2015). Em resumo, com influências que vão de bandas como Suicidal Tendencies, Verbal Abuse e Madball, o grupo pisa fundo no acelerador e a faixa de abertura do EP, Existência, é o melhor exemplo disso: veloz, com guitarras pesadas e uma letra forte, é o cartão de visitas perfeito para quem não conhece o Bayside Kings. Logo depois, um pouco mais melódica, Miragem traz riffs oriundos do metalcore, com resultados bem interessantes. Contudo, o peso e velocidade voltam a falar mais alto em Ronin, uma porrada perfeita para incendiar uma apresentação. Por fim, Alpha e Omega encerra esse belo EP misturando peso e melodia, em mais uma letra que nos faz ouvir a música novamente para refletir sobre os versos. Tudo que é bom dura pouco, dizem, então nos resta ouvir todo o EP novamente. Muito bom! EXISTÊNCIA#LIVREPARATODOSAno de lançamento: 2021Gravadora: Olga MusicGênero: Hardcore Faixas:1-Existência2-Miragem3-Ronin4-Alpha e Omega
Crítica | Dark Echoes – Eminence
Quem acompanha o cenário heavy brasileiro com certeza tem entre suas referências os mineiros do Eminence, que acabam de lançar seu quinto álbum completo de estúdio, Dark Echoes. Formado em 1995 em BH, a banda sempre teve como característica um som difícil de rotular, pois engloba death metal, thrash metal, groove metal e metalcore, resultando em um trabalho bem original. Mas, a energia e garra estão acima de tudo. O álbum já inicia com a faixa-título, que contém uma participação pra lá de especial, ou seja, Bjorn Strid, vocalista do Soilwork, que, com seu inconfundível timbre, faz da track um dos esse destaques imediatos. Wake Up The Blind chega com outra participação, dessa vez Jean Patton, guitarrista do Project 46, também bastante convincente em seu ataque mortal de riffs, que misturam Machine Head, Pantera e um toque próprio, em outro momento de puro brilho. Ótima faixa! Ainda tem mais em Dark Echoes. Confira a brutalidade de Inner Suffering, puxada para o deathcore, The Hologram, que traz a assinatura do Eminence, além das furiosas The Vanishing e Not Hating Just Saying, perfeitas para qualquer headbanger. Individualmente, o grupo conta com ótimos músicos, como o incansável baterista Alexandre Oliveira, um moedor de bumbos. Além dele, Allan Wallace continua triturando suas cordas, com riffs e timbres muito bem encaixados nas músicas. Enfim, Dark Echoes é um álbum altamente recomendado! Dark EchoesAno de Lançamento: 2021Gravadora: Blood Blast DistributionGênero: Death/Thrash/Groove Metal/Metalcore Faixas:1-Dark Echoes2-Burn it Again3-B.Y.O.G4-Wake Up The Blind5-Into The Ashes6-The Vanishing7-Inner Suffering8-Death of a Nation9-The Hologram10-N3Mbers11-Not Hating Just Saying12-Parasite Planet