Rappers da Baixada Santista se unem em música que fala sobre esforços para crescerem na cena musical

A Base Wear em parceria com a Grape Produções deu início ao Projeto Eleve Seu Propósito. O objetivo é quebrar o preconceito da cultura de rua e mostrar ao mundo a arte urbana. A primeira ação da iniciativa foi juntar rappers da Baixada Santista em uma música, que mostrará a vivência na região metropolitana e os esforços que esses artistas têm para crescerem no ramo musical. O projeto quer enaltecer o cenário rap 013. Além de mostrar para toda a Baixada Santista que existem artistas locais que merecem mais atenção e espaço no mundo musical. Participaram da música os rappers: Brisa MC, G6 MC, Zilla, Pjay e Jotaerre. Eles representam a cidade de Santos, Praia Grande e São Vicente. Segundo a organização, eles foram escolhidos nessa primeira etapa, pois já contam com histórico em projetos de peso em Santos e região no cenário do rap. A DJ Nanne Bonny, uma das organizadoras do Movimento E.L.A. que enaltece a mulher no cenário da arte e cultura, e o rapper e produtor Guilherme Cres, dono da Grape Produções, também participaram da produção. O videoclipe foi gravado no final de agosto e será lançado neste mês, juntamente com a música nas plataformas digitais. Na produção, também tem a presença dos grafites, que fazem parte da cultura de rua. Para o videoclipe, o restaurante D’boa Açaí e o projeto Mureta | Exibição de Arte Urbana, disponibilizaram o espaço e cenário para a gravação. Próximos passos com os rappers Com esse primeiro passo dado, o projeto da Base continuará em progresso com novas vertentes além do rap e grafite. Os próximos passos incluem a dança de rua, skate, entre outros. O objetivo é continuar movimentando e influenciando, com alguns nomes e instituições de peso da região, a conscientização e quebra do preconceito da cultura de rua.
Conheça G6 MC, rapper santista que está preparando o primeiro EP solo

Guilherme César Saldanha, 35 anos, mais conhecido como G6 MC, é rapper, compositor, desenhista, storyboarder e diretor de arte. Atualmente, mora em Santos e está para lançar o seu primeiro EP solo intitulado The Real Game. “Eu tô indo pra cima, sem abdicar da minha responsabilidade. Eu gosto de abrir a visão das pessoas, gosto de gerar reflexões e pensamentos, de fazer a mente do próximo funcionar”. Ele afirma que apesar de gostar do rap de mensagem, também gosta de abordar em suas letras diversos assuntos. “Sou abrangente, falo sobre coisas poéticas, sacanagem, amor, letras que passam a visão. Não tenho uma limitação, gosto da abrangência e versatilidade”. O EP solo conta com a produção de peso do Velho Beats e trará uma faixa assinada por Max Pontes, um dos grandes produtores musicais da Baixada Santista. Cada faixa do EP The Real Game terá um clipe, que segundo G6 será lançado em drops. “Não vamos lançar as faixas de uma vez, e sim uma a uma, assim dá mais tempo de trabalhar. O primeiro vai sair mais para o final do ano”, afirma. Trajetória O rapper ainda está dando andamento ao projeto CYPHERFUNK dos 13 pelo Selo T13 RECORDS. O projeto reúne grandes nomes da velha guarda e da nova escola, contando com nomes de peso como Chiquinho CH (ex-dupla Chiquinho e Amaral), NB Emici, D3cker Boy, Criminal D, Dinho da VP, Kazuya, entre outros. G6 conta que escreve desde criança e sempre teve contato com a cultura hip hop por meio das músicas. “Sempre gostei. Funk e rap ouço desde moleque, desde que vim para a Baixada Santista. Eu morava em São Vicente, ouvia Facção Central, Racionais, usava ciclone, sempre fui o menino ‘rueiro’, vivia descalço, as quebradas viviam trocando tiro, no fim dos anos 90, começo dos anos 2000 …” Ele relembra que chegou a compor com o Chiquinho da dupla Chiquinho e Amaral, mas não lançava nada porque não se sentia confiante. “Eu sempre cantei bem, sempre fui muito eclético, cheguei a gravar algumas coisas em estúdio, mas não lancei nada, não tinha confiança”. Isso mudou em 2012, quando ele ao lado de outro MC fundou o grupo C.R.I.A.S da Baixada. E quando criou o clã de rap Território-13 ao lado de outros dois mc´s, que desde então reúne representantes de toda a região dando voz e espaço para novos e velhos talentos da cultura hip hop. Lições para a vida Em sua trajetória, G6 acabou indo para a prisão e leva isso como aprendizado para a vida. “Eu aprendi e me fortaleceu muito. Não arrisco me colocar nessa situação por nada, aprendi a engolir meus demônios e digerir por mim mesmo”. Após essa experiência, ele voltou mais forte e focado para dar andamento em seus trabalhos. Você pode acompanhar G6 MC e seus projetos pelas redes sociais, como Instagram e Youtube.