Crítica | Resurgence – Massacre

E o velho Massacre retorna renovado. Um dos pioneiros do death metal – alguns dizem que sua demo de 1986, Agressive Tyrant, foi uma das primeiras a contar com vocais guturais, o grupo não colocava novidade na área desde 2014. A espera acabou, e quem é chegado num death metal nos moldes como se fazia na chamada first wave, vai ter um deleite nesse ano que está acabando. Resurgence já chega como um dos melhores álbuns dos últimos dois anos, e isso não é pouco. Para quem não conhece a banda, seu debute de 1991, From Beyond, é um clássico inquestionável do estilo, sendo um dos grandes lançamentos em uma época em que o death metal vivia seus dias de glória. Com os vocais de Kam Lee , os riffs psicóticos de Rick Rozz , o baixo nervoso de Terry Butler e as batidas monstruosas de Bill Andrews (os três últimos com passagem pelo Death, precisa dizer mais?) o grupo cravou seu nome na concorridíssima cena metal daqueles tempos. Apenas Kam Lee esteve presente em Resurgence, escoltado agora por Johnny Peterson (guitarra), Mike Borders (baixo), Brynjar Helgetun (bateria) e Scott Fairfax (guitarra). E o álbum consegue a proeza de não dever nada ao glorioso debute. Com um dos vocalistas pioneiros e um timaço de músicos, Resurgence simplesmente destrói a mente do ouvinte com cacetadas do porte de Whisperer in Darkness, Eldritch Prophecy, Servants of Discord e Fate of The Eldergods. Todas velozes, com riffs que transpiram death metal e solos melódicos e obscuros. Sem invencionices, sem pretensão, apenas cinco carniceiros tocando o estilo que nasceram para tocar. Vá ouvir agora! ResurgenceAno de Lançamento: 2021Gravadora: Nuclear BlastGênero: Death Metal Faixas:1-Eldtrich Prophecy2-Ruins of R´Lyeh3-Innsmouth Strain4-Whisperer in Darkness5-Book of The Dead6-Into The Far-Off Void7-Servants of Discord8-Fate of The Elder Gods9-Spawn of Succubus10-Return of The Corpsegrinder

Crítica | Imperial Congregation – Blood Red Throne

Se a banda toca metal extremo e vem da Noruega, é quase garantia de jogo ganho. Afinal, qualquer um que acompanha minimamente a cena mundial tem ciência de que o país é uma verdadeira usina atômica de bandas podreiras, que vão do thrash ao black metal. E claro que o death metal também dá as caras por lá, sendo o Blood Red Throne o maior nome do país. Formado em 1998, em Agder, os cinco maníacos já lançaram álbuns que já destruíram tímpanos alheios, como Affiliated With The Suffering, Brutalitarian Regime, Fit to Kill e, agora em 2021, Imperial Congregation vem para se juntar ao poderoso arsenal do grupo. A primeira coisa que chama a atenção é a belíssima arte da capa, desenhada pelo fenomenal brasileiro Marcelo Vasco, que a cada dia se supera. É de ficar olhando por vários minutos de tão bonita! Passado o impacto inicial, é hora de acionar o play e se assustar com o feroz material contido aqui. A produção, de primeiríssima qualidade, acentuou ainda mais a violência da música, chutando pra escanteio aquele papo furado de que death metal não precisa ser bem produzido. Quando a sujeira se une com o cuidado da produção, só pode resultar em perfeição. E é o que encontramos aqui. Faixas como Itika, Conquered Malevolence, Inferior Elegance, We All Bleed e Consumed Ilusion se destacam simplesmente por serem algumas das faixas mais brutais de 2021. Cozinha técnica do Blood Red Throne Individualmente, o Blood Red Throne possui músicos excelentes (os guitarristas tocam que é uma beleza) que sabem como ninguém como praticar esse estilo. Quando nos perguntam os motivos de gostar de death metal, as respostas podem ser as mais variadas possíveis. Experimente mostrar esse álbum ao autor da questão. Ele entenderá perfeitamente. Imperial CongregationAno de Lançamento: 2021Gravadora: Nuclear BlastGênero: Death Metal Faixas:1-Imperial Congregation2-Itika3-Conquered Malevolence4-Transparent Existence5-Inferior Elegance6-We All Bleed7-6:78-Consumed Illusion9-Hero -Antics10-Zarathustra

Crítica | Torn Arteries – Carcass

Após o álbum From Enslavement to Obliteration (1988), o guitarrista Bill Steer deixou o Napalm Death e assumiu o Carcass em tempo integral. Os dois primeiros álbuns, Reek of Putrefaction (1988) e Symphonies of Sickness (1989), abalaram a todos com seu grindcore violentíssimo, além das nojentas temáticas splatter. Mas foi com dois seguintes, Necroticism Descanting The Insalubrious (1991) e o seminal Heartwork (1993), que o quarteto inglês marcou seu nome na mente dos deathbangers, criando um estilo totalmente original, uma forma única de executar o seu metal extremo, com os vocais de Jeff Walker e os riffs de Steer e Michael Amott, hoje no Arch Enemy. Após anos de hiato, o grupo retornou com outro clássico, Surgical Steel (2013). Aliás, após todo o sucesso de Surgical – inclusive com uma passagem pelo Brasil -, os reis da nojeira voltam com Torn Arteries, novíssimo álbum. Ao observar o título e a capa do álbum, e passando pelos títulos das músicas, os fãs já acionam o play com sentimento de vitória antecipada, pois todas as características da banda estão lá, intactas. Em resumo, o que temos em Torn Arteries é digno de outro mundo. A faixa-título já se inicia com os matadores riffs de guitarra, e não demora para o peso absurdo entrar em cena, numa pegada bastante parecida com a fase Heartwork. Logo depois, o desfile de pérolas da podreira continua com Under The Scalpel Blade, cujos blastbeats da introdução são brilhantemente executados pelo baterista Daniel Wilding, que sem dúvida soube capturar o espírito do Carcass. Carcass em alta na reta final do álbum Por fim, Flesh Ripping Sonic Torment Limited conta com um espetacular solo de Steer, enquanto as matadoras Wake Up And Smell The Carcass/ Caveat Emptor e The Scythes’s Remorseless Swing encerram esse álbum deixando o ouvinte atordoado. Contudo, também vale citar a extremamente técnica Kelly’s Meat Emporium, onde mais uma vez Steer mostra que é um dos guitarristas mais talentosos do metal mundial. Desnecessário repetir, mas individualmente o Carcass conta com músicos excepcionais, que conseguem transformar cada obra em quase uma sinfonia de metal extremo. Portanto, acredite, Torn Arteries vem para se juntar ao já poderoso arsenal do Carcass, que só conta com álbuns anormais de tão bons. Torn ArteriesAno de Lançamento: 2021Gravadora: Nuclear BlastGênero: Death Metal/Death N´ Roll Faixas:1-Torn Arteries2-Dance of Ixtab (Psychopomp And Circustance March N 1 In B)3-Eleanor Rigor Mortis4-Under The Scalpel Blade5-The Devil Rides Out6-Flesh Ripping Sonic Torment Limited7-Kelly´s Meat Emporium8-In God We Trust9-Wake Up And Smell The Carcass / Caveat Emptor10-The Scythes Remorseless Swing

Crítica | Existência #Livreparatodos – Bayside Kings

De Santos vem essa máquina HC pronta para destruir tímpanos alheios! O Bayside Kings foi formado em 2011 e hoje conta com David Gonzalez (bateria), Milton Aguiar (vocal), Emanuel Figueira (baixo) e Matheus Santacruz (guitarra). Aliás, com esse time, a banda despeja o EP Existência #LivreParaTodos, após os ótimos The Way Back Home (2012), Warship (2013) e Waves of Hope (2015). Em resumo, com influências que vão de bandas como Suicidal Tendencies, Verbal Abuse e Madball, o grupo pisa fundo no acelerador e a faixa de abertura do EP, Existência, é o melhor exemplo disso: veloz, com guitarras pesadas e uma letra forte, é o cartão de visitas perfeito para quem não conhece o Bayside Kings. Logo depois, um pouco mais melódica, Miragem traz riffs oriundos do metalcore, com resultados bem interessantes. Contudo, o peso e velocidade voltam a falar mais alto em Ronin, uma porrada perfeita para incendiar uma apresentação. Por fim, Alpha e Omega encerra esse belo EP misturando peso e melodia, em mais uma letra que nos faz ouvir a música novamente para refletir sobre os versos. Tudo que é bom dura pouco, dizem, então nos resta ouvir todo o EP novamente. Muito bom! EXISTÊNCIA#LIVREPARATODOSAno de lançamento: 2021Gravadora: Olga MusicGênero: Hardcore Faixas:1-Existência2-Miragem3-Ronin4-Alpha e Omega

Crítica | Katedralen – Mork

One-man-bands são muito comuns no cenário black metal, sendo a mais famosa de todas o Bathory, besta criada pelo lendário Quorthon (RIP). Aqui temos mais um caso semelhante, trata-se do Mork, projeto de Thomas Eriksen, fundado em 2004 como um trabalho paralelo, que logo assumiu o status de banda principal. Diz a lenda que após visitar o antigo local de ensaios do também norueguês Darkthrone, Eriksen se inspirou tanto que voltou correndo para casa e produziu o debute Isebakke, lançado em 2013. De lá para cá, foram mais quatro álbuns, contando com o novíssimo Katedralen, lançado em 2021. Ao dar play em Katedralen, fica bastante óbvia a influência do Darkthrone, uma das melhores bandas de black metal da história, diga-se. Leia-se influência, e não cópia. Isso posto, vale destacar que a fase mais recente da banda de Fenriz é a que parece exercer mais fascínio sobre Eriksen. Estão lá, todos os ingredientes: velocidade moderada, vocais ríspidos, letras em norueguês e os indefectíveis riffs gelados, que parecem ter sido gravados sob uma densa aurora boreal. E, claro, com bastante referências ao thrash e ao heavy tradicional. Também vale citar a extrema beleza da arte da capa, totalmente de acordo com a proposta do Mork. E se você curte black metal , tente não se empolgar com as certeiras Evig Intens Smerte, Svartmalt, Det Siste Gode I Meg e a épica De Fortapte Sjelers Katedral, que encerra brilhantemente esse belo artefato. E o grupo assombrará nosso país em 2022, no festival Setembro Negro. Fique ligado. KatedralenAno de Lançamento: 2021Gravadora: Peaceville RecordsGênero: Black Metal Faixas:1-Dodsmarjsen2-Svartmalt3-Arv4-Evig Intens Smerte5-Ded Siste Gode I Meg6-Fodt Til A Herske7-Lysbaereren8-De Fortapte Sjelers Katedral

Crítica | Senjutsu – Iron Maiden

Demorou mas chegou! Desde os remotos anos 1980 que um novo álbum do Iron Maiden gera enorme expectativa entre seus seguidores, que são milhões espalhados pelos cantos do globo. Seis longos anos após Book of Souls, Senjutsu é despejado em meio a um mundo cheio de incertezas, inclusive com o próprio guitarrista Adrian Smith declarando que a banda ainda não tem nenhuma palavra sobre a turnê de divulgação do álbum. Faixa a faixa de Senjutsu De qualquer maneira, Senjutsu está aí, pronto para ser degustado pelos amantes da Donzela. Vamos dar um passeio pelo conteúdo? Senjutsu – Os bumbos de Nicko Mcbrain dão o primeiro ronco do álbum, seguidos por riffs pra lá de tradicionais, tudo em velocidade moderada. A faixa soa como uma continuação de Book of Souls. Não demora para chegar ao marcante refrão, onde Bruce Dickinson mais uma vez mostra porque é um dos maiores vocalistas da história, grudando as melodias na mente dos fãs. Será uma ótima abertura na vindoura tour. Stratego – A mais direta e pesada faixa de Senjutsu. Abre com um riff que lembra muito o de Powerslave, e logo descamba em mais um bombástico refrão. Candidata a melhor do álbum. The Writing on The Wall – Seguindo um estilo que o Iron Maiden adotou de 1995 para cá, a faixa inicia com um breve dedilhado, que serve de ponte para um riff melódico e com traços folk, lembrando álbuns como Dance of Death. Seu refrão é impossível de esquecer, assim como os solos de Adrian Smith, impecáveis como sempre. Lost In a Lost World – Essa é para desesperar os fãs que preferem o material antigo. A música traz exatamente TODAS as características do “novo” Maiden. Ou seja, possui quase dez minutos de duração, que se iniciam com um dedilhado suave, que é reforçado por um interessante coro ao fundo. Em andamento cavalgado e cadenciado, Bruce comanda a marcha, seguido pelo velho Dave Murray, que dispara bonitos solos. As guitarras gêmeas também estão lá, e essa faixa remete a The Red And The Black, do álbum anterior. Peso e melodia do início ao fim Days of Future Past – O peso volta a falar mais alto, e a faixa engata uma interessante velocidade, fazendo disparar o coração dos antigos fãs. Outro refrão certeiro, e Bruce mais uma vez tem uma atuação de gala. A música diz tudo em seus pouco mais de quatro minutos. The Time Machine – Mais uma que se inicia com dedilhados suaves, e com Bruce cantando calmamente, que é a deixa para todos os músicos entrarem sem aviso. A banda deixa aflorar livremente aqui suas influências de rock progressivo, como Jethro Tull, como bem mostra o riff principal da música. Dave Murray nos brinda com outro solo pra lá de inspirado. Como é bom ouvir esse cara! The Darkest Hour – Quase uma semi-balada, conta com um vocal mais sombrio de Bruce, e é difícil segurar a cabeça com Murray e Smith duelando nos solos. O refrão lembra levemente Out Of The Shadows, de A Matter of Life And Death. Death of The Celts – Daqui para o fim do álbum, é onde os fãs encontrarão mais dificuldade para digerir o conteúdo. A música conta com uma longa introdução de Steve Harris, com Bruce cantando por cima. Inevitável a lembrança de The Clansman, inclusive na duração da faixa, ultrapassando os dez minutos. Sobram duelos e solos de guitarra, em uma música bastante agradável de se ouvir. The Parchment – Mais um longo épico, essa com doze minutos de muitos dedilhados, riffs cadenciados, e duelos que realmente grudam na cabeça, embora a faixa pudesse ser mais curta. Bruce cantando sobre as melodias de guitarra é realmente marcante. O gran finale de Senjutsu com viagem épica Hell on Earth – E Senjutsu vai tristemente chegando ao fim, não sem antes embarcarmos em mais uma viagem épica e progressiva do Maiden, que se inicia com, adivinhem, uma intro de Steve Harris. Com onze minutos, a faixa é a mais prog do álbum, com um andamento cadenciado e uma melodia que serão perfeitos para os shows, inclusive sendo possível visualizar o público entoando a plenos pulmões. Desnecessário dizer, mas os três guitarristas mostram mais uma vez aqui porque são referências entre qualquer aspirante ao instrumento. Os duelos de guitarra na metade da faixa são realmente muito bem executados. Evidente que o álbum dividirá os fãs, assim como acontece em quase todos os lançamentos do Maiden. O andamento mais moderado é facilmente explicado pela idade avançada dos músicos. Mesmo assim, não se acomodaram a nos brindaram com mais um álbum. Que não seja o último. Up the irons!!!

Crítica | Dark Echoes – Eminence

Quem acompanha o cenário heavy brasileiro com certeza tem entre suas referências os mineiros do Eminence, que acabam de lançar seu quinto álbum completo de estúdio, Dark Echoes. Formado em 1995 em BH, a banda sempre teve como característica um som difícil de rotular, pois engloba death metal, thrash metal, groove metal e metalcore, resultando em um trabalho bem original. Mas, a energia e garra estão acima de tudo. O álbum já inicia com a faixa-título, que contém uma participação pra lá de especial, ou seja, Bjorn Strid, vocalista do Soilwork, que, com seu inconfundível timbre, faz da track um dos esse destaques imediatos. Wake Up The Blind chega com outra participação, dessa vez Jean Patton, guitarrista do Project 46, também bastante convincente em seu ataque mortal de riffs, que misturam Machine Head, Pantera e um toque próprio, em outro momento de puro brilho. Ótima faixa! Ainda tem mais em Dark Echoes. Confira a brutalidade de Inner Suffering, puxada para o deathcore, The Hologram, que traz a assinatura do Eminence, além das furiosas The Vanishing e Not Hating Just Saying, perfeitas para qualquer headbanger. Individualmente, o grupo conta com ótimos músicos, como o incansável baterista Alexandre Oliveira, um moedor de bumbos. Além dele, Allan Wallace continua triturando suas cordas, com riffs e timbres muito bem encaixados nas músicas. Enfim, Dark Echoes é um álbum altamente recomendado! Dark EchoesAno de Lançamento: 2021Gravadora: Blood Blast DistributionGênero: Death/Thrash/Groove Metal/Metalcore Faixas:1-Dark Echoes2-Burn it Again3-B.Y.O.G4-Wake Up The Blind5-Into The Ashes6-The Vanishing7-Inner Suffering8-Death of a Nation9-The Hologram10-N3Mbers11-Not Hating Just Saying12-Parasite Planet

Crítica | Echoes of The Soul – Crypta

Após a separação da Nervosa, Prika Amaral juntou suas soldadas e lançou o massacrante Perpetual Chaos. E quem tinha dúvidas sobre o futuro de Fernanda Lira e Luana Dametto, a resposta atende por Echoes of The Soul, lançado em junho de 2021. As duas ex-Nervosa contam com o reforço das guitarristas Tainá Bergamaschi e Sonia Anubis e o estilo adotado é o death metal , pouco diferente do thrash praticado em sua ex banda. Primeiro ponto que chama atenção em Echoes of The Soul são os vocais de Lira, realmente viscerais em sua nova abordagem. Guturais certeiros e alguma influência de black metal que caíram como uma luva na proposta da banda. Outra conhecida do público é Luana, que conduz a porradaria insana do Crypta com levadas criativas e muita potência, como pudemos acompanhar no último Rock In Rio. E, claro, inevitável falar das guitarristas, que despejam riffs distorcidos e solos velozes, como convém a um bom death metal. É ouvir para crer como ficou boa a performance da dupla. O grande destaque de Echoes of The Soul é a faixa que encerra o álbum, From The Ashes, um ataque mortal que traz um death metal veloz e esporrento. Mas há vários momentos de pura diversão metálica, como a também veloz Starvation, a cadenciada Possessed, e as tipicamente death Shadow Within, Under The Black Wings e Dark Night of The Soul, que merecem ser conferidas por quem gosta de som extremo. Parabéns às moças pelo trabalho! Echos of The SoulAno de Lançamento: 2021Gravadora: Napalm RecordsGênero: Death Metal Faixas:1-Awakening2-Starvation3-Possessed4-Death Arcana5-Shadow Within6-Under The Black Wings7-Kali8-Blood Stained Heritage9-Dark Night of The Soul10-From The Ashes

Crítica | Sea Savage – Gama Bomb

Eis que os reis irlandeses da velocidade retornam com o seu sétimo álbum de estúdio, Sea Savage. Surgido ali na metade da década de 2000, o Gama Bomb seguiu o exemplo de outros nomes como Municipal Waste e Fueled By Fire e trouxe de volta o thrash metal despojado e agressivo como se fazia nos bons tempos. Aliás, agora reforçado com produções modernas, letras versando sobre temas “nerds”, belíssimas artes de capa e muita, muita adrenalina. Se você já se ouriçou ao ler essas características, então prepare-se para Sea Savage. A música do Gama Bomb está muito longe de ser tecnicamente desafiadora, porém isso não significa que se trata de maus músicos. Muito pelo contrário! A pujança sonora que emana do material entrega que os integrantes da banda possuem o thrash na alma, e cada segundo do álbum é uma explosão de velocidade e fúria. Outro acerto é o fato das canções serem diretas ao ponto, sem muita disposição para jams, improvisos ou algo que o valha. É porradaria 100% do tempo, rápida, com riffs afiados, cozinha precisa e os vocais de Philly Byrne, que remetem a outro grande nome do thrash, o lendário Bobby Blitz, do Overkill, que , desnecessário dizer, também exerce influência sobre os rapazes aqui. A essa altura, já deu para perceber por quais mares navegam esses insanos irlandeses. E , para quem gosta de cair no mosh ou de simplesmente arrancar a cabeça de tanto bangear, experimente as ferozes Judo Killer, Miami Supercops, Ironblood, Rusty Jaw, Sheer Khan e a faixa-título. E se não sentir o sangue subindo à cabeça durante a audição, há algo de muito errado com você. Ficha técnica – Gama Bomb – Sea Savage Sea SavageAno de Lançamento: 2020Gravadora: Prosthetic Records Faixas:1-Judo Killer2-Sea Savage3-Miami Supercops4-She´s Not My Mother, Todd5-Ironblood6-Lords of The Hellfire Club7-Sheer Khan8-Rusty Jaw9-Monsterizer10-Ready, Steady, Goat!11-Electric Pentacle12-Gone Haywire