Crítica | Ninho de Rato – Surra

E o Surra, trio mais veloz da Baixada Santista, retorna com seu novo EP, Ninho de Rato, justamente quando já estávamos sentindo falta do furioso crossover que o grupo despeja sem dó em nossos ouvidos. Leeo Mesquita (voz, guitarra), Victor Miranda (bateria) e Guilherme Elias (baixo, voz) formam essa verdadeira máquina de destruição. Se você curtiu os ótimos Tamo na Merda (2016), Escorrendo Pelo Ralo (2019) e Ainda Somos Culpados (2018), Ninho de Rato é audição obrigatória. A tradição de sons curtos e diretos se faz presente mais uma vez aqui, e o EP espreme 12 músicas em apenas nove minutos de duração. Parece pouco, mas para adeptos de um bom crossover thrash é um verdadeiro paraíso. Também pudemos notar que o material do Surra recebeu um interessante toque grindcore, lembrando um pouco os também brasileiros do Facada e lendas como Cripple Bastards. Isso posto, é acionar play e se preparar para verdadeiras usinas atômicas como No Lixo, Motor da História, Caso Perdido, Trabalhe Até Morre, Roendo o Osso e o fantástico cover para Hang The Pope, do Nuclear Assault, que são números mais do que suficientes para entendermos a estética do Surra. E se na parte instrumental temos essa explosão de adrenalina, é impossível não mencionar o conteúdo lírico aqui presente, que traz inúmeras análises sociais e políticas, colocando luz na mente do ouvinte e o fazendo pensar por alguns minutos, como dizia o velho Napalm Death. Ouça agora! Ninho de RatoAno de Lançamento: 2021Gravadora: IndependenteGênero: Crossover/Thrash Metal/Grindcore Faixas:1 – No Lixo2 – Motor da História3 – Guerra Suja, Bolso Cheio4 – Acreditam em Tudo5 – Ninho de Rato6 – Hang The Pope (Nuclear Assault)7 – Caso Perdido8 – Trabalhe Até Morrer9 – Roendo o Osso10 – Brasileiro, Otário e Triste11 – Ódio S/A12 – Convivência (Cruel Face)

Crítica | Helloween – Helloween

A história todos conhecem, mas nunca é demais lembrar. Os alemães do Helloween formam uma das mais influentes bandas de metal do mundo, sendo um dos pais do chamado power metal melódico. Com a entrada do vocalista Michael Kiske, o grupo conquistou o planeta com as duas partes de Keeper of The Seven Keys, ítens até hoje obrigatórios. Como no mundo da música nem tudo são flores, divergências internas causaram uma ruptura na banda, saindo Kiske e o guitarrista Kai Haisen. Andi Deris, o vocalista substituto, conseguiu reerguer a abóbora alemâ com álbuns de sucesso como The Time Of The Oath e Better Than Raw. Mas antigos e novos fãs sempre sonharam com uma volta de Kiske, e em 2016, o fato se tornou realidade com a reunião da formação clássica , e o grupo se tornou pela primeira vez um septeto, com Deris e Kiske dividindo os vocais. Foi com esse time que o grupo se apresentou por aqui no Rock in Rio de 2019, tendo feito um show grandioso e inesquecível. Faltava, claro, o novo álbum de inéditas. E eis que o petardo veio a público no último dia 11 de junho, criando uma enorme expectativa entre os seguidores da abóbora. Helloween, o novo álbum, não poderia ter tido um título mais adequado. Passeio pela carreira do Helloween O álbum traz um pouco de cada fase da banda. Out For The Glory já inicia do jeito que os fãs gostam, ou seja, power metal vigoroso, dois bumbos no talo, riffs intrincados de guitarra e baixo e os sempre perfeitos vocais de Kiske. Seu bombástico refrão com certeza causará um estrago nos vindouros shows. Fear of The Fallen, que traz Deris e Kiske em perfeitos duetos, já se tornou uma das favoritas dos fãs a essa altura. É realmente impactante ver esses dois senhores cantando como se estivéssemos em 1989. Sasha Gerstner, guitarrista que já está na banda há quase vinte anos, é responsável pela composição de Best Time, faixa um pouco mais melodiosa e que lembra muito Little Time. Interessante observar a marca de cada compositor do Helloween. Enquanto Weikath manda ver no power metal épico (Robot King é outro acerto), Deris continua com seu estilo que mistura hard rock e heavy metal, como podemos conferir em Mass Polution e Cyanide, duas canções que levam a assinatura do vocalista. Já Kai Hansen, que não cantava em um álbum da banda desde 1985, nos brinda com a épica Skyfall, que em seus doze minutos passa por todas as fases do Helloween. Não é o melhor álbum da banda, e alguns fãs podem sentir falta dos vocais de Andi Deris, já que Kiske cantou a maior parte do material. Já outros podem acusar a banda de soar repetitiva. Nada disso importa muito. Afinal, temos em mãos, em pleno 2021, um novo álbum do Helloween com Michael Kiske e Kai Hansen, e isso não acontece todo dia. Ficha técnica HelloweenAno de Lançamento: 2021Gravadora: Nuclear Blast Faixas:1-Out For The Glory2-Fear of The Fallen3-Best Time4-Mass Polution5-Angels6-Rise Without Chains7-Indestructible8-Robot King9-Cyanide10-Down in The Dumps11-Orbit12-Skyfall

Crítica | Exitivm – Pestilence

Quando surgiu na Holanda no final dos anos 1980, o Pestilence logo conseguiu se juntar ao poderoso arsenal death metal da Europa, graças a álbuns definitivos como Consuming Impulse (1989) e Testimony of The Ancients (1991), que se tornaram referência entre os seguidores do estilo. Contudo, o tempo passou, o grupo experimentou (Spheres), se separou, se juntou de novo, sendo Exitivm o segundo álbum de seu retorno, sucedendo Hadeon, de 2018. Ufa! Tão inquieto quanto sua história é o próprio som da banda. Em resumo, Exitivm chega um pouco menos progressivo do que os dois últimos álbuns, resgatando um pouco do death metal direto dos tempos de Testimony. Mas isso não impede que teclados e passagens mais intrincadas surjam aos montes durante a audição. Após a intro, Morbvs Propagationem demonstra isso perfeitamente, já que a música é conduzida por riffs de guitarra e batidas velozes, intercaladas por passagens mórbidas de teclado. Deificvs, que foi o primeiro single, segue a mesma linha, apesar de já partir para partes mais complicadas (preste atenção nos riffs de guitarra). Aliás, individualmente, é impossível não destacar os guturais de Patrick Mameli, que soam inconfundíveis desde os primeiros álbuns, se tornando uma espécie de assinatura do Pestilence. Além dele, o novo guitarrista Rutger Noordenburg provou ser uma excelente escolha, pois seus riffs e solos preenchem o álbum todo com brutalidade e técnica. Por fim, outros momentos que merecem ser ouvidos em Exitivm, são as ótimas Inficiat, Pericylym Externym e a faixa-título, que são perfeitas para o banging. Ouça já! ExitivmAno de Lançamento: 2021Gravadora: Agonia RecordsGênero: Death Metal/Death Metal Progressivo Faixas:1-In Omnibys – Intro2-Morbvs Propagationem3-Deificvs4-Sempiternvs5-Internicionem6-Mortifervm7-Dominatvi Svbmissa8-Pericvlvm Externvm9-Inficiat10-Exitivm11-Immortvos

Crítica | The Nightmare of Being – At The Gates

E os mestres suecos do At The Gates estão de volta, três longos anos após o excelente To Drink From The Night Itself, que você conferiu na Mundo Extremo. Para quem nunca ouviu a banda, saiba que ela é considerada uma das criadoras do chamado melodic death metal, estilo tão forte em seu país natal, que reúne outros nomes como In Flames e Dark Tranquility, para citar apenas dois. Seu álbum de 1995, Slaughter of The Soul, é simplesmente obrigatório para qualquer fã de heavy metal. Se ainda não conhece, está esperando o que? The Nightmare of Being, novíssimo álbum da banda, chega apenas para manter o legado e continuar os trabalhos, já que o estilo continua o mesmo, ou seja, mistura dos sempre eficientes guturais de Tomas Lindberg com as harmonias de guitarra de Martin Larsson, que além do tradicional death metal mistura fraseados melódicos na melhor tradição europeia de Iron Maiden e Judas Priest. Aliás, isso fica evidente na faixa Garden of Cyrus, que além das guitarras ainda conta com um inspirado saxofone. Também melódica e cheia de harmonias inspiradas é a faixa-título, que se candidata a melhor faixa do álbum. Mas há muito mais em The Nightmare of Being, a faixa de abertura, Spectre of Extinction, a obscura Touched By The White Hands of Death, e as tipicamente “swedish” Cult of Salvation, Cosmic Pessimism e Eternal Winter of Season, que encerra esse grandioso álbum com tudo que At The Gates tem de melhor a oferecer. Death metal melódico, recheado de influências de heavy metal tradicional e até de rock progressivo. Simplesmente imperdível para os fãs da banda, e para os recém chegados, uma excelente oportunidade de entrar no universo de uma das fortalezas do metal sueco. Ficha técnica do novo álbum do At The Gates The Nightmare of BeingAno de Lançamento: 2021Gravadora: Century Media Records Faixas:1-Spectre of Extinction2-The Paradox3-The Nightmare of Being4-Garden of Cyrus5-Touched By The White Hands of Death6-The Fall Into Time7-Cult of Salvation8-The Abstract Enthroned9-Cosmic Pessimism10-Eternal Winter of Reason

Crítica | Aggression Continuum – Fear Factory

Uma das bandas mais originais e interessantes do metal mundial. Assim é o Fear Factory, que no início dos anos 1990 abalou a todos com os espetaculares Soul of a New Machine (1992) e Demanufacture (1995), ambos lançados pela Roadrunner, que ajudou a banda a explodir mundialmente. E não era para menos, a explosiva mistura dos bumbos de Raymond Herrera com os riffs poderosos de Dino Cazares, tudo à disposição dos vocais de Burton C. Bell, que com seu estilo único de misturar guturais com vozes limpas mais melodiosas garantiu ao grupo um invejável status de inovador. O tempo passou, outros bons álbuns foram lançados, como Obsolete (1998) e Industrialist (2012), e eis que em 2020 recebemos a notícia que Aggression Continuum, novo e décimo álbum de estúdio, estava a caminho. Porém, junto com a euforia veio uma notícia ruim também, ou seja, seria o último número com a participação de Burton. E que tarefa árdua será substituí-lo… Ouvindo Aggression Continuum, pouco parece ser a despedida. Estão lá, tudo que os fãs adoram: os efeitos industriais nas introduções das músicas, os riffs abafados e fortemente influenciados pelo death metal e pelo groove, as temáticas futuristas e a sempre perfeita atuação de Burton. Recode, faixa de abertura, já cumpre sua missão, pois possui um refrão que gruda como chiclete na mente do ouvinte, uma das mais desgracentas aberturas de um álbum do Fear Factory. Prosseguindo com Disruptor, outra cacetada que mistura perfeitamente essas características. Mais agressiva ainda, a faixa-título já confirma que o álbum possui a marca da banda. E como todo álbum do Fear Factory possui um melhor momento, aqui ele atende por Fuel Injected Suicide Machine. Sem sombra de dúvidas, uma das melhoras faixas da carreira da banda, cujo refrão melódico despejado perfeitamente por Burton deixa o ouvinte confuso, afinal, é hora de lembrar que esse é o último álbum com esse estupendo vocalista. Collapse é uma das únicas a não contar com vozes limpas, trazendo riffs cadenciados com guturais e bumbos velocíssimos, outro momento imperdível. End of Line encerra Aggression Continuum com o jeito Fear Factory de sempre, futurista, industrial, pesada e melódica, tudo ao mesmo tempo. Comparações à parte, vale dizer que esse álbum não inventou muito, seguindo o estilo adotado de Mechanize para cá. Sem mais delongas, experimente ouvir esse álbum e a gama de sentimentos que ele é capaz de proporcionar. Entre todas as previsões pessimistas para o futuro da humanidade que sempre foram abordadas nas letras da banda, a mais terrível era de que Burton C Bell um dia não faria mais parte da máquina. We will never made to last! Agression ContinuumAno de Lançamento: 2021Gravadora: Nuclear BlastGênero: Death Metal/Industrial/Groove Metal Faixas:1. Recode2. Disruptor3. Aggression Continuum4. Purify5. Fuel Injected Suicide Machine6. Collapse7. Manufactered Hope8. Cognitive Dissonance9. Monolith10. End of Line

Crítica | Abyss Of Wrathful Deities – Grave Miasma

Os fãs do Grave Miasma tiveram que esperar quase uma década pelo segundo álbum do grupo. Demorou, mas enfim saiu Abyss of Wrathful Deities, novo capítulo na discografia dos ingleses, sucedendo Odori Sepulcrorum (2013). O power trio continua executando um black/death metal old school, que a exemplo do debute, está recheado de malevoência sonora. Sendo uma banda de blackned death metal, o Grave Miasma apresenta vocalizações infernais, como se tivessem sido gravadas dentro de uma tumba. A velocidade não é do tipo desenfreada, há bastante musicalidade nos abismo do Grave Miasma, ainda que obscura e ameaçadora. Bathory antigo, Blasphemy (Canadá), e bandas mais novas como Chapel of Disease e os brasileiros do Grave Desecrator possuem algumas similaridades com o Grave Miasma, apenas para situar o leitor. Além, é claro, dos eternos Hellhammer e Celtic Frost (da primeira fase). Em um álbum tão homogêneo, faixas como Ancestral Waters, Guardians of Death, Under The Megalith, Demons of The Sand e Exhumation Rites são números incontestáveis que fazem desse álbum audição obrigatória para os bangers. E mais uma vez a velha Inglaterra nos presenteia com música de extrema qualidade. Abyss of Wrathful DeitiesAno de Lançamento: 2021Gravadora: Sepulcral Voice RecordsGênero: Blackned Death Metal Faixas:1-Guardians of Death2-Rogyapa3-Ancestral Waters4-Erudite Decomposition5-Under The Megalith6-Demons of The Sand7-Interlude8-Exhumation Rites9-Kingdoms Beyond Kailash

Crítica | Fortitude – Gojira

Duas décadas após a estréia com Terra Incognita, os frances do Gojira já rodaram o mundo nos festivais mais importantes do metal mundial (inclusive o nosso Rock In Rio), além de ter criado uma abordagem bem peculiar de tocar o seu metal, que consiste num original híbrido de death metal com progressivo, além de doses generosas de groove. Alguns fãs mais antigos opinam que a banda tem caprichado mais no prog do que no death, e ao analisar seus dois últimos álbuns, é difícil discordar disso. Mas o som não está menos pesado, se é isso que você está pensando. Fortitude, novo álbum da banda, confirma a tese. O Gojira sempre misturou breakdowns, refrãos viajantes e muitas partes atmosféricas, e Fortitude está recheado com essas características. Amazonia, primeiro single do álbum, aborda problemas ambientas que a Floresta Amazônica sofre, e soa incrivelmente como o Sepultura da fase Chaos A.D e Roots, ouça para crer. E é uma faixa densa, pesada, atmosférica, uma das melhores da carreria do Gojira. Outra que também lembra o nosso glorioso quarteto mineiro é a faixa de abertura, Born For One Thing, que o ouvinte chega a jurar que Max Cavalera vai entrar cantando em qualquer momento. Variedade Mas nem só disso vive Fortitude. O guitarrista/vocalista Joe Duplantier capricha na sua forma de impor a voz, fazendo dos refrãos do álbum verdadeiros mantras. E ao deixar o álbum correr, vamos encontrando mais faixas que sintonizam perfeitamente o que é o Gojira, como Another World, New Found e The Chant, que não encontrarão dificuldade alguma em fazer a mente dos fãs da banda, que não são poucos. As influências de Metallica e Morbid Angel também estão lá, intactas. Mesmo não sendo mais tão death metal como nos dois primeiros álbuns, o Gojira ainda é uma força do metal mundial, e Fortitude um dos melhores trabalhos de sua carreira. FortitudeAno de Lançamento: 2021Gravadora: Roadrunner RecordsGênero: Death Metal/Metal Progressivo/Groove Metal Faixas:1-Born For One Thing2-Amazonia3-Another World4-Hold On5-New Found6-Fortitude7-The Chant8-Sphinx9-Into The Storm10-The Trails11-Grind

Crítica | Psychotic Disorders – Hierarchical Punishment

Em uma época de caos e incertezas, os amantes do som extremo estão tendo uma verdadeira bênção (ainda que infernal) com diversos lançamentos do estilo. Aqui em nossa barulhenta coluna são diversos lançamentos sendo dissecados, e todos obrigatórios aos bangers. E dessa feita temos os santistas do Hierarchical Punishment, que acabam de lançar Psychotic Disorders, nova pedrada do quinteto que desde 1994 executa um death metal tão violento que descamba para o grindcore em diversos momentos. A formação atual conta com o guitarrista e fundador Grell, além de Morto (guitarra), Luiz Carlos Louzada (bateria), Alexandre Martins (baixo) e Arthur Mendes (voz), um time muito competente de músicos! Vale lembrar que o grupo tem o no currículo o álbum Humanity Walks This Way (2014), além de diversas participações em coletâneas, tributos e etc. Ou seja, o Hierarchical Punishment tem seu nome já fincado no hall do metal extremo brasileiro. Psychotic Disorders reúne tudo que o grupo fez nesses anos de podreira, um tiro perfeito para fãs do gênero mais brutal do planeta. As guitarras estão distorcidas e graves, com timbragem perfeita para a proposta do Hierarchical. Mérito para Grell, que sempre foi a mente criativa por trás da massa sonora da banda. Louzada na bateria O velho conhecido Louzada troca o microfone pelas baquetas e não economiza em viradas rápidas e blastbeats insanos, sendo acompanhado pelas cordas gordas de Alexandre Martins. Já Arthur, que também possui passagem por outras bandas da Baixada Santista, é dono de um gutural doentio e agressivo, moendo a garganta ao longo das doze faixas do álbum. E por falar em faixas, experimente Angels And Demons, Escape The Fate, The Darkness, Madness, Moment of Truth e Emotional Evisceration e confira todas as características do Hierarchical Punishment. Hail! Psychotic DisordersAno de Lançamento: 2021Gravadora: Tales From The Chaos RecordsGênero: Death Metal/Grindcore Faixas:1-Don´t Look Back2-Escape The Fate3-Angels And Demons4-Emotional Evisceration5-The Darkness6-Human Nature7-The Choice8-Madness9-Moment of Truth10-Road11-Memories12-Turning Point

Crítica | The Blindness of Faith – In Malice’s Wake

A Austrália será lembrada eternamente por causa do AC/DC – motivo mais do que justo. No entanto, o país continua deixando sua marca no mundo da música. O In Malice’s Wake é um quarteto de thrash metal que se formou em Melbourne nos idos de 2002, sendo The Blindness of Faith o seu quarto álbum de estúdio, lançado em 2020. Contudo, se o ouvinte for desavisado, vai levar um susto com o peso cáustico do material. Para quem reclama de uma suposta mesmice no cenário metálico atual, que tal dar uma chance à essa banda? Acredite, poucos músicos atuais são capazes de fazer igual ao que ouvimos aqui. Em resumo, trata-se de um thrash metal tão agressivo que temos até dúvida se não estamos ouvindo death metal. O vocalista Shaun Farrugia berra a plenos pulmões cada sílaba despejada nas raivosas letras, sendo uma espécie de filho bastardo de Chuck Billy ou Phil Anselmo. As guitarras carregam na distorção e em palhetadas violentíssimas, mostrando que a dupla aprendeu bastante com os mestres Hanneman/King. Aliás, a cozinha, como convém a um trabalho de thrash metal, não economiza na velocidade e nem nas mudanças inacreditáveis de arranjo, tão caras ao estilo. Após tudo isso, resta ao atordoado ouvinte conferir as mais do que mortíferas Graven Image, See The Light, To Die As One, Ritual Slaughter e a faixa-título, que é introduzida por riffs lentos, que logo descambam para uma velocidade absurda. Ademais, o álbum ainda possui uma produção bem atual, a exemplo do que fazem Havok, Warfect, Warbringer, Domination Inc. e outras nessa linha. Ou seja, é para arrancar a cabeça de tanto banguear. Confira. The Blindness of Faith Ano de Lançamento: 2020Gênero: Thrash Metal Faixas:1-The Blindness of Faith2-Graven Image3-See The Light4-Religious Holocaust5-Unbound Sinful Light6-Houses of God7-To Die As One8-Into The Outer Darkness9-Ritual Slaughter10-Gehenna