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Entrevista | Dope Times – “É nosso dever ajudar, independente de pandemia”

No ano passado, a banda de ska punk Dope Times lançou seu primeiro álbum de estúdio. Em resumo, Life Is A Mess é composto por 12 faixas, incluindo Wasted Ways, que inclusive ganhou um videoclipe. Apesar do grupo ter nascido em 2018, os integrantes já são veteranos na música.

Após o fim do Marginal Attack, Rafael Jales (guitarra e voz) e Paulinho Greg (bateria) decidiram que iriam continuar produzindo música juntos. Posteriormente, os músicos chamaram o baixista Maniac Biffs, do Spitfire Demons. E por fim, o ex-guitarrista do Ketamina, Fábio Gomes, chegou para integrar a Dope Times.

A princípio, a banda seguiu trancafiada em estúdio sem realizar nenhum show, até iniciar a gravação do primeiro trabalho, em junho de 2019. Em conversa com o Blog n’ Roll, o vocalista Rafael Jales contou mais detalhes sobre os primeiros passos do grupo. Além disso, o artista também comentou sobre os planos para o futuro e a participação do Dope Times no Juntos Pela Vila Gilda.

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Por que a música Wasted Ways foi a escolhida para ser representada em um videoclipe? E como foi o processo de gravação?

O dia que comecei a rabiscar Wasted Ways, eu sabia que seria com ela que gostaria de apresentar o Dope. Ela combina com a proposta da banda de fazer ska punk. Os versos dançantes, o refrão com mais peso, então a mescla seria perfeita. Eu não queria nem algo somente ska ou algo somente punk rock. Nós mantemos os ensaios durante quase um ano sem falar ou especular nada para ninguém, mas sabíamos que quando a banda fosse lançada precisaria de um videoclipe. E aí para fazer tudo certinho, não tinha como não escolher nosso amigo Christian Targa aka Gordo.

O processo foi muito legal, desde as primeira conversas, até de fato chegar no clipe, e também o pós. Foi um domingo muito intenso e bem trabalhoso, que começou umas 10h e acabou por volta das 19h. Foi gravado na Fenda dos nossos amigos em parceria com a Sabot. Além disso, envolveu mais ou menos umas 20 pessoas que nos ajudaram e algumas cenas, como por exemplo das garotas cantando o refrão, foi totalmente improvisada no momento. Tenho boas recordações, foi um ótimo dia.

Quanto ao álbum Life Is a Mess, como foram as etapas do trabalho?

Todas as faixas de bateria foram gravadas em uma noite no estúdio Blackbox. O que mais me lembro desse dia, foi que o Biffs derrubou uma lata de cerveja dentro da sala técnica e caiu cerveja para tudo quanto é lugar e quase a gravação acabou por ali mesmo porque o dono, nosso amigo Markão, queria matar o Biffs (risos). Brincadeiras à parte, o Paulinho gravou super rápido e foi sensacional.

A sequência dos instrumentos de corda gravamos na casa do Biffs em três tardes. As vozes gravamos no estúdio Gas do nosso amigão Rafael Braga e do querido Fausto. Foram diversas sessões e o Rafa sempre nos ajudou e desde o primeiro dia nos entendeu bem.

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Acho que tivemos muita sorte em ter achado o time. Mas tudo isso só deu certo, porque quem nos coproduziu, mixou, masterizou e nos ajudou em tudo, até mesmo nas indicações dos estúdios, foi nosso grande amigo Gab Scatolin. Além de ser super talentoso, ele teve uma grande paciência e gravou tudo que foi adicional no álbum, como o Hammond. Sem ele, tenho certeza que o álbum não seria metade do que é. Mais uma vez, tivemos muita sorte no time que arrumamos!

De que forma a banda tem se reinventado durante essa quarentena?

Nós estamos tentando estar presentes em lives como a grande maioria. Então, pelo menos uma vez por mês tentamos aparecer. Já fizemos lives musicais, entrevistas, gastronômicas e por aí vai. Além disso, estamos sempre participando de alguma contribuição em vídeo caseiro, tocando algum som. Acho muito importante se manter presente nesses tempos de quarentena, pois está muito mais fácil cair do que permanecer em pé em dias atuais.

E quais são os planos após este período? Single, videoclipe, EP ou álbum a caminho?

Não temos certeza ainda, provavelmente um EP para o próximo ano. Acho que videoclipe ainda é cedo para se pensar, já que lançamos Dope Times em março. Talvez um lyric vídeo ou algo assim. Estávamos no meio da mini tour Life Is A Mess, em apresentação do álbum quando fomos interrompidos com a pandemia. Não consigo pensar em nada agora, a não ser continuar de onde paramos. Tocar, tocar, tocar!

Muitos fãs se incomodam quando integrantes de bandas de punk rock se posicionam politicamente, sobretudo quando há críticas ao Governo Bolsonaro. Essa parcela de fãs afirma que nem todo punk é de esquerda ou, necessariamente, contra a direita. Como vocês analisam a situação?

Acho que o cara que curte punk rock se incomodar quando alguém de uma banda de punk rock se posiciona contra a direita, é porque essa pessoa não entendeu nada de punk rock. O Dope Times é uma banda de ska punk que não tem letras de protesto por exemplo, mas não quer dizer que não somos contra qualquer tipo de preconceito. Muito pelo o contrário. Então acho que se identificar com punk e direita, não faz sentido algum.

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O Dope Times participará da ação social Juntos Pela Vila Gilda, promovida pelo Blog n’ Roll. Para a banda, qual é a importância de integrar um evento como este?

Principalmente em tempos atuais é de extrema importância. Qualquer ação é sempre bem-vinda, mesmo ela sendo uma divulgação, já que a situação não está fácil para ninguém. Muita gente perdeu emprego, muita gente não está conseguindo trabalhar, as contas não pararam de vir. Mas tem muita gente que está pior. Acredito que é nosso dever ajudar, independente de pandemia ou não. O governo não está nem aí para ninguém, a não ser para eles mesmo, se nós não fizermos, quem fará?

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