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Entrevista | Molho Negro – “Talvez pela ironia as pessoas fiquem meio que pisando em ovos”

Foto: Caio Brito

De Belém para o mundo em sete anos. A banda paraense Molho Negro é a melhor prova da renovação do rock nacional. Para quem vive reclamando da falta de nomes interessantes no cenário, a resposta está aí: apenas procure! Ou chegue cedo no primeiro dia do Lollapalooza. Provável que abra um dos palcos.

“Surgimos numa época que tinham muitas bandas legais em Belém, como o Turbo e Aeroplano. É uma cidade que possui uma cena com muita resistência, continuamos custe o que custar”, comenta o vocalista, João Lemos.

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Hoje, a banda reside em São Paulo e a mudança veio para fortalecer ainda mais o nome dos caras. “Vir para São Paulo, no momento, acabou nos ajudando a circular e de certa maneira ter acesso a um novo público. Tem sido uma experiência interessante e nos ajuda bastante a crescer como banda e pessoas”.

O quarto disco de estúdio do Molho Negro, Normal, que será a base do repertório no Lolla, foi considerado um dos melhores lançamentos da última temporada. Além do peso nas faixas, chama a atenção o sarcasmo e as ironias nas letras. Sobra para as bandas de rock, os reacionários, indústria do entretenimento. Eles não poupam ninguém. Mas também estão tranquilos com possíveis reclamações.

“Problemas não, ao menos nunca diretamente. Acho que talvez justamente pela ironia as pessoas fiquem meio que pisando em ovos sem saber muito bem se é serio mesmo, ou é piada”, argumenta Lemos.

Lemos, inclusive, costuma não ter nenhum filtro na hora de entrar em assuntos polêmicos. Questionado sobre o que pensa das pessoas que adoram cravar que o “rock morreu”, o músico tem a resposta na ponta da língua.

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“Uma pessoa que fala algo desse tipo é em boa parte dos casos alguém que envelheceu, que criou um apego ao que é clássico, tradicional, e fica tentando reconstruir em novas experiências uma memória afetiva da adolescência, isso aí se chama crise de meia idade. O julgamento dessa pessoa não me interessa tanto”.

Para Lemos, o rock está muito vivo no Brasil. “Carregando guitarra no sol quente para ensaiar, montando banda e fazendo músicas, acho inclusive que essa galera não ta nem aí se o rock morreu ou não”, conclui, aos risos.

Lembranças do Lolla

Antes de estrear como artista no palco do Lolla, o vocalista do Molho Negro curtiu duas edições do festival. Tem na memória a apresentação do Smashing Pumpkins, em 2015, além do debute do evento, em 2012.

“Lembro que na primeira vez fiquei impressionado com a dimensão da coisa. É uma maratona caótica de coisas acontecendo ao mesmo tempo, né? Tem que ir focado, mesmo que seja só para dar close”, diz, aos riso.

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Mais do que uma realização particular do Molho Negro, a participação no Lollapalooza também é motivo de orgulho para os conterrâneos dos caras.

“Fiquei feliz de ver outras bandas amigas da gente, de Belém, se sentindo representadas e felizes com a nossa escalação. Para mim isso acabou sendo a coisa mais maneira. É muito legal como banda conquistar esse espaço e vamos tentar usá-lo da melhor maneira possível. Mas inspirar os outros a conquistarem o seu espaço no dia a dia é o grande barato de tudo, fico feliz de que o Lollapalooza, de certa forma, represente isso para algumas pessoas”.

Como ninguém é de ferro, o Lollapalooza de Lemos não será apenas de trabalho. Ele já tem a listinha de quem pretende curtir durante o evento.

“Foals e St. Vincent com certeza, mas também faço questão de ir ver o Kendrick Lamar no domingo. Eu sou meio romântico em relação à música ainda. Gosto de sair andando e dar de cara com alguma coisa que não conhecia, e gostar assim, de surpresa”.

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Serviço

A oitava edição do Lollapalooza Brasil contará com os headliners Arctic Monkeys, Tribalistas, Sam Smith e Tiësto, no dia 5 de abril; Kings of Leon, Post Malone, Lenny Kravitz e Steve Aoki, no dia 6 de abril; Kendrick Lamar, TWENTY ØNE PILØTS e Dimitri Vegas & Like Mike no dia 7 de abril.

As entradas para o Lollapalooza Brasil 2019 podem ser adquiridas pelo site oficial do evento, bilheteria oficial (sem taxa de conveniência – Credicard Hall, em São Paulo) e nos pontos de venda exclusivos: Km de Vantagens Hall Rio de Janeiro e Km de Vantagens Hall Belo Horizonte.

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