Entrevista | Alice Merton – “Aprendi com a música a não me pressionar tanto”

O início da carreira da cantora alemã Alice Merton foi arrasador. Em pouco mais de cinco anos de estrada, ela já acumula mais de 650 milhões de streams, um mega hit, além de uma temporada vitoriosa como treinador na edição alemã do The Voice. No entanto, a autora de No Roots não vai parar aí. Quase três após seu disco de estreia, Mint, Alice Merton já prepara o sucessor, ainda sem nome, mas com três singles incríveis: Vertigo, Hero e Island. Em entrevista ao Blog n’ Roll, via Zoom, Alice Merton revelou que não se sente pressionada para lançar algo tão estrondoso como o seu primeiro álbum. “Só quero conectar pessoas e sentimentos”, resume. Confira abaixo a nossa entrevista com Alice Merton. Vertigo, Hero e Island são ótimas amostras de sua nova fase. Elas compõem um álbum cheio? Sim, elas são parte de um álbum que está chegando. Não posso dizer exatamente quando esse álbum chega, mas deve vir no começo de 2022. E os fãs podem esperar várias partes diferentes de mim. Decidi que gostaria de trabalhar com vários produtores nesse álbum, então sinto que ele consegue ser colorido e obscuro. Não posso dizer que é só um álbum divertido, porque todos nós passamos por momentos muito complicados nos últimos anos, então isso acabou refletido no álbum. Hero parece autobiográfica. Ela tem a ver com sua jornada nos últimos meses? Absolutamente. Tudo que você ouvir ou sentir desse álbum vem de alguma parte de mim, porque fui a única que escreveu as letras. Todas as músicas representam algum sentimento que tive neste ano ou no ano passado. E foi uma jornada interessante fazer isso. A pandemia atrapalhou de alguma forma a gravação do álbum? Na verdade, no começo de 2020 eu queria ir para os EUA para trabalhar com esses produtores, porque moro na Europa, e todos estavam lá. Mas a covid chegou e mudou todos os meus planos. Então, encontrei produtores em Berlim que já tinham trabalhado comigo. E foi ótimo trabalhar com eles. Me diverti muito. O que você trouxe de inspiração para essa sonoridade tão distinta entre seus singles? Ouço muita música, para ser honesta. Mas, na realidade, tento me deixar inspirar pela visão dos produtores e pelo que sinto no momento também. Todo sentimento que tenho, tento colocar em palavras ou em música. E dependendo do sentimento, é assim que a música vai sair. Então, acho que vai muito da mágica do momento. Deixo o sentimento me levar. Como está sua expectativa para a volta aos palcos? Vertigo tem tudo para ser muito grandiosa nos shows. Nós já temos alguns shows na Alemanha neste ano. E sobre Vertigo, não sabia onde colocá-la no começo, porque é uma música vocalmente muito difícil de se cantar. Quando a canto, minha garganta fica um pouco cansada. Por isso pensei em colocá-la no meio do show. Sabe aquele momento que a empolgação diminui um pouco e até os fãs podem respirar um pouco? É antes desse momento que Vertigo vai entrar. Vertigo também chegou com uma produção audiovisual incrível. Queria que você falasse um pouco como foi essa gravação. O vídeo foi muito divertido de se fazer. Fiz com uma diretora que já conhecia e amava o estilo. Só expliquei o que queria e como me sentia, e ela trouxe ótimas ideias. Foi muito divertido e confortável trabalhar com ela. E tivemos um vídeo bem legal como resultado. Island veio como b-side de Hero. Apesar da sonoridade distinta, você acredita que elas conversam entre si? Acho que de vez em quando é legal quebrar essa estrutura de ter um single e pronto. As duas músicas significam muito para mim de formas bastante diferentes. Por isso o conceito de b-side. São músicas bem diferentes, mas que pertencem uma a outra. Mint, seu primeiro álbum de estúdio, foi um sucesso imenso. Você se sente pressionada para manter o sucesso comercial? Estou indo com o flow. Se tem uma coisa que aprendi com a música é não se pressionar tanto. Você pode contratar os melhores produtores do mundo, mas não é isso que vim para fazer. Não penso em fazer o melhor álbum do mundo, mas penso em fazer o melhor álbum para mim, o mais honesto. E é assim que gosto de fazer música. Minha intenção é fazer com que as pessoas criem alguma relação com as canções, que elas sintam um pouco do que me inspirou em cada uma. Tentei me distanciar daquele ‘você tem que ser a melhor e tem que ser única’. O primeiro álbum saiu só com as coisas que vieram de mim, então busquei produtores diferentes para explorar coisas que poderiam surgir de diferente e trazer naturalmente a inspiração. É isso que tenho feito. Só quero que as pessoas entendam e curtam o álbum. Nunca foi meu objetivo ter o melhor álbum do mundo, só quero conectar pessoas e sentimentos. No Roots foi o single responsável pelo sucesso de Mint. Como é a sua relação com a música? Está cansada de cantar nos shows? Tenho uma relação muito boa com as minhas músicas, especialmente com No Roots, porque essa música foi um ‘chute na porta’. Me abriu muitas portas e me ajudou a tocar nos mais diferentes lugares. Aliás, me dói muito não ter conseguido ir ao Brasil ainda, porque sei que a música foi grande aí, e nunca tive a chance de tocá-la para o público por aí. É surreal, porque eu adoraria estar no Brasil e ouvir minha música na rádio. Espero ir em 2022 ou 2023. Sou muito grata por essa música. Música é minha paixão, e espero poder tocar cada vez mais e compor cada vez mais para que as pessoas possam se relacionar de alguma forma. Você nasceu na Alemanha, tem nacionalidade canadense e inglesa, além de ter morado em vários lugares. Isso de alguma forma impacta no seu trabalho? Acho que me deixou mais aberta a conhecer e conversar com pessoas novas. Tenho morais fortes e uma ideia de
Marcão e Thiago Castanho desistem de turnê e anunciam celebração como C. Brown Jr.

Ex-membros da banda santista Charlie Brown Jr., Marcão Britto e Thiago Castanho anunciaram neste domingo (24) que não irão fazer parte da turnê anunciada em fevereiro deste ano. Os motivos, segundo a publicação feita no Instagram de Marcão, foram a discordância com as atitudes do filho de Chorão, Alexandre, e a falta de transparência acerca dos negócios. De acordo com Marcão, várias transações foram realizadas sem o conhecimento dos membros. “Infelizmente o ego, a vaidade e a ganância falaram mais alto que uma parceria coerente e honesta, fazendo com que a gente tome a decisão de nos desligar da tour anunciada e qualquer outro projeto que esteja vinculado ao Alexandre, filho do Chorão, e suas empresas”, afirmou Marcão. A turnê anunciada em fevereiro envolveria os dois membros, Pinguim, Heitor, Graveto e Egypcio em uma homenagem a Chorão e Champignon, ambos falecidos em 2013. Os músicos anunciaram, no entanto, que irão sair na estrada em 2022 com uma turnê de celebração de 30 anos de carreira, com o nome “C. Brown Jr.” (o nome foi alterado por motivos legais). “Juntos com vocês, que são os que nos movem, e com todo respeito que temos aos nossos brothers que não estão mais aqui com a gente, vamos manter vivo esse legado… e dessa vez deixa a história ser contada por quem realmente viveu ela!!!”, finaliza o músico. Leia o post na íntegra: View this post on Instagram Uma publicação compartilhada por Marco Britto Cbjr (@marcaobritto)
Orquestra Rock retorna com show em parceria com Dinho Ouro Preto

Após quase dois anos longe dos palcos, a Orquestra Rock retorna, em uma apresentação no espaço Tom Brasil, em São Paulo. E não poderia ser mais especial, contando com a participação do vocalista da banda Capital Inicial, Dinho Ouro Preto. Além disso, o evento acontece pela primeira vez na Capital, antes disso, havia encantado apenas o público no interior do Estado. O fato curioso, é que a última apresentação do grupo, antes da pandemia, também foi acompanhada dos sucessos de Dinho, em novembro de 2019. Agora, por acaso ou destino, o artista marca a volta do conjunto aos eventos presenciais. Sob regência do maestro búlgaro Martin Lazarov, o show vai acontecer no próximo dia 31 de outubro e todo o valor arrecadado com as vendas, será revertido para as instituições ECOA, Grendacc e Sítio Agar, organizações filantrópicas que contam com o apoio do projeto sociocultural. Os ingressos custam a partir de R$ 90 e podem ser adquiridos ainda pelo site do Grupo Tom Brasil. Cuidado no retorno aos palcos Na realidade, a Orquestra Rock, conhecida pela proposta diferente aos concertos sinfônicos, voltou a se apresentar no início deste ano, por meio das lives. Mas o contato com o público, neste caso, é muito importante para os 36 músicos que compõem o grupo. O diretor artístico da Orquestra, Vitor Lima, conta que o período de pandemia foi desafiador e que as experiências online foram um modelo descoberto para continuarem levando rock n’ roll para a população, mas que o reencontro presencial ainda gera muito mais ansiedade para os artistas. “O calor nos shows online é zero. Temos que trabalhar muito com a imaginação dos músicos, pois é difícil pensar no que estão achando, quantas pessoas estão assistindo… A gente só vai saber depois, ao fim, pelos comentários. Digo que foi uma experiência legal, aprendemos bastante e conquistamos outro público para conhecer nosso trabalho, mas nada como um show presencial, isso com certeza”, diz. Mesmo com o retorno, os cuidados com a pandemia do coronavírus continuam. Na plateia serão seguidos todos os protocolos de segurança, como distanciamento necessário e uso de máscara. Mas no palco, também há cautela. Para os músicos de sopro, por exemplo, que ficam impossibilitados de tocarem utilizando o recurso de proteção, foi criado exclusivamente, um casulo de acrílico, para não haver contaminação durante o espetáculo. “Dessa forma conseguimos fazer todos os seis eventos online, sem nenhuma infecção da orquestra. Todos os outros membros utilizam a máscara 100% do tempo, desde o maestro ao apresentador e é claro, disponibilizamos álcool em gel para todos eles. Assim não tivemos nenhum problema relacionado à pandemia com o nosso grupo”, conta o diretor. Repertório do show Mesmo sem muitos spoilers quanto ao setlist do evento, o público pode esperar por cerca de duas horas de espetáculo, dividido em três etapas. A primeira delas é a abertura, quando a Orquestra utiliza o repertório que já possui, em uma releitura especial feita exclusivamente para o espaço Tom Brasil. Além disso, o grupo utiliza todas as músicas que foram produzidas durante o ano, com novos arranjos e partituras. Serão clássicos dos anos 70 e 80 do rock internacional que marcaram época. A segunda etapa conta com a apresentação do convidado Dinho Ouro Preto, que já é parceiro de longa data do projeto sociocultural. Serão apresentados todos os sucessos da trajetória do artista, desde o início da carreira até os últimos lançamentos. Não vai faltar nada para quem é fã do astro. Por fim, o encerramento do espetáculo tem como tema central a apresentação “Rock History”, em um pot-pourri de quase 25 minutos. A proposta é realizar uma viagem da história do estilo, fazendo com que o público possa conhecer e identificar as principais épocas e bandas do gênero. O fechamento vai de Kiss a Bon Jovi e de Led Zeppelin até Queen. “A particularidade da Orquestra Rock é como um programa que realmente mexe com o público, as pessoas se envolvem. O músico acaba por não sentir tanto quanto se fosse um concerto erudito, com todos estão em silêncio, exigindo aquela concentração… Na verdade a Orquestra se tornou uma grande banda de rock mesmo. Duas horas não são nada, eles estão sempre no pique”, explica Vitor. História social da Orquestra Rock Mas o intuito da Orquestra Rock não é apenas de levar música de qualidade dentro de um concerto sinfônico. O grupo vai reverter todo o valor arrecadado com os ingressos para projetos filantrópicos parceiros, e isso só é possível graças aos patrocinadores que acreditam na mensagem que o conjunto quer levar: o de fazer eventos culturais de altíssimo nível, mas com responsabilidade social. Além do incentivo à música, a Orquestra também trabalha há anos com o público surdo, fazendo rock para essa comunidade. E como isso é possível? São cedidas sempre cotas de ingressos para as associações que trabalham com deficientes auditivos moderados ou totais. Além disso, o grupo oferece o transporte gratuito e os shows sempre contam com intérpretes que traduzem não somente as letras, mas também os ritmos. No dia 31, por exemplo, haverá telões espalhados no espaço Tom Brasil para que a visão do palco seja perfeita e todos possam aproveitar juntos. Entretanto, as ações sociais da Orquestra Rock não são de hoje, pelo contrário. A banda surgiu em 2010, ligada ao projeto “Arte do Bem”, evento cultural beneficente que tem como objetivo promover a fusão da música instrumental e erudita com a popular. Quando começaram, utilizavam peças já existentes e convidavam bandas e artistas conhecidos para as apresentações. Com o tempo, notaram que o público não nutria interesse pelo espetáculo clássico, por isso, decidiram que era o momento de unir a sinfonia com o rock n’ roll de uma só vez. “Aí nasce a Orquestra Rock de fato, que se tornou um conjunto que apenas e unicamente toca esse gênero. E temos um diferencial muito importante, em relação a outras, pois possuímos a essência do rock, que é a guitarra, a bateria, o baixo e o teclado. É uma
Entrevista | Roger Taylor (Duran Duran) – “Faz parte da natureza humana se reunir para ouvir música e dançar”

Foram necessários seis anos para a banda inglesa Duran Duran lançar o sucessor de Paper Gods. Future Past chegou ao streaming nesta sexta-feira (22). Aliás, o nome não é mera coincidência. É um pé na nostalgia, outro no futuro. O novo trabalho traz colaborações que ampliam o universo do Duran Duran. Giorgio Moroder e o conceituado Erol Alkan assinam a produção de faixas e – além de Tove Lo – CHAI, Graham Coxon (Blur), Mark Ronson, Ivorian Doll e Mike Garson aparecem como participações especiais. “Quando entramos em estúdio pela primeira vez, no final de 2018, eu estava tentando convencer os caras que tudo o que precisávamos fazer era escrever duas ou três faixas para um EP. Quatro dias depois, tínhamos a base de 25 canções muito fortes, que precisamos desenvolver com calma. Então aqui nós estamos, em 2021, com nosso 15º álbum de estúdio querendo se libertar”, comenta o vocalista do Duran Duran, Simon Le Bon. O baterista do Duran Duran, Roger Taylor, conversou com o Blog n’ Roll sobre o novo momento da banda. Durante a entrevista, ficou muito empolgado ao ver um quadro do Rolling Stones na parede e lamentou a morte de Charlie Watts, um de seus heróis. Foram seis anos até Future Past. Por que esse intervalo tão grande? A pandemia contribuiu para essa demora? Com certeza contribuiu. Mas nós lançamos Paper Gods que foi um grande sucesso na América e com os nossos fãs. Então saímos em turnê por mais de dois anos… era uma turnê que não parava de crescer enquanto nós nos apresentávamos. Isso tomou muito do nosso tempo. Depois tivemos um tempo livre e finalmente voltamos para o estúdio. Trabalhamos por três ou quatro meses e aí veio a pandemia e fechou tudo. Ficamos nove meses em que não pudemos ir ao estúdio, trabalhar… tentamos trabalhar remoto, mas para fazer um grande disco, precisávamos todos estar na mesma sala. O mundo mudou completamente desde o último álbum. Future Past é uma luz do Duran Duran para os tempos sombrios? Algumas são alegres, enquanto outras são completamente profundas e sombrias. Acho que Invisible é uma música sombria. É sobre não ser visto em um relacionamento. Não conseguir se fazer visível para o mundo e isso serve para o período de lockdown. Escrevemos algumas músicas sobre celebração que foram feitas antes da pandemia… e agora são recebidas como: Que legal que vocês conseguiram que as pessoas ficassem animadas com as suas músicas, você não acha? Foi um feliz acidente. Nós escrevemos essas músicas que pareciam apropriadas para o momento. Nós fizemos um grande show aqui em Austin (Texas) e temos uma música Tonight United, que no disco não foi gravada ao vivo e que foi muito bem saudada pelo público. Todo mundo se unindo e curtindo de novo. Acho que as pessoas estavam sentindo falta disso. Faz parte da natureza humana se reunir para ouvir música, dançar… ter uma experiência compartilhada em comum. É por isso que parte do mundo está deprimida, nós não podemos fazer mais isso. Especialmente no Brasil e na América do Sul é uma grande parte da cultura de vocês estarem felizes juntos, dançando pelas ruas. Então é bom tocar para uma plateia de novo. Future Past é um nome curioso. É um pé no passado, outro no futuro? É parte do significado. Acho que com esse álbum nós, definitivamente, somos mais independentes e voltamos ao gênero que costumávamos tocar no início. Especialmente eu e o John estamos trabalhando como estávamos acostumados, muito mais organicamente, um som mais autêntico, que as pessoas remetem ao início dos anos 1980. Mas é um disco contemporâneo, com Erol Alkan, um produtor muito contemporâneo. Então é (um álbum) muito contemporâneo, mas remete um pouco ao início (da banda). Future Past é uma boa descrição de onde estamos, na realidade. Mas Alkan produziu essa ideia que nós deveríamos, sabe, quase que “voltar para o futuro”. Nós voltamos e recapturamos o som dos primeiros discos e o trouxemos para o futuro. Como está a expectativa para a retomada dos shows do Duran Duran? Já consegue vislumbrar uma turnê mundial? Com certeza. Os Rolling Stones postaram (sobre a turnê), infelizmente sem o Charlie Watts. Acho que as pessoas estão começando a ver um novo futuro. A pandemia parece estar diminuindo e acho que ela irá mesmo, com mais tempo e mesmo se você for uma pessoa a favor ou anti vacina, mas com uma mentalidade de vacinação. Acho que devagar, com a ciência, nós vamos vencer e ano que vem o mundo estará aberto novamente. Estamos vendo uma turnê mundial e com certeza voltaremos para a América do Sul. O que significa para você estar no palco à frente dos fãs depois de uma longa pausa devido à pandemia? Tem sido incrível. Quando você faz muito uma coisa, você perde um pouco da valorização daquilo. Se você faz 100, 200 shows, seja lá quantos… é como comer biscoitos de um grande pote. Os primeiros 20 são maravilhosos, mas quando você chega no quinquagésimo ou no centésimo não é mais tão excitante. Então precisam tirar isso de você para você ter isso de volta. Essa é uma das coisas boas, tirando as mortes e a tristeza. Acho que vamos ter uma grande valorização de todas as coisas que foram tiradas de nós. Temos visto isso nos shows que as pessoas têm feito. As pessoas estão fora de si, histéricas, porque elas não iam em um show há dois anos. Momentos emocionantes estão por vir. E é muito bom ter um disco novo que é recebido dessa maneira positiva. Você pode citar três álbuns que mudaram sua vida e por quê? Que mudaram a minha vida? Tem que ser o primeiro álbum do The Clash (The Clash, 1977), que teve muita mudança para mim. Acho que Low (1977), do David Bowie, foi um grande disco para mim. Eu estava meio que tentando criar um estilo para mim, como baterista. Aprendi muito ouvindo esse disco, particularmente. Só o
Entrevista | Reggae Angels – “Espero que sirva de orientação e dê esperança para as pessoas”

Artistas internacionais de reggae sempre tiveram grande aceitação no Brasil. Por esse motivo é surpreendente que a banda californiana Reggae Angels, com 30 anos de carreira e 15 álbuns lançados, não tenha pintado por aqui até hoje. Mas a estreia no Brasil está praticamente confirmada para 2022. Recentemente, a Reggae Angels lançou o álbum Remember Our Creator em colaboração com os excepcionais músicos Sly & Robbie. Para quem não é familiar com o nome deles, esse prolífico duo musical jamaicano já trabalhou com ninguém menos que Madonna, Bob Dylan, The Rolling Stones, Gilberto Gil, dentre tantos outros. Muito religioso, o vocalista e líder do Reggae Angels, Peter “Fenton” Wardle, que conversou com o Blog n’ Roll via Zoom, espera que a mensagem do novo álbum se espalhe. Principalmente pelo momento que o mundo vive. “Que a mensagem seja ouvida por pessoas de todo o mundo. Espero que o álbum sirva de orientação e dê esperança para as pessoas. Só espero que a música, as melodias e principalmente as letras tenham um impacto positivo em muitas pessoas”. Questionado sobre qual é a mensagem principal do disco, Wardle reforçou sua religiosidade. Durante os 15 minutos de conversa, ele destacou o tempo todo a importância de Deus em nossas vidas. “O nome Remember Our Creator nos lembra de estar sempre com Deus em mente e de sempre viver sabendo que Deus está nos observando e vendo como vivemos. Assim vive a humanidade, sabendo que é o único criador que deu a nós toda a nossa existência, nossas mentes, nossos corpos físicos e todas as nossas características. É isso que nos faz sermos iguais. Esse álbum tem um significado enorme e me lembra a todo tempo do meu propósito como um servo de Deus”. Sem correria para gravar Sobre a produção de Remember Our Creator, Wardle conta que tudo foi feito sem pressa. Em resumo, a ideia era entregar algo orgânico e sem correria de gravadora, por exemplo. “Não tive pressa nenhuma fazendo esse álbum. Foi tudo feio no tempo que deveria ser feito. A banda não esteve junta, então foi uma experiência nova, mas foi importante. Consegui me conectar com o trabalho e transmitir a mensagem com clareza”. O álbum Remember our Creator é o terceiro projeto seguido do Reggae Angels gravado pelo mesmo time de músicos, que inclui além de Sly e Robbie, os músicos Dwight Pinkney, Patrick Murray, Franklin Waul, Dean Fraser e Nambo Robinson, renomados na Jamaica e no mundo. “Este é o álbum mais forte, mais significativo e mais musical até hoje. Emocionalmente, o álbum me faz lembrar de Deus e qual o meu propósito sendo um servo dele. Isso me faz sentir uma consciência divina e me deixa feliz ao ouvir as mensagens através de melodias e canções”, explica Fenton. Wardle também falou sobre a demora para visitar o Brasil. Disse que tudo acontece no momento certo, sem pressão de ninguém. “Não senti que era a hora de ir para a América do Sul. Deus tem seu tempo para tudo, e acredito que logo será o momento certo de visitar não só o Brasil, mas outros países também”.
Biffy Clyro lança The Myth of the Happily Ever After, o “primeiro álbum totalmente escocês”

O Biffy Clyro lançou na sexta-feira (23) o álbum The Myth of the Happily Ever After. Dentre as novidades, o disco traz Errors In The History of God, que foi revelada na quarta no programa Hottest Record da Radio 1. Neste final de semana a banda ainda se apresenta no show Radio 1’s Out Out! Live, na Wembley Arena, que terá passagens transmitidas na BBC One, Radio 1, e na BBC iPlayer. The Myth é um projeto autoproduzido que representa uma reação ao primeiro álbum da carreira, A Celebration of Endings. Ademais, uma resposta rápida e emocional ao turbilhão que foi o último ano. É o ying do yang que A Celebration representou, o outro lado da moeda, o antes e depois em comparação. Em resumo, o otimismo do início de 2020 deu espaço à um retorno à terra. É o produto dos tempos estranhos e cruéis em nossas vidas, mas que também foram especialmente revigorantes para o Biffy Clyro. “Esse álbum é uma jornada real, uma colisão de cada pensamento e emoção que tivemos nos últimos dezoito meses. Havia uma fortaleza real em A Celebration, mas nesse disco nós abraçamos as vulnerabilidades de ser uma banda e sermos humanos nessa era caótica de nossas vidas. Mesmo o título é o exato oposto. É sobre perguntar: nós criamos essas narrativas em nossas próprias cabeças para nos dar alguma segurança quando ao fim do dia ninguém está esperando por nós?”, diz o vocalista e guitarrista Simon Neil. Totalmente escocês Encerrado no lockdown, Biffy Clyro gravou The Myth de uma forma completamente diferente de como chegaram em A Celebration. Em vez de gastar meses em Los Angeles, eles trocaram uma costa pela outra para gravar por apenas seis semanas em sua sala de ensaios (convertida em um estúdio funcional pelos irmãos responsáveis pela sessão rítmica, James and Ben Johnston) em uma fazenda próxima das casas deles. O trio foi com a intenção de completar algumas canções não terminadas de A Celebration mas, em vez disso, The Myth tomou conta de tudo e começou a ganhar forma no final de 2020, com tudo escrito e gravado em um raio de dez milhas. Tradicionalmente, 90% das canções do Biffy foram escritas na Escócia antes que a banda seguisse para Londres ou Los Angeles para gravar, mas esta representou a primeira vez que eles gravaram em suas próprias casas. Como Simon brinca: “nosso primeiro álbum totalmente escocês!”
Green Day anuncia álbum com apresentações marcantes no BBC Sessions

Abrindo seu cofre e revisitando séries de históricas performances e transmissões ao vivo no Reino Unido, o Green Day anunciou o álbum ao vivo The BBC Sessions, que será lançado em 10 de dezembro. O primeiro single revelado é 2000 Light Years Away. A coleção de 16 faixas apresenta quatro performances fundamentais gravadas nos lendários estúdios Maida Vale da BBC em 1994, 1996, 1998 e 2001 juntos em um álbum, marcando a primeira vez que essas gravações foram masterizadas para um lançamento oficial. Quatro meses depois de lançar Dookie, o Green Day entrou nas sagradas muralhas do Maida Vale Studios da BBC no dia 8 de junho de 1994 e arrasou com um set rouco e forte de quatro músicas: She, When I Come Around, Basket Case e 2000 Light Years. A banda estava no auge de sua explosão mundial. Naquele dia, eles ainda tiraram vantagem do tempo livre de estúdio e ainda descobriram a abertura de Imsoniac no banheiro: o que seria Armatage Shanks. Eles voltaram à BBC durante 1996 trabalhando aquele álbum, apareceram com Brain stew/Jaded e Walking Contradictions. Dois anos depois, eles lançaram uma bomba super carregada com Nice Guys Finish Last no meio da era Nimrod. Por fim, eles fecharam o verão de 2001 com quatro hinos de Warning, entre eles Church On Sunday. E tudo isso está em The BBC Sessions. The BBC Sessions vai estar disponível no exterior com notas sobre cada faixa que Steve Lamacq, convidado do lendário Evening Show da Radio 1 fz de cada faixa – ele estava presente em cada uma das sessões descritas acima. A banda está no momento na The Hella Mega Tour, sua turnê norte-americana de estádios com ingressos esgotados. Essa turnê trouxe a banda a alguns dos mais renomados palcos dessas dimensões, incluindo Dodger Stadium, Wrigley Field, Citi Field, Fenway Park entre outros. The Hella Mega Tour, com Weezer e Fall Out Boy, vai terminar no Reino Unido e Europa no próximo ano, clique aqui para a lista completa de datas. Confira a tracklist completa de BBC Sessions She (Live at the BBC June 8 1994) When I Come Around (Live at the BBC June 8 1994) Basket Case (Live at the BBC June 8 1994) 2000 Light Years Away (Live at the BBC June 8 1994) Geek Stink Breath (Live at the BBC November 3 1996) Brain Stew/Jaded (Live at the BBC November 3 1996) Walking Contradiction (Live at the BBC November 3 1996) Stuck With Me (Live at the BBC November 3 1996) Hitchin’ A Ride (Live at the BBC February 12 1998) Nice Guys Finish Last (Live at the BBC February 12 1998) Prosthetic Head (Live at the BBC February 12 1998) Redundant (Live at the BBC February 12 1998) Castaway (Live at the BBC August 28 2001) Church On Sunday (Live at the BBC August 28 2001) Minority (Live at the BBC August 28 2001) Waiting (Live at the BBC August 28 2001)
Caetano Veloso lança álbum Meu Coco; confira faixa a faixa por ele mesmo

Caetano Veloso comenta Meu Coco Muitas vezes sinto que já fiz canções demais. Falta de rigor? Negligência crítica? Deve ser. Mas acontece que desde a infância amo as canções populares inclusive por sua fácil proliferação. Quem gosta de canções gosta de quantidade. Do rádio da meninice, passando pela TV Record e a MTV dos começos, até o TVZ no canal Multishow de agora, encanta-me a multiplicidade de pequenas peças musicais cantadas, mesmo se elas surgem a um tempo redundantes e caóticas. Há nove anos que eu não lanço álbum com canções inéditas. No final de 2019, tive um desejo intenso de gravar coisas novas e minhas. Tudo partiu de uma batida no violão que me pareceu esboçar algo que (se eu realizasse como sonhava) soaria original a qualquer ouvido em qualquer lugar do mundo. Meu Coco, a canção, nasceu disso e, trazendo sobre o esboço rítmico uma melodia em que se história a escolha de nomes para mulheres brasileiras, cortava uma batida de samba em células simplificadas e duras. Minha esperança era achar os timbres certos para fazer desse riff sonhado uma novidade concreta. E eu tinha a certeza de que a batida, seu som e sua função só se formatariam definitivamente se dançarinos do Balé Folclórico da Bahia criassem gestos sobre o que estava esboçado no violão. Com isso eu descobriria o timbre e o resto. Mas chegou 2020, o coronavírus ganhou nome de covid-19 e eu fiquei preso no Rio, adiando a ida à Bahia para falar com os dançarinos. Esperaria alguns meses? Passou-se mais de ano e eu, tendo composto canções que pareciam nascer de Meu Coco, precisei começar a gravar no estúdio caseiro. Chamei Lucas Nunes pra começar os trabalhos. Ele é muito musical e também é capaz de comandar uma mesa de gravação. Começamos por Meu Coco, de que Enzo Gabriel é uma espécie de península: seu tema (seu título) é o nome mais escolhido para registrar recém-nascidos brasileiros nos anos 2018 e 2019. À medida que vou fazendo novas canções, me prometo pesquisar a razão de, na minha geração e mesmo antes dela, nomes ingleses de presidentes americanos terem sido escolhidos por gente simples e pouco letrada, principalmente preta, para batizar seus filhos: Jefferson, Jackson, Washington – assim como Wellington, William, Hudson – eram os nomes preferidos dos pais negros e pobres brasileiros. Ainda não fiz nenhum movimento nesse sentido, mas ter esse disco pronto e estar empenhado em lançá-lo me leva a certificar-me de que farei a pesquisa, como se fosse um sociólogo, assim como ter feito Anjos Tronchos, canção reflexiva que trata da onda tecnológica que nos deu laptops, smartphones e a internet, me faz prometer-me ler mais sobre o assunto. Cada faixa do novo álbum tem vida própria e intensa. Se Anjos Tronchos tem sonoridade semelhante à de Abraçaço, o último disco que fiz antes deste, Sem Samba Não Dá soa à Pretinho da Serrinha: uma base de samba tocada por quem sabe – e a sanfona de Mestrinho, que comenta as fusões de música sertaneja com samba tradicional. Uma discussão sobre o (não) uso da palavra “você” pela brilhante jovem fadista Carminho virou o fado midatlântico Você-Você, que ela terminou cantando comigo – e ganhou bandolim sábio de Hamilton de Holanda fazendo as vezes de guitarra portuguesa. Há Não Vou Deixar, com célula de base de rap criada no piano por Lucas e letra de rejeição da opressão política escrita em tom de conversa amorosa. Pardo, cujo título já sugere observação do uso das palavras na discussão de hoje da questão racial, teve arranjo de Letieres Leite, baiano, sobre a percussão carioca de Marcelo Costa. Cobre, canção de amor romântico, fala da cor da pele que compete com o reflexo do sol no mar do fim de tarde do Porto da Barra. Jaques Morelenbaum, romântico incurável, veio orquestrá-la. Mas também tratou de Ciclâmen do Líbano, com fraseado do médio-oriente salpicado de Webern. Devo Lucas a meu filho Tom: os dois fazem parte da banda Dônica; devo a atenção a novas perspectivas críticas a meu filho Zeca; devo a intensa beleza da faixa GilGal a meu filho Moreno: ele fez a batida de candomblé para eu pôr melodia e letra que já se esboçava mas que só ganhou forma sobre a percussão. E eu a canto com a extraordinariamente talentosa Dora Morelenbaum. Este é um disco de quantidade e intensidade. Autoacalanto é retrato de meu neto que agora tem um ano de idade. Tom, o pai dele, toca violão comigo na faixa. A nave-mãe, Meu Coco, guardou algo da batida imaginada, agora com percussão de Márcio Vitor. Mas o arranjo de orquestra que a ilumina foi feito por Thiago Amud, um jovem criador carioca cuja existência diz tudo sobre a veracidade do amor brasileiro pela canção popular.
Slash ft Myles Kennedy and The Conspirators anunciam quarto álbum com single

Após mais de dez anos, a parceria entre Slash e a Myles Kennedy and The Conspirators continua dando frutos. Além de emocionar e empolgar plateias por todo o mundo com apresentações enérgicas, eles se preparam para lançar 4, quarto álbum da parceria e disco de estreia da Gibson Records. Previsto para dia 11 de fevereiro de 2022, o trabalho é antecipado pelo potente single The River is Rising, que ganha um clipe. Para o novo álbum, Slash e a banda foram até a clássica cidade musical de Nashville, onde gravaram no histórico RCA Studio A com o produtor Dave Cobb (Chris Stapleton). O objetivo foi capturar o calor dos palcos para o álbum, com todo o processo gravado ao vivo no estúdio, incluindo os solos de guitarra e vocais – uma novidade para o grupo. “Há duas ou três canções no disco que foram escritas durante a pandemia; tudo o mais foi escrito antes. The River is Rising foi uma das últimas músicas que escrevi antes de começarmos a pré-produção e, por ser tão nova e ter um certo ritmo e energia, foi a primeira que realmente atacamos”, conta Slash, empolgado. “É a música mais nova do álbum e foi uma daquelas coisas em que estávamos brincando, tentando pescar o arranjo, e simplesmente aconteceu”. Enquanto Myles Kennedy acrescenta… “A letra, em última análise, explora como os humanos podem sofrer uma lavagem cerebral ou doutrinação por algum tipo de ideia perigosa. Quando gravamos a demo, já tinha certeza que era uma faixa importante e perfeita para abrir o álbum”. Por estar sempre acompanhado de uma guitarra Gibson em uma parceria de mais de 30 anos, ele foi a escolha perfeita para abrir o braço fonográfico da icônica marca. Além de versões do disco, o selo vai disponibilizar a Slash Les Paul Standard 4 Album Edition , uma guitarra feita especificamente para os fãs de Slash. A Gibson Records tem distribuição global da BMG.