Crítica | Maere – Harakiri For The Sky

Que o mundo anda mudando muito ultimamente, não há a menor sombra de dúvida. Afinal, a cada semana que se encerra, podemos dizer que as coisas já não estão mais a mesma de sete ou oito dias atrás. Sim, é uma velocidade estonteante. No mundo do metal, não seria diferente. Novos estilos, rótulos e bandas surgem a cada momento, sempre desafiando fãs e críticos a encaixar determinado artista em algum rótulo já existente. Entre essa enxurrada de novos talentos, quem dá as caras por aqui hoje são os austríacos do Harakiri For The Sky. Trata-se de um duo formado por Matthias Solak (todos os instrumentos) e Michael Wahntraum (voz) que pratica post-black metal. Misturando influências do black metal noventista com o de bandas como Alcest, Arcturus e Wolves in The Throne Room, e mais um pouco de shoegaze, a música da dupla é densa, cheia, introspectiva, dramática, depressiva, capaz de tocar o ouvinte no fundo da alma. Mas não significa que Maere seja um álbum moroso, não é. A velocidade até que dá as caras em diversos momentos em músicas bastante longas. Para você ter uma idéia, são dez faixas em mais de uma hora e vinte de audição, e apenas uma delas possui duração inferior a seis minutos. Com letras tratando de diversos conflitos humanos, como tristeza, isolamento e suicídio, Maere é o álbum mais bem acabado do Harakiri For The Sky. Méritos para Solak, que é responsável pelas letras e composições de todo o material, sem dúvida o novo gêniozinho do metal atual. Esteja preparado para uma viagem musical que inclui dedilhados suaves, teclados, berros desesperados que soam como se fosse o último suspiro de vida de alguém isolado, baterias pesadas e uma aura de melancolia que persiste em todo o álbum. Mas, estranhamente, é uma melancolia que nos move para frente. Coisas inexplicáveis que também já aconteceram em álbuns de bandas antigas. Os destaques vão para as belíssimas And Oceans Between Us, Time is a Ghost, I, Pallbearer, Us Against December Skies (linda) e Three Empty Words, capazes de fazer qualquer um se render a essa belíssima banda. E, a ótima notícia, nós brasileiros vamos poder conferir tudo isso de perto em setembro, quando os austríacos desembarcam aqui para o festival Setembro Negro. Até lá, aproveite para conferir Maere e toda a discografia da banda. Harakiri For The Sky – Maere Ano de Lançamento: 2021Gravadora: AOP RecordsGênero: Post-Black Metal Faixas:1-I, Pallbearer2-Sing For The Damage We´ve Done3-Us Against December Skies4-I´m All About The Dusk5-Three Empty Words6-Once Upon a Winter7-And Oceans Between Us8-Silver Needle // Golden Dawn9-Time is a Ghost10-Song to Say Goodbye
Crítica | Hour of Ragnarok – Graveland

A Polônia é um país com uma rica história, tanto em guerras como nos esportes, em especial no futebol. Além de tudo isso, possui uma vasta e prolífera cena de metal extremo, que conta com lendas como Vader, Behemoth, Hate e, claro, o polêmico Graveland, formado em 1991 com o propósito de praticar black metal na veia dos noruegueses. Aliás, conseguiram, pois álbuns como Carpathian Wolves (1994) e Thousand Swords (1995) chamaram bastante atenção das hordas de fãs. Mas o lado musical não é a única característica a chamar atenção, pois suas letras abordam nacionalismo e já causaram desgosto ao redor do mundo, como em 2016 no Canadá, onde o grupo quase foi impedido de se apresentar. Porém, nosso compromisso é apenas com a música. Leia as letras e o julgamento é seu. Hour of Ragnarok, lançado em agosto de 2021, já é o vigésimo (!) álbum de estúdio dos poloneses, chefiados pelo mentor Rob Darken, que por anos foi o faz-tudo da banda, que hoje conta com o reforço do baixista Skyth e do batera Ahrin, dois feras na cozinha. O black metal do início da carreira foi ao longo dos anos ficando cada vez mais épico e melódico, com alguns fãs inclusive categorizando a música do grupo como “war black metal”. Tal rótulo não soa exagerado, mas hoje podemos afirmar que o Graveland já possui um estilo único, próprio. Não tenha dúvidas da qualidade de Hour of Ragnarok. O álbum soa como se fosse a última guerra do mundo, que está prestes a acabar a qualquer instante. Angustia é o sentimento que brota do fundo da alma ao ouvirmos clássicos do metal extremo como as excelentes The Wolf of Twilight, Conspiracy of The Wizards, Following The Azure Light e a faixa-título. Todas contando com os infernais vocais de Darken, além de riffs sombrios e épicas passagens de teclados, que dão um toque especial ao trabalho do Graveland, deixando a música do grupo ainda mais assustadora. Esteja avisado. Hour of RagnarokAno de Lançamento: 2021Gravadora: Inferna Profundus RecordsGênero: Black Metal/Black Metal Pagão Faixas:1-The Wolf of Twilight2-Hour of Ragnarok3-Conspiracy of The Wizards4-Children of Hyperborea5-Following The Azure Light6-The Three Gifts of The Gods7-Enlighted By The Wisdow of Runes8-River of Tears
Crítica | The Dregs of Hades – Lock Up

Supergrupos são comuns na música, de Velvet Revolver a Chikenfoot, são inúmeros os casos de músicos famosos que se reuniram para um projeto. Esse Lock Up aqui, é um dos casos mais famosos do metal extremo. Trata-se de um projeto criado lá em 1999, reunindo Shane Embury e Jesse Pintado (RIP) do Napalm Death, Peter Tagtgren do Hipocrisy e o batera Nicholas Barker (Cradle of Filth), que se juntaram para tocar o grindcore mais furioso que pudessem. E conseguiram, haja visto o espetacular álbum que saiu dessa reunião, Pleasure Pave Sewers. De lá para cá, foram mais alguns álbuns, culminando nesse The Dregs of Hades, lançado quase no apagar de luzes de 2021. Vale lembrar que apenas Shane permanece da formação original. Hoje o Lock Up conta com os vocalistas Tomas Lindberg (At The Gates) e Kevin Sharp, o guitarrista Anton Reisenegger, do Brujeria e, na bateria, o monstro Adam Jarvis, que também comanda as baquetas no Misery Index, uma das mais poderosas bandas de death metal dos dias atuais. O novo álbum Diante disso, não é de se estranhar que The Dregs of Hades traga uma avalanche de grindcore/death metal digna de derreter ouvidos. Ouça, por exemplo, A Sinful Life of Power (uma porrada!) e ouse discordar. Mas tem muita coisa boa, como as insanas Hell With Plague The Ruins, Dead Legions, Black Illumination e a velocíssima Ashes. O já citado Jarvis prova aqui mais uma vez que é tranquilamente um dos bateristas mais selvagens do metal atual, promovendo um verdadeiro genocídio com bumbos e blasts pra lá de violentos. Shane, o velho baixista do Napalm, além de responsável pelas composições, mantém sua pegada firme no seu baixo, um músico que é um dos responsáveis pelo metal extremo como o conhecemos hoje. Quantos podem ostentar tal título? Enfim, faça um favor a si mesmo e escute esse álbum. Lock Up – The Dregs of Hades Ano de Lançamento: 2021Gravadora: Listenable RecordsGênero: Grindcore/Death Metal Faixas:1-Death Itself, Brother of Sleep 2-Hell With Plague The Ruins3-The Dregs of Hades4-Black Illumination5-Dark Force of Conviction6-Misdirection Thief7-Dead Legions8-Trimph of The Grotesque9-Nameless Death10-A Sinful Life of Power11-Ashes12-The Blind Beast13-Reign On In Hell14-Crucifixion Of Distorted Existence
Crítica | Cerecloth – Naglfar

Naglfar significa “navio de unhas”, no antigo idioma nórdico. Trata-se de uma embarcação construída com unhas de humanos, que levará os gigantes de gelo para a batalha final, na planície de Vigrid. Após essa explicação, fica impossível discordar que Naglfar é um nome pra lá de apropriado a um grupo de black metal. Surgida na Suécia nos idos de 1992, a horda já lançou sete álbuns de estúdio, contando com Cerecloth, o mais recente, editado em 2020. Os suecos praticam um black metal duro, ríspido, porém sem abrir mão das melodias (obscuras, diga-se). O resultado agrada em cheio a qualquer banger sedento pelo estilo. Vale lembrar que o primeiro álbum do Naglfar data do distante 1995, ano em que editou o forte Vittra, e de lá pra cá o grupo se manteve fiel à sua proposta. Como uma sangrenta batalha em Vigrid, Cerecloth explode nos falantes com verdadeiras pedradas como a faixa-título, Horns, Like Poison For The Soul, Vortex of Negativity e o final apoteótico com Last Breath of Yggdrasil. Os riffs trazem consigo a típica marca escandinava, melodiosos, velozes e algo gelados, tudo posto à disposição dos estupendos vocais de Kristopher Olivius (que desde 2005 abandonou o baixo, ficando apenas com os microfones), que além de tudo possui uma especialíssima performance de palco. Cerecloth é um ótimo álbum que todo amante de metal extremo deve conferir. E, mais uma vez, dá-lhe Suécia! CereclothAno de Lançamento: 2020Gravadora: Century Media RecordsGênero: Black Metal Melódico Faixas:1-Cerecloth2-Horns3-Like Poison For The Soul4-Vortex of Negativity5-Cry of The Serafim6-The Dagger in Creation7-A Sanguine Tide Unleashed8-Necronaut9-Last Breath of Yggdrasil
Crítica | Suffer For Nothing – Morta Skuld

Os seguidores mais dedicados do underground com certeza conhecem o Morta Skuld, banda que surgiu em plena explosão do death metal lá pelo início dos anos 1990. O grupo praticava um som poderoso, mas a forte concorrência da época os impediu de obter os números mais expressivos, interrompendo sua carreira em 1998. Porém, não se engane, o Morta Skuld registrou álbuns soberbos como Dying Remains (1993), As Humanity Fades (1994) e For All Eternity (1995), extremamente aconselhável aos deathbangers que ainda não os ouviram. Percorrendo o mesmo caminho que vários outros nomes do estilo, a banda retornou em 2012, editou o ótimo Wounds Deeper Than Time (2017) e em 2020 seu mais novo trabalho, esse fortíssimo Suffer For Nothing. Apenas Dave Gregor (guitarra,voz), o comandante do navio, sobrou da formação original. E assim que Extreme Tolerance, faixa de abertura, explode nos falantes, percebemos que estamos diante de músicos experientes que sabem o que estão fazendo, especialmente Gregor, que cuida da composição de todas as faixas, além de caprichar nos riffs sujos de guitarra e no gutural pastoso, características que abundavam nos álbuns supracitados. Também vale mencionar o batera Eric House, dono de uma precisão cirúrgica quando o assunto é viradas e blastbeats. Aliás, conforme o álbum avança, vamos nos deparando com mais clássicos da podreira, como as insanas Divide The Souless, The Face I Hate, Godlike Shell, Machines of Hate e Facing Mortality, que são provas suficientes do poderio do Morta Skuld, uma pérola do underground que merece ser descoberta por todos os amantes do som extremo. Se você admira o típico death metal americano e bandas como Internal Bleeding, Broken Hope e Brutality, caia sem medo. Ficha técnica – Morta Skuld – Suffer for Nothing Suffer For NothingAno de Lançamento: 2020Gravadora: Peaceville RecordsGênero: Death Metal Faixas:1-Extreme Tolerance2-Abyss of The Mind3-Dead Weight4-Divide The Soulless5-The Face I Hate6-Forbidden7-Godlike Shell8-Suffer For Nothing9-Facing Mortality10-Machines of Hate
Crítica | Worship – Hypocrisy

Os fãs do Hypocrisy já estavam com a pulga atrás da orelha, afinal, desde 2013 os suecos não colocavam novidade no rolê, com o ótimo End of Disclosure. E eis que no cair de luzes de 2021, como um raio vindo de uma galáxia distante, Worship invade as plataformas digitais deixando os seguidores petrificados. Aliás, tem sido assim durante toda a jornada do Hypocrisy, sempre comandada pelo genial Peter Tagtgren. Que o diga o espetacular, seminal Abducted (1996), que é um álbum de metal extremo que todos, sejam fãs do estilo ou não, deveriam ouvir com todo cuidado. E repetir a experiência, claro. Mas o assunto aqui é Worship. E ele não fica muito atrás de nenhum clássico do Hypocrisy. Estão lá, intactos, todas as características: o andamento veloz misturado com partes rápidas, a temática e o clima “espacial”, os vocais poderosos de Tagtgren e muita, muita disposição e garra, como esses suecos sempre souberam fazer. O álbum é muito bom do começo ao fim, mas Chemical Whore periga ser a melhor faixa do Worship, pois suas melodias mórbidas somadas ao peso são exatamente o que os fãs mais gostam na banda. Mas ouça também Dead World, cheia de riffs fortes, They Will Arrive – título mais Hypocrisy impossível -, dona de uma poderosa intro e um refrão pra lá de grudento, e Gods of The Underground, que fecha Worship destilando peso, melodias, riffs e solos poderosos, outra que leva o nome do Hypocrisy no DNA. Impossível não cantarolar o refrão após uma mísera audição. E, vale citar a beleza estonteante da capa, que nos convida a ficar apreciando-a por horas a fio. Valeu a pena esperar quase 10 anos! Ficha técnica – Hypocrisy – Worship WorshipAno de Lançamento: 2021Gravadora: Nuclear BlastGênero: Death Metal/Death Metal Melódico Faixas:1-Worship2-Chemical Whore3-Greedy Bastards4-Dead World5-We´re The Walking Dead6-Brotherhood of The Serpent7-Children of The Gray8-Another Day9-They Will Arrive10-Bug In The Net11-Gods of The Underground
Crítica | Persona Non Grata – Exodus

Muita coisa se passou desde que Kirk Hammett deixou o Exodus para se juntar ao Metallica. Bonded By Blood, seu debute de 1985, foi a alavanca que o então efervescente thrash metal precisava, tornando-se um clássico atemporal do estilo, indispensável e obrigatório a qualquer headbanger. Já o Metallica explodiu muito além das fronteiras do underground, mesmo tendo passado por diversas mudanças em sua sonoridade. E eis que em 2021, após um complicado período que envolveu um câncer no batera Tom Hunting e Covid 19 no guitarrista Gary Holt, o Exodus lança seu aguardado novo álbum, Persona Non Grata, que foi a recompensa de todos os problemas que a banda viveu. Após participar da última fase do Slayer, Gary Holt voltou a atacar com os sempre mortais riffs de guitarra que são sua marca registrada há 40 anos. E o que ouvimos em Persona Non Grata é suficiente para classificá-lo como o melhor álbum de thrash metal de 2021. Simples assim. Além de Holt e Hunting, fenomenais como sempre, ainda temos os vocais de Zetro, o baixo trovejante de Jack Gibson e a segunda guitarra comandada por Lee Altus, ex-Heathen, que desde 2005 vem fazendo um trabalho espetacular no Exodus. É uma das melhores formações do metal atual, tenha certeza disso. Quanto ao material, esteja preparado para uma autêntica carnificina thrash e um festival de riffs como na faixa-título, Slipping Into Madness (muito boa!), Prescribing Horror (que riffs), R.E.M.F (velocidade pura), e as puramente thrash The Years of Death And Dying, Clickbait e The Beatings Will Continue (Until Morale Improves), que são músicas que nos fazem lembrar os motivos de gostarmos tanto de metal extremo. Poucas bandas, sejam veteranas ou novatas, são capazes de fazer igual. Ah, e para quem esteve presente na última passagem da banda pelo Brasil, já deve estar contando os dias para a nova visita dos americanos. Que não demorem a voltar!! Persona Non GrataAno de Lançamento: 2021Gravadora: Nuclear BlastGênero: Thrash Metal Faixas:1-Persona Non Grata2-R.E.M.F.3-Slipping Into Madness4-Etilist5-Prescribing Horror6-The Beatings Will Continue (Until Morale Improves)7-The Years of Death And Dying8-Clickbait9-Cosa Del Pantano10-Lunatic Liar God11-The Fires of Division12-Antiseed
Crítica | The Silent Path – Death Decline

A velha França pode não ter a mesma fama que algumas das mecas europeias do metal, como Alemanha, Inglaterra e Suécia, mas já revelou ao mundo nomes como Trust, Massacra, Gojira e Alcest, entre outros. O Death Decline, surgido em 2009, é mais uma cria francesa que não quer saber de muito papo furado com sua cáustica mistura de death e thrash metal, mais um pouco de modernidade. Aliás, The Silent Path é o terceiro álbum dos franceses, sendo que o segundo, The Thousand Faces of Lies, já foi resenhado por aqui. Como já foi dito, o som do Death Decline consiste numa mistura de estilos extremos, como death, thrash e até um pouco de metalcore, principalmente em algumas passagens de voz do competentíssimo Alexis. As guitarras são pesadas e densas, e as afinações um pouco mais graves confirmam a tendência mais moderna do material. Porém, não se assuste, a palavra “modernidade” não adquire um tom pejorativo, longe disso. The Silent Path é audição obrigatória a qualquer banger, que será recebido com todo carinho pelas fortes Jackals, The Silent Path, Threshold, Above Their Weakness e No Fate, que exalam riffs rápidos, vocais certeiros e uma cozinha precisa. Aliás, vale citar o batera Keyser, dono de uma pegada forte e técnica, tornando mais infernal ainda a música do Death Decline. Sendo uma agradável surpresa e uma banda razoavelmente nova no cenário mundial, o Death Decline merece ser conferido pelos bangers que estão à procura de mais armas para o seu arsenal. O Death Decline não decepciona, acredite. The Silent PathAno de Lançamento: 2021Gravadora: IndependenteGênero: Death/Thrash Metal Faixas:1-Awakening2-Jackals3-Little Boy4-Silent Path5-Threshold6-Exile7-Above Their Weakness8-No Fate9-Eleven10-Through The Stranger´s Eyes
Crítica | Existence is Futile – Cradle of Filth

Com certeza ainda estão vivos na mente dos bangers os incríveis anos 1990, em que o black metal explodiu no mundo todo (inclusive no Brasil) com nomes como Burzum, Mayhem, Dimmu Borgir e tantos outros. Inicialmente atrelado a crimes na Noruega, o estilo logo provou que tinha vindo para ficar, pois suas qualidades musicais falavam por si só. Entre tantos grupos, um dos mais espetaculares era o Cradle of Filth, vindo da velha Inglaterra. Clássicos como Dusk in her Embrace (1996) e Cruelty And The Beast (1998) são marcos na história da música extrema, dada sua originalidade e eficácia. Sem nunca ter deixado a desejar em termos musicais, os ingleses seguiram sua carreira, lançaram outros clássicos e chegam em 2021 com seu décimo terceiro trabalho de estúdio, Existence is Futile. Seguindo outra tradição do Cradle, a capa é simplesmente de tirar o fôlego de tão bonita, com certeza entre as mais belas do ano corrente. Aliás, mais uma vez um trabalho do Cradle é embalado em um conceito de gelar a espinha. Dessa vez, a história gira em torno do existencialismo e o medo do desconhecido. Se todos sabemos que iremos morrer, podemos saciar a vida enquanto existimos, segundo Aleister Crowley. Ouvindo o álbum várias vezes, o ouvinte vai associando esse tema com a parte musical, formando um pacote realmente atrativo. Black metal vulcânico do Cradle of Filth E sobre a parte musical? Só ouvindo para crer. Estreando na formação Anabelle Iratni, que encaixa sua voz operística em diversos momentos do álbum, temos em Existence is Futile um black metal vulcânico, veloz, pesado e enriquecido com podersosos arranjos orquestrais e os vocais pra lá de agressivos do eterno Dani Filth, a mente criativa por trás dessa loucura toda. Superando seus dois antecessores em termos de peso, Existence arranca a cabeça e a alma do pobre ouvinte em sons mortais como Existencial Terror, Crawling Into Chaos, The Dying of The Members, Suffer Our Dominion e Here Comes a Candle (Infernal Lullaby), que são números que já entram na galeria de clássicos do black metal. Imperdível aos fãs e aos novatos que têm interesse em adentrar o macabro mundo do Cradle of Filth. A oportunidade é agora. Existence is FutileAno de Lançamento: 2021Gravadora: Nuclear BlastGênero: Black Metal Sinfônico Faixas:1-The Fate of The World on Our Shoulders2-Existencial Terror3-Necromantic Fantasies4-Crawling Into Chaos5-Here Comes a Candle (Infernal Lullaby)6-Black Smoke Curling From The Lips of War7-Discourse Between A Man And His Soul8-The Dying of The Embers9-Ashen Mortality10-How Many Tears to Nurture a Rose?11-Suffer Our Dominion12-Us,Dark,Invincible13-Sisters of The Mist14-Unleash The Million