Conhecendo o Blues #4 – Little Walter

Considerado o mais importante gaitista da história do Blues, Little Walter mudou o curso da harmônica e foi um artista revolucionário. Marion Walter Jacobs nasceu no estado da Louisiana em 1930. Aos 13 anos de idade já se apresentava pelas ruas de New Orleans e seu grande ídolo foi o pioneiro da gaita John Lee “Sonny Boy” Williamson. 1945 foi um ano importante em sua vida. Ele chegou a Chicago e um novo mundo se abriu para o jovem músico, então com 15 anos de idade. Ele realizou suas primeiras gravações em 1947 ao lado do cantor e guitarrista Jimmy Rogers, para o pequeno selo Ora Nelle. “Eu conheci um garoto que realmente sabe tocar!”, foi o que Rogers disse a Muddy Waters se referindo a Little Walter. O trio virou um fenômeno em Chicago e logo seriam conhecidos como The Headhunters. Em 1950, iniciam-se uma série de gravações históricas e uma parceria com Muddy Waters que é sem dúvidas uma das mais impactantes da história do blues. Dois anos depois, a carreira de Little Walter decola quando ele lança a música Juke, um instrumental incendiário, que levou o blues e a harmônica para novos caminhos. Walter era um improvisador sem igual, criava temas imbatíveis e cantava de forma vibrante e visceral. Talvez ele não tenha sido o primeiro a tocar com a gaita em um microfone plugado no amplificador, mas criou sons incríveis que ecoam até os dias de hoje. Ele gravou diversos hits como líder para o selo Checker (subsidiário da Chess Records) entre 1952 e 1967. Aliás, não posso deixar de citar três verdadeiros clássicos: My Babe, Nobody But You e Just Your Fool. Triste fim Walter tinha sérios problemas com drogas e com o álcool, além de ser uma pessoa que se metia em muitas encrencas. No dia 14 de fevereiro de 1968, ele se envolveu numa grande briga depois de um show e foi pra casa com fortes dores de cabeça. Foi dormir naquela noite com graves ferimentos pelo corpo e nunca mais acordou. 10 músicas para conhecer um pouco da obra de Little Walter Just Keep Loving Her (1950) – Little Walter Trio Going Away Baby (1950) – Jimmy Rogers Off The Wall (1953) – Little Walter and his Jukes Mellow Down Easy (1954) – Little Walter and his Jukes Hoochie Coochie Man (1954) – Muddy Waters Sugar Sweet (1955) – Muddy Waters It Ain´t Right (1956) – Little Walter and his Jukes Temperature (1957) – Little Walter Crazy Mixed Up World (1959) – Little Walter Crazy Legs (1961) – Little Walter

Capítulo Negro: Black Pantera lembra aos idiotas que existe racismo no Brasil

Na última sexta-feira (20), o Brasil viveu mais um capítulo triste de sua história recente. No Dia da Consciência Negra, passamos o dia perplexos com a morte brutal de João Alberto Silveira Freitas, no Carrefour, em Porto Alegre. Antes de tudo, um homem negro de 40 anos espancado por seguranças brancos despreparados. Contudo, sofremos um segundo ataque violento, logo na sequência. O presidente e o vice-presidente da República escancararam seus pensamentos mais escrotos, negando a existência do racismo no Brasil. E a trilha sonora para combater esse racismo sistêmico, estrutural, veio com a banda de hardcore Black Pantera, também na sexta-feira. Enquanto dão uma pausa nas gravações do novo álbum, os integrantes divulgaram o EP audiovisual Capítulo Negro. Em suma, Charles Gama (guitarra e voz), Chaene da Gama (baixo) e Rodrigo Pancho (bateria) escolheram três músicas com discurso forte sobre empoderamento e fizeram novas versões. Aliás, as escolhidas foram Identidade (Jorge Aragão), Todo Camburão tem um Pouco de Navio Negreiro (Alexandre Meneses/ Marcelo Lobato/ Marcelo Yuka/ Nelson Meirelles), e A Carne (Marcelo Yuka/ Seu Jorge/ Ulisses Cappelletti), conhecida na voz de Elza Soares. Faixa a faixa de Capítulo Negro Rodrigo Pancho conta que Identidade fez parte de sua adolescência. “Comecei aos 14 anos tocando percussão e Jorge Aragão na época era uma grande referência. Quando surgiu a oportunidade de fazer esse trabalho, fiz questão de incluir essa canção”. Chaene fala sobre a força dos versos de Todo Camburão tem um pouco de Navio Negreiro. “Apesar de ser uma música de 1994 ela é atemporal e remete à atualidade, se tornando ainda mais urgente com o aumento da violência racial por parte da polícia, do estado e da sociedade como um todo. É um marco na nossa carreira fazer uma releitura de uma canção como essa”. Logo depois, A Carne, que já faz parte do repertório do Black Pantera, fecha o EP. “Alguns anos atrás fomos convidados para tocar num festival no Dia da Consciência Negra e pediram que a gente escolhesse uma música que representasse a data. Escolhemos essa, muito emblemática, adaptamos ao nosso estilo e acabamos incluindo nos shows”, finaliza Charles Gama. Como as músicas tratam do mesmo tema: racismo e a luta contra o preconceito, a banda produziu também um curta de 12 minutos, dirigido por Leonardo Ramalho (Pajé Filmes), que já fez anteriormente os clipes de Punk Rock Nigga Roll e I Can’t Breathe. O ator Edson Militão participa do três atos, cada um com a trilha de uma das canções, que compõe o EP.

Gravadora Hearts Bleed Blue apresenta segundo volume de sua coletânea de quarentena

A gravadora paulista Hearts Bleed Blue (HBB) aproveitou o isolamento social para produzir uma coletânea junto de diversos artistas do seu catálogo. Nesta terça-feira (4), o segundo volume deste projeto foi anunciado. Intitulado Keep Thinking: a lo-fi tribute to all the lonely hearts during social distancing o volume dois da coletânea da HBB conta mais uma vez com versões caseiras de músicos das bandas Autoramas, Inocentes, Zumbis do Espaço, Acidental e Faca Preta. Ademais, também temos também Institution, Questions, Não Há Mais Volta, Alf Sá e Beef, além dos convidados The Sinks, Direction e Bonus Cup. Vale lembrar que todas as bandas gravaram as canções de casa, respeitando a quarentena que estamos vivendo. Para ouvir o disco, é necessário fazer o download através do Bandcamp da HBB.

Rubah apresenta nova faceta no EP Libertad; escute

O artista Rubah uniu rock, punk e hardcore em canções de diversos lugares do mundo em seu mais novo EP, intitulado Libertad. Ademais, o trabalho já está disponível em todas as plataformas digitais. Em resumo, o projeto foi produzido inteiramente durante a quarentena e apresenta uma nova faceta do músico. O EP conta com covers de Lucio Battisti (Itália), Rodrigo Gonzalez (México), Silvio Rodriguez (Cuba) e a banda La Renga (Argentina). “São músicas que compõem o meu gosto musical para além do rock, do punk e do hardcore. Gosto muito delas em suas versões originais, e estes artistas têm em comum a rebeldia, a estética inovadora e a liberdade como princípio. O resultado me surpreendeu no sentido de que percebi no final uma influência do rock, blues e indie rock dos anos 70 que não percebia no cotidiano”, explica ele. Em resumo, Rubah é o nome artístico de Edgard Leite de Oliveira. O novo batismo veio como um apelido dado por uma amiga iraniana que disse que ele teria o rosto de Rubah. Essa é uma palavra usada em alguns países da África e da Ásia referindo-se a lobo, cão de caça.

Titãs revela segundo EP do projeto Trio Acústico

Titãs Trio Acústico - EP 02

Nesta sexta-feira (3), os Titãs lançaram, pela BMG, o segundo EP da trilogia Trio Acústico. A primeira parte do projeto de Sérgio Britto (vocais, piano e baixo), Tony Bellotto (violão, guitarra e variantes, e também vocal) e Branco Mello (vocais, baixo e violão) foi lançada em abril deste ano. O projeto repassa as quatro décadas de carreira da banda entre grandes sucessos, canções Lado B, como também a reengenharia de arranjos e interpretações. “Nosso critério para montagem do repertório foi parecido entre os três EPs – sucessos, músicas que tocamos sozinhos e outras que tocamos até em quinteto (com Mário Fabre na bateria e Beto Lee no violão) para que todos os lançamentos fossem proporcionais, tivessem novidades e coisas interessantes”, diz Sérgio. Músicas que marcaram a carreira dos Titãs Em suma, o EP 02 conta com oito músicas que abrangem os 20 anos inicias da carreira da banda. Enquanto Houver Sol, que abre o EP, e que foi originalmente lançada em 2003, no álbum Como Estão Vocês? Toda Cor que fez parte do álbum de estreia do grupo em 1984. Essa, em especial, marca também uma homenagem aos dois saudosos titãs compositores da canção, Marcelo Fromer e Ciro Pessoa – este faleceu em maio, no meio da pandemia. Além das duas citadas acima, podemos ouvir também: Go Back, Televisão, Nem 5 Minutos Guardados, Polícia, Homem Primata e Bichos Escrotos. “Neste EP, algumas canções ficaram especialmente diferentes. São os casos de Toda Cor, que gravei em voz e violão. Polícia, numa versão bem vazia com o Tony cantando e também, Televisão, que ganhou nova versão acústica, bem como Homem Primata, um ska com pegada rítmica bem crua e direta”, diz Branco. “Dividimos as músicas tentando manter em cada um dos EPs o espírito do show. Mas no estúdio as músicas acabam ganhando outra dimensão”, completa Bellotto. Throwback Thursday de Lugar Nenhum Na última quinta (2), o Titãs postou em seu canal do YouTube, um #TBT (Throwback Thursday/ Quinta-Feira do Retorno) do clipe de Lugar Nenhum, de 1987. Confira:

Conheça Os Texugos, grupo punk rock bubblegum formado na quarentena

O grupo Os Texugos, traz um punk rock bem interessante em suas canções. Em síntese, a banda trouxe cinco singles nos últimos dias. Todos eles já podem ser ouvidos nas plataformas digitais. Ademais, o conjunto é formado pelos amigos Diogo Clock (vocal e guitarra), Conra Hirt (baixo), Cezar Iensen (bateria) e Marcelo Vieira (guitarra). Todos eles vivem a experiência de montar uma nova banda à distância, já que estamos passando por uma pandemia. As cinco canções lançadas por eles integram o primeiro EP dos Texugos, intitulado Quarentena em Hill Valley, que será lançado em julho. Contudo, embora foquem na diversão, as faixas também abordam temas sensíveis. Vale muito a pena conferir!

The Raconteurs lança EP com músicas gravadas em estúdio de Nova York

The Raconteurs se apresentam no Tonight Show

O The Raconteurs surpreendeu os fãs ao lançar nesta sexta-feira (29), o EP Live At Electric Lady. O trabalho traz sete faixas gravadas ao vivo pela banda no fim de 2019, no lendário estúdio de Nova York. Em resumo, o trabalho também será acompanhado por uma documentário, transmitido via YouTube. O grupo também trouxe no projeto uma gravação de Blank Generation, do Voidoids. Aliás, o guitarrista Ivan Julian ajudou o The Raconteurs na gravação da canção. “Eu sempre amei essa parte da guitarra e nunca realmente me sentei e descobri exatamente o que ele está fazendo. É muito incrível ele [Ivan] aparecer e nos mostrar como fazer”, disse Jack White.

Flea e John Frusciante apresentam músicas que inspiraram suas carreiras

Flea e John Frusciante, membros do Red Hot Chili Peppers, se juntaram no último sábado (23), para apresentar aos fãs algumas músicas que inspiraram suas carreiras. Em resumo, é evidente que o punk rock marcou a vida de ambos. Nas listas aparecem as bandas Germs, Adolescents, Buzzcocks, China White, Twites Roots, entre outras. Em especial, a dupla comenta com carinho sobre a influência do Germs na carreira. Vale lembrar que até a placa de um carro no clipe de Californication faz homenagem ao grupo. Contudo, assim como o Red Hot Chili Peppers, ambos mostraram uma diversidade bem grande no que escutam. Defunkt, famoso por misturar punk e jazz e DEVO, conhecido pela experimentação de diversos gêneros com a música eletrônica também foram lembrados. O pessoal do grupo RHCP Brasil trouxe uma playlist no spotify com todas as canções citadas pela dupla.

Lana Del Rey revela que lançará novo disco e fala sobre críticas que vem recebendo

Norman Fucking Rockwell é lançado

A cantora Lana Del Rey causou no Instagram nesta quarta-feira (20). A artista confirmou o lançamento do seu próximo álbum, intitulado White Hot Forever e polemizou ao falar sobre a romantização de relações abusivas. “Uma pergunta para a cultura: Agora que Doja Cat, Ariana, Camila Cabello, Cardi B chegaram ao topo das paradas cantando sobre ser sexy, ficar sem roupar, transar, trair, etc, será que eu posso voltar a cantar sobre apreciar o próprio corpo, se sentir linda por estar apaixonado, mesmo que seja um relacionamento imperfeito, dançar por dinheiro, ou o que quer que seja, sem ser crucificada e acusada injustamente?”, escreveu. Vale lembrar que Lana sempre foi criticada por abordar temas considerados pesados em suas canções. “Eu sempre fui honesta e otimista sobre os relacionamentos que tive. Adivinhem? Essa é a realidade de muitas mulheres”. Contudo, a cantora finalizou o post com um anúncio. Ela contou que vai detalhar todos os seus sentimentos em livros de poesia. Em resumo, Lana já havia contado que divulgará sua primeira coletânea de poemas Violet Bent Backwards Over The Grass, em janeiro. “Também tenho certeza que parte dessa reflexões acabarão entrando em meu novo álbum, que sai em 5 de setembro”, finalizou.