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Entrevista | Groove Delight – “Existe preconceito na música eletrônica”

“Ih fudeu, a Groove apareceu”. Se você escutar esse grito durante as andanças pelo Autódromo de Interlagos, no último dia do Lolla, não ignore. É dessa forma que o público costuma receber a paulistana Ké Fernandes, a Groove Delight. Responsável por uma das apresentações mais vibrantes do cenário eletrônico, ela leva para os palcos muita emoção em seus beats de electro, techno, rock, new wave e house.

Aos 26 anos, Groove tem um currículo de veterana já. Afinal, são 13 anos desde que tudo começou.

“O que me inspirou na infância e me fez começar a sonhar em trabalhar com música foram meus pais. Eles tratavam a música com muito respeito. Todos os dias ouvia música em casa. Então, desde bem nova já reconhecia o quanto a música era importante. Isso foi fundamental”, comenta Ké, que cita DJ Marky, Ricardo Guedes e Eric Prydz como primeiros ídolos.

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Apesar dos nomes citados, hoje ela garante que carrega como influências sons que estão em sua playlist no dia a dia, como rock e trap. E a agitação no palco contrasta bem com as atividades em seu período de folga.

“Gosto de estudar sobre espiritualidade, meditar e me conectar a natureza. E, não poderia esquecer: jogar video game”, comenta, aos risos.

A ascensão de Groove coincide com a popularização da música eletrônica, que hoje não está apenas restrita aos eventos segmentados. Do Lollapalooza ao Villa Mix, do Rock in Rio ao Festival de Verão de Salvador.

“O público passou a aceitar melhor a música eletrônica. Nós, artistas, passamos a enxergar a música eletrônica como algo que vai além de um nicho ou uma tribo. Tudo mudou. Se você notar, muito do pop hoje é música eletrônica! Eu diria que a música eletrônica lá atrás começou a invadir com mais força as rádios. Quando o público e artistas perceberam, vimos que a música eletrônica estava em todos os lugares”.

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Se a popularização do som mudou, o mesmo não se pode dizer do machismo presente no cenário eletrônico.

“Existe preconceito. Eu, por muitos anos, não enxergava isso. Em 2018, tive a oportunidade de ver como alguns homens sempre vão subestimar a mulher. Sabe aquela situação que a gente passa e pensa: se fosse homem não estaria ouvindo isso? Então, é isso! Mas tudo bem, o que sempre penso e tento passar para o meu público é de que nós mulheres não precisamos de reconhecimento por sermos mulher, mas por sermos competentes como qualquer homem no cenário”.

Lembranças do Lolla

Groove não é um nome inédito na escalação do festival. Participou da edição de 2017, a qual considera uma das experiências mais incríveis que já teve.

“Acho incrível como o Lolla traz essas bandas que a gente nunca imagina que vai ver e como eu também conheci bandas incríveis lá. Lembro do primeiro show do Cage the Elephant no Lollapalooza, que foi um dos momentos mais marcantes para mim no festival. Eu amo o Lolla! Nunca fui em uma edição fora do Brasil, mas quem sabe, né? Vai que a Groove aparece para tocar na gringa com o Lolla. O futuro a Deus pertence”, diz, aos risos.

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Fazer um repeteco no festival, por sinal, é algo que fez Groove refletir muito sobre como fazer uma nova apresentação no Lolla. “Hoje estou muito mais madura e com mais preparação profissional. Não tenho dúvida que farei desse dia junto ao Lolla um dos mais especiais do resto da minha vida. É uma honra e sempre vai ser. Fico mais ainda feliz de que estarei la também para representar o time feminino de DJs”, vibra.

A expectativa de Ké é tão grande, que ela afirma estar criando o repertório para esse show desde quando saiu o lineup. “Toda semana, em algum dia, penso nisso. Estou produzindo faixas especiais para o Lolla também. Nem penso o que priorizar, mas já tenho em mente exatamente o que quero levar para o Lolla como identidade sonora do Groove Delight. Estou muito focada em elevar o nível dentro do estúdio. Acredito que o Lolla vai ajudar muito também, pois é uma festa que me traz muita inspiração e referências”.

E, se engana quem pensa que ela só está preocupada com o show dela. Se você quiser encontrar com a DJ, certamente poderá fazer isso durante algumas apresentações. “Quero muito ver Twenty One Pilots, Kendrick Lamar, RL Grime e o mais esperado, por mim, o Rufus Du Sol”.

Serviço

A oitava edição do Lollapalooza Brasil contará com os headliners Arctic Monkeys, Tribalistas, Sam Smith e Tiësto, no dia 5 de abril; Kings of Leon, Post Malone, Lenny Kravitz e Steve Aoki, no dia 6 de abril; Kendrick Lamar, TWENTY ØNE PILØTS e Dimitri Vegas & Like Mike no dia 7 de abril.

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As entradas para o Lollapalooza Brasil 2019 podem ser adquiridas pelo site oficial do evento, bilheteria oficial (sem taxa de conveniência – Credicard Hall, em São Paulo) e nos pontos de venda exclusivos: Km de Vantagens Hall Rio de Janeiro e Km de Vantagens Hall Belo Horizonte.

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