Paulinho Moska faz show gratuito no encerramento d’O Som das Palafitas

O Festival O Som das Palafitas termina na próxima quinta-feira (17), às 14h, no Instituto Arte no Dique. Para concluir a temporada, Paulinho Moska levará ao público o show Paulinho Moska: Os Violões Fênix do Museu Nacional. O músico tocará com seus violões produzidos a partir de restos das madeiras do Museu Nacional, que sofreu incêndio em 2 de setembro de 2018. O projeto do Instituto Arte no Dique celebrou, nesta temporada, os 80 anos de Gilberto Gil e Caetano Veloso. Nomes como Bem Gil e Moreno Veloso, filhos respectivamente de Gil e Caetano, Nossos Baianos (que mantém o legado do lendário grupo Novos Baianos e conta com filhos dos artistas da clássica banda), Davi Moraes, João Suplicy e Supla, entre outros, fizeram apresentações sempre com aberturas de artistas da Baixada Santista, promovendo, assim, o intercâmbio cultural. Milhares de pessoas têm acompanhado os shows.

Juntos Pela Vila Gilda: maratona musical solidária começa neste sábado

Neste sábado (25) e domingo (26), o YouTube do Blog n’ Roll promove uma maratona musical com diversos gêneros distintos. É o Juntos Pela Vila Gilda. Serão 206 artistas em pouco mais de 20 horas de transmissão. Entre os destaques estão Gilberto Gil, Dinho Ouro Preto, Me First and the Gimme Gimmes (EUA), The Ataris (EUA), Falamansa, Nuno Mindelis, Teatro Mágico, Davi Moraes, Armandinho Macedo e Kiko Zambianchi. O lineup também reúne nomes fortes da região, como Afrodizia, Dani Vellocet, Bula, Surra, Zimbra, The Bombers, integrantes do Garage Fuzz com seus projetos paralelos, Danilo Nunes, Marcos Canduta, João Maria, Balara, Uelo, T h, USREC, Gabitopia, Beline, Zebra Zebra, entre outros. Artistas da Espanha, Itália, Argentina, Escócia e Chile também marcam presença no evento, que tem custo zero. Nenhum artista cobrou cachê. E toda a renda obtida por meio do QR Code, que estará nos vídeos, será destinada para a compra de cestas básicas para os moradores do Dique da Vila Gilda, em Santos. O evento tem como meta atender 2 mil famílias. O valor unitário da cesta básica é de R$ 35,78. >> Confira algumas entrevistas do Juntos Pela Vila Gilda Para doar é simples, o interessado precisa baixar o app PicPay e cadastrar um cartão de crédito nele. Durante o evento é só posicionar o celular no QR Code que estará no vídeo e fazer a doação. Qualquer valor pode ser doado. Neste sábado, o Juntos Pela Vila Gilda tem início às 15h e segue no ar até 0h15. No domingo, a programação tem início mais cedo, às 13h, com término previsto para 0h15.

Entrevista | Zebra Zebra – “O artista tem sensibilidade para transformar o mundo”

Parte do lineup do Juntos Pela Vila Gilda, a Zebra Zebra não se reúne presencialmente desde o começo do ano, devido à pandemia. Os membros estão seguindo rigorosamente às orientações da OMS. Paralelamente, a banda também passa por uma mudança de formação, já que o guitarrista Eric foi morar no Canadá. Cada integrante tem produzido e gravado remotamente, experimentando a captação feita em casa pelo celular. Isso inclui um projeto paralelo chamado MAPA: Música Atemporal Para Aliviar, com intuito de passar mensagens positivas e fazer as pessoas se sentirem bem durante a quarentena através da música, em versões cover. O projeto é de integrantes da banda com outros artistas. O último lançamento oficial da banda foi o single Regra, Sermão e Temaki, de 2016. O single sucessor precisou ser “modificado” por conta da pandemia. Segundo o vocalista Kennedy Lui, tiveram que readaptar a ideia do lançamento de um clipe inédito. “Estamos no processo de finalização, acredito que esteja 70% pronto”. Lições da pandemia e o futuro do mundo Entre as lições da pandemia, o vocalista cita que “o ser humano precisa se compreender melhor, já que essa [pandemia] é uma resposta do meio ambiente para a nossa ação humana desregrada. Com a pandemia, aprendemos a diferenciar quem está de fato disposto a pensar no coletivo e quem só pensa no individual”. Segundo ele, isso se aplica à classe artística também: “o artista tem uma sensibilidade maior para transformar o mundo em um lugar melhor, seja por reflexão ou entregando alegria por meio de músicas felizes”. Kenney, inclusive, reclama da falta de noção de alguns músicos, principalmente da cena mainstream, em meio ao isolamento social. “São artistas cheios de dinheiro já, querendo fazer live sem necessidade. Outros nem ganham nada. Fazem a live no condomínio só por fama”, explica. Para o artista, não existe um ‘protocolo respeitado’ sem o confinamento e testagem de vírus de todos os integrantes e pessoas envolvidas na produção de uma live. Sobre o futuro, Kennedy imagina uma reestruturação de espaços públicos, com provas de que os ambientes culturais, especialmente bares e teatros, estejam bem higienizados e esterilizados. “Para que as pessoas se sintam mais confortáveis e cuidadas em um evento”, contou. Críticas políticas No Carnaval de 2019, a Zebra Zebra lançou o clipe de uma marchinha, intitulada Marchinha do Laranja. Ela fazia uma crítica ao ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz. A música teve uma altíssima repercussão durante o carnaval, mas a banda sentiu um impacto: os seguidores que apoiavam o Bolsonaro diminuíram, mas Kennedy garante que o acontecimento foi positivo. “Estamos num momento que a banda não compactua com nenhuma ideia que ele tenha, então fico até feliz que essas pessoas saíram da nossa vida”, contou Kennedy. Esse ano, a banda lançou a Marchinha da Fartura, que era uma crítica ao esquema de rachadinha de Flávio Bolsonaro. Porém, segundo o vocalista, a música não obteve tanto sucesso por também criticar o governo PT. Juntos Pelo Vila Gilda Para a Zebra Zebra, existe o desafio de ter a saída de um integrante e não conseguir ensaiar com o novo membro. Mas isso não atrapalhará o evento: “o convite foi muito agradável, estamos preparando a releitura de uma música do nosso primeiro disco, e se tivermos tempo entregaremos também uma música inédita especial para a live”, conta o músico. Segundo ele, é ótimo ajudar da maneira que eles fazem melhor, que é tocando, por uma causa que é fundamental. “Acho maravilhosa a iniciativa, é um marco histórico dentro da música da nossa região, estou muito feliz de fazer parte disso”.

Entrevista | Marcos Canduta – “O artista pode ajudar com seu trabalho”

Marcos Canduta

Marcos Canduta e Débora Gozzoli atuam na música há dez anos e são presença confirmada no Juntos Pela Vila Gilda. A dupla se consagrou na cena musical da Baixada Santista com seu Choro de Bolso, cheio de canções poéticas. Em destaque, assinam o álbum Canções de Amor Caiçara, com Manoel Herzog e participação de Chico Buarque e Zeca Baleiro, feito em homenagem a Santos. Atualmente, durante a pandemia, as apresentações do duo têm acontecido por meio de lives na conta oficial do Choro de Bolso. Elas acontecem sempre às sextas-feiras, às 18h30. Em entrevista ao Blog n’ Roll, Marcos Canduta fala sobre o início do projeto, trabalho com as plataformas digitais em tempos de pandemia e a importância de eventos sociais como o Juntos Pela Vila Gilda. Como surgiu o projeto Choro de Bolso? Trabalhando com música, lá se vão 38 anos, e o Choro de Bolso surgiu tem cerca de 17 anos, quando começamos a nos apresentar na livraria Realejo às sextas-feiras. Você é autor de vários discos, compositor e violinista. Em qual meio gosta mais de atuar? Na verdade gosto de tudo; adoro sentar e escrever arranjos, pra depois ouvir o resultado no disco ou no palco. Adoro compor, escrever música, coisa que faço quase todo dia. Gravar é outra  coisa sensacional. Tem muita gente que odeia gravar, pela tensão que gera, mas eu fico feliz cada vez que entro no estúdio e fico ali horas por uma música (risos). O palco talvez seja um dos lugares que eu mais goste de estar: quando você está num teatro, com um público bacana, é o paraíso na Terra. Nessa pandemia você tem feito lives frequentes nas redes sociais. Como as plataformas digitais tem ajudado seu trabalho? As lives se mostraram uma ferramente muito legal, tanto para os artistas quanto para o público. Estamos gostando muito do resultado delas. Aumentamos nosso público, com muitas pessoas de outras cidades, estados e até gente em outro países participando. Eles não teriam oportunidade de nos assistir tocando ao vivo. A ideia, inclusive, é continuar com as lives no pós-pandemia. O que você espera da participação no Juntos Pela Vila Gilda? Eu e Débora estamos muitos felizes em participar. Acho que esse tipo de ação deveria acontecer sempre. O artista, seja de qual área for, pode ajudar bastante com seu trabalho, como na Vila Gilda. O Choro de Bolso estará presente no dia 25, completando o lineup do primeiro dia de evento.

Entrevista | Danilo Nunes – “É um evento extremamente necessário”

danilo nunes

O músico santista Danilo Nunes e seu carrossel de baco serão uma das atrações do Juntos Pela Vila Gilda. Com 20 anos de estrada, ele acredita na música como expressão cultural e na importância do evento. Nunes também ator e historiador. Unindo diferentes formas de suas artes, lançou os discos Danilo Nunes e carrossel de baco (2010), Os Brasis de minha ilha (2015) e Barracos (2019). Entre suas referências musicais, estão Zellus machado, Luís Claudio dos Santos, Jair de Freitas e Zé Virgílio, músicos da região que cresceu ouvindo e admirando. Com relação a sua carreira e experiência musical, Danilo Nunes confia em seu amadurecimento artístico. “Você vai adquirindo uma certa maturidade tanto artística quanto pessoal”. “Essa experiência social, de vida, vai acontecendo com o tempo, e obviamente você vai compondo mais, vai criando mais. As referências da arte são referências humanas”, completa. Reinventando-se na pandemia Nunes tem utilizado as plataformas de streaming na divulgação de seus trabalhos, e considera importante se adequar ao meio digital. “Ser artista é já aderir a significação de reinvenção o tempo inteiro. O processo da pandemia vem fazendo com que a gente tome propriedade dessas ferramentas”. “Streaming, tecnologias, a gente negou muito disso por muito tempo, e precisa estar antenado ao que está acontecendo”. O cantor também ressalta a importância de ter políticas públicas de incentivo aos artistas e a cultura. Ação e Arte no Dique Danilo Nunes é ativo no projeto Arte no Dique, e possui uma ligação muito forte com o projeto. O sentimento é ainda maior com a comunidade, especialmente com as crianças e demais músicos. “Eu tenho muito orgulho de fazer parte de tudo isso, de falar desse projeto, desse lugar. Sou muito feliz de estar junto dessas pessoas”. Segundo o artista, a comunidade do Dique da Vila Gilda tem uma carga cultural gigantesca. “Cê vê que mistura interessante e o quanto de carga cultural essa comunidade tem. Não me surpreende uma criança chegar lá, pegar um tambor e na hora de tocar ter uma facilidade imensa, porque tem uma cultura. Faz parte da sua vida e sua ancestralidade”. Pela proximidade com a comunidade do Dique, Nunes fica muito feliz em participar do lineup do Juntos Pela Vila Gilda. “Me sinto muito privilegiado e agradecido em poder participar. A gente faz essa ação pra auxiliar alguém, mas eu acho que a gente se ajuda muito mais. É um evento de extrema importância e muito necessário”.