Entrevista | Reggae Angels – “Espero que sirva de orientação e dê esperança para as pessoas”

Artistas internacionais de reggae sempre tiveram grande aceitação no Brasil. Por esse motivo é surpreendente que a banda californiana Reggae Angels, com 30 anos de carreira e 15 álbuns lançados, não tenha pintado por aqui até hoje. Mas a estreia no Brasil está praticamente confirmada para 2022. Recentemente, a Reggae Angels lançou o álbum Remember Our Creator em colaboração com os excepcionais músicos Sly & Robbie. Para quem não é familiar com o nome deles, esse prolífico duo musical jamaicano já trabalhou com ninguém menos que Madonna, Bob Dylan, The Rolling Stones, Gilberto Gil, dentre tantos outros. Muito religioso, o vocalista e líder do Reggae Angels, Peter “Fenton” Wardle, que conversou com o Blog n’ Roll via Zoom, espera que a mensagem do novo álbum se espalhe. Principalmente pelo momento que o mundo vive. “Que a mensagem seja ouvida por pessoas de todo o mundo. Espero que o álbum sirva de orientação e dê esperança para as pessoas. Só espero que a música, as melodias e principalmente as letras tenham um impacto positivo em muitas pessoas”. Questionado sobre qual é a mensagem principal do disco, Wardle reforçou sua religiosidade. Durante os 15 minutos de conversa, ele destacou o tempo todo a importância de Deus em nossas vidas. “O nome Remember Our Creator nos lembra de estar sempre com Deus em mente e de sempre viver sabendo que Deus está nos observando e vendo como vivemos. Assim vive a humanidade, sabendo que é o único criador que deu a nós toda a nossa existência, nossas mentes, nossos corpos físicos e todas as nossas características. É isso que nos faz sermos iguais. Esse álbum tem um significado enorme e me lembra a todo tempo do meu propósito como um servo de Deus”. Sem correria para gravar Sobre a produção de Remember Our Creator, Wardle conta que tudo foi feito sem pressa. Em resumo, a ideia era entregar algo orgânico e sem correria de gravadora, por exemplo. “Não tive pressa nenhuma fazendo esse álbum. Foi tudo feio no tempo que deveria ser feito. A banda não esteve junta, então foi uma experiência nova, mas foi importante. Consegui me conectar com o trabalho e transmitir a mensagem com clareza”. O álbum Remember our Creator é o terceiro projeto seguido do Reggae Angels gravado pelo mesmo time de músicos, que inclui além de Sly e Robbie, os músicos Dwight Pinkney, Patrick Murray, Franklin Waul, Dean Fraser e Nambo Robinson, renomados na Jamaica e no mundo. “Este é o álbum mais forte, mais significativo e mais musical até hoje. Emocionalmente, o álbum me faz lembrar de Deus e qual o meu propósito sendo um servo dele. Isso me faz sentir uma consciência divina e me deixa feliz ao ouvir as mensagens através de melodias e canções”, explica Fenton. Wardle também falou sobre a demora para visitar o Brasil. Disse que tudo acontece no momento certo, sem pressão de ninguém. “Não senti que era a hora de ir para a América do Sul. Deus tem seu tempo para tudo, e acredito que logo será o momento certo de visitar não só o Brasil, mas outros países também”.

Flavia K une forças com III Camille, de Compton, em Dias Bons (Alright)

Primeira parceria internacional da pianista e cantora Flavia K, Dias Bons (Alright), tem a pedida que precisamos para atravessar uma pandemia: dias melhores virão. Acompanhada por Ill Camille, de Compton, Califórnia, a música se divide entre o flow noventista e o soul na voz macia de Flavia. Dias Bons (Alright) começou a nascer há pouco mais de um ano, quando Ill Camille esteve no Brasil para gravações e participações. Em resumo, durante sua estadia, enquanto preparava materiais produzidos na Red Bull Station, Camille conheceu Flavia em meio a gravações e a amizade progrediu. Trazer o rap para sua música não é novidade para Flavia K. Anteriormente, ela produziu e colaborou com Slim Rimografia, Kamau e Rashid. Posteriormente, Dias Bons (Alright) terá também versão em lyric vídeo, com lançamento marcado para o próximo dia 16.

Entrevista | Bella Coppola, entre a música e o teatro

Bella Coppola

Entre tantos singles e projetos de artistas já conhecidos por aí, pensei: “Minha playlist anda na mesmice, mas como faço pra renová-la?”. Afinal, nada como uma boa dose de músicas novas para melhorar a rotina. Com essa ideia em mente, conversei com a atriz, cantora e compositora norte-americana Bella Coppola. Ela comentou suas aspirações artísticas, principais objetivos de carreira e mais. Quem é Bella Coppola? Bella é original de Sacramento, na Califórnia. A jovem artista descobriu sua paixão pela música desde cedo, mas através do teatro. “Eu canto desde que aprendi a falar e nunca parei desde então”. Sempre escreveu canções, mas raramente divulgava. “Eu não me sentia confortável ou ‘boa’ o bastante para compartilhar até minha formatura, em 2018, quando minha classe teve de criar um showcase de trabalhos individuais”. “Eu estava inspirada pelo tema comum que nós todos compartilhamos: viver a vida sem arrependimentos. Eu usei esse tema e peguei frases de meus colegas para criar meu primeiro single, I Regret Nothing“. “É por causa dessa aula, dos meus professores, Kaitlin Hopkins e Jim Price, e todos os estudantes da Texas State Musical Theatre que me senti confortável a escrever a canção, melhorá-la, e eventualmente lançá-la para o mundo ouvir, com a ajuda de meu amigo Ian Flores (Flor Audio)”. Bella encaixa seu timbre em melodias suaves, entretanto, não deixa de explorar possibilidades vocais. Com fortes influências no R&B, como H.E.R., Tori Kelly, Alicia Keys e Daniel Caesar, Bella começou a explorar sua musicalidade. Viajando além das fronteiras da composição, começou a escrever músicas para diferentes gêneros, mas mantém sua essência. Navegou pelo pop, jazz, gospel, entre outros. Jacob Collier e Fatai são algumas de suas referências. “Eles são artistas tão brilhantes que me inspiram. Também tenho tentado criar músicas que fogem dos ‘clichês’”. Ademais, a jovem espera tocar junto a Collier um dia. Falando em ícones da música, seu maior exemplo é feminino. “Minha heroína musical é Judy Garland. Ela é uma lenda e eu não teria achado minha voz como cantora sem ela”. Influência do teatro A teatralidade é uma peça importante nas composições de Bella. Filha do teatro musical mas amante da música, a artista explora narrativas teatrais através de suas composições. Fez seu debute na Sacramento Theatre Company, caminhando para a representação de sua universidade, Texas State. Atualmente, trabalha na Wagon Wheel Center for the Arts. Bella já atuou em peças muito conhecidas do público. Entre elas, Mamma Mia!, Romeu e Julieta e Adoráveis Mulheres. Relacionando suas duas paixões, ela aplica seu talento nos palcos com determinação. “Eu estudo teatro musical e isso influencia a forma como componho, assim como a forma como performo”. A sensibilidade em transitar entre suas emoções e expor as cicatrizes também é parte essencial do projeto. “O que faz a arte tão legal é escrever sobre o que você sabe e ficar vulnerável. Às vezes é assustador escrever sobre seus sentimentos, mas acho que vulnerabilidade é o que nos mantém conectados. Isso é o que aprendi do teatro musical, e é algo que luto para preservar em minha música”. Bella Coppola Processo de criação A criação de seu primeiro EP, I Regret Nothing (2019), incorpora muito dessa visão artística multiforme. A colaboração com o amigo Ian Flores foi essencial neste processo. “Ele é o cérebro e talento por trás de toda a produção. Eu escrevia uma música, baseada em algo de minha vida, e trazia para ele. Nós gravamos e ele fazia o resto”. Flores foi o responsável pela maior parte dos instrumentos em gravação. A criação foi feita entre amigos, com muito apoio em cada parte do processo. “Sério, eu não teria feito nada sem ele [Flores], e foi muito divertido colaborar com um amigo tão talentoso e gentil. Ele que devia estar sendo entrevistado! (risos)”. O principal desafio foi encontrar os instrumentos certos para cada momento das músicas. “Acho que meu cérebro não funciona assim, porque escrever músicas vêm fácil, mas essa parte não. Entretanto, eu realmente agradeço pela colaboração do Ian em transformar a canção em uma obra completa”. Uma mistura de diversão e frustração veio com o processo de adição de instrumentos, mas a dupla conseguiu chegar aos pontos certos. “Tivemos que cortar algumas coisas porque nós falhamos miseravelmente nelas e qualquer um teria rido se tivesse ouvido”, brinca Bella. Seguindo a intuição musical Entretanto, alguns instrumentos já estavam em mente, como a adição do violoncelo em Go On. “Eu sempre amei esse instrumento e o amigo para quem escrevi a canção também amava”. Cada faixa conta com uma escolha completamente pessoal. “Uma das escolhas vocais mais empolgantes do EP foi a ponte de For The Rest of Your Life, que foi feita sem querer. Eu e Ian tínhamos várias ideias até que decidimos fazer o que saiu no EP, e honestamente eu duvidei dele (risos), mas depois que tentei, fiquei tipo ‘ah, ok – você é brilhante, é isso”. Intuitivo e totalmente construído com amigos, a experiência rendeu um EP de sete faixas. Em cada uma, Bella Coppola traz uma história que deriva de seus sentimentos, mas sem abandonar a técnica impecável de quem entende de arte. O resultado é uma música que flui leve, conversando o cotidiano, sem grandes complicações. O que vem pela frente? Os próximos passos da artista incluem novos materiais, mudanças e muito trabalho. Um novo single já está a caminho, introduzido em uma de suas apresentações ao vivo, mas ainda não foi gravado. “Eventualmente planejo me mudar para Nova York e tentar encontrar músicos fixos para tocar comigo. Teatro é meu primeiro amor, então eu estarei correndo atrás disso também, mas música sempre foi uma parte da minha vida, e fico feliz de viver uma vida em que posso investir em ambos”. Onde você vê as mulheres na indústria musical em 10 anos? Para concluirmos nosso especial no melhor estilo, entramos na questão da mulher na indústria musical. Para Bella, a resposta é bem simples: as mulheres estarão cada vez mais fortes e autênticas. “Eu vejo mulheres arrasando

32 documentários sobre punk e hardcore para assistir no streaming

A regra é clara: ninguém sai de casa. As próximas semanas devem ter uma alta expressiva nos casos de Covid-19 no Brasil. Tal fato deve sobrecarregar o sistema hospitalar do País. Aqui, nós seguimos o que médicos e cientistas informam. Portanto, para ajudar vocês nesse período complicado, o Blog n’ Roll listou 32 documentários espalhados em vários serviços de streaming sobre punk e hardcore. Alguns estão sem legendas. Quando não for do YouTube, basta clicar em cima do nome do filme, que já abrirá diretamente no aplicativo indicado. Califórnia Brasileira (Amazon Prime Video) Retrato interessante e cuidadoso sobre o cenário punk e hardcore da Baixada Santista, Califórnia Brasileira é um recorte do período que o jornalista e cineasta Wlad Cruz vivenciou entre 1991 e 1999. O cineasta Rodiney Assunção também dirige a produção. Turn It Around – The Story of East Bay Punk (Apple TV) Oakland, Berkeley e outras cidades da East Bay nos renderam grandes nomes do punk rock, como Green Day e Rancid. Aqui, essa história é passada a limpo dos anos 1980 até os dias atuais. A narração é de Iggy Pop. É um dos melhores documentários do gênero. Punk (Globoplay) A série documental resgata a história do movimento punk, trazendo depoimentos de artistas que ajudaram a popularizar o gênero musical, como Iggy Pop, Ramones e Sex Pistols. Punk: Attitude (YouTube) Tomando como base a geração beatnik nos anos 1950, Don Letts revê as últimas décadas para observar de perto esse espírito eternamente rebelde. Dos explosivos anos 1960, chegando à eclosão punk na década seguinte, ele estuda o espírito, a ética, e a fúria do Do It Yourself. Está entre os documentários mais populares. Skinhead Attitude (YouTube) Skinhead Attitude é um documentário do diretor suíço Daniel Schweizer, que apresenta a história do movimento skinhead desde sua origem no final dos anos 60, e um estudo sobre a atual cultura dos diferentes ramos contemporâneos na Europa, Estados Unidos e Canadá, que vai desde os skinhead anti-racistas que simplesmente amam a música e a moda, até os boneheads da extrema-direita neo-nazista. American Hardcore – A História do Hardcore Punk (YouTube) O filme apresenta alguns pioneiros da cena do hardcore punk em Washington DC, incluindo o Bad Brains, Black Flag, D.O.A., Minor Threat, Minutemen, SSD, e outros. Um dos documentários que melhor retrata a origem do hardcore punk. Punk’s Not Dead (YouTube) O filme alega infiltrar-se em clubes, shoppings, estúdios de gravação americanos, onde pretende mostrar que o punk hardcore e o pop punk estão “prosperando” do ponto de vista americano. Botinada – A Origem do Punk no Brasil (YouTube) Item obrigatório para quem pretende explorar a história do punk rock no Brasil. Trabalho de alto nível desenvolvido por Gastão Moreira, o documentário conta com a participação das figuras centrais do pontapé inicial do punk no Brasil. Subversão em Movimento – A História do Punk em SP (YouTube) O documentário Subversão em Movimento – A História do Punk em SP aborda as quatro décadas de história de músicos que lutaram para conseguir o seu lugar como artista e serem ouvidos. O Fim do Mundo, Enfim – 30 Anos do Festival Punk O Começo do Fim do Mundo (YouTube) Não precisa muito esforço para entender qual foi o grande evento inaugural do punk rock em São Paulo. Aqui, muitas histórias são contadas. Se você já assistiu ao Botinada, aqui pode ser uma boa sequência para complementar. Ótimo para a coleção de documentários digitais. The Epitaph Story (YouTube) A história de uma das gravadoras mais marcantes do punk e hardcore norte-americano contada de forma minuciosa, cuidadosa e cheia de informações ricas sobre o selo. Interessante para entender o punk californiano dos anos 1980, 1990 e 2000. Another State of Mind (YouTube) Documentário feito no verão de 1982, descrevendo a aventura de duas bandas punk, Social Distortion e Youth Brigade, enquanto embarcam em sua primeira turnê internacional. Clássico para os apaixonados por punk rock. Salad Days: A Decade of Punk in Washington DC (YouTube) Apresenta os pioneiros da cena hardcore punk de Washington, D.C. ao longo de uma década (1980-1990) incluindo Minor Threat, Fugazi, Bad Brains, Government Issue, Youth Brigade, Teen Idles, Rites of Spring, entre outros. Guidable: A Verdadeira História do Ratos de Porão (YouTube) Guidable – A Verdadeira História do Ratos de Porão não só une e resgata, em 121 minutos de documentário, diversas gerações de uma das bandas de hardcore mais importantes do cenário mundial que ainda se encontra em atividade, como serve de importante registro audiovisual sobre o movimento punk no país. Punks (YouTube) Documentário que conta o começo do movimento punk no Brasil, que originou bandas como Ratos de Porão e Inocentes. Foi lançado em 1983, com imagens raras e marcantes. Que Esse Grito Não Seja em Vão! Tributo ao Cólera (YouTube) Redson Pozzi foi o líder de uma das mais importantes bandas punks brasileiras, o Cólera. Rodado dias após o seu falecimento, o documentário traz nomes como Clemente, João Gordo, Jão e Antônio Bivar prestando tributo e resgatando lembranças. Cama de Jornal – Breve História do Punk Rock de Conquista (YouTube) Documentário sobre a banda punk rock baiana (Vitória da Conquista) Cama de Jornal mostrando um pouco da cena onde ela está inserida. Inocentes – 30 anos (YouTube) Inocentes 30 Anos é um documentário sobre uma das primeiras e mais importantes bandas de punk do Brasil. O filme relembra a trajetória do Inocentes, revela as histórias dos integrantes e discute o movimento punk sem destruir o sistema. Ariel: Sempre Pelas Ruas (YouTube) Um dos nomes mais importantes do punk rock nacional, Ariel é um dos pioneiros na disseminação de som e cultura punk no Brasil. Vocalista da banda Invasores de Cérebros, ele também já liderou grupos musicais importantes da década de 80, como Restos de Nada, Desequilíbrio e Os Inocentes. Agora, é a vez desse pilar da música punk contar a sua história. Hated: GG Allin & the Murder Junkies (YouTube) Antes de virar o grande diretor de Hollywood com a trilogia Se Beber, Não Case