Quando apareceram em 2013, com o ótimo Entre velhos e pombos, o Asco me surpreendeu pela sonoridade punk trash (que me lembrou bastante OFF! e Cerebral Ballzy) aliada à letras que faziam um ataque mordaz a careta e conservadora sociedade santista. No disco seguinte, Material Excelente, o alvo foi mais amplo e sobrou chinelada para todos os lados.
Seguindo a média de intervalo de dois anos entre cada lançamento e sem nenhum alarde, os caras chegam com No Caminho do Sucesso Total.
Nesse novo disco, o que era sujo, ficou mais sujo e a métrica desconstrutiva das letras ajuda a dar um jeitão deliciosamente anárquico ao som.
No geral, o disco agrega boas músicas ao repertório da banda, não faz feio de jeito nenhum perante aos dois anteriores e mesmo tendo sido gravado com um novo baterista, não perdeu a essência e fecha muito bem como uma trilogia.
Meus destaques vão para Decepção, Afie o seu Canivete e Não vou mais aturar, principalmente pelo potencial de “hits” dentro do repertório da banda, por apresentarem bons refrões punks, que surgem do meio de uma massa suja de guitarras, baixo, bateria e verborragia desenfreada.
Impossível não notar uma diferença de timbragem da guitarra que nesse é mais puxada para o som limpo e que se por um lado acrescentou uma sonoridade mais “cool” ao som da banda, por outro a falta de peso no timbre do baixo não favoreceu tanto. No entanto, nada disso compromete o trabalho que a banda fez.
É o bom (e nada velho) Asco, acido como sempre e destilando ódio e bom humor sem tomar partido de posição política nenhuma em sete faixas e impressionantes dez minutos.
