JUNIOR BATISTA
Se você conheceu a banda Strike no início da década 2000, com aquela batida bem punk rock e letras adolescentes, esqueça. Os rapazes amadureceram e estão lançando um novo álbum todo repaginado, Collab, que traz mensagens positivas, luz e passa raspando pela religião. O que pode ser conferido neste sábado, às 22h, na Capital Disco, em Santos.
“Nós demos uma polida na mensagem. Assim como nós, ela também evoluiu”, diz Marcelo Mancini, vocal do grupo.
Mesmo citando Deus em alguns faixas e gravado uma delas com Rodolfo Abrantes (ex-Raimundos e que agora é evangélico), o músico reforça que a Strike não se tornou uma banda gospel. “Não temos preconceito com nenhuma religião. Cada um do grupo tem a sua. Eu rezo muito para Deus, mas não é isso. Estamos só evoluindo e não dá mais para falar de temas adolescentes. Nós não somos mais jovens”, explica.
Mancini reforça que as músicas fluíram naturalmente e foram feitas antes da parceria com Abrantes e que as influências pesaram. “O reggae e o hip hop sempre estiveram com a gente. Ouvíamos também”.
Na hora de montar o álbum, o grupo buscou um trabalho bem autoral, tanto que as faixas continuam sendo deles. No estúdio, o novo estilo fluiu naturalmente. Questionado se isso não assustaria aos fãs, o vocalista explica que o mais importante é a essência. “A última coisa que você pensa é que tem que agradar. Você tem que fazer o que gosta e ser o mais transparente possível com seu público”. Mesmo assim, ele garante que só tem recebido elogios.
O novo trabalho tem influência de Bruno Graveto (novo integrante, ex-Charlie Brown Jr ex-A Banca). “Este quarto álbum tem uma pegada mais praiana mesmo”. O foco foi mesmo sair da zona de conforto.
O álbum foi todo feito num novo estúdio, que eles mesmos montaram em São Paulo. “Desde a composição à produção e a gravação, tudo foi feito por nós”. E tem participações de Flora Mattos, Natiruts e Planta e Raiz, de quem são amigos.
Show
No show, o passado fica mais de lado e o foco são as músicas novas. “Essa mudança é definitiva”, reforça. Porém, ele garante que a essência continua. “Somos nós, porém sem aquele descompromisso. Todos nós evoluímos espiritualmente e estamos cuidando mais da alma e não só do material”.
Depois, o grupo pretende lançar um DVD neste novo formato, mas ainda não sabe ao certo quando. “Estamos estudando”, explica Mancini.
Cenário
Para o artista, o rock foi sumindo das rádios e das emissoras graças às próprias bandas, que apostaram no que estava na moda e esqueceram do conteúdo. “Você tem uma linha que separa bem o que era produzido e o que foi feito para a massa. Essa coisa de roupas coloridas, franjinhas etc… Tudo isso não deu certo porque era muito superficial. O nível piorou, não houve evolução”.
Ainda segundo ele, a juventude que ouvia rock aos poucos foi migrando para o sertanejo e o gênero foi, cada vez mais, perdendo espaço.
Serviço – Apresentação neste sábado, às 19h (abertura da casa) na Capital Disco, em Santos. O grupo lança o álbum Collab. Na mesma noite tem Costa Gold. Os ingressos custam de R$ 30,00 a R$ 60,00. O endereço é Av. General Francisco Glicério, 206.
