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Entrevista | Kaiser Chiefs – “É fácil se tornar saudosista depois dos 40”

Um dos principais nomes do indie inglês há quase 20 anos, o Kaiser Chiefs quer as pistas de dança. Após apresentar How 2 Dance e Jealousy, os músicos parecem dispostos a trabalhar em algo bem dançante.

As duas canções estarão no oitavo álbum da banda, ainda sem nome, sucessor de Duck! (2019), com produção de Amir Amor (Rudimental) e Lewis Thompson (Becky Hill, Joel Corry, Tom Grennan).

Para adiantar um pouco sobre o novo álbum, o baixista Simon Rix conversou com o Blog n’ Roll, via Zoom, sobre o que os fãs podem esperar, além dos altos e baixos da carreira do grupo.

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Jealousy chega com potencial para ser um hit do novo álbum, certo? Dançante, vibrante e refrão que fica na cabeça…

Simon Rix: Espero que sim. Desde que ouvi a música pela primeira vez, ainda não estava finalizada, eu sempre quis que ela entrasse no álbum, e fosse um single. Pois é uma música que fica na cabeça, é curta, o que gosto, tem elementos bons, ao vivo é mais rock, mais punk, com uma melodia pop. Acho que tem algo nela que me parece que é uma das músicas que pode ser um hit.

As primeiras amostras do novo álbum do Kaiser Chiefs parecem bem dançantes e animadas. Isso é uma boa pista sobre o disco?

Simon Rix: Acho que o álbum é uma mistura, apesar de ser produzido apenas por uma pessoa, Amir Amor, do Rudimental. Acho que a produção do álbum no geral é mais limpa, mais minimalista do que alguns álbuns do Kaiser Chiefs, que são com mais elementos.

Acho bom fazer algo diferente. Entretanto, terão coisas normais do Kaiser, coisas de rock, algumas músicas são mais delicadas. Basicamente será um bom álbum pois tem os singles que precisa para fazer sucesso, coisas que os fãs vão gostar, e tem coisas que são as minhas preferidas, mais experimentais. Tem que ter um equilíbrio.

Quando o álbum completo será lançado?

Simon Rix: O lançamento deve ser no começo de 2024, está basicamente finalizado. Depende apenas de coisas administrativas chatas, coisas que estão além de mim.

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Como foi a produção desse álbum? O que você pode adiantar sobre a preparação e a chegada dele?

Simon Rix: É um pouco diferente. Geralmente escrevemos muitas músicas e vamos gravar com um produtor no estúdio, e em algumas semanas o álbum sai. Dessa vez, nós íamos fazer um Greatest Hits e colocar uma três músicas inéditas apenas. Mas no estúdio começamos a gostar de produzir com Amir, e decidimos fazer um álbum de inéditas.

Começou com duas músicas, paramos para compor coisas novas, gravamos, paramos novamente para compor, depois voltamos. Gravamos um pouco no estúdio da casa do Amir, no da minha casa. Achei isso legal, de gravar em diferentes lugares, é diferente de ir para um estúdio super caro, desse jeito é mais fácil e barato, mais acessível.

Pretendem manter essa dinâmica nos próximos álbuns?

Simon Rix: Acredito que para os próximos álbuns essa dinâmica vai depender do produtor, pois Amir é bem ocupado, que foi a razão pela qual fizemos as músicas em partes, mandando a linha de baixo de uma música, de bateria de outra, montando mais devagar. Ainda acho que a ideia de uma banda ir para uma sala, tocar juntos, deve ser o coração da coisa, mas a possibilidade de fazer deste modo é interessante.

Como vocês lidam com os altos e baixos da carreira? Quais lições tiram disso?

Simon Rix: Acho que manter uma banda por 20 anos é sobre compromisso, conhecer bem uns aos outros, aceitar os outros, assim como em um relacionamento. O importante é aprender a ouvir, pois quando é jovem você tem uma ideia e vai fazer. Então, no começo nós tínhamos muita energia, mas com o tempo não queríamos continuar fazendo a mesma coisa. Aprendemos a ouvir mais as pessoas, continuar ouvindo mais música.

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Quando se passa dos 40 é fácil se tornar saudosista, então é preciso manter os ouvidos frescos para novos sons. Nós lançamos um disco a cada três anos, acho, já as gravadoras lançam um toda semana, todo mês, então novas ideias, novos produtores surgem.

Não queremos começar a escrever músicas para o algoritmo, é como as coisas funcionam hoje em dia. Levando tudo isso em conta, acho que não nos mantivemos relevantes fazendo colaborações, nos mantivemos ouvindo novos artistas, e sempre ouvindo uns aos outros, os Kaisers.

E como estão os planos para shows? Pretendem excursionar em breve? Brasil está na rota?

Simon Rix: Não temos tantos shows agora, tivemos um show em novembro, 6 meses atrás, foi o último show. Temos um show para caridade essa semana, para 500 pessoas. Estou animado para isso, sempre gosto, é divertido se reunir com um grupo de pessoas e fazer música.

Não temos planos no momento, mas sempre temos bons momentos no Brasil, sempre uma ótima resposta do público, sempre amamos ir.

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