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Clemente Ruiz / Blink-182

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Blink-182 estreia no Brasil com show memorável e cheio de hits

Foram 30 anos de espera, mas o Blink-182 veio ao Brasil pela primeira vez. Muita coisa mudou em três décadas. Travis Barker quase morreu em um acidente aéreo, Mark Hoppus lutou contra um câncer agressivo, enquanto Tom DeLonge precisou se afastar para dedicar ao seu trabalho com Ovnis.

No entanto, a essência do Blink foi mantida. Da sonoridade com o pé no punk rock, mas passeando por outras subvertentes, até o humor de quinta série, presente desde os tempos de M&Ms e Carousel, período pré Enema of the State.

Agora é engraçado ver a criançada querendo cancelar a banda em função das piadas no palco do Lollapalooza, na última sexta-feira (22). É tão estúpido como bolsonaristas reclamando de Roger Waters no Allianz Parque ou “punks de direita” xingando Ratos de Porão e Garotos Podres nas redes sociais.

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“Nosso palco está como nossas mulheres. Precisam vir pessoas aqui para secar tudo de tão molhado que está”, brincou Mark, enquanto funcionários do festival passam rodos para tirar a água do palco, fortemente atingido pela chuva.

É sempre importante conhecer bem os seus ídolos para não fazer lacração inútil nas redes sociais ou na imprensa. Aliás, enquanto cancelavam o Blink-182 pelas piadas de quinta série, exaltavam o Arcade Fire, que teve seu vocalista, Win Butler, acusado de agredir sexualmente três mulheres.

Instagram / Blink-182

Repertório forte, além da polêmica

Mas voltando ao show, o Blink-182, com a sua formação mais clássica, entregou tudo que os fãs do Brasil queriam: hits do início ao fim, boas doses do novo álbum, o ótimo One More Time, presença de palco impressionante, além das já conhecidas piadas de cunho sexual. 

Claro que para os mais saudosistas, que aguardavam a banda há três décadas, ausências como M&Ms, Carousel, Josie, Pathetic, Adam’s Song, Mutt, Give Me One Good Reason, Everytime I Look for You, entre tantas outras, fizeram falta. Mas é impossível condensar 30 anos em 1h30. E todos já sabiam disso.

Em resumo, a escolha foi muito justa. Foram seis faixas de One More Time (2023), seis do Take Off Your Pants and Jacket (2001), cinco do Blink‐182 (2003), cinco do Enema of the State (1999). California (2016), Dude Ranch (1997), Neighborhoods (2011) e The Mark, Tom, and Travis Show (2000) tiveram uma faixa cada elencada para o set.

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Diferentemente do show do Offspring, os celulares venceram. Aqui, muita gente ficou com o braço erguido para registrar o Blink-182, mesmo sabendo que o show logo cai no torrent e YouTube com a qualidade da transmissão da Globoplay.

Instagram / Blink-182

Pontos memoráveis do Blink-182 no Brasil

Vale destacar alguns pontos memoráveis do show. More Than You Know, Edging e Dance With Me, todas do One More Time, vieram em sequência, mostrando a força na renovação do set. Os gritos de Ole, Ole, Ole não vão sair da cabeça tão cedo.

Happy Holidays, You Bastard com labaredas de fogo no palco chamam bastante a atenção, antecedendo um momento raro: Travis Barker cantando Fuck Face, também do novo álbum.

Stay Together for the Kids com milhares de celulares levantados com a lanterna ligada emocionou muita gente.

Entre um hit e outro, mais brincadeiras dos integrantes, mas sem conotação sexual. Mark pediu “palmas para o Tom por não ter saído da banda”. O guitarrista retornou ao Blink-182 em 2022 depois de sair em 2015 porque queria “focar em outras atividades fora do mundo da música”.

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Instagram / Blink-182

Em outro momento, Mark ainda brincou com o Beatles. “Blink-182 é melhor que os Beatles. Quem diabos foram os Beatles?”. Espero que ninguém tenha sido ofendido com isso.

Ou quando brincou sobre a ausência do Blink-182 no Brasil em outras turnês. “Demoramos 30 anos para tocar aqui… foi o tempo que levou para vocês mostrarem que valia à pena”, brincou Mark.

Mais momentos importantes

Bored to Death, da fase com Matt Skiba no lugar de Tom, também foi memorável. A música tem uma mensagem muito linda: Life is too short to last long (a vida é curta demais para durar muito tempo, na tradução literal). O que prova que a banda sabe falar sério também, apesar dos críticos de plantão.

I Miss You garantiu um dos melhores sing-along do festival. Não à toa, aqui Tom DeLonge já transparecia sua emoção, algo que ficou ainda mais evidente ao término do show.

Always no lugar de Turpentine foi a melhor substituição possível. Saiu uma canção não tão forte do novo álbum, entrou mais um hit tão aguardado pelos fãs. 

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A reta final, com What’s My Age Again?, First Date, All the Small Things e Dammit, garantiu a apoteose do público. Ali foi para colocar o Autódromo abaixo, os maiores sucessos em sequência.

Após uma breve ausência no palco, o trio retornou com a balada One More Time para encerrar o show. A terapia em grupo em forma de canção serviu para mostrar que os três estão realmente empenhados em seguir com essa dedicação na próxima turnê, que leva o nome do novo álbum e tem início em breve. Que o Blink-182 retorne ao Brasil, fora de festival, por favor. Um show para fãs apenas.

Instagram / Blink-182

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