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Best of Blues and Rock

Entrevista | Gary Cherone (Extreme) – “A música é maior do que a banda”

Atração do primeiro dia do Best of Blues and Rock, que acontece na plateia externa do Auditório Ibirapuera, em São Paulo, nesta sexta (2), sábado (3) e domingo (4), o Extreme coloca fim ao hiato de oito anos sem apresentações no Brasil. O grupo veio ao país em 1992 e 2015.

O vocalista Gary Cherone conversou com o Blog n’ Roll, via Zoom, sobre a apresentação, o hit More Than Words e as lembranças sobre o Brasil. Confira mais abaixo.

Formado por Gary Cherone (voz), Nuno Bettencourt (guitarra), Pat Badger (baixo) e Kevin Figueiredo (bateria), o Extreme vem ao Brasil com um repertório repleto de clássicos, como More Than Words, Mother e Kid Ego. A apresentação também pode contar com alguns dos singles do disco Six, que será lançado em 9 de junho.

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Recentemente, a banda viu uma faixa do primeiro álbum, Play With Me, entrar na trilha sonora da quarta temporada de Stranger Things. A faixa, aliás, também marcou presença em um dos filmes da franquia Bill & Ted e no game Guitar Hero Encore: Rocks the 80’s.

Os ingressos do festival podem ser adquiridos a partir de R$ 450,00 com parcelamento em até dez vezes pelo site da Eventim ou na bilheteria do Estádio do Morumbi (nesse último, sem taxa de conveniência).

Os fãs contam com a opção Combo Promocional, que dá direito a assistir aos três dias do festival. Também está disponível para todo o público a Entrada Social, mediante a entrega de um agasalho na entrada do evento, destinado à Instituição Cruz Vermelha de São Paulo.

No próximo dia 9, o Extreme lança o álbum Six. O que os fãs podem esperar desse trabalho?

Um tão esperado disco do Extreme, estamos animados. Acabamos de lançar três clipes de singles, que são músicas de rock agressivo. Acredito que os fãs, alguns, vão se sentir surpresos, talvez não, no sentido de que esperam algo eclético, com várias mudanças ao longo do álbum, um pouco de pop, algumas baladas mais calmas.

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Acho que os fãs do Extreme estão acostumados a esperar pelo inesperado. Estamos muito animados e orgulhosos do novo material, mal podemos esperar para lançar.

Como foi o processo de produção desse álbum?

Gravamos ao longo dos últimos anos. Nuno tem um estúdio em Los Angeles, então íamos lá, gravei os vocais, e a banda gravava a percussão. Às vezes, Nuno e eu escrevíamos quando estávamos na costa leste, em Boston. Mas o processo foi frustrante em alguns momentos devido ao covid. No entanto, passamos por isso, e acho que escrevemos boas músicas para o álbum.

Tem espaço para algum rock ballad também?

Claro, Other Side Of The Rainbow acredito que seja uma das melhores músicas do disco, é um clássico pop do Extreme. Tem também uma linda e calma balada chamada Hurricane, que é apenas o violão do Nuno e traz as harmonias da banda.

Por fim, tem outra música, Small Town Beautiful, que meio que me lembra, talvez não lembre outras pessoas, mas algo que Cheap Trick faria. Pode ser quase uma música country. Esses são alguns dos momentos mais tranquilos no disco.

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Pretendem incluir essas canções no set do Brasil? Como equilibrar o repertório com os grandes hits e as canções novas?

Sim, geralmente nos festivais queremos tocar todas as músicas que as pessoas conhecem, alguns materiais antigos, como Kid Ego, Mother, Get The Funk Out, More Than Words. Mas com o novo disco queremos tocar talvez duas ou três músicas novas. Acho que como estão com clipes aí, elas serão reconhecidas.

É um desafio complexo para vocês esse equilíbrio no set?

Acredito que sim, esta é uma boa pergunta. Quando estamos em turnê, estamos tocando para os nossos fãs, mas quando estamos em um festival tocando para um público geral, ao lado de várias bandas, há provavelmente mais pessoas que nunca te viram, e você quer focar no material que as pessoas conhecem, para pegar a atenção delas.

São quase 33 anos de More Than Words e essa canção continua emocionando tanto quanto na época do seu lançamento. Como é sua relação com a música?

É tão velha assim? More Than Words é especial para nós, é a música que nos apresentou ao mundo. Houve um tempo, nos anos 1990, que cansamos de cantar ela, pois as pessoas conheciam apenas ela ao invés das outras músicas. Mas com o passar dos anos, sempre que tocamos, a plateia toma conta e canta. Eu e Nuno apenas sorrimos, deixamos o microfone apontado para eles, pois eles tomam conta do momento, vira um dueto entre eu, Nuno e a plateia.

Nós apreciamos o que essa música fez, a relação que tem com o público. Se não tocarmos, o público ficaria chateado, com razão, então nós tocamos, temos orgulho dela.

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Você recorda como surgiu More Than Words? Como foi o momento de compor ela com o Nuno?

Nuno morava na minha casa na época, ele dormia no sofá. Escrevíamos música durante o dia, ensaiávamos à noite. E lembro dele tocando a introdução na minha varanda. Na época, achávamos que era algo bom, fui até o quarto da minha mãe e comecei a escrever a letra.

Então, quando escrevemos, achávamos que era outra música, talvez melhor do que outra, uma boa música, mas nunca pensamos que se tornaria o que se tornou. A música é maior do que a banda, as pessoas conhecem a música, mas não sabem o nome da banda.

Nos anos 1990, quando o Extreme estourou, o rock tinha um apelo comercial muito maior. Qual foi o diferencial para isso funcionar?

Certo, um tempo atrás nossa música era tendência, você tinha a MTV, apoio do rádio e tudo isso nas turnês. Tudo passa, tudo muda, agora vivemos em uma era que isso não existe, mas outras coisas existem, como a internet. Podemos conversar pela internet, nossa música pode ser gravada e lançada no mesmo dia. Não precisa mais de gravadoras para isso.

O que as bandas têm hoje é acesso à novas tecnologias. É diferente e tem mais música por aí, então tem que passar por todo o barulho que te atinge, mas o Extreme tem muita sorte, temos uma base de fãs, vídeos que estamos soltando, alguns foram virais, e tudo isso somado a novos caminhos para lançar músicas.

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Quais são os três discos que mais te influenciaram como músico? Por que?

O primeiro é do Queen, Queen II. Quando eu e Nuno nos conhecemos, falamos desse disco, foi fundamental.

Acho que o Quadrophenia, do The Who, foi muito importante para mim como compositor.

E acho que, provavelmente, Toys in the Attic, do Aerosmith. Eu era uma criança e era doido pelo Steven Tyler e o Joe Perry, era tudo que escutava, enlouquecia a minha mãe.

Poderia listar mais coisas que ouvi enquanto crescia, The Wall, do Pink Floyd, Madman Across the Water, do Elton John, Diamond Dogs, do Bowie, Exile On Main Street, do Rolling Stones. Viu? Não consigo parar.

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