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Entrevista | Lucy Dacus – “Encorajaria qualquer um a se sentir capaz”

Atualmente em turnê pelo Reino Unido, com shows sold out, Lucy Dacus excursionará pela Oceania e América do Norte, ambos os continentes com várias datas esgotadas também.

A cantora norte-americana Lucy Dacus vive um momento especial. Integrante do supergrupo indie boygenius, com Phoebe Bridgers e Julien Baker, Lucy Dacus segue colhendo os frutos do elogiado álbum Home Video, lançado no ano passado. Mas já está na estrada com som novo, Kissing Lessons, divulgado recentemente.

Atualmente em turnê pelo Reino Unido, com shows sold out, Lucy Dacus excursionará pela Oceania e América do Norte, ambos os continentes com várias datas esgotadas também.

Em entrevista ao Blog n’ Roll, Lucy Dacus comentou um pouco sobre o momento, lançamentos, inspirações e projetos futuros. Confira abaixo.

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Após o elogiado álbum Home Video, você retornou com um ótimo single, Kissing Lessons. Você está trabalhando em um álbum novo?

Não exatamente, entretanto sim. Estou sempre trabalhando em novas músicas. Geralmente quando realizo o lançamento de um disco, o próximo já tem quase todas as suas músicas escritas. Então, estou sempre compondo, mas ainda não gravei nada.

Essa canção foi pensada originalmente para o Home Video?

Foi a primeira música que escrevi para Home Video. Na época em que terminamos o álbum, o que sobrou parecia mais coeso e similar entre si, e esta se destacou das outras, soando mais como minhas antigas músicas.

Fiquei feliz que foi lançada, era a favorita dos meus amigos que produziram o disco comigo. Contente que ela teve um videoclipe bonitinho, e é como uma doce e curta música pop que gostei, mas apenas não se encaixava no disco.

O que te inspirou a compor Kissing Lessons?

Estava falando com amigos sobre as primeiras memórias que temos de nós fazendo algo considerado gay. Lembro de praticar beijos com minha amiga Rachel, e todos falaram nossa, eu também fiz isso. E não havia o pensamento que éramos gays, estávamos praticando para os futuros homens de nossas vidas, mas era nossa atividade preferida de ser fazer.

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Acho que essa experiência é, de algum jeito, universal, ou pelo menos, relacionável para algumas pessoas.

Você está em uma turnê pelo Reino Unido e em breve estará na América do Norte, Europa e Reino Unido. Como está a expectativa?

Sim, não tive shows durante a maior parte do covid. Tivemos nossa primeira turnê de longa duração em setembro e outubro, e foi ótimo, estou muito feliz de voltar, e acabei de terminar uma turnê faz poucos dias.

Os shows são tão especiais, as pessoas claramente sentiram falta disso, e também é interessante ver pessoas mais novas vindo aos shows. Sinto que para alguns é o primeiro show que eles já foram, então a energia é especial.

Também notei que as pessoas estão usando roupas muito bonitas, tratando como uma grande ocasião, o que é muito legal, sentir que meu show é uma ocasião especial para alguém. Então, sem reclamações, fora o fato do covid ainda existir.

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Aliás, por falar em turnê, o Brasil está nos planos?

Venho querendo visitar o Brasil há muito tempo, e recebo várias mensagens de “Venha ao Brasil”. Peço muito para que isso aconteça, então espero que se concretize em breve.

O que vem à mente quando pensa no Brasil?

Tenho um amigo que cresceu no Brasil, que me contou quão boa a comida é, quão bonita a natureza é, sobre a variedade das cidades. É um lugar tão grande, imagino que tenho de tudo, e também tenho a sensação de um povo amistoso, de um jeito despretensioso. Não sei, nunca visitei, e só conhecia brasileiros nos EUA, mas parece ser uma experiência muito pra frente e honesta.

O que te levou para a música? Teve influência em casa?

Meu pai toca violão, e minha mãe é professora de música de ensino fundamental. Ela toca piano na igreja e no teatro, então sempre fui inspirada pela música.

Um pouco de gospel, mas acho que mais a música do teatro do que a música da igreja, me ensinaram mais a compor. Pois toda música em um musical tem que movimentar a história adiante, e tudo tem que ser muito comunicativo.

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Você consegue listar três álbuns que te impactaram na carreira?

Ziggy Stardust, do David Bowie, Purple Rain, do Prince, além do A Record, da Lauren Stevenson. Ela é uma compositora, que descobri durante o ensino médio, e me fez sentir que poderia fazer minha própria música.

Você enxerga semelhanças entre seus três álbuns de estúdio?

Sinto que a similaridade é que em todos eles estou tentando me entender dentro do mundo ao meu redor. Basicamente recapitulando as histórias da minha vida. Eu espero que eles sejam diferentes, não gostaria de ter feito a mesma coisa repetidamente.

Acho que se o compositor tentar manter um núcleo sobre o que escreve, terá que escolher perguntas que nunca serão respondidas, terá que trabalhar na resposta de algo que nunca será um veredito, pois assim terá milhares de respostas.

Qual é a fórmula para liberar um trabalho tão consistente como Home Video?

Não sei, eu não sei se a culpa é minha. Fico feliz que as pessoas achem as músicas boas, mas em relação ao destaque, acho que se deve a outras pessoas, aos meus fãs, por mostrarem as músicas para outras pessoas, ao meu assessor, por achar pessoas que entendem para escrever sobre.

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Se tem algo que posso tomar crédito é o fato de me propor a ser honesta, pois as pessoas respondem muito bem à honestidade e vulnerabilidade. Eu encorajaria qualquer um a se sentir capaz, se abrir desta forma.

Além do seu trabalho solo, você também faz parte do Boygenius, um projeto com Phoebe Bridgers e Julien Baker. Como é a relação entre vocês? Vocês já se conheciam?

Julien estava em turnê pelo seu primeiro disco, e abri para ela em um show, Phoebe em outro. Então ambas começamos a falar com ela, e ela falava sobre nós, uma pra outra, e terminamos sendo amigas e fazendo essa banda.

Ainda conversamos o tempo todo, na verdade, acabei de receber uma mensagem delas durante a entrevista. Elas são muito especiais pra mim, e não tenho nenhum outro relacionamento assim, onde somos amigas e co-compositoras, e elas são as cabeças das próprias bandas, nossas experiências são bem paralelas.

Planejam lançar mais sons juntos?

Sem planos, mas todas esperamos que isso aconteça no futuro.

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Você acredita que a música pode ter uma força no sentido de apoiar as pessoas em um momento tão difícil, com pandemia e guerras?

Acredito que a música é muitas vezes uma forma de terapia, e não importa o que aconteça no mundo. Sempre haverá músicas que devem cumprir uma espécie de função, especialmente quando em tempos difíceis, e você é abalado por notícias ruins. Você precisa achar pacotes de prazer, de simplicidade, e a música pode ser uma porta para esses sentimentos. Acho que a música pode ser muito importante para lidar com o dia a dia.

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