Cayarí apresenta novo EP Afluir em turnê repleta de shows

A cantora e compositora Cayarí está pronta para levar o público para uma viagem musical única com o seu aclamado EP Afluir. Este projeto representa não apenas uma expressão musical vibrante, mas também uma fusão de influências culturais que ecoam as raízes brasileiras. A artista tem realizado shows para divulgar o trabalho que estará nas plataformas digitais, em breve. Com produção de Amleto Barboni, direção artística e projeto musical de Renato Salzano, o novo EP de Cayarí é uma exploração sonora que nos convida a seguir o fluxo da vida, assim como um rio segue seu curso natural em direção ao mar. Com quatro faixas cativantes – Semeando Gratidão, Olhos Vendados, Não me Olhe Assim e Tudo vai Melhorar – o EP transita por gêneros musicais diversos, incluindo MPB, hip hop, axé, reggae e soul. Afluir é um reflexo autêntico de sua jornada musical diversificada e conexão com a ancestralidade indígena. Combinando elementos culturais e sonoros da Bahia com uma expressão artística única, Cayarí convida o público a mergulhar na beleza e na riqueza de seu trabalho. Esse é apenas o começo de uma carreira que promete continuar firme e forte, como as raízes de uma árvore nas matas da Amazônia. Recentemente, Cayarí cantou as músicas do seu novo EP no SESC Ipiranga, no Breaking Ibirá – Parque Ibirapuera, Fiesta ¿¡KeLoKe!? no Enoks Cultural com o Dj Bracho e Delapaz. “Quero que as pessoas tenham a experiência de se conectar e sentir as músicas do meu EP nos meus shows para depois desfrutarem deles nas plataformas digitais. O meu desejo é que todos consigam imergir nesse trabalho para afluir por completo ao conceito do EP. Vou fazer mistério para a data de lançamento, mas já publiquei alguns trechos das canções nas minhas redes sociais, quem quiser pode conferir lá”, concluiu a artista. A jornada musical e artística de Cayarí Nascida em Vitória da Conquista, na Bahia, a cantora começou sua jornada musical aos nove anos, revelando um dom natural para cantar e compor. Sua trajetória incluiu a formação de sua primeira banda, em 2011, onde mergulhou em músicas cover, pavimentando o caminho para futuros projetos. Em 2014, se aprofundou no mundo do rap, influenciada por um amplo repertório musical que abrangia rock, soul, R&B e pop. Esse período enriqueceu seu conhecimento e técnica, permitindo-lhe compor em três idiomas: português, inglês e patxohã, uma homenagem à sua ascendência indígena. Em 2018 com o crescimento de sua carreira Cayarí se mudou para São Paulo, destacando-se em pocket shows em Batalhas de Rima. No ano seguinte, além das performances, participou de projetos com artistas renomados da cena da capital. 2020 foi marcado por colaborações na música, fotografia e marcas da cultura underground. Durante a pandemia, adaptou-se, realizando lives no YouTube, Facebook e Instagram, além de conduzir um programa semanal de entrevistas no seu Instagram. O nome artístico Cayarí vem da conexão com a cultura indígena e elementos da natureza, incorporando cocares, colares, brincos, grafismos e pulseiras produzidos por artistas indígenas de várias etnias. 2022 e 2023: um período de crescimento e realizações De 2022 para cá, Cayarí continuou a expandir sua carreira, tanto como cantora quanto como atriz, atuando em algumas produções. Além disso, sua música encontrou seu caminho para trilhas sonoras de projetos cinematográficos. Ela também participou de eventos de grande destaque, incluindo o Mundo Sol Festival, o Festival Indígena de Bertioga, o Acampamento Terra Livre em Brasília e o Aragwaksã Pataxó em Porto Seguro. Recentemente, Cayarí se tornou embaixadora da plataforma de metaverso octaEra, conectando usuários a povos indígenas globalmente.

Ícone do rap nos anos 1990, Coolio morre aos 59

O rapper norte-americano Coolio, conhecido pelo hit Gangsta’s Paradise, morreu nesta quarta-feira (28) aos 59 anos. A possível causa da morte é uma parada cardíaca. De acordo com o TMZ, Coolio estava na casa de um amigo quando faleceu. Empresário de longa data do astro, Jarez afirmou ao site que o rapper foi ao banheiro na residência desse conhecido e não retornou. O dono da casa, então, começou a chamá-lo, sem sucesso. Ao abrir a porta, encontrou Coolio caído no chão. Artis Leon Ivey Jr., mundialmente conhecido como Coolio, foi um dos grandes nomes da geração de ouro do rap americano dos anos 1990. O astro chegou à cena de Los Angeles ainda na década de 1980, mas estourou internacionalmente só em 1995, com o hit Gangsta’s Paradise. A canção, uma das mais tocadas da década, foi trilha do filme Mentes Perigosas, do mesmo ano, que tinha Michelle Pfeiffer como principal estrela. O hit chegou instantaneamente ao topo das paradas, onde permaneceu por cerca de três semanas. Outros títulos marcantes de Coolio são Fantastic Voyage, 1,2,3,4 (Sumpin’ New) e It’s All the Way Live (Now).

Lost Boy: novo single de Sv7urno apresenta a alma do artista nos versos

O novo single do rapper Sv7urno, Lost Boy, tem um beat produzido pela Cabine 808 e traz a essência de um artista que retrata seus sentimentos nas letras. O videoclipe foi uma produção realizada entre uma parceria da produtora audiovisual Maresias TV e a Huracán Filmes. O clipe está no canal do artista no YouTube e foi gravado no bairro Porto Novo, nas proximidades do Rio Juqueriquerê, em Caraguatatuba. Para Sv7urno, este é o tipo de música que pode transformar a carreira dele, através da sinceridade, autonomia e representatividade que transmite na letra desta canção. O fato mais interessante dessa canção é que ela foi produzida em setembro de 2019 e o vídeo gravado durante julho do ano passado. O artista relatou que definiu anunciar o lançamento só agora por conta da reformulação do canal, redes sociais e plataformas de streamings dele. A intenção do artista com esta nova faixa é fazer com que as pessoas compreendam as inúmeras facetas do verdadeiro Svturno e do trabalho dele. A história do Lost Boy O mais novo trabalho de Sv7urno surgiu em meio ao afastamento do rapper do lar em que vivia com a mãe. Na época, Sv7urno estava morando nos em uma república. O artista vivia sentindo crises de ansiedade e se via perdido por vários motivos relacionados a situação da vida dele. “Escrevi esta faixa em 20 minutos, enquanto o Diogo Masthifi finalizava o instrumental no estúdio. Tudo nesta track é de verdade, cada linha, cada verso, cada sorriso e cada choro, esse é o Saturno, e este sou eu!”, explicou o rapper. De acordo com Sv7urno, após esta música, ele não se perde mais e finalmente descobriu o que ele quer para ser: “Ele mesmo”. “Não vou me apoiar em personagens pra ser alguém e nem basear o meu sucesso em bens materiais, para de fato ser alguém na vida. Não preciso me apoiar em nada que vá me fazer infeliz pra ser alguém, mais do que sou hoje. Lostboy é a criança que perguntou o porquê de ter que estudar tanto ‘para ser alguém na vida’, LostBoy é o Wesles Santos, LostBoy é o Sv7urno”, concluiu o cantor. Esta é a mensagem que Sv7urno deixa para todos refletirem sobre aonde estamos e porque fazemos tudo em prol de algo que, às vezes, nem foi determinado por nós mesmos. Então, todos somos “Lost Boys”, “Lost Girls” “Lost LGBTQIA+. Redes sociais e streamings do artista: Spotify SV7URNO, twitter/Instagram @sv7urno e YouTube.

Rapper Santista, Augusto Pakko divulga a faixa 157; veja o clipe

O rapper santista Augusto Pakko divulgou nesta quarta-feira (17) o single 157, o primeiro de sua mixtape, que será lançada neste sábado (20). Ademais, a faixa veio acompanhada de um clipe. Na produção, o artista expõe o cotidiano violento vivido por diversos jovens negros que moram em periferias pelo Brasil. Em resumo, todo o elenco do clipe é composto por pessoas negras. Para o músico, a faixa traz a tona um grito para o fim da desigualdade. “Mostra que todos estão unidos e cansados de tanto preconceito… Com um sentimento de revanche, de reviravolta e principalmente de resistência”. Para a mixtape, Augusto escolheu o D’ASSALTO como título. Segundo Pakko, o nome representa como ele é visto por uma parcela da sociedade todos os dias quando sai de casa. “Sou visto como um suspeito ou alguém que é uma ameaça, por isso decidi vestir este estereotipo e é como se eu quisesse tomar de assalto tudo aquilo que eles me tiraram”.

Conheça Wescritor, o rapper tupinambá na Baixada Santista

Weslley Amaral dos Santos, o Wescritor, tem 24 anos e é um tupinambá na Baixada Santista. O rapper aborda pautas indígenas e reverbera ancestralidade nas rimas. Transita entre letras de resistência, reflexivas, sobre amor e sentimentos. Nascido e criado em São Vicente, aos 18 anos mudou-se para Santos, onde mora atualmente.  O artista se jogou de cabeça no mundo da música em 2019 e desde então, além de singles, coleciona os seguintes trabalhos solo: EP Corpos Laranjas, Mixtape T.R.A.P, Mixtape Comunicação e o EP Dela.  Além da qualidade dos sons, Wescritor já possui clipes marcantes, como Caos Indígena, Modificado e Exemplo.  As letras dele ecoam forte para o ouvinte, principalmente para quem tem afinidade com a causa indígena. Mas nem sempre ele entendeu de fato sua ancestralidade. O Weslley de 17 anos, até então, não compreendia o significado disso. E só após compreender, foi a virada de chave. Virada de chave Wescritor passou por uma mudança interna intensa em 2019 quando no início do ano visitou a Aldeia Itapoã, Tupinambá de Olivença, onde vive o seu avô, José Ramos Amaral, mais conhecido como Ancião Amaral, de 76 anos. “Eu reconheci o espaço, a história, a vivência e senti na pele o que é a causa”, explica.  O artista comenta que sabia que o avô era indígena, tinha casa na aldeia, mas até então não tinha sido tocado daquela forma pela sua ancestralidade. “Vem mudando meu ser. Você vai olhando pra trás e se conectando, isso vai te fortalecendo no agora e no amanhã”.  Wescritor EP Corpos Laranjas Muito significativo, 2019 foi um ano de grande importância para ele, tanto pela viagem e suas descobertas, quanto para mergulhar dentro de si. Dos três meses que ficou na Bahia, alguns dias e semanas foram dedicados a ficar na aldeia. Daí, surgiram algumas letras do primeiro EP Corpos Laranjas. “Escrevi Caos Indígena, Tupinambá (tanto a poesia quanto o som) a fala do meu vô e captei na aldeia. Resistir também foi lá”.  Ele foi lançando singles ao longo de 2019 até se tornar o EP Corpos Laranjas que foi lançado em 20 de dezembro do mesmo ano. “Foi o primeiro projeto compilado, foi especial, sendo a melhor construção que eu fiz. Consegui investir um dinheiro, ter material profissional. O clipe Caos Indígena foi fluido, foi lindo e rolou da melhor forma, como tinha que ser”.  A produção musical, mixação e masterização de Caos Indígena ficou a cargo de Léo Ost. YBY Festival Ainda em 2019, Wescritor participou do YBY Festival, o festival de música indígena contemporânea do Brasil. “Pra mim é muito sensível o que aconteceu em 2019. Foi muito importante a presença no YBY. Meu avô veio da Bahia para São Paulo assistir. Ele era o ancião mais antigo do festival, foi muito impactante ver ele no palco, honrando todo o povo Tupinambá. Por causa de um movimento que eu fiz… É algo muito forte. A família acredita e eu acredito muito”.     Wescritor Ritmo e Poesia Apesar de ter sido 2019 o ano que Wescritor foi a fundo no rap, ele já tinha contato com o gênero musical e com a poesia.  Desde pequeno ele escuta rock e rap, por influência de seu irmão mais velho e atualmente seu empresário Wallace Amaral, de 30 anos. “Escuto há muito tempo, Racionais e todos os grandes das antigas”.  Ingressou no teatro em 2014, conhecendo a literatura mais a fundo. “Em 2015, comecei a escrever muitas poesias, foram dois anos assim. Me apaixonei pelo Fernando Pessoa, é meu mestre, minha base”, afirma. Na virada de 2017 para 2018, ele começou a experimentar o rap, colocando suas poesias na batida lofi. Passou o ano de 2018 inteiro escrevendo até que em 2019 foi o seu alavanque, se jogando para o mundo da música. Mixtape T. R. A.P (Tem Rap, Amor e Poesia) Lançada em abril de 2020, a Mixtape T. R. A.P (Tem Rap, Amor e Poesia) foi mais sentimental para o artista. A música Modificado rendeu a ele novos ouvintes, tanto que ganhou um clipe. Ele conta que até ficou receoso de expor esse projeto, pensando que poderia ser julgado por estar fazendo algo mais “comercial”. No final das contas, como ele mesmo diz, ampliou o seu trabalho. Sobre a mixtape de sete faixas, ele abre o coração. “Foi um processo muito importante. Eu sempre fui um cara sentimental, amoroso. E surgiu da necessidade íntima de impor meu lado musical, cantado, que fala de amor e envolve corações. Queria que me olhassem e me sentissem dessa forma”.  Mixtape Comunicação Da necessidade de se firmar novamente, Wescritor lançava a Mixtape Comunicação em 7 de dezembro de 2020, com seis faixas. “Surgiu da necessidade de me firmar novamente, trazer o rap de mensagem, sentimental, emocional e também de força. Eu gosto de equilibrar as coisas”.  Desse trabalho, nasceu o clipe de Exemplo e para ele, como o clipe Caos Indígena e Modificado, foi outro marco em sua carreira. Gravado no Centro de São Paulo e em alguns trechos de Santos, em monumentos históricos, o artista quis visibilizar os indígenas em contexto urbano. O clipe foi dirigido pela artista visual Isa Hansen. “Foi algo espiritual, veio a intuição de investir ali, movimentar pessoas. O que Exemplo representa eu vejo como muito explícito. É realista aquela poesia, eu tô falando as palavras na lata. Entender hoje a importância e o significado que está tendo, como a representatividade e a quebra de estereótipo, acompanhar esse retorno é gratificante”. Wescritor EP Dela O mais recente trabalho de Wescritor é o EP Dela, lançado em 29 de março de 2021. As três faixas falam de amor e foram inspiradas em uma pessoa.  “Eu digo que é uma música só. O EP tem um sentimento intenso. Por mais que as faixas variem, elas conversam ao mesmo tempo”. O trabalho foi mixado e masterizado pelo New Hippie, músico, cantor, produtor da Baixada Santista e integrante da banca SOS. A arte ficou a cargo da  artista visual Isa Hansen. SOS Com os artistas Caiqueira e Bia

Afinal, quem é MF DOOM?

Na tarde da última quinta-feira (31) – último dia de um conturbado 2020 – fomos surpreendidos com o anúncio da morte do rapper MF DOOM. Diversos artistas e fãs do músico prestaram suas condolências assim que a notícia foi dada. Contudo, muitas pessoas também não conheciam o trabalho e a carreira do artista. Muitos do internautas que nunca tiveram contato com a discografia de DOOM questionavam as manchetes de sites. “Como pode ser um dos maiores sendo que eu nunca ouvi falar dele?”. É um bom argumento, claro. Ainda assim, mesmo sempre tentando se manter longe do mainstream, o rapper fez por merecer e nos deixa como um dos maiores da história no cenário do hip-hop mundial. MF DOOM Voltando para o dia 9 de janeiro de 1971, nascia em Londres, Daniel Dumile. Filho de pais imigrantes, o garoto se mudou para Nova York ainda muito novo. Aliás, mesmo nunca tendo se naturalizado, Dumile nunca escondeu seu grande amor pela cidade. Sua carreira começou em meados de 1988, quando formou o grupo KMD, junto de DJ Subroc, seu irmão caçula, e Rodan. Na época, Daniel era Zev Love X. O grupo chegou a produzir dois discos em estúdio (Mr Hood e Black Bastards). Infelizmente, puco antes do lançamento do segundo álbum, Subroc morreu após ser atropelado. Black Bastards foi arquivado – tendo sido lançado apenas alguns anos depois – e DOOM retirou-se do cenário do hip-hop. On Doomsday!, ever since the womb ‘til I’m back where my brother went, that’s what my tomb will say MF Doom na faixa Doomsday O rapper chegou a viver nas ruas por algum período e só foi se estabelecer novamente quando se mudou para Atlanta. Em entrevistas, Dumile conta que este período da sua vida foi necessária para ele “se recupar das feridas causadas pela indústria musical”. Em 1997, Daniel reencarnou no cenário como MF DOOM, o pseudônimo faz alusão a sua máscara, muito semelhante a usada por Doctor Doom, vilão das HQs da Marvel Comics. São poucas explicações em torno da decisão do músico de usar o objeto para esconder parte do rosto. Contudo, muitos acreditam que trajado, o rapper se posiciona como inimigo, não só da indústria da música, mas também de construções de identidade dominantes até os dias atuais. Seu disco solo de estreia, intitulado Operation: Doomsday, lançado no final da década de 1990 foi um sucesso. Além dos vocais, o artista também produziu todas as faixas do trabalho. King Geedorah Em 2003, Dumile divulgou mais álbum, Take Me To Your Leader. Nesse, Daniel é creditado como King Geedorah. Aliás, o projeto só conta com quatro músicas cantadas por ele. O restante, os vocais ficam por conta de outros MCs convidados. Viktor Vaughn Como Vikor Vaughn, Daniel lançou Vaudeville Villain. Justamente por conter uma assinatura diferente, o projeto é conhecido por poucos fãs do artista. Uma curiosidade bacana é que Vaughn também é creditado em Fancy Clown, faixa do disco Madvillainy. Madvillain Aqui chegamos no que muitos consideram o ponto alto da carreira de MF DOOM. Em 2004, junto do produtor Madlib – que sampleou diversas músicas brasileiras no álbum, mas isso é assunto para outro artigo – Dumile criou o Madvillain. Juntos, a dupla lançou apenas um registro, através da Stones Throw Records. Intitulado Madvillainy, o álbum foi aclamado pela crítica e até hoje é conhecido como o maior trabalho feito na cena do hip-hop underground. As 22 faixas do álbum serviram de inspiração para inúmeros rappers que estavam iniciando a carreira na época. Pós-Madvillain Em síntese, o músico ainda lançou mais dois discos solo. MM…FOOD (2004) e Born Like This (2009). Sua última década foi marcada por diversos trabalhos colaborativos, como o álbum Key To The Kuffs e Czarface Meets Metal Face. Despedida para MF DOOM Por fim, gostaria de registrar minha despedida a Dumile. Conheci seu trabalho por volta de 2015 e foi a minha porta de entrada no cenário. Alguns dos discos citados aqui entram facilmente no meu top 20 da história. Sua missão foi concluída com êxito MF DOOM. Muito conhecido por ser ‘vilão’, para mim – e para muitos outros – foi herói. Obrigado.

Entrevista | Cres – “É ajudar as famílias e trazer reflexão”

O álbum do rapper Cres, de Santos, deve sair ainda neste semestre. Intitulado Uma História Comum, ele irá retratar suas vivências na produção. O artista vem lançando muitos singles e recentemente soltou a faixa Sozinho, escrita após um término de relacionamento, em 2015.  “Fiz o beat e gravei em 2017 e aproveitei a quarentena pra lançar. Mas fala de como me sinto em relação a relacionamento, ao rap…”, explica. Ele também utilizou o período de quarentena para produzir beats e letras, mas sem muita pressão. “Aproveitei para focar em outras coisas também, como estruturar ainda mais a Grape (gravadora)”, afirma.  O rapper ainda mantém o podcast RapCast nas plataformas digitais, no qual fala sobre rap em geral, fazendo análises de obras. Assim como em suas músicas, ele busca conversar com os ouvintes. “Busco conversar com as pessoas. Falar de coisas que eu passei, estudei e fazer com que elas se identifiquem, reflitam e pesquisem sobre. A música fala bastante com o sentimento, o podcast fala muito com a mente, então, acho que os dois projetos se completam”.  Cres será um dos artistas a contribuir com a ação Juntos Pela Vila Gilda, do Blog n’ Roll. Para ele, a iniciativa é muito importante e dá visibilidade de diversas formas. “Além dos artistas regionais terem espaço, conseguimos levar entretenimento. Também ajudar as famílias e trazer reflexão”.

Entrevista | T h – “Fazemos parte de um grupo muito maior que causa mudança”

O rapper T h está entre os 120 nomes de artistas que participam da iniciativa Juntos Pela Vila Gilda. Para ele, a sua contribuição é a soma de forças que está acontecendo em todo o mundo nesse período de pandemia. “Independente de estar sendo feito pensando em uma área específica, que no caso é a comunidade Vila Gilda, se partirmos pelo pensamento de que existem várias organizações fazendo isso a favor de suas regiões, logo nós fazemos parte de um grupo muito maior que causa uma mudança extrema em todo território nacional, e arrisco dizer que internacional também”.  A pandemia mudou um pouco o andamento de lançamentos de trabalhos e também de criação.  “Essa pandemia tem caído como uma maré bem calma em relação aos trabalhos. Porém, estamos chegando em um nível onde as ondas fortes vão começar a bater e cobrar. Costumo compor sempre com sentimentos atuais. E confesso que estou com dificuldades para compor letras que tragam realidade e sentimento sem que seja agressivo demais para o momento”. “Às vezes prefiro me guardar e esperar um momento de melhoria do que criar letras que causariam, talvez, uma revolta desnecessária ou algum tipo de pânico. Eu componho com o pensamento de crescimento e amadurecimento interno. Qualquer coisa contrária disso me faz ter dificuldade. Assim que ‘normalizarem’ as coisas com certeza voltarei com foco total nas composições e lançamentos de novos trabalhos”. Esperando a Poeira Baixar  Dessa forma, T h e sua equipe estão esperando ‘a poeira baixar’ para colocarem a equipe na rua sem riscos ou preocupações. “Aí sim temos um belo de um projeto pela frente, que inclui seis singles e um curta”, afirma. O que mais preocupa o artista nesse momento é o seu segundo disco Inversão de Atributos, que estava previsto para ser lançado 2021. “Agora, com este atraso não sabemos o quanto isso pode prejudicar nas metas em relação ao tempo”. Elaborando Rimas Enquanto os lançamentos não saem, T h deu início ao projeto Elaborando Rimas, por meio de improvisos que faz com temas impostos nos comentários do YouTube.  “O projeto é antigo, foi inspirado no “RapBox” feito pelo CASA1, porém só agora me senti com qualidade suficiente para tirá-lo do papel. Trata-se de episódios aleatórios com vários temas. São gravados sempre no mesmo local com o diferencial de ser feito de improviso, aproveitando os temas impostos pelo nosso público através de comentários”. “Até então, foi bem aceito e nos trouxe uma boa impressão com o público. Mas ainda temos milhares de corações para serem alcançados, que ainda nem fazem ideia que o projeto nasceu. O  objetivo é elaborar rimas que contagie as pessoas e tocar cada vez mais corações com a nossa arte”, diz.

Entrevista | Slick – “A música é uma ferramenta de transformação”

O rapper Slick, de Guarujá, é uma das atrações confirmadas para a ação Juntos Pela Vila Gilda, do Blog n’ Roll. Como artista, ele vê o evento como uma forma de contribuição. A iniciativa busca receber doações para arrecadar cestas básicas às pessoas de baixa renda da região. Isso porque muitas foram afetadas pelas consequências da pandemia. “É de máxima importância, todo artista deve contribuir com a sua arte, principalmente para ações como essa. A música é uma ferramenta de transformação, então devemos usá-la para o bem”, diz Slick. Arte e pandemia Recentemente, Slick lançou o single Renascimento. Ele diz que pretende dar uma inovada no repertório, mas sem perder a sua essência. O rapper está criando projetos musicais nesse período, embora esteja sendo difícil ver tudo o que está acontecendo devido a covid-19.  “Tá sendo bem difícil, toda a preocupação que a pandemia gera. As vidas que estão sendo levadas por causa desse corona, dói. Também pra gente que trabalha com a arte tá sendo complicado, a renda financeira tá super baixa pra nós artistas independentes. Mas, seguimos fazendo o que a gente pode até essa pandemia acabar. Tenho criado muitos projetos musicais, tô estudando muito produção musical, o que tá rolando na cena. Isso para lançar meus próximos sons com uma melhor qualidade”.  Slick Família é motivação para Slick A família está muito presente nas inspirações de Slick nos últimos lançamentos. E nesse momento de pandemia, destaca que está sendo de extrema importância. “Esse período que passamos mais tempo juntos em casa, só deixa nossa conexão mais forte. Tenho mais tempo para passar com minha filha e minha esposa, o que vai unindo mais nossa família”. Motivado por sua família e seu sonho, Slick pretende alcançar com sua arte o máximo de vidas. “E de alguma forma ajudar cada pessoa a nunca desistir dos seus sonhos e sempre se esforçar para ser uma boa pessoa. Também quero viver 100% da minha música, poder pagar minhas contas com a música”. Vamos Juntos! Juntos Pela Vila Gilda vai ao ar no dia 25 de julho, no YouTube do Blog n’ Roll. Na ocasião, haverá um QR Code para pessoas e empresas fazerem suas doações. Slick será um dos mais de 100 artistas confirmados no evento. No entanto, a lista completa de artistas só será revelada no dia 13 de julho.