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Hits, sensualidade e carisma, as armas de Shakira em São Paulo

Foto: Mariana Perkin/Folhapress

Escrever sobre a cantora colombiana Shakira sempre tem um certo ar nostálgico. Não que ela tenha parado no tempo ou deixou de produzir outros sucessos ao longo de sua trajetória. A carreira dela só cresceu desde a primeira visita ao Brasil, em 1997, para divulgar o terceiro disco de estúdio, Pies Descalzos (1995). A lembrança, no entanto, se deve ao fato de Shakira quase ter “virado” uma artista brasileira naquele ano. Afinal, foram 28 shows, divididos em duas excursões, que incluiu até Santos na programação, com uma apresentação na extinta Reggae Night, no Morro Nova Cintra.

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No último domingo, com o Allianz Parque lotado, Shakira matou a saudade dos fãs após sete anos sem tocar na Capital. E, antes do início do show, apresentou um vídeo com imagens pessoais da sua infância até aos concertos atuais. A trilha que embalou a projeção foi Estoy Aquí, o primeiro single de Pies Descalzos e música que abre o show, em uma versão remix com Dónde Estás Corazón?, outro sucesso da mesma fase.

Diferentemente de shows de outras estrelas pop, como Katy Perry, Taylor Swift e Camila Cabello, o público de Shakira é mais velho. Tem crianças, jovens, mas uma presença muito maior de fãs na faixa entre os 35 a 45 anos. A nostalgia, então, veio a calhar para o momento.

E, dentro do possível, Shakira consegue equilibrar bem as doses retrô com a divulgação do seu último disco, El Dorado, lançado em 2017, que é o mais presente no set list, com seis faixas, o dobro de Dónde Están Los Ladrones, de 1998.

Aos 41 anos, Shakira continua linda e sensual. As próprias imagens do telão fazem questão de enaltecer isso. São vários closes no rebolado da colombiana, que arrancou suspiros, aplausos e gritos do seu público nesses momentos.

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A voz da cantora, no entanto, deixou a desejar, mas tem uma explicação bem plausível. Em novembro passado, ela se viu obrigada a cancelar a turnê europeia após descobrir uma hemorragia nas cordas vocais. O susto levou o público a levantar a possibilidade de toda extensão da El Dorado Tour ser cancelada.

O momento delicado da colombiana não passou batido. Logo no início do show, com um portuguê impecável, ela agradeu o carinho dos fãs e falou em “milagre” por estar no palco. A emoção dela ao comentar os problemas enfrentados no último ano soou síncera, principalmente se pensarmos que o público brasileiro foi um dos primeiros a apoiar a carreira de Shakira fora da Colômbia.

A atual turnê pelo País conta com apenas mais um show, nesta terça-feira (23), na Arena Grêmio, em Porto Alegre. Isso explica o fato de muitos sotaques estarem presentes no Allianz Parque, no domingo.

Dificuldade com a voz
Diante da dificuldade de manter o poderoso vocal de outros tempos, Shakira aparentou fazer o uso de playback e contou com o apoio de uma backing vocal para se manter firme no palco, principalmente nos momentos em que dançava para os fãs.

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Se nas faixas mais animadas, a dificuldade dela ficava evidente, nas baladas Shakira mostrou que sua voz ainda vai tocar corações por muito tempo. Em Antologia, a outra faixa resgatada de Pies Descalzos, o desempenho foi muito bom. E mesmo com o coro dos fãs, era possível ouvir bem o timbre da colombiana.

Tal como no vídeo inicial do show, Shakira também fez um belo passeio pela sua discografia. Ignorou apenas os dois primeiros álbuns (Magia e Peligro), que foram lançados antes do sucesso de alcance mundial.

Dos sucessos, a cantora conseguiu incluir quase todos. Além da faixa de abertura, já citada no início do texto, o público foi presenteado com She Wolf, Chantaje, Whenever, Wherever, Amarillo, Loca, Rabiosa e Hips Don’t Lie, que entrou no bis.

Um ponto curioso de notar na relação entre repertório e feedback do público está na sequência futebolística da colombiana. La La La e Waka Waka têm algo em comum, ambas foram temas de Copa do Mundo. A primeira no mundial de 2014, no Brasil, a segunda de 2010, na África do Sul. Waka Waka, entretanto, leva grande vantagem no apelo. Foi muito mais festejada e recebeu um coro forte do público, diferentemente da representante da nossa Copa do Mundo, que passou sem tanto entusiasmo.

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